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Notas econômicas – 8 a 12 de fevereiro de 2021

sambodromo do rio de janeiro vazio, marcando o cancelamento do carnaval de 2021
sambodromo do Rio de Janeiro vazio, marcando o cancelamento do carnaval de 2021

Coleta de informações semanais feita pelo economista Paulo Roberto Bretas

Notas econômicas – 2 a 6 de novembro de 2020

As expedições de papelão ondulado no Brasil bateram novo recorde mensal em setembro, com 351,7 mil toneladas, de acordo com boletim estatístico divulgado pela Associação Brasileira do Papelão Ondulado (ABPO)

Acontecimentos que marcaram o noticiário político e econômico da semana

Brasil apresenta boas oportunidades para fusões e aquisições

Foto de duas pessoas conversando e usando computadores - foto: Pixabay
Foto: Pixabay

Só no primeiro trimestre deste ano, os acordos de fusões e aquisições atingiram US$ 1,1 trilhão, um recorde para início de ano desde 1998

Notas Econômicas: 9 a 13 de maio de 2022

Confira nas Notas Econômicas os destaques das notícias entre 9 a 13 de maio de 2022, da coleta de informações produzida pelo economista Paulo Roberto Bretas

Pessoas fortemente agasalhadas na rua por causa do frio - Marcelo Carmargos - Agência Brasil
Marcelo Camargos / Agência Brasil

Estudo aponta impactos da crise de representação no cenário político da AL

crise de representação: foto mostra plenário da camara dos deputados 
Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados
Pablo Valadares/Câmara dos Deputados


Para o cientista político Joscimar Silva, além das redes sociais também a crise da política abre espaços para a emergência de lideranças digitais

Primeiro semestre fecha com expansão de investimentos internos

No primeiro semestre, relatório mostra que fusões e aquisições se consolidam como estratégia de conglomerados para expansão de investimentos em novos mercados
Imagem de jplenio por Pixabay 

No primeiro semestre, relatório mostra que fusões e aquisições se consolidam como estratégia de conglomerados para expansão de investimentos em novos mercados

Notas econômicas: 30 de novembro a 4 de dezembro de 2020

O fim das eleições municipais evidenciou a continuidade do poder dos partidos de centro — centrão — da velha política tradicional e sem compromissos com a população

Acontecimentos que marcaram o noticiário político e econômico da semana

Notas econômicas: 9 de novembro a 3 de dezembro de 2021

Coleta de informações semanais feita pelo Economista Paulo Roberto Bretas

Presidente Jair Bolsonaro assina Decreto de Nomeação de André Mendonça para o Supremo Tribunal Federal. Foto: Alan Santos/PR
Foto: Alan Santos/PR

O presidente Jair Bolsonaro obteve uma vitória ao conseguir a aprovação do nome de André Mendonça para o Supremo Tribunal Federal (STF). Na sabatina realizada na quarta-feira, de dezembro, no Senado, o ex-ministro da Justiça e da Advocacia-Geral da União (AGU), André Mendonça foi questionado sobre temas polêmicos como casamento entre pessoas do mesmo sexo, a defesa do Estado laico e os inquéritos que ele pediu para serem instaurados com base na Lei de Segurança Nacional enquanto ocupava cargos no governo. A indicação causou polêmica desde o início do processo, tanto por sua proximidade com Bolsonaro quanto pelo fato de o presidente ter dito publicamente que um dos critérios para a sua escolha foi o fato de ele ser evangélico. Era promessa do presidente indicar alguém “terrivelmente evangélico”, na verdade. A indicação foi sucedida também pela demora na realização da sabatina: ela foi adiada por quase quatro meses, enquanto o presidente da CCJ do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), não marcava a sessão. (Radar do Futuro)

Economia e Finanças

Queda do PIB: O Produto Interno Bruto brasileiro diminuiu 0,1% no terceiro trimestre de 2021, em comparação aos três meses antecedentes, na série com ajuste sazonal, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira. A Agropecuária caiu 8%, a Indústria ficou estável e os Serviços aumentaram 1,1%. Sobre o mesmo trimestre de 2020, houve crescimento de 4%, dado beneficiado pela baixa base de comparação. A expectativa do mercado era, contudo, de expansão de 4,2%. Em 12 meses, o PIB brasileiro acumula alta de 3,9%. (Valor)

Estamos em Recessão Técnica: O Brasil entrou em recessão técnica. O Produto Interno Bruto (PIB) do país caiu 0,1% no terceiro trimestre deste ano na comparação com trimestre anterior, segundo dados divulgados ontem pelo IBGE. No 2º trimestre, o PIB recuou 0,4% ante os três primeiros meses do ano. Com isso, o Brasil entra em uma nova recessão técnica, que é quando o PIB tem retração por dois trimestres seguidos. A última foi registrada nos dois primeiros trimestres de 2020, quando o PIB ‘encolheu’ 2,3% e, em seguida, 8,9%. (g1) (Meio) 

Serviços, Indústria e Agronegócio: No terceiro trimestre, a economia brasileira foi puxada pelo setor de serviços, que avançou 1,1% por conta da normalização parcial das atividades presenciais e o avanço da vacinação. Entretanto, a queda de 8% na agropecuária e de 9,8% nas exportações de bens de serviços pressionaram o resultado do 3º tri para baixo. Já o PIB industrial ficou estagnado, afetado pelos gargalos nas cadeias globais de produção, os entraves no transporte marítimo, a escassez de peças e componentes e a crise hídrica, que encareceu a geração de energia. (Estadão)(Meio)

Produção Industrial: A produção industrial recuou 0,6% em outubro, ante setembro, segundo a Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF), divulgada pelo IBGE. Em setembro, o indicador teve queda também de 0,6%, na série com ajuste sazonal, após dado revisado (era recuo de 0,4%). É o quinto mês seguido de taxas negativas, período do qual acumulou perda de 3,7%. Com o resultado de outubro, a indústria fica 4,1% abaixo do patamar pré-pandemia, em fevereiro de 2020. Frente a outubro de 2020, a produção industrial caiu 7,8%. (Valor)

Formação Bruta de Capital Fixo: A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) recuou 0,1% entre julho e setembro, depois de baixa de 3% no segundo trimestre (dado revisado de recuo de 3,6%). Ante o terceiro trimestre de 2020, a Formação Bruta de Capital Fixo aumentou 18,8%, sob influência da base de comparação baixa. Os investimentos acumularam crescimento de 20,2% nos 12 meses até setembro. (Valor)

Comércio Exterior: As exportações de bens e serviços registraram desempenho negativo no terceiro trimestre. As vendas do Brasil ao exterior recuaram 9,8% de julho a setembro, em relação ao período de abril a junho, na série com ajuste sazonal. No segundo trimestre do ano, as exportações tinham avançado 13,7% (dado revisado ante aumento de 9,4% divulgado anteriormente).

Economia Brasileira Vai Mal: O Brasil foi um dos poucos países que tiveram retração no terceiro trimestre e o dado comprovou mais uma vez que não é verdadeira a retórica do governo de que a economia nacional foi uma das que menos sofreram na pandemia. O PIB brasileiro acumula uma retração de 0,3% no acumulado das variações desde o primeiro trimestre de 2020, quando a pandemia teve início.  (Valor)

Desoneração da Folha: A Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei que prorroga até 2023 a política de desoneração da folha de pagamentos dos 17 setores que mais empregam no país. A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) votou a redação final da proposta e enviará o texto para análise do Senado Federal. (Valor)

Perdas com o Contrabando: O mercado ilegal custa R$ 280 bilhões ao Brasil anualmente, somando perdas da indústria e sonegação fiscal, de acordo com levantamento do FNCP (Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade). Os produtos ingressam no país pela extensa fronteira, principalmente a terrestre –ligação direta com 10 países vizinhos. Os valores subtraídos do Estado pelo contrabando poderiam ser revertidos em melhorias para a sociedade, e a diminuição do crime traria uma concorrência mais justa, favorecendo a economia brasileira. (Poder 360) 

Superávit Primário: O setor público consolidado fechou outubro com superávit primário de R$ 35,399 bilhões, conforme divulgou o Banco Central (BC). Em outubro de 2020, o resultado havia sido superavitário em R$ 2,953 bilhões. O resultado do antepenúltimo mês de 2020 refletiu um superávit do governo central de R$ 29,042 bilhões e um superávit de R$ 6,621 bilhões dos Estados e municípios. As estatais tiveram déficit de R$ 264 milhões. Nos 12 meses até outubro, por sua vez, o déficit alcançou R$ 20,407 bilhões, o equivalente a 0,24% do Produto Interno Bruto (PIB). Em setembro, estava em 0,63% do PIB. (Valor)

Déficit Nominal: O setor público consolidado registrou déficit nominal, que inclui despesas com juros, de R$ 25,014 bilhões em outubro. Em 2020 o resultado havia sido deficitário em R$ 30,924 bilhões. O resultado nominal do mês passado refletiu um superávit primário de R$ 35,399 bilhões e uma conta de juros de R$ 60,413 bilhões. Em 12 meses até outubro o déficit nominal alcançou R$ 398,738 bilhões, o equivalente a 4,72% do PIB. Em setembro, estava em 4,84% do PIB. A conta de juros no mesmo período somou R$ 378,881 bilhões, ou 4,48% do PIB, vinda de 4,20% em setembro. Nos dez primeiros meses do ano, o déficit nominal foi de R$ 302,807 bilhões, em comparação com R$ 919,446 bilhões no mesmo período de 2020. (Valor)

Dívida Líquida: Já a dívida líquida do setor público não financeiro variou de R$ 4,895 trilhões, ou 58,5% do PIB, em setembro para R$ 4,865 trilhões, ou 57,6% do PIB, em outubro. (Valor)

Situação da Indústria: Os números do setor industrial já mostram queda de 3,9% entre de setembro de 2020 e setembro de 2021. No terceiro trimestre, a queda é de 1,7% em relação ao segundo trimestre. Cadeias globais prejudicadas, pressão de custos de matéria prima e energia pelo lado da oferta e demanda desacelerando são as principais causas. (Mercado & Consumo)

Black Friday no Brasil: As vendas da Black Friday no e-commerce do Brasil registraram crescimento de 5% em relação a 2020, totalizando R$ 4,2 bilhões. O número de pedidos, no entanto, caiu para 5,6 milhões, recuo de 9% na comparação com o ano anterior, de acordo com dados preliminares da NielsenIQ|Ebit. A alta nas vendas deste ano representa uma desaceleração quando consideram-se valores reais, atualizados pela inflação. Em termos nominais, se os números forem confirmados, a movimentação de 2021 será a maior desde que a data foi incorporada ao calendário nacional, em 2010. Segundo a CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), a Black Friday em 2021 deve movimentar R$3,93 bilhões. O faturamento deve cair 6,5% quando considerados os valores corrigidos pela inflação. Se confirmados os números, será o 1º recuou desde 2016. (Poder 360)

Economia do Governo com a Previdência: O governo deve contabilizar uma economia de R$ 32,8 bilhões nas despesas previdenciárias neste ano devido as mudanças implementadas pela Reforma da Previdência, promulgada em novembro de 2019, e adoção de medidas de combate à corrupção. A redução dos gastos está bem acima dos R$ 20,8 bilhões projetados anteriormente. (Valor)

Perdas no Turismo Mundial: O turismo mundial deverá perder US$ 2 trilhões neste ano, volume similar ao prejuízo do ano passado, e o surgimento de nova variante ômicron do coronavírus poderá ampliar os estragos econômicos no setor, segundo a Organização Mundial do Turismo (OMT). Os mais recentes dados da OMT mostram que as chegadas de turistas internacionais em 2021 deverão continuar entre 70% e 75% inferiores aos níveis de 2019, antes da pandemia. (Valor)

Boletim Focus Selic: Para a taxa básica de juros (Selic), o ponto-médio das expectativas manteve-se em 9,25% em 2021, 11,25% em 2022, 7,75% em 2023 e 7,00% em 2024. (Valor)

Boletim Focus PIB: A mediana das projeções do mercado para o crescimento da economia brasileira em 2021 voltou a cair, de 4,80% para 4,78%. Para 2022, o ponto-médio das expectativas para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) também reduzido, de 0,70% para 0,58%. Para 2023 e 2024, permaneceu em 2,00%. (Valor)

Confiança de Serviços: O Índice de Confiança de Serviços (ICS), do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre), caiu 2,3 pontos em novembro, para 96,8 pontos, menor nível desde junho deste ano (93,8 pontos). Em médias móveis trimestrais, o índice cedeu 0,8 ponto, após seis meses de altas seguidas. (Valor)

Confiança do Comércio: O Índice de Confiança do Comércio (Icom) do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre) caiu 6,2 pontos em novembro, ao passar de 94,2 para 88,0 pontos. Em médias móveis trimestrais o indicador recuou 4,3 pontos, a terceira queda consecutiva. (Valor)

Restrição de Autuações por Terceirização: O decreto editado recentemente pelo governo para consolidar normas trabalhistas deve restringir as autuações dos fiscais de trabalho nas análises de casos de terceirização. A regra publicada este mês e baseada na reforma trabalhista deixa claro que as empresas contratantes só poderão ser autuadas se ficar efetivamente clara a relação de trabalho com o funcionário terceirizado, por meio da ocorrência de quatro requisitos: habitualidade, subordinação, onerosidade (quem paga o salário) e pessoalidade. (Valor)

Legalização de Jogos de Azar: O grupo de trabalho da Câmara dos Deputados que discute projeto de lei para legalizar os jogos de azar no país deve concluir nesta semana seu relatório. O texto traz mudanças em relação à proposta que era debatida anteriormente e será entregue para o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), que decidirá quando a matéria será votada. (Valor)

Privatização dos Correios: Os Correios registraram lucro de R$ 1,53 bilhão em 2020, o maior em uma década, graças principalmente à redução de custos e à explosão do comércio eletrônico, que foi impulsionado pela pandemia. Em 2021, houve novos recordes na distribuição de encomendas e mais enxugamento das despesas fixas, após um corte de benefícios trabalhistas “extra-CLT” no fim do ano passado. No que se refere à privatização, o projeto de lei que cria um novo marco dos serviços postais e abre caminho para a privatização travou. Após ter sido aprovado na Câmara dos Deputados, no começo de agosto, o PL 591/2021 enfrenta uma tramitação mais complicada no Senado. (Valor)

Garimpo Ilegal: A necessária ação da Polícia Federal e das Forças Armadas contra garimpeiros que extraem ouro em áreas proibidas no Rio Madeira, no Amazonas, expôs uma realidade preocupante. Comunidades da região têm suas economias atreladas à atividade ilegal. Moradores defendem os garimpeiros e desdenham do risco da mineração no rio, como a contaminação por mercúrio. No município de Humaitá, a prefeitura falou em indenizar os garimpeiros que tiveram as balsas queimadas. (Estadão) (Meio)

Apreensão de Pau-Brasil: A PF fez uma operação que parece saída dos livros de História: a apreensão de pau-brasil extraído ilegalmente em reservas ambientais no Sul da Bahia. A espécie, considerada em risco de extinção, tem a madeira muito procurada para a fabricação de instrumentos musicais, como violinos. (Veja) (Meio)

OCDE e o Crescimento do Brasil: A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) rebaixou suas projeções de crescimento econômico do Brasil, esperando mais altas de juros em 2022 e impactos vindos da desaceleração da China, entre outros fatores. A OCDE considera que a recuperação global avança, mas perdeu impulso e está cada vez mais desequilibrada. Em relatório sobre as perspectivas econômicas globais, divulgado dia 01-12-2021, a organização prevê crescimento econômico no Brasil de 5,0% em 2021 comparado a 5,2% esperado em setembro. Para 2022, a entidade faz um rebaixamento mais significativo, agora estimando que a expansão econômica brasileira ficará em 1,4% ante 2,3% previsto há pouco mais de dois meses. (Valor)

Faturamento da Indústria: O faturamento da indústria recuou 2% em outubro ante setembro, perfazendo três meses seguidos de retração, período no qual cedeu 8%, segundo a Confederação Nacional da Indústria. Em relação a outubro do ano passado, a perda atingiu 12,8%. (Valor)

Capacidade Instalada: A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) caiu 0,6 ponto percentual em relação a setembro e recuou para 80,8%. Essa é a quarta retração consecutiva. Apesar disso, a UCI permanece em patamar elevado em comparação ao observado desde a crise de 2014 a 2016. (Valor)

Confiança Empresarial: O Índice de Confiança Empresarial (ICE), do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre), caiu 3,3 pontos em novembro, para 97 pontos. Em médias móveis trimestrais, o indicador recuou pela segunda vez consecutiva, agora em 1,8 ponto. (Valor)

Contração da Atividade Industrial: A atividade da indústria no Brasil registrou contração pela primeira vez desde maio do ano passado, de acordo com o Índice de Gerentes de Compras (PMI), da IHS Markit. O indicador marcou 49,8 em novembro, de 51,7 em outubro. Leituras abaixo de 50 apontam contração no setor. O PMI agrega dados de novas encomendas, produção, vendas internas e externas, empregos, preços de insumos e de produtos finais, apurados junto a cerca de 400 empresas no país. (Valor)

Venda de Refinaria: A Petrobras concluiu a venda da Refinaria Landulpho Alves (Rlam), na Bahia, para o fundo Mubadala, dos Emirados Árabes Unidos. O negócio, de US$ 1,8 bilhão, é o primeiro a ser concluído no âmbito do programa de desinvestimentos da estatal no refino. A companhia sinalizou, porém, que as negociações dos demais ativos podem se estender para além das eleições de 2022 – o que lança incertezas sobre a continuidade da abertura. (Valor)

Produtividade na Indústria: A produtividade do trabalho na indústria no terceiro trimestre de 2021 retornou ao patamar do segundo trimestre de 2020, momento mais grave para economia da crise causada pela pandemia. O indicador que mede a relação entre o volume produzido e as horas trabalhadas na produção caiu 1,3% em relação ao segundo trimestre do ano, na série livre de efeitos sazonais, mostra o estudo Produtividade na Indústria, da Confederação Nacional da Indústria (CNI). A produtividade está em queda desde o último trimestre de 2020. Na comparação com o terceiro trimestre de 2020, último trimestre de alta do indicador, a perda acumulada chega a 7,6%.  (Valor)

Inflação

Surto Inflacionário: O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, voltou a destacar que a inflação no Brasil está disseminada e persistente. Também reiterou que há um “surto inflacionário” local ao mesmo tempo em que existe “importação de inflação”. (Valor)

Peso da Inflação no Comércio: Os setores de comércio e serviços já sentem o peso da inflação no Brasil. O índice se aproxima de 11% em doze meses (10,73%), o que alerta o mercado para possíveis restrições na política monetária do Banco Central. O IBC-Br em setembro. O índice é usado como uma aproximação do PIB mensal e é medido pelo Banco Central. O trimestre teve queda, na margem, de 0,14%, confirmando números ruins de indústria, comércio e serviços. Inflação, mercado de trabalho e juros altos são as principais causas da queda, além dos problemas nas cadeias globais de suprimentos. (Mercado & Consumo)

Dinâmica Inflacionária no Brasil: A dinâmica inflacionária negativa não é só fruto da alta de preços das commodities é também acirrada pela pressão dos preços dos serviços, devido à reabertura e retomada da economia, dos preços dos bens industriais, em razão das restrições na oferta globalmente, e da desvalorização do câmbio. A inflação corrente é uma combinação multifatorial, em que apertos mais expressivos nos juros não produzirão efeitos significativos nos preços, como já argumentamos neste espaço, mas sim na desaceleração da economia através do crédito, principalmente. (Poder 360)

Boletim Focus Inflação: A mediana das projeções dos economistas do mercado para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2021 subiu de 10,12% para 10,15%, segundo o Boletim Focus, do Banco Central (BC), divulgado dia 29-11-2021, com estimativas coletadas até o fim da semana passada. Para 2022, o ponto-médio das expectativas para a inflação oficial brasileira também permaneceu inalterado, em 5,19%, entre eles. Para 2023 e 2024 ficou nos mesmos 3,50% da semana anterior. (Valor)

Inflação de Porta de Fábrica: A chamada inflação de “porta de fábrica”, sem impostos e fretes, teve alta de 2,16% em outubro, frente a setembro, segundo o Índice de Preços ao Produtor (IPP) calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em setembro, os preços tinham subido 0,25% frente ao mês anterior (dado revisado a partir de variação inicial de 0,40%), após alta de 1,89% em agosto. O acumulado do ano atingiu 26,57%. É o maior resultado para o período até outubro desde o início da série histórica, em 2014. No resultado acumulado em 12 meses até outubro, a alta foi de 28,83%. O resultado vem reduzindo desde junho, quando era de 36,78%. (Valor)

IGP-M: O IGP-M (Índice Geral de Preços — Mercado), usado no reajuste dos contratos de aluguel do país e nos preços de matérias-primas, teve estabilidade em novembro e variou 0,02% na comparação com o mês anterior. O índice perdeu força com a queda nos preços de commodities, como o minério de ferro, afetado pelas incertezas no mercado da China e o milho, com os  efeitos climáticos. Os resultados do IGP-M de novembro fizeram com o que o acumulado de 12 meses recuasse de 21,73% para 17,89%. O acumulado indica uma alta anual menor do que a registrada em 2020 — no mesmo período, o acumulado do ano passado era de 24,52%. (Poder 360)

Governo e Ambiente Político

Pesquisa Atlas 1: Pela primeira vez a taxa de aprovação do governo Jair Bolsonaro caiu abaixo do patamar de 20% na série de pesquisas da consultoria Atlas. Segundo levantamento feito entre 23 e 26 de novembro, 19% dos brasileiros classifica a administração como ótima ou boa. Há um ano, a aprovação ao desempenho do presidente era de 31%. Em janeiro de 2019, 39%. A soma dos que o classificam como ruim ou péssimo alcança 60% – segunda maior taxa desse tipo na série, apenas um ponto abaixo da registrada no último levantamento, em setembro. Para outros 20%, a gestão é regular. (Valor)

Pesquisa Atlas 2: Mesmo com a boa largada do ex-ministro Sérgio Moro (Podemos) na corrida presidencial, a pesquisa Atlas divulgada ontem mostra vitória do ex-presidente Lula (PT) em todos os cenários de segundo turno. Na simulação de primeiro turno, Lula lidera com 42,8%, contra 31,5% do presidente Jair Bolsonaro (PL), 13,7% de Moro, 6,1% do ex-ministro Ciro Gomes (PDT) e 1,7% do governador paulista João Doria (PSDB). No segundo turno, Lula vence Bolsonaro por 50,5% a 36%; Moro por 46,4% a 29,2%; Ciro por 42,3% a 21,3%; e Doria por 47,2% a 15,4%. (UOL) (Meio)

Orçamento Secreto com Identidade Oculta: O Congresso aprovou a toque de caixa o projeto que promete aumentar a transparência na execução das emendas do relator, o chamado orçamento secreto, principal ferramenta do governo para obtenção de apoio no Legislativo. Pelo projeto, que segue para sanção presidencial, fica criado um teto de R$ 16,9 bilhões para esses recursos, e os nomes dos requisitantes das verbas ficam registrados na Comissão de Orçamento. Porém, o relator, senador Marcelo Castro (MDB-PI), deixou uma brecha. A liberação pode ser pedida por outros entes, como prefeitos. Assim, um parlamentar negociaria seu apoio, mas, na hora de pedir o dinheiro, isso seria feito por um prefeito ou governador, mantendo oculta a identidade do legislador beneficiado. E claro, as mudanças só valem de agora em diante. A despeito de determinação do STF, as liberações de 2020 e 2021 continuam sigilosas. (g1) (Meio)

Compra de Votos: O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que as emendas de relator são usadas atualmente para obter apoio de congressistas a ajudarem o governo a aprovar reformas e manter uma base de sustentação dentro do Congresso. Guedes disse que não entende porque essas emendas são alvo de tanta disputa. Citou que o Brasil tem um orçamento de R$ 1,8 trilhão, mas 96% do dinheiro é carimbado. Na avaliação do ministro, as emendas de relator, que devem somar R$ 16 bilhões em 2022 são criticadas porque Arthur Lira, presidente da Câmara e aliado do governo, detém parte do controle delas. (Poder 360)

Seguem-se as Mentiras: Os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), insistem que não é possível identificar os beneficiários antigos do orçamento secreto, mas uma nota da Consultoria de Orçamento do Senado afirma o contrário. O documento cita que a imprensa já obteve planilhas do Ministério do Desenvolvimento Regional indicando que parlamentar apadrinhava cada liberação de verba. Com a nota em mãos, congressistas prometem recorrer novamente ao STF. (Poder360) (Meio)

Chapa Lula e Alckmin: O ex-governador paulista Geraldo Alckmin, que estaria de mudança do PSDB para o partido de Kassab, recebeu ontem uma comitiva de dirigentes sindicais pedindo-lhe que aceitasse ser vice na chapa do ex-presidente Lula (PT) no ano que vem. Alckmin disse a eles que estava se preparando para disputar novamente o governo do estado, mas que, sem citar Lula, “surgiu uma hipótese federal” que caminha. (Globo) (Meio)

Nova Debandada no MEC: A debandada no MEC não se restringe ao Inep, que aplica o Enem. Ontem seis coordenadores e 46 consultores da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) entregaram os cargos. O órgão é responsável pela avaliação e aprovação de cursos de pós-graduação no país. Entre outras críticas, os demissionários dizem que a prioridade do órgão tem sido liberar cursos de ensino à distância, em vez de avaliar os existentes. (g1) (Meio) 

Vitória de João Doria: João Doria, governador de São Paulo, foi o grande vencedor das prévias do PSDB, concluídas finalmente no último sábado. Ele teve 53,99% dos votos, contra 44,66% do governador gaúcho Eduardo Leite e 1,35% do ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio. Agora pré-candidato de fato e de direito, Doria começou o trabalho de aparar arestas, mas já recebeu a primeira porta na cara. Convidado a integrar o comando da campanha do vencedor, Leite respondeu que não. “Imagino que o governador Doria busque alguém afinado com sua forma de pensar e fazer política, para além de uma visão meramente partidária”, disse o gaúcho. Paralelamente, ainda na noite de sábado Doria conversou com presidentes e líderes de outros partidos de centro pregando a união contra o ex-presidente Lula (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).  Adversário de Doria no campo da terceira via, o ex-ministro Sérgio Moro (Podemos) telefonou para o governador e o felicitou pela vitória. O paulista aproveitou para propor um encontro entre eles. (Folha) (Meio)

Apoio a Arthur Lira: A filiação do presidente Jair Bolsonaro e de seu grupo político ao PL não envolve só alianças regionais. O presidente do partido, Valdemar Costa Neto, se comprometeu com a reeleição de Arthur Lira (PP-AL) para a presidência da Câmara em 2023. A expectativa é que, mesmo que Bolsonaro não se reeleja, o PL, hoje quarta força na Casa e segundo maior partido do Centrão, forme uma bancada expressiva. O acordo envolveria ainda um nome do PL sucedendo Lira em 2025. (Folha) (Meio)

Bernardo Mello Franco: “O capitão avisou: só vai aos debates em 2022 se os adversários aceitarem suas condições. ‘É para falar sobre o meu mandato. Até a minha vida particular, fique à vontade. Mas que não entre em coisas de família, de amigos, porque vai ser algo que não vai levar a lugar nenhum’, disse. Não existe debate sério com assuntos proibidos. Ao impor suas exigências, Bolsonaro busca um pretexto para se esconder dos oponentes.” (Globo) (Meio)

Terrivelmente Evangélico: O Supremo Tribunal Federal vai ganhar o ministro “terrivelmente evangélico” prometido pelo presidente Jair Bolsonaro. O Senado aprovou por 47 votos a 32, a nomeação do ex-advogado-geral da União e ex-ministro da Justiça André Mendonça para a vaga aberta com a aposentadoria do ministro Marco Aurélio Mello. A data da posse vai ser marcada pelo presidente da Corte, Luiz Fux. A ida de Mendonça para o Supremo foi um processo longo e desgastante. Bolsonaro o indicou em julho, mas o presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), protelou o quanto pôde a sabatina, marcada após muita pressão do governo, da bancada evangélica e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). (g1) (Meio)

Entusiasmo Laico Durou Pouco: O entusiasmo laico do futuro ministro parece ter durado apenas até seu nome ter sido confirmado em plenário. Adaptando a célebre frase do astronauta americano Neil Armstrong (1930-2012), primeiro homem a pisar na Lua, Mendonça classificou a aprovação como “um passo para um homem, mas um salto para os evangélicos”. Integrantes da bancada evangélica e pessoas do governo ligadas às igrejas, como a primeira-dama Michelle Bolsonaro, foram ao Senado comemorar com Mendonça. (Metrópoles) (Meio)

Anulações de Julgamentos da Lava-Jato: O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Jesuíno Rissato anulou os julgamentos pela Lava-Jato de Curitiba de pelo menos 13 condenados e remeteu os casos à Justiça Eleitoral. Entre os beneficiados estão nomes de peso, como o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, o ex-ministro Antonio Palocci e o ex-gerente da área internacional da Petrobras Renato Duque, considerado uma das figuras centrais do chamado “petrolão”. (UOL) (Meio)

Parlamentares com Imunidade para Mentir: O grupo de trabalho da Câmara que analisa o projeto que criminaliza as fake news aprovou um relatório que permite a circulação de informações falsas, desde que disseminadas por detentores de mandato. O relator Orlando Silva (PCdoB-SP) incorporou uma sugestão do deputado Felipe Barros (PSL-PR) estendendo às redes sociais a “imunidade parlamentar material”. Na prática, plataformas ficam proibidas de remover mentiras, discursos de ódio ou qualquer outro conteúdo que viole suas regras publicadas por parlamentares. (Globo) (Meio)

Federação de Esquerda: Integrantes de PT, PSB e PC do B têm demonstrado interesse em se unir em uma federação. A expectativa é que dirigentes das 3 siglas tenham autorização para abrir conversas formais mais ou menos ao mesmo tempo. Ainda não há consenso, mas a tendência é que a tese da federação vença. (Poder 360)

Recebendo Salários do Partido: Embora não tenha oficialmente cargo de direção no Podemos, o ex-ministro Sérgio Moro passará em dezembro a receber um salário de R$ 22 mil do partido. A prática é legal e comum. Lula recebe vencimentos como ex-presidente da República e salário como presidente de honra do PT. Ciro Gomes, um dos vice-presidentes do PDT, também é remunerado pelo partido. Até novembro, Moro era funcionário da consultoria americana Alvarez & Marsal. (UOL) (Meio)

PEC dos Precatórios: O plenário do Senado aprovou a PEC dos Precatórios por 64 votos a favor, incluindo de opositores ao governo, 13 contra e duas abstenções. Como o texto que veio da Câmara sofreu alterações, a PEC voltará a ser analisada pelos deputados. Numa manobra com grandes chances de ir parar no STF, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), quer fatiar a PEC, promulgando o que não foi mudado e discutindo as alterações no ano que vem. A medida eleva o teto de gastos e limita o pagamento anual de dívidas transitadas em julgado, abrindo espaço no Orçamento para gastos extras de R$ 106 bilhões e liberando recursos para o pagamento do Auxílio Brasil de R$ 400. Para conseguir a aprovação, o relator Fernando Bezerra (MDB-PE) fez uma série de concessões, acatando emendas de partidos. (g1) (Meio)

Auxílio Emergencial: O Senado também aprovou a medida provisória que cria o Auxílio Brasil, mas com uma alteração na qual volta a permitir que famílias fiquem na fila de espera do programa. Isso porque o Senado voltou a atrelar o fim da fila à disponibilidade de recursos no Orçamento. Agora, a proposta seguirá para sanção do presidente Jair Bolsonaro. O novo programa de transferência de renda substitui o Bolsa Família, que atendia 14,7 milhões de famílias. O governo prometeu subir para 17 milhões de beneficiados em 2022. (Estadão) (Meio)

Ambiente Social, Emprego e Renda

Taxa de Desemprego Brasil 1: A taxa de desemprego no país atingiu 12,6% no terceiro trimestre de 2021, mostra a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), apresentada pelo IBGE. Esta é a primeira taxa divulgada com a reponderação da pesquisa, por sexo e idade, para reduzir situações de viés de cobertura nas entrevistas feitas por telefone, como a presença maior de idosos. (Valor)

Taxa de Desemprego Brasil 2: No terceiro trimestre de 2021, o país tinha 13,5 milhões de desempregados – pessoas de 14 anos ou mais que buscaram emprego, sem encontrá-lo, sejam empregos formais ou informais. O número aponta retração de 9,3% frente ao segundo trimestre (1,4 milhão de pessoas a menos). Frente a igual período de 2020, houve queda de 7,8% (1,1 milhão de pessoas a menos). (Valor)

Crescimento da População Ocupada: Segundo o IBGE, no terceiro trimestre de 2021, a população ocupada (empregados, empregadores, funcionários públicos) era de 93 milhões de pessoas. Isso representa alta de 4% em relação ao segundo trimestre (3,6 milhões de pessoas ocupadas a mais). Frente ao terceiro trimestre de 2020, o aumento é de 11,4%, ou 9,5 milhões de pessoas a mais. (Valor)

Cresce a Força de Trabalho: A força de trabalho – que soma pessoas ocupadas ou em busca de empregos com 14 anos ou mais de idade – estava em 106,4 milhões no terceiro trimestre de 2021, 8,6% acima de igual período de 2020 (8,4 milhões de pessoas a mais). (Valor)

Queda dos Desalentados: A população desalentada, aqueles que não procuram mais emprego, ficou em 5,1 milhões de pessoas, com redução de 12,4% frente a igual período de 2020 (5,9 milhões de pessoas a menos). (Valor)

Queda nos Rendimentos: A massa de rendimentos real habitualmente recebida por pessoas ocupadas (em todos os trabalhos) foi de R$ 223,549 bilhões no terceiro trimestre de 2021. O número aponta queda de 0,1% em relação ao segundo trimestre (R$ 202 milhões a menos). Frente ao terceiro trimestre de 2020, houve queda de 0,7% (menos R$ 1,688 bilhão). (Valor)

Redução da Renda Média: A renda média dos trabalhadores diminuiu 4% no terceiro trimestre deste ano, frente aos três meses anteriores, para R$ 2.459. O rendimento médio real habitual dos trabalhadores considera a soma de todos os trabalhos. Na comparação com igual período de 2020, a queda foi de 11,10%. (Valor)

Mão de Obra Subutilizada: O país tinha 30,7 milhões de trabalhadores subutilizados no terceiro trimestre de 2021, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua). Houve queda de 5,7% (menos 1,9 milhão de subutilizados) frente aos três meses anteriores e retração de 8,9% (menos 3 milhões de pessoas) em relação a igual trimestre de 2020. O contingente de trabalhadores subutilizados, também chamada de “mão de obra desperdiçada”, compreende desempregados, pessoas que trabalham menos horas do que gostariam e os trabalhadores que não buscam emprego, mas gostariam de trabalhar.  (Valor)

Trabalhadores Informais 1: O mercado informal respondeu por mais da metade (54%) do aumento da população ocupada no terceiro trimestre, frente ao segundo trimestre, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua. Dos 3,592 milhões novos trabalhadores ocupados, quase 2 milhões (1,947 milhão) conseguiram vagas informais. São trabalhadores sem carteira assinada, que trabalham por conta própria ou empregadores sem CNPJ, por exemplo. (Valor)

Trabalhadores Informais 2: O terceiro trimestre também foi de renovação do recorde do número absoluto de trabalhadores por conta própria na série histórica, iniciada em 2012, que atingiu 25,5 milhões de pessoas. Isso significa um crescimento de 3,3% (817 mil pessoas) frente ao trimestre anterior e 18,4% (4,0 milhões de pessoas) em relação ao terceiro trimestre de 2020. (Valor)

Tendência do Home Office: A tendência do home office que cresceu em 2020 devido à pandemia continua em alta no Brasil. Segundo uma pesquisa da Faculdade Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA-USP) e da Fundação Instituto de Administração (FIA), 78% dos profissionais desejam manter a rotina do trabalho remoto após a pandemia. Entretanto, boa parte das organizações não têm políticas internas estabelecidas para essa modalidade de trabalho. Diante desse cenário, o desafio das empresas e gestores é oferecer todo o suporte necessário para garantir o engajamento da equipe. (Meio)

Nunca Usaram a Internet: Apesar da pandemia ter acelerado a digitalização e o aumento da conectividade, quase 3 bilhões de pessoas — ou 37% da população mundial — nunca usaram a Internet. Segundo a União Internacional de Telecomunicações (UTI) da ONU, 96% dos 2,9 bilhões que não acessaram a web vivem em países em desenvolvimento. (The Guardian) (Meio)

Emprego Industrial: O emprego industrial em outubro  ficou estável pelo segundo mês seguido, em um sinal de esgotamento da recuperação nas contratações iniciadas em agosto de 2020. (Valor)

Massa Salarial da Indústria: A massa salarial da indústria de transformação caiu 1,4% em outubro na comparação com setembro, após dois meses de pequenas altas. Como a retração foi superior às altas, a massa salarial real se encontra no nível mais baixo desde julho de 2020. Na comparação com outubro de 2020, a queda alcançou 2,1% (Valor)

Endividamento das Famílias 1: O total de famílias endividadas atingiu 75,6% no Brasil, o que equivale a 12,2 milhões de famílias. É o maior percentual já registrado desde janeiro de 2010. Há registro de crescimento do endividamento em todos os meses de 2021, até novembro. Os dados são da Peic (Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor) e foram divulgados pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo). (Poder 360) 

Endividamento das Famílias 2: Segundo a análise por nível de endividamento, 14,8% estão em alto endividamento. Aquelas famílias que afirmam estarem endividadas em nível médio são 27,3%, enquanto as pouco endividadas são 33,5%. Apenas 24,4% afirmam que não estão endividados em nenhum nível. (Poder 360)

Impacto sobre a Pobreza: Um novo estudo do IBGE confirma o impacto do auxílio emergencial para evitar o aumento da pobreza no primeiro ano de pandemia de covid-19 no Brasil. Em 2020, 24,1% da população brasileira era pobre, considerando as linhas de pobreza do Banco Mundial (US$ 5,50 por dia per capita, ou R$ 450 por mês) frente a 25,9% em 2019. Sem os benefícios dos programas sociais, no entanto, a proporção de pessoas na pobreza teria ficado em 32,1% em 2020, frente a 28,2% em 2019, segundo a Síntese de Indicadores Sociais 2021, com dados referentes ao ano passado. Os números mostram efeito expressivo também na pobreza extrema, que pela classificação do Banco Mundial considera quem vive com menos de US$ 1,90 por dia, algo próximo a R$ 155 por mês per capita. A proporção da população nessa condição caiu de 6,8% para 5,7%. Sem os programas sociais, no entanto, esta parcela teria subido de 9,7% para 12,9%. (Valor)

Alimenta Brasil: O governo federal regulamentou o Alimenta Brasil, programa de incentivo à produção da agricultura familiar que substitui o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). Os produtores agora passam a ter um limite maior para a comercialização, de até R$ 12 mil por unidade familiar. (Valor)

Redução das Contratações: A combinação de gargalos nas cadeias de produção, crise hídrica e inflação alta aumentam o pessimismo do setor industrial, o que reduz o fluxo de contratação nos próximos meses, afirma Cláudia Perdigão, economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre). (Valor)

Meio Ambiente e Energia 

Garimpo Ilegal: A Polícia Federal fez uma operação contra garimpeiros que extraem ouro ilegalmente no Rio Madeira, no Amazonas. Pelo menos 20 balsas foram apreendidas e outras incendiadas pelos policiais. A ação das autoridades, porém, está longe de acabar com o garimpo ilegal no rio. Centenas de balsas que ocupavam um trecho do Madeira se dispersaram durante a semana para fugir da repressão. (Metrópoles) (Meio)

Ambiente Empresarial e Tecnológico

Táxis Aéreos Elétricos: Paris vai começar a testar táxis aéreos elétricos para as Olimpíadas de 2024. O objetivo é criar rotas de voos para passageiros durante os jogos. O país inaugurou na semana passada um novo local de testes de mobilidade aérea em um campo de aviação a alguns quilômetros a noroeste de Paris. A primeira rota olímpica deve transportar passageiros entre aeroportos, e a segunda ligaria dois subúrbios parisienses. (Olhar Digital) (Meio)

Óculos de Realidade Aumentada: Ming-Chi Kuo, analista da Apple, disse que a gigante de tecnologia tem planos internos para substituir os iPhones por óculos de realidade aumentada nos próximos 10 anos. A avaliação de Kuo foi divulgada em uma nota oficial na semana passada com algumas de suas previsões para o futuro dos produtos da marca. A Apple já revelou recentemente que tem planos para investir na tecnologia AR no futuro e anunciou seu primeiro headset de realidade aumentada na semana passada. (Canaltech) (Meio)

Inteligência Artificial que Vê e Escuta: Uma equipe de cientistas do Google Research, do Instituto Alan Turing e da Universidade de Cambridge está ensinando uma inteligência artificial a ver e ouvir ao mesmo tempo. Para isso, os pesquisadores trabalham em um novo transformador multimodal de última geração para IA que processa e categoriza dados de um tipo específico de fluxo de mídia. (Época Negócios) (Meio)

Metaverso: O Metaverso pode ser explicado como um ambiente virtual imersivo, capaz de reproduzir experiências da vida real, seja para ampliar seu horizonte ou criar um novo universo. Essa realidade paralela cria infinitas possibilidades, como a construção de uma vida social, a organização de reuniões ou a interatividade em jogos. (Poder 360)

Dificuldades nas Compras de Insumos: A Confederação Nacional da Indústria (CNI) apontou que sete em cada dez indústrias estão com dificuldades para comprar insumos. De acordo com essa entidade, a falta e o alto preço das matérias-primas nacionais e importadas seguem como um grave problema para o setor produtivo. A maior parte dos empresários acredita que situação só será normalizada em 2022. As dificuldades de abastecimento de insumos e de matérias-primas afetaram em média 68% das empresas das indústrias extrativa e de construção em outubro deste ano. (Valor)

Produção de Veículos: Um dos segmentos mais atingidos pela desorganização da cadeia produtiva provocada pela pandemia, a produção de veículos automotores, reboques e carrocerias voltou a cair em outubro, com redução de 0,8% frente a setembro, na série com ajuste sazonal, segundo a Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física, divulgada  pelo IBGE. A queda ocorreu após estabilidade em setembro, que se seguiu a cinco meses seguidos de taxas negativas. Dos dez meses de 2021, foram sete quedas, uma estabilidade e duas altas. Com o resultado de outubro, o patamar da produção está 19,7% abaixo de fevereiro de 2020, que é o marco do pré-pandemia. É o segundo pior desempenho entre os 26 ramos da indústria pesquisados pelo IBGE. (Valor)

Ambiente Internacional

Consumidor dos EUA: O índice de confiança do consumidor americano caiu de 111,6 pontos em outubro para 109,5 pontos em novembro, de acordo com dados do Conference Board . O indicador, assim, atingiu o nível mais baixo em nove meses, no momento em que o consumidor dos Estados Unidos se mostra mais preocupado com o avanço da inflação. (Valor)

Economia dos EUA 1: Nos Estados Unidos, os dados de varejo de outubro surpreenderam novamente e vieram acima do esperado, crescendo 1,7%. O otimismo só não é maior porque parece haver um efeito muito pronunciado das ofertas pré-Black Friday e não foi sentido ainda o efeito da inflação mais alta. Eletrodomésticos lideraram o crescimento, com 3,8%; restaurantes permaneceram constantes e vestuário caiu 0,7%. (Mercado & Consumo)

Economia dos EUA 2: O pacote de infraestrutura de US$ 1,3 trilhão foi provado na Câmara. Apesar de ser dividido em um maior período, 10 anos, o mercado teme que ele coloque ainda mais gasolina na fogueira da inflação, que já está em 6,2%. Nesse contexto, o presidente do banco central americano (FED) Jerome Powell, foi reconduzido ao cargo com a missão de fazer essa inflação baixar em 2022. (Mercado & Consumo)

Economia dos EUA 3: O número de seguros-desemprego da última semana bateu o recorde mais baixo em 52 semanas. Os 199 mil pedidos mostram um mercado de trabalho superaquecido e que deve gerar custos ainda maiores para produção. (Mercado & Consumo)

Redução de Compra de Ativos: O presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, endureceu o tom e indicou que, em dezembro, o colegiado deve discutir uma aceleração no processo de redução das compras de ativos. O surgimento da variante ômicron do coronavírus havia feito o mercado cogitar, nos últimos dias, um tom mais cauteloso do Fed. No entanto, logo após as declarações de Powell ontem, os preços dos ativos voltaram a se ajustar. O mercado passou a antecipar, novamente, o início da alta de juros nos Estados Unidos, o que gerou queda firme das bolsas. (Valor)

Pacote de Incentivos Indianos: A Índia finaliza os detalhes de um pacote de incentivos de mais de US$ 10 bilhões para atrair fabricantes de semicondutores ao país do sul da Ásia, disseram pessoas com conhecimento do assunto. O governo oferecerá incentivos de 760 bilhões de rupias (US$ 10,2 bilhões) ao longo de seis anos para a produção nacional de semicondutores, displays, design e empacotamento com o objetivo de reduzir a dependência de importações. O gabinete do governo deve receber a proposta para aprovação em breve. (Valor)


Fontes: Notas econômicas

Jornal Valor, Globo, Folha, Estadão, Canal Meio Newsletter, Carta Capital, Poder 360, Mercado & Consumo, Metrópoles, UOL Época Negócios, The Guardian e g1.

Notas econômicas: 15 a 19 de março de 2021

atendimento a doente em upa no estado do amazonas - o quadro de crise se agrava. Foto: Cicero Pedrosa Neto /Amazonia Real
Foto: Cicero Pedrosa Neto /Amazonia Real – Fotospublicas.com

O quadro do número de contaminados e de mortos pela Covid-19 se agrava. Confira o que foi mais importante nas Notas Econômicas

Filho de porteiro também deve estudar

Ministro Paulo Guedes mostra desconhecimento -- além do preconceito -- ao criticar o Fies e políticas de investimento social
Foto: Marcos Corrêa/PR

Ministro Paulo Guedes mostra desconhecimento — além do preconceito — ao criticar o Fies e políticas de investimento social que possibilitam ao filho do porteiro ter acesso ao ensino universitário

Notas Conjunturais: 1º de dezembro de 2023

Notas conjunturais reúnem informações relevantes sobre os acontecimentos que impactam o presente e o futuro dos indivíduos e da sociedade

Notas econômicas: 16 a 20 de novembro de 2020

Computador aberto em tela de comércio eletrônico da Amazon - foto: Pixabay
As promoções de final de ano serão importantes para definir o comportamento dos consumidores nos próximos meses

Acontecimentos que marcaram o noticiário político e econômico da semana

Cenários: o que esperar do final de 2021

Vendas no dia das crianças e crise energética são variáveis determinantes para sinalização dos cenários dos próximos meses

As várias dimensões da crise brasileira

foto populaçao recorre a distribuição de alimentos em ribeirao preto - foto:Filipe Augusto Peres fotos públicas
O vírus grita que estamos vivendo numa sociedade desigual e injusta, onde sobra para poucos e falta para muitos miseráveis

A crise viral mostrou de maneira cristalina que algumas concepções de sociedade e certos conceitos que vinham sendo defendidos pelos neoliberais estão fracassados


Paulo Roberto Bretas
Economista e professor de história econômica

A crise brasileira tem várias camadas e dimensões. Ela se reflete de maneira diferente em cada grupo de cidadãos, dependendo de sua condição social, consciência da realidade vivida, convicção politica e de suas preocupações com seu dia a dia. A crise é, portanto, grave para todos e pior para os mais pobres; para os mais velhos; para os desempregados e trabalhadores informai; para os indígenas e quilombolas; para as mulheres; para os doentes crônicos; para os funcionários públicos e para os micros e pequenos empresários; para citar alguns casos específicos.

Temos uma crise que se manifesta em dois eixos fundamentais: no primeiro eixo temos uma Pandemia gerando uma crise de saúde, produzida por um vírus da família dos Corona vírus, que coloca em risco a vida das pessoas em escala acelerada e amplitude mundial. Uma rapidez de transmissão e contágio nunca vista e uma aceleração de óbitos surpreendente, exaurindo as energias de médicos, enfermeiros e demais profissionais e sistemas de saúde. A doença parece que vai se reduzir após um período de tempo, mas em seguida vem uma segunda onda, como é o caso da Europa.

O segundo eixo é o Econômico, relacionado com o primeiro eixo, decorre da paralização de atividades e da produção de choques de oferta e de demanda, acompanhada de desemprego e aumento da pobreza. A interrupção da circulação de pessoas e de mercadorias, decorrente da parada produtiva, a queda da renda e o desemprego, tudo comunga para agravar uma situação que já era difícil, especialmente no caso brasileiro. Já com a liberalização das atividades, a economia começa a reagir com força, os empregos vão voltando, mas ainda falta muito para recuperarmos os níveis e indicadores anteriores à crise em todos os setores. Na verdade a reativação da economia produz novos desafios como a aceleração da inflação devido às pressões de custo e ao aumento da demanda por bens assalariados. Inflação que se agrava com o desabastecimento e com a subida do dólar.

A crise viral mostrou de maneira cristalina que algumas concepções de sociedade e certos conceitos que vinham sendo defendidos pelos neoliberais estão fracassados. O vírus mostrou que a sociedade quando entregue à livre força do mercado, não consegue sobreviver. O mercado envolto numa crise pandêmica desta dimensão é como uma criança perdida querendo atravessar uma avenida de muito movimento. Problemas que a mão-invisível de Adam Smith não consegue resolver dentro dos limites egoístas de cada agente econômico em competição.

A crise virótica mostrou até que a natureza é capaz de melhorar suas condições de existência quando é reduzida a interferência do homem. As cidades estão menos poluídas, as águas do mar estão mais limpas, os animais voltaram a circular em ambientes antes tomados pela ação dos homens. Exceto onde as pessoas irresponsáveis tocam fogo, talvez estimulados pela negligência ambiental claramente demonstrada por algumas lideranças políticas do país. Só o Pantanal já perdeu cerca de um quarto de seu bioma.

SUS – papel estratégico

A crise demonstrou que o SUS – Sistema Único de Saúde, patrimônio estatal brasileiro, é uma conquista de todos e a única garantia de se conseguir organizar a sociedade em torno do combate à pandemia. O sistema, cuja abrangência é única no mundo, atende a todos de maneira ampla e democrática. Um sistema que se for destruído, ou minimizado, colocará em risco a vida no país. E sabemos que saúde é direito constitucional e em casos de crise profunda, não há sistema privado que seja capaz de dar conta do recado. Sem contar que sistemas privados já selecionam por si só a qualidade de seu atendimento pelo padrão de renda.

Falando ainda do Eixo da Pandemia, o vírus nos mostra como é triste a perda de entes queridos fora da hora, isso porque sem a pandemia talvez vivessem mais alguns anos. Nem sequer podemos velá-los ou enterrá-los. O fim desta história depende de vacinas que não existem e remédios para o tratamento que ainda não foram descobertos.

A pandemia mostra, também, que fomos negligentes com os investimentos públicos, a sociedade deixou-se levar pelos discursos fiscalistas que só faziam pregar cortes de gastos e ajustes nas contas públicas. Narrativas que nos amedrontam com o crescimento da relação dívida/PIB, como se fosse impossível para um país como o Brasil não arcar com a rolagem desses compromissos no futuro, mesmo com juros candentes e reservas internacionais da ordem de 340 bilhões de dólares.
Temos uma equipe econômica que reza religiosamente na cartilha do teto de gastos, dos cortes de despesas e da redução de investimentos. Tudo voltado para o “deus equilíbrio fiscal”. A Reforma da Previdência que era a mãe de todas as reformas e que abriria espaço para a solução da maioria dos problemas fiscais contribuiu muito pouco, mesmo antes da pandemia.

Enquanto o mercado aplaudia a tal política de restrição de gastos, o vírus mostrou a existência de brasileiros e de brasileiras sem acesso à água potável e encanada, sem emprego, sem futuro e com baixa renda. Mostrou os milhões de trabalhadores informais e os muitos que ainda não eram beneficiados pela assistência social do Estado. Mostrou um Brasil real, submerso, escondido atrás das estatísticas de pobreza e desigualdade.

A covid 19 mostra também as consequências da falta de esgoto e da coleta de lixo, vetores de muitas doenças que só trazem o agravamento da situação. A pandemia faz a sociedade refletir sobre a impossibilidade de seguir políticas de isolamento quando se é pobre e se tem que viver em casebres apertados, onde moram várias pessoas de todas as idades, apertadas em cubículos miseráveis. O vírus denuncia a falta de investimentos públicos para os mais vulneráveis. O vírus denuncia a falta de interferência inteligente do Estado.

O vírus grita que estamos vivendo numa sociedade desigual e injusta, onde sobra para poucos e falta para muitos miseráveis. Como não ir para as ruas enfrentando doenças e a violência cotidiana se é preciso levar algum dinheiro para casa? Pobre tem condições de fazer isolamento sem um projeto descente de renda mínima? A grande maioria da população se sente, muitas vezes, abandonada pelos políticos e autoridades.

E quanto mais se corta gastos, e quanto mais os investimentos se reduzem, mais a economia entra no buraco, mais a arrecadação de impostos cairá e mais o déficit fiscal aumentará. Os problemas aumentam, pela falta de receita e ausência de dinamismo econômico. Pela falta de incentivo aos investimentos privados, que caminham sempre juntos com os investimentos públicos. O empresário precisa ter a certeza da possibilidade de fazer o cálculo econômico e enxergar um mercado para vender e lucrar. Inicie-se um grande programa de obras públicas para ver se a economia não deslancha.

No final de março o Banco Central liberou algo em torno de 1,2 trilhão de reais para irrigar os bancos. A cifra equivale a 16,7% do Produto Interno Bruto. Enquanto o Ministério da Economia fazia cara feia e desaprovava um tímido plano de 30 bilhões de reais, articulado pela Casa Civil da Presidência, para retomada de obras paradas.

A doença neoliberal, estágio infantil da economia brasileira, vem trazendo danos, desde meados de 2014. A recessão produzida nos levou a um recuo de algo em torno de 7% do PIB, de 2015 (-3,8%) a 2016 (-3,3%); e nos fez andar de lado em 2017, 2018 e 2019, com pífios crescimentos em torno de 1,1%, em cada ano. Então não é de agora que o desemprego está elevado, cerca de 12 milhões de brasileiros estavam fora do mercado de trabalho desde 2018, em outubro já são 14 milhões e muitos mais perderão seus empregos.

A economia brasileira em crise vai envolvendo a sociedade numa falsa dicotomia entre salvar a saúde que trás a vida, ou salvar a economia que trás a possibilidade de seguir vivendo. Falso porque sem saúde não há como qualquer pessoa trabalhar.
Para evitar que o sistema de saúde entrasse em colapso pelo excesso de demanda, num mesmo momento, com muita gente doente chegando aos hospitais, ao mesmo tempo, foi preciso seguir em isolamento social. E se houver uma segunda onda de contágio da covid nos assolar, novamente será recomendado o isolamento social. Até que se demonstre que a doença esteja arrefecida, com queda na velocidade de contágio, redução dos doentes e das mortes. Saber este momento depende de muitas coisas, inclusive da testagem em massa da população e de estatísticas confiáveis.

Com isolamento social é possível impedir que os sistemas público e privado de saúde entrem em colapso, mas ao mesmo tempo trava o funcionamento pleno da economia, com a paralização da circulação das pessoas e de dinheiro. Paralisa as fábricas e mantém o comércio fechado, mantendo-se apenas as atividades essenciais. Impossibilita a prestação de serviços em condições desejáveis. Tudo passa a funcionar em módulo lento, produzindo-se uma crise econômica de choque de oferta (redução dos bens e serviços oferecidos à sociedade) e de demanda (forte redução do consumo e dos gastos das famílias). Em 2020 o PIB brasileiro será de aproximadamente 5,0% negativo.

A recomendação dos economistas no mundo inteiro é uma só salvar vidas e salvar os agentes econômicos. Como? O Estado deve interferir injetando dinheiro seja para as pessoas gastarem, seja oferecendo liquidez para que não falte crédito, seja apoiando as populações mais carentes, seja apoiando a redução de jornadas de trabalho.

Sem apoio e sem crédito, sem planos concretos de retomada da economia, as empresas seguirão tendo dificuldades de caixa, dificuldades de seguir investindo e produzindo, dificuldades de pagar seus compromissos, dificuldades de planejar seu futuro e correr riscos. Muitas encerraram suas atividades, porque há problemas na forma e na quantidade que o auxílio foi disponibilizado. Porque já vinham enfrentando problemas e tudo se tornou mais difícil, mesmo que no momento os indicadores mostrem uma retomada do crescimento.

Tendências

Mesmo que as atividades econômicas estejam se recuperando aos poucos, nada será como antes e a chamada normalidade será outra. Especialistas dizem que dos que forem demitidos voltarão apenas 80% no curto prazo. Os varejistas irão reabrir suas lojas físicas muito mais no formato de “showrooms”, porque seu forte passará a ser as vendas “on line” – a força estará no “e-commerce”. Bares e restaurantes terão seu layout adequado para menos mesas e mais distância entre os clientes.

Também as escolas de nível superior estarão se voltando para o ensino híbrido, com forte elemento on-line e alguns encontros presenciais. Os estudantes estão reaprendendo a estudar e os professores reaprendendo a lecionar.
Mesmo com a reabertura de pontos comerciais e das fábricas os problemas de abastecimento em decorrência de falhas nas cadeias produtivas nacionais e internacionais estão aparecendo. A crise nos mostrou como não temos segurança de abastecimento e como nos tornamos dependentes de matérias primas, suprimentos em geral e produtos finais importados, principalmente da China. Enquanto isto nosso parque industrial virá sucata e o Brasil se desindustrializa rapidamente. Nem mesmo máscaras e demais EPIs – equipamentos de proteção individual, conseguimos produzir em solo nacional.

Também é bom lembrar que enquanto setores como hotéis, bares e restaurantes, companhias aéreas e setores de atividades turísticas terão muitos problemas para se recuperar da crise, outros setores como supermercados, farmácias, indústria farmacêutica, indústria de produtos de limpeza, serviços de entrega e setor financeiro, seguirão muito bem. O importante é que cada um de nós saiba se reinventar e saiba ficar atento às informações verdadeiras para não sermos passados para trás. Para conseguirmos suplantar as animosidades.

O que surge é uma imensa oportunidade para pensarmos nas saídas para a crise com mais investimentos do Estado, contemplando um plano de médio e longo prazo para colocarmos a economia em crescimento sustentável. Recuperar o papel do planejamento econômico, quem sabe aprender com as economias do Leste da Ásia. Nunca uma reforma fiscal que reduza o peso dos impostos indiretos e faça simplificações foi tão importante.

Por último tenho observado as crescentes crises políticas da sociedade brasileira, que nada ajudam na recuperação da saúde, muito menos da economia. Crises produzidas entre ministros e crises que são consequência de um poder executivo, que em seu estilo de governar, produz o caos, porque cresce na desordem. Até quando?

Uma análise da recente alta dos preços no Brasil

foto interna de corredor de supermercado - Marcelo Camargo/ Agência Brasil
O mercado vai se aproveitando do ciclo de demanda aquecida para fazer reajustes de preços antes contidos

Notas econômicas: 31 de janeiro a 4 de fevereiro de 2022

NOTAS ECONÔMICAS

Coleta de informações semanais feita pelo Economista Paulo Roberto Bretas. A história da Independência.

Notas Econômicas – 8 a 12 de agosto de 2022

Confira nas Notas Econômicas os destaques das notícias publicadas durante a semana. A seleção de informações é produzida pelo economista Paulo Roberto Bretas

Cerimônia de diplomação de Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin como Presidente e Vice-Presidente da República – 12/12/2022 Foto: Alejandro Zambrana/Secom/TSE - Fotospublicas.com
Cerimônia de diplomação de Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin como Presidente e Vice-Presidente da República – 12/12/2022 Foto: Alejandro Zambrana/Secom/TSE – Fotospublicas.com
Foto: GreenMe Brasil

Maior manto de gelo do mundo está desaparecendo mais rápido do que se pensava. O alerta, emitido pela Nasa, revela que as geleiras costeiras da Antártida nos Estados Unidos estão soltando icebergs em uma velocidade maior do que a capacidade de reposição da natureza. Segundo a mídia global, a principal descoberta do estudo foi que a perda líquida de gelo da Antártida de pedaços de geleiras costeiras “desagregando” no oceano é quase tão grande quanto a quantidade líquida de gelo que cientistas já sabiam que estava sendo perdida devido ao afinamento causado pelo derretimento das plataformas de gelo de baixo pelo aquecimento dos mares. Segundo os cientistas, quando as plataformas de gelo diminuem e enfraquecem, as enormes geleiras do continente tendem a acelerar e aumentar a taxa de aumento global do nível do mar. Enquanto isso, há eleições no Brasil, com movimentos de defesa da democracia, apreensão de documentos de Trump e novos conflitos no horizonte. (Radar do Futuro)

Notas Econômicas: 10 a 14 de janeiro de 2022

Coleta de informações semanais feita pelo Economista Paulo Roberto Bretas

Notas econômicas: 21 a 26 de dezembro de 2020

A atividade econômica brasileira caminha para números fracos nos próximos trimestres por causa do recrudescimento da pandemia, do término das medidas de auxílio e das fortes incertezas que cercam o cenário fiscal

Acontecimentos que marcaram o noticiário político e econômico da semana

Notas econômicas: 8 a 12 de março de 2021

Aglomeração de pessoas em praça na capital paulista, apesar das medidas restritivas do governo - Foto Paulo Pinto / Fotos Publicas
Foto Paulo Pinto / Fotos Publicas

População mantém aglomerações, contrariando restrições determinadas pela crise da estrutura da saúde na pandemia

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