terça-feira, março 19, 2024
24.4 C
Belo Horizonte

Notas de Conjuntura: 15 de março de 2024

Nas Notas de Conjuntura, destaque para personagens...

Notas de Conjuntura: 8 de março de 2024

Nas Notas de Conjuntura, destaque para novos...

Um dia na vida de uma cidade brasileira em 2030

O que vai definir o futuro das...

Notas econômicas: 19 a 23 de julho de 2021

Confira nas Notas Econômicas, as informações que foram destaque no Brasil e no mundo entre os dias 19 e 23 de julho

As Olímpiadas do Japão começaram como um evento que, para os brasileiros, tira um pouco do foco sobre as desventuras do País. Por aqui, seguem as denúncias de corrupção envolvendo o governo, as mortes por Covid-19 em queda lenta, porém ainda alta e problemas sociais graves. Em Tóquio, um público de cerca de mil pessoas, formado apenas por autoridades, profissionais ligados ao evento e os próprios atletas, fez o espetáculo. Sem o mesmo espetáculo que marcou edições anteriores. Mesmo discreto, contou com as tradições habituais, como o desfile dos atletas, o juramento olímpico e o acendimento da pira, adaptados à realidade dos Jogos da Covid.

A participação brasileira no desfile também foi “minimalista”. Ao contrário de outras delegações, que apareceram numerosas, o Comitê Olímpico Brasileiro optou por levar apenas quatro integrantes.

notas econômicas
Foto: Breno Barros/rededoesporte.gov.br
Foto: Breno Barros/rededoesporte.gov.br

Coleta de informações semanais feita pelo Economista Paulo Roberto Bretas

Economia e Finanças

Reservas em Ouro 1: Depois de quase nove anos sem mexer nas reservas de ouro – a última compra foi em novembro de 2012 – o Banco Central do Brasil voltou a adquirir estoques do metal precioso. Foram compradas 11,9 toneladas em maio e 41,8 toneladas em junho. O estoque de reservas de ouro do BC chegou a 121,12 toneladas (ou 3,894 milhões de onças-troy), equivalente a US$ 6,873 bilhões. Segundo o World Gold Council, entidade internacional que reúne dados sobre o setor, o BC brasileiro tinha a 42ª maior reserva de ouro do mundo em maio. Considerando as compras feitas em junho e simulando que as reservas dos outros países não se alteraram, o Brasil subiria dez posições no ranking, para o 32º lugar. A participação do metal nas reservas internacionais variou pouco ao longo dos anos, passando de 0,50% em 2011 para 1,19% em 2020. (Valor)

Reservas em Ouro 2: Com suas 121 toneladas de ouro, o Brasil está muito longe dos maiores detentores do metal no mundo. Os EUA lideram a lista com 8.133 toneladas. Em seguida vêm Alemanha (3.359 toneladas), Fundo Monetário Internacional (2.184 toneladas), Itália (2.451 toneladas) e França (2.436 toneladas). (Valor)

Recuperação do Setor Serviços: Segundo os dados divulgados semana passada pelo IBGE , o crescimento no volume de receitas fez o setor de serviços alcançar o mesmo nível de fevereiro do ano passado. E um dos destaques foram os serviços prestados às famílias, os quais necessariamente envolvem deslocamento e aglomeração de pessoas. O avanço de +17,9% está relacionado à flexibilização do isolamento social que, com a redução nos indicadores de incidência e mortalidade por covid-19, tem estimulado à demanda por serviços pela população, como por exemplo os serviços de alojamento e alimentação. Do grande setor de serviços, o turismo é o único que ainda acumula perdas, e está com nível de atividade 34,7% abaixo de antes da pandemia, especialmente pela dificuldade de retomada das vendas no segmento de serviços hoteleiros. (Poder 360)

Relatório Focus 1: A mediana das projeções dos economistas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2021 subiu de 6,11% para 6,31%, segundo o Relatório Focus – divulgado dia 19-07-2021, com estimativas coletadas até o fim da semana passada. Para 2022, a mediana manteve-se em 3,75%. A meta de inflação a ser perseguida pelo BC é de 3,75% em 2021 e 3,50% em 2022, sempre com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. (Valor)

Relatório Focus 2: Para o crescimento da economia brasileira em 2021, a mediana das projeções do mercado ficou quase estável em relação à semana anterior, com leve alta de 5,26% para 5,27%. Para a taxa básica de juros (Selic), o ponto-médio das expectativas subiu de 6,63% para 6,75% no fim de 2021 e manteve-se em 7% para em 2022. A taxa estava em 4,25%, em 19-07-2021. (Valor)

Relatório Focus 3: A mediana das estimativas para o dólar no fim deste ano fica mantida em R$ 5,05, segundo o Relatório Focus. Para 2022, o ponto-médio das projeções também se mantém em R$ 5,20. (Valor)

Reforma Tributária e Previdência Complementar: Potenciais mudanças na reforma tributária podem ter um impacto de pelo menos R$ 11 bilhões na rentabilidade dos fundos de pensão, segundo cálculos da Abrapp, associação que representa o setor. Os números consideram a rentabilidade de 11,3% das entidades de previdência complementar fechada no ano passado. Uma eventual incidência de imposto resultaria em uma redução de 1,18% nesse ganho, o que equivale a mais de R$ 11 bilhões nominais nas contas da associação. Os números ainda são preliminares e podem não captar todos os dados do setor. (Valor)

Perda do Bônus Demográfico 1: Em 2021, comparando previsões do IBGE com dados do Portal da Transparência, o crescimento populacional brasileiro poderá ser frustrado em 1 milhão de pessoas. Antes da pandemia, o IBGE calculava um aumento de 1,6 milhão de pessoas na população brasileira, mas se o ritmo registrado no primeiro semestre se estender até o fim do ano, a população brasileira poderá crescer apenas em 600 mil. (Valor)

Perda do Bônus Demográfico 2: A pandemia acelerou o cronômetro para o Brasil aproveitar o finalzinho do seu bônus demográfico. Doutor em demografia (UFMG) e pesquisador aposentado do IBGE, José Eustáquio Diniz Alves estima que o país tem agora cerca 14 anos – cinco anos a menos do que o era previsto antes da pandemia – para elevar sua taxa de ocupação de 40% para, no mínimo, 50%. Se falhar, terá oficialmente perdido o timing para mudar sua economia de patamar. (Valor)

Perda do Bônus Demográfico 3: O início do bônus demográfico brasileiro começou na década de 70, quando a população em idade ativa (PIA) passou a crescer, em termos proporcionais, mais do que população total. O processo acabou por volta de 2019, com a PIA perdendo velocidade em relação ao crescimento vegetativo, o que para uma linha de pesquisadores marcou o fim do bônus. (Valor)

Perda do Bônus Demográfico 4: O demógrafo José Eustáquio Alves entende que o bônus demográfico ainda poderia ser aproveitado no Brasil – “com esforço” – enquanto a PIA cresce em termos absolutos, o que daria ao país um prazo até pelo menos 2040. (Valor)

Estimativa de Crescimento do PIB: A indústria não deve ser mais o motor do crescimento, mas outros setores vão preencher esse espaço, na avaliação do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre). Devido à melhora da pandemia no país, que traz uma visão mais positiva sobre os serviços, a equipe de conjuntura do FGV Ibre elevou a estimativa para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) em 2021, de 4,8% a 5,2%. (Valor)

Recuperação dos Serviços: Nos cálculos do FGV Ibre, o PIB dos serviços subiu 0,9% nos três meses terminados em junho, e vai terminar 2021 com avanço de 5%, após ter caído 4,5% no ano passado. (Valor)

Finanças Públicas

Resultado das Estatais 1: As 46 empresas estatais controladas diretamente pela União tiveram resultado líquido positivo de R$ 60,6 bilhões no ano passado, de acordo com a segunda edição do Relatório Agregado das Empresas Estatais Federais (Raeef), divulgada pelo Ministério da Economia. O faturamento total das companhias foi de R$ 737,4 bilhões, com o patrimônio líquido ajustado alcançando R$ 768,8 bilhões. (Valor)

Resultado das Estatais 2: Em 2020, a União fez aporte de R$ 19,4 bilhões em companhias controladas por ela. Em troca, recebeu R$ 5,4 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio (JCP). (Valor)

Resultado das Estatais 3: A participação das 46 estatais no Produto Interno Bruto (PIB), por sua vez, ficou em 5,3%, enquanto os investimentos totais dessas companhias alcançaram R$ 83,8 bilhões. Os ativos totais das empresas estatais somaram R$ 5,3 trilhões. (Valor)

Arrecadação de Impostos: A arrecadação federal de impostos registrou uma alta real de 46,77% em junho na comparação com o mesmo mês do ano passado e chegou a R$ 137,169 bilhões. Com o desempenho do mês, o recolhimento no semestre atingiu a marca de R$ 881,996 bilhões, uma elevação real de 24,49% ante o mesmo período de 2020. Os números foram divulgados pela Receita Federal. (Valor)

Desonerações Tributárias: O governo deixou de arrecadar R$ 46,956 bilhões nos primeiros seis meses do ano devido a desonerações tributárias. Em 2020, abriu mão de R$ 45,607 bilhões no mesmo período. Apenas em junho, as desonerações somaram R$ 7,083 bilhões. No ano, somente com Simples e MEI (Microempreendedor Individual) o governo deixou de receber R$ 7,955 bilhões em tributos. Além disso, o corte do PIS/Cofins sobre o diesel contribuiu para uma redução de R$ 3,678 bilhões na arrecadação. (Valor)

Plataformas Evitando Aglomerações: À medida que os serviços vão reabrindo, evitar aglomerações se torna ainda mais importante em meio à pandemia. E plataformas podem ajudar. O Google Maps vai ganhar novas funções que informam se metrôs ou ônibus têm muitos lugares vagos ou se já estão lotados, por exemplo. Estarão disponíveis em mais de 100 países, mas o Google não detalhou quais serão, e nem se o Brasil está na lista. (Meio)

Licitações por Minipregões 1: Quase 2/3 das compras do governo federal são realizadas sem licitação, mas a dispensa vai mudar a partir de 09 de agosto. A modalidade que buscava reduzir a burocracia estatal vai se transformar em um “minipregão” para ter mais concorrência. (Poder 360)

Licitações por Minipregões: Atualmente, o gestor público só precisa escolher 3 propostas para definir o preço da compra que será realizada por dispensa de licitação. Depois disso, basta contratar a mais vantajosa. A partir de 09 de agosto, será preciso publicar o processo no Comprasnet, o sistema de compras governamental. Isso permitirá que fornecedores de todo o país façam ofertas ao longo de 3 dias. Depois disso, os fornecedores ainda terão até 10 horas para fazer lances e melhorar seus preços. No final, o sistema define a melhor proposta. (Poder 360)

Inflação

Retomada com Impactos Inflacionários: Parte do consumo de produtos e serviços no país ainda está represada e, com o retorno aos compromissos presenciais e mais pessoas circulando nas ruas, a atividade no setor terciário tende a acelerar. A conversão da poupança precaucional e da circunstancial acumuladas ao longo de 2020 em consumo de produtos e serviços vai ajudar a sustentar a retomada, mas não sem impacto nos preços. (Poder 360)

Dissipação do Choque de Custos: O choque de custos no atacado que vem pressionando a inflação ao consumidor desde meados do ano passado deu sinais mais fortes de dissipação no começo de julho, quando o Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) desacelerou a 0,18%, menor taxa em 14 meses. A principal influência de baixa ante junho, quando o índice subiu 2,32%, partiu dos preços agropecuários: eles recuaram 2,6%, vindo de aumento de 0,92%. Na média, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) deixou alta de 2,64% e caiu 0,07%.A recente valorização do real ajudou a reduzir preços de commodities no mercado interno, o que derrubou a inflação no atacado. (Valor)

Perigos da Recomposição de Preços: A recomposição de preços de serviços e reajustes maiores de tarifas administradas seriam os fatores mais importantes para determinar a trajetória do IPCA daqui em diante, e eles seguem apontando inflação acima de 6% no ano. O teto da meta para 2021 é 5,25%. (Valor)

IPCA-15 em Alta 1: O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) registrou alta de 0,72% em julho, após subir 0,83% em junho, informou o IBGE. O resultado é o maior para o mês desde 2004. O preço da energia elétrica, que subiu 4,79%, foi uma das maiores fontes de pressão no IPCA-15. Esse aumento reflete o reajuste de 52% na bandeira tarifária vermelha patamar 2. Pelo indicador acumulado em 12 meses, o IPCA-15 acelerou para 8,59% em julho, acima dos 8,13% até junho deste ano. (Valor)

IPCA-15 em Alta 2: Em Belo Horizonte e região, segunda área mais influente, o IPCA-15 avançou 0,56% em julho, também desacelerando na comparação com junho (0,74%). Em 12 meses até julho, a capital mineira e seu entorno viram os preços subirem 9,26% e, no ano, 5,03%. (Valor)

Meio Ambiente, Sustentabilidade e Energia

Destruição Acelerada da Amazônia: Entre agosto de 2020 e junho de 2021, a Amazônia legal sofreu um desmatamento de 8.318 km2, segundo o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). Não apenas é 51% maior do que o do mesmo período anterior, como é o mais alto registrado em dez anos. Considerando apenas o acumulado no primeiro semestre deste ano, 4.014 km², é maior do que todo o desmatamento no mesmo período ao longo da última década. (G1) (Meio)

Um Governo de Genocidas: “Vocês têm de cuidar dos índios isolados, porque senão eu vou, junto com os marubos, meter fogo nos isolados.” A frase é do general Custer ou de algum madeireiro/grileiro/garimpeiro? Não. É do coordenador da Funai no Vale do Javari (AM), o tenente da reserva do Exército Henry Charlles Lima da Silva, e está registrada em áudio. Marubos são um povo da região que estaria sendo ameaçado por índios isolados que mudaram de território. Na gravação, Silva estimula os marubos a se defenderem com violência. “Não estou aqui pra desarmar ninguém, também não estou aqui pra ser falso e levantar bandeira de paz”, diz. (Folha) (Meio)

Ambiente Social, Emprego e Renda

Laurentino Gomes (Escritor e Jornalista): O racismo produziu um sistema de castas na sociedade brasileira. Basta observar quem mora nas periferias insalubres, perigosas, dominadas pelo crime organizado, pelo tráfico de drogas, sem qualquer assistência do Estado brasileiro. Na maioria, são pessoas afrodescendentes. Enquanto isso, os chamados “bairros nobres”, com boa qualidade de vida, segurança, serviços públicos e educação de qualidade, são habitados por pessoas descendentes de colonizadores europeus brancos. Estatisticamente, a pobreza no Brasil é sinônimo de negritude. No meu entender, só a persistência de uma ideologia racista, que recusa oportunidades a todos os brasileiros, independentemente da cor da pele, explica essas diferenças. (Carta Capital)

Vacina: Mais do que nunca é importante tomar a segunda dose da vacina contra Covid-19. Um estudo realizado em São Paulo com 61 mil pessoas acima de 60 anos constatou que, com duas aplicações, AstraZeneca teve efetividade de 93,6% na prevenção de mortes. A efetividade é o quanto a vacina funciona no mundo real, analisando-se a população mais ampla. Com apenas uma dose, a efetividade da AstraZeneca contra mortes é de 61,8%. Não vale a pena arriscar. Vacine-se. (Folha) (Meio)

Ritmo da vacinação: Caso mantenha a média atual de um milhão de pessoas imunizadas por dia, o Brasil tem condições de fechar dezembro com duas doses aplicadas em 70% da população, marca ideal, segundo especialistas, para que a vacina controle a transmissão do vírus. Porém, há dois problemas no caminho: a inconstância no fornecimento de imunizantes e a baixa adesão à segunda dose. (Estadão) (Meio)

FIES: O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) prorrogou até 30 de setembro o prazo para a renovação semestral dos contratos assinados com o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). A medida foi publicada na edição desta terça-feira do Diário Oficial da União e vale para contratos simplificados e não simplificados do primeiro semestre de 2021. (Valor)

Violência contra a Mulher: Vítimas de agressões físicas, verbais e psicológicas em casa, mulheres evangélicas são compelidas a silenciar diante dos abusos, como constatou a cantora gospel Quesia Freitas ao narrar a própria história nas redes socias e a colher relatos de outras mulheres cristãs. Interpretações machistas da Bíblia, a cultura de que os problemas domésticos devem ficar restritos ao lar e outros fatores culturais e religiosos explicam o silêncio. (Folha) (Meio)

Índice de Saúde Financeira: Em uma escala de 0 a 100 pontos, a saúde financeira média da população brasileira está em 57 pontos, segundo o Índice de Saúde Financeira do Brasileiro (I-SFB), lançado dia 19-07-2021 pelo Banco Central (BC) e pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Quanto mais alto o indicador, melhor é considerada a saúde financeira. O cidadão pode calcular o seu próprio I-SFB, de maneira gratuita, no site da Febraban. (Valor)

Órfãos do Coronavírus: E a tragédia na esteira da Covid-19 não para de se desdobrar. Segundo estudo publicado na revista científica The Lancet, 1,5 milhão de crianças em todo o mundo perderam ao menos um responsável, fosse pai, mãe, avós ou outros. No Brasil, o número estimado de órfãos do coronavírus passa de 130 mil. (Globo) (Meio)

Bilionário Explorador: O passeio bilionário ao espaço de Bezos reacendeu as críticas ao tratamento não raro desumano a que suas empresas submetem os funcionários. A Amazon desconta dos salários a meia hora de almoço e qualquer outro intervalo, com registro de trabalhadores urinando em garrafas por não serem autorizados a parar para ir ao banheiro. (Estadão) (Meio)

Negacionistas da Cultura em Ação: Ainda vivendo as agruras provocadas pela pandemia, com fechamento de cinemas e salas de espetáculos, o setor de cultura precisa enfrentar uma guerra ideológica por recursos. De um lado, o secretário especial de Cultura, Mário Frias, e seu braço direito, o ex-PM André Porciúncula, patrocinam a redução no número de projetos beneficiados pela Lei Rouanet e combatem a Lei Paulo Gustavo, que prevê repasse de R$ 4,2 bilhões de recursos já aprovados para estado e municípios investirem em Cultura. De outro, profissionais da cultura lembram que esses recursos já existem e que o objetivo da lei é destravá-los. (Globo) (Meio)

Governo e Ambiente Político

Igor Gielow: “O episódio é apenas o primeiro tiro no conflito que se seguirá, com o centrão buscando desalojar os militares da miríade de cargos que amealharam no governo federal. Para um governo altamente militarizado, a impressão que fica é que, neste primeiro assalto, os fardados tomaram uma surra do antigo inimigo.” (Folha) (Meio)

Pesquisa PoderData: A nova pesquisa do PoderData sobre aprovação de Bolsonaro e de seu governo é um copo meio cheio ou meio vazio. A rejeição a ambos ainda é recorde, mas parou de crescer. O presidente é ruim ou péssimo para 56% (alta de um ponto, dentro da margem de erro de dois pontos), contra 26% com bom ou ótimo e 15% com regular. A rejeição ao governo também cresceu um ponto, com 62% desaprovando a gestão e 32% aprovando. (Poder360) (Meio)

Cedo para Falar de Tendências: Os 15 dias que separam este levantamento do anterior foram de menor tensão política. O Congresso entrou em recesso, o que interrompeu as atividades da CPI da Covid, fonte de cobertura midiática negativa para Bolsonaro. O presidente acenou aos outros Poderes, ganhou ampla exposição no noticiário ao ser internado para uma cirurgia –que acabou descartada– e, no início desta semana, deu 3 entrevistas em 2 dias. É cedo para afirmar se o quadro estável indica uma tendência que vá manter-se nas próximas pesquisas. (Poder360)

Destaques Demográficos: Os que têm de 25 a 44 anos (61% desse grupo), os moradores da região Nordeste (62%), os que cursaram ensino superior (66%) e os desempregados ou sem renda fixa (61%) são os estratos que mais rejeitam (“ruim”+”péssimo”) o desempenho de Bolsonaro. (Poder360)

Emendas Parlamentares e o Poder de Lira: A aprovação da LDO aumentou ainda mais o poder do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Como conta Malu Gaspar, ele controla o destino de R$ 11 bilhões para emendas parlamentares do dito “orçamento secreto”. Lira teria criado um sistema de castas dentro das quais cada parlamentar teria direito ao seu quinhão. (Globo) (Meio)

Centrão Mais Poderoso: A escolha do senador Ciro Nogueira (PI), presidente do Progressistas (PP) e líder do Centrão, para a assumir a Casa Civil no lugar do general da reserva Luiz Eduardo Ramos evidencia que a crise política é grave e preocupa o presidente Jair Bolsonaro ao ponto de ele finalmente dispensar intermediários na interlocução com o bloco de aliados que lhe dá sustentação no Congresso. Ciro Nogueira no ministério mais importante do Palácio do Planalto significa, na prática, o Centrão no comando do governo. (Valor)

Pelas Costas: Toda essa articulação aconteceu pelas costas do general Ramos, que só foi comunicado um dia depois da decisão tomada por Bolsonaro de sua demissão na Casa Civil. ‘Eu não sabia. Fui atropelado por um trem’, admitiu o general da reserva. (Estadão) (Meio)

Guedes Já Sabia: Paulo Guedes participou das negociações que, na prática, tiraram-lhe poder sobre a política de emprego. Na avaliação do ministro da Economia, a minirreforma ministerial melhora a relação com o Congresso e pode destravar itens importantes da agenda econômica. (Globo) (Meio)

Reforma Ministerial: O Ministério da Economia deve ser desmembrado e perder a área de Previdência e Trabalho. Ela seria convertida num ministério e entregue ao atual ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, deslocado para ceder espaço no Planalto ao Centrão. (Valor)

Thomas Traumann: “Com a nomeação (de Ciro Nohgueira), Bolsonaro entregou a política aos profissionais, rebaixou o Exército e trincou mais um pouco o prestígio do ministro Paulo Guedes. Bolsonaro está dividindo o poder agora para enterrar a CPI da Covid e os pedidos de impeachment, aprovar seus indicados para o Supremo Tribunal Federal e Procuradoria-Geral da República e montar uma aliança sólida para 2022.” (Veja) (Meio)

Militares do Poder: Provas reunidas pelo Ministério Público Federal (MPF) mostram que o Ministério da Defesa agiu para que todos os militares da ativa das três Forças em Brasília fossem vacinados como grupo prioritário. A iniciativa, segundo o MPF, contraria notas técnicas do Ministério da Saúde que ordenaram uma fila de vacinação diante da insuficiência de imunizantes contra a covid-19. 100% dos efetivos de Exército, Aeronáutica e Marinha no Distrito Federal – 29.671 homens e mulheres – foram incluídos como prioridade na fila de vacinação, com aval do Ministério da Saúde. (Valor)

Governo e Evangélicos da Universal: O governo de Angola rechaçou o lobby tentado pelo vice-presidente Hamilton Mourão em favor da Igreja Universal do Reino de Deus, que enfrenta uma rebelião de pastores locais e acusações de lavagem de dinheiro e fraude fiscal. Mourão queria que o presidente João Manoel Lourenço recebesse uma delegação de parlamentares brasileiros ligados à igreja de Edir Macedo, o que não foi aceito. A bancada evangélica cobra do governo Bolsonaro apoio à Universal na situação em Angola. Tentar apaziguar a Universal faz parte da tentativa, por Bolsonaro, de apaziguar o centrão. (Folha) (Meio)

Sociedade da Violência: Assim como a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, Guilherme Boulos (PSOL) e Manuela D’Ávila (PCdoB) tiveram seus registros no SUS adulterados por um ataque hacker e constavam como mortos no sistema. O crime teria acontecido em 2019, mas as vítimas só descobriram ao tomarem a vacina contra Covid-19. Gleisi já conseguiu recuperar seu cadastro. (Poder360) (Meio)

Nota de Protesto: A ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República) divulgou nota, dia 20-07-2021, criticando a decisão do presidente Jair Bolsonaro de reconduzir Augusto Aras, atual procurador-geral da República, para mandato de 2 anos. A associação é responsável por organizar a lista tríplice para a PGR. A tradição de nomear um dos mais votados na seleção da ANPR é seguida desde 2003, com o primeiro governo do PT, mas foi quebrada por Bolsonaro com as indicações de Aras, que não integrou as listas de 2019 e 2021. (Poder 360)

Alinhados com as Reformas: O alinhamento do comando das duas Casas do Congresso com o governo fez 43% dos projetos econômicos prioritários serem aprovados até o recesso. Foram 10 os textos que chegaram à sanção (de um total de 23). Na lista consta o projeto que abre caminho para a capitalização da Eletrobras, a autonomia do Banco Central e a PEC Emergencial, que criou ferramentas para a gestão de recursos públicos e a volta do auxílio emergencial. Também foram liquidados vetos do marco regulatório do saneamento e da lei de falências logo no início das novas gestões das Casas, nos primeiros meses deste ano. (Poder 360)

Ambiente tecnológico

Empresa Inovadora: Se tornar uma empresa inovadora não vem apenas da criação de um único produto ou serviço inovador, mas é uma tarefa contínua que precisa estar integrada à cultura da empresa. Times de alta performance e criatividade são as chaves para esse processo, fundamental para a competitividade e transformação digital. Pesquisa da Harvard Business Review apontou que as empresas de alta performance são aqueles que conseguem fechar a lacuna entre estratégia e desempenho por meio de um melhor planejamento e execução. Há vários detalhes no desenvolvimento de uma cultura de alta performance e criatividade. (Meio)

Reconhecimento Facial: O uso de câmeras de reconhecimento facial em lojas se acelerou durante a pandemia. Apple e Macy’s são só algumas que já adotam a tecnologia. O principal motivo está em aumentar a segurança e evitar roubos ou fraudes. Mas também há usos para aprimorar a jornada do consumidor, como rastrear o tráfego de clientes para personalizar o atendimento e oferecer pagamentos sem contato. Apesar das vantagens, o uso da tecnologia tem também gerado críticas de especialistas, já que pode invadir a privacidade dos usuários e ainda há diversos estudos de que são muito menos precisas na identificação correta de rostos femininos e não brancos. (Meio)

Ciberataques Chineses: Os EUA acusaram a China de estar por trás de uma campanha global de ciberataques e espionagem digital. Em um anúncio coordenado, a Casa Branca, junto de aliados de países da Europa e da Ásia, disse que hackers são contratados pelos chineses para roubar segredos industriais, em áreas como aviação, defesa, educação, governo e biomedicina. A China teria sido culpada por inúmeros ataques, incluindo a invasão a Microsoft, que em março de 2020 teve contas de e-mail corporativas e de estudantes hackeadas. (Meio)

Quanto Custa a Passagem 1: Um lugar ao lado do bilionário Jeff Bezos, fundador da Amazon, na aeronave New Shepard, que foi ao espaço dia 19-07-2021, foi leiloado por US$ 28 milhões. A quantia foi doada à fundação “Clube para o Futuro”, criada pela Blue Origin para incentivar o ensino de ciência, tecnologia e matemática. Após a viagem de 15 minutos, Branson informou que a Virgin Galactic começaria a vender ingressos com valores entre US$ 200 mil e US$ 250 mil a interessados na experiência espacial. Segundo a empresa, a lista tem mais de 600 ingressos vendidos e as viagens começarão no ano que vem. (Valor)

Quanto Custa a Passagem 2: Um lugar na aeronave Crew Dragon, da SpaceX, que parte para a estação espacial internacional da Nasa, em 31 de outubro, saiu bem mais caro do que o dos outros dois concorrentes. Cada um dos quatro passageiros pagou US$ 55 milhões pela viagem. Segundo a NASA, a estadia na ISS custa US$ 6,8 milhões por dia para cada astronauta. (Valor)

Uso de Bots: Um ‘bot’ – abreviatura de robô – é um programa de software que executa tarefas automatizadas, repetitivas e pré-definidas. Os bots normalmente imitam ou substituem o comportamento do usuário humano. O uso de bots está se acelerando dentro dos negócios. O Gartner projeta que os gastos das empresas com automação de processos robóticos crescerão quase US$ 1,5 bilhão em 2021. Para especialistas, a adoção de bots ajudam as empresas a repensarem suas linhas de negócio e redirecionar sua força de trabalho para tarefas mais analíticas, enquanto os robôs se ocupam das mais repetitivas e técnicas. A mudança pode trazer maior produtividade e redução de custos. (Axios) (Meio)

Mais Além do Trem Bala: A China desenvolveu o veículo terrestre mais veloz do mundo: usando força eletromagnética, o trem maglev “levita” acima dos trilhos e chega a 600 km/h. Com essa velocidade, é possível ir em apenas 2,5 horas de Pequim a Xangai, uma viagem de mais de mil quilômetros. Em comparação, o trajeto levaria três horas de avião e 3,5 horas em trem de alta velocidade. (Folha) (Meio)

Gastos nas Nuvens: Mais de 60% das empresas citam a economia de custos como o principal motivo para migrar sua gestão para a nuvem. No entanto, com cada vez mais plataformas, times remotos e novas tecnologias, esses gastos têm aumentado: em média, representam metade do custo total da receita de empresas de software. Algumas medidas, como adotar ferramentas de rastreamento dos gastos com nuvem para ajudar as equipes financeiras, podem auxiliar as empresas a gerenciarem os custos com cloud num patamar saudável e calcular o seu impacto no orçamento. (Meio)

Mudanças que Vieram para Ficar: O trabalho remoto e a crise forçaram as empresas a adaptarem suas gestões financeiras para manterem suas operações em dia. Para muitas, isso significou o início ou intensificação de sua transformação digital. Mas, agora, em que a pandemia começa a dar sinais de desaceleração, pode ser difícil saber quais mudanças devem ser mantidas ou aprimoradas num cenário ainda mais tecnológico. (Meio)

Desbancando a Apple: A Xiaomi desbancou a Apple. A chinesa se tornou a segunda maior fabricante de smartphones do mundo. Encerrou o segundo trimestre com participação de mercado de 17%, enquanto sua rival ficou com 14% — a Samsung continua na liderança com fatia de 19%. O menor preço da Xiaomi em comparação com as concorrentes e as sanções impostas pelos EUA à também chinesa Huawei explicam o seu salto de 83% nas entregas para outros países entre abril e junho. (Meio)

Mix pelo WhatsApp: O Pix poderá ser feito pelo WhatsApp. Essa possibilidade foi aberta pelo Banco Central, que fez mudanças na regulamentação, liberando marketplaces e carteiras digitais para iniciarem a transação do Pix. Isso significa que se o WhatsApp decidir aderir ao Pix, poderá ser feito o pagamento instantâneo dentro do app, sem precisar abrir o aplicativo do banco. O mesmo poderia ser feito com compras pela internet. Essa funcionalidade deve começar dia 30 de agosto. (Globo) (Meio)

Ambiente Empresarial

Reforma Tributária 1: O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, defendeu uma reforma tributária ampla, que envolva os impostos federais, estaduais e municipais. A fala ocorreu no evento “Reformas em debate: Os impactos econômicos da Reforma Tributária”, ao lado do ministro da Economia, Paulo Guedes, que criticou essa reforma ampla e tem preferido mudanças só nos impostos federais. (Valor)

Reforma Tributária 2: Andrad e disse ainda que a reforma precisa desonerar as empresas no comércio internacional e que a indústria brasileira tem dificuldade de competir com outras por causa da alta carga de impostos e complexidade do sistema brasileiro. “As empresas brasileiras tem 1.500 horas de trabalho/ano só para pagar os impostos, enquanto na OCDE está em torno de 300 horas/ano.” (Valor)

Sondagem Industrial: A Confederação Nacional da Indústria (CNI) alertou que o setor ainda sentia os efeitos da pandemia de covid-19 no segundo trimestre de 2021, com a falta e alto custo das matérias-primas. Por outro lado, o emprego completou um ano sem queda no setor, que elevou a utilização da capacidade instalada e a intenção de investimento. As informações constam da pesquisa “Sondagem Industrial”. (Valor)

Vendas On Line Ganham Força 1: As vendas feitas pela internet da maioria do varejo brasileiro já representam, em média, um quinto do total das transações do setor após quase um ano e meio de pandemia. É o que indica estudo da Fundação Getulio Vargas (FGV) sobre o tema. (Valor)

Vendas On Line Ganham Força 2: Na pesquisa, o percentual médio de vendas on-line, no total das transações de empresas do varejo ampliado ficou, em média, em 21,2% em junho de 2021 – sendo que esse percentual era de 9,2% antes da pandemia, de acordo com pesquisas anteriores da fundação sobre o mesmo tema. (Valor)

Ambiente Internacional

Telefones de Jornalistas Grampeados 1: Mais de 50 mil pessoas, entre ativistas de ONGS, políticos, jornalistas e advogados podem ter sido alvo de espionagem por governos de 45 países graças ao software Pegasus, desenvolvido pela empresa israelense NSO, segundo denúncia da Anistia Internacional. O software é tecnicamente legal, porém abertamente polêmico. O malware infecta o celular das vítimas, retira todo o seu conteúdo — trocas de mensagens, emails, dados de buscas na web e o que mais for — e depois se instala como um espião, monitorando onde o aparelho está a cada momento. (Guardian) (Meio)

Telefones de Jornalistas Grampeados 2: A companhia alega que só licencia o programa para a investigação de crimes e terrorismo, mas um consórcio de imprensa liderado pelo jornal inglês The Guardian confirmou que aparelhos cujos números constam da lista e não pertencem a pessoas com antecedentes criminais foram infectados. O México, onde o uso indevido do Pegasus já havia sido denunciado, lidera com 15 mil números, seguido por Marrocos e Emirados Árabes Unidos, com dez mil cada. Também está na lista a Hungria de Viktor Orbán, líder que faz parte do movimento da direita autoritária que ameaça democracias pelo mundo. (Guardian) (Meio)

Licitação para Aquisição do Sistema Pegasus: O governo brasileiro abriu uma licitação este ano para licenciar o Pegasus. Segundo fontes do Planalto, o filho Zero Dois do presidente, o vereador carioca Carlos Bolsonaro (Republicanos), estaria agindo nos bastidores para que a compra ficasse a cargo do Ministério da Justiça e da Polícia Federal, provocando reações no Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e na Abin. (IstoÉ) (Meio)

Atividade Econômica nos EUA: A atividade econômica nos EUA desacelerou pelo segundo mês seguido em julho, mas continua crescendo robustamente, segundo dados preliminares da IHS Markit. O PMI composto elaborado pela empresa, formado a partir da atividade na indústria e nos serviços, caiu para 59,7 em julho, de 63,7 em junho. O resultado foi puxado pela desaceleração do setor de serviços, que vinha de níveis recordes e caiu para 59,8 em julho, de 64,6 em junho. (Valor)

Fontes: Jornal Valor, Valor Investe, Terra, Folha, Estadão, IstoÉ, Axios, Canal Meio Newsletter, UOL, Carta Capital, CNN Brasil, Poder 360, Olhar Digital, Business Insider, Guardian e G1

Edições anteriores

Notas de Conjuntura: 15 de março de 2024

Nas Notas de Conjuntura, destaque para personagens que repudiam...

Notas de Conjuntura: 8 de março de 2024

Nas Notas de Conjuntura, destaque para novos desafios para...

Notas de Conjuntura: 1º de março de 2024

Nas Notas de Conjuntura, destaque para a integração crescente...

Notas de Conjuntura: 23 de fevereiro de 2024

Nas Notas de Conjuntura, destaque para a reação de...

Notas de Conjuntura: 16 de fevereiro de 2024

Passado o Carnaval, as Notas de Conjuntura destacam o...