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O futuro do economista: a profissão no final da década
A pergunta é da mãe da Aline, que deseja saber tendências da profissão: o futuro do economista é favorável?
Futuro da enfermagem: a profissão após a pandemia de Covid-19
Os profissionais de enfermagem ganharam visibilidade na pandemia. O futuro da profissão, porém, depende de reconhecimento e melhores condições de trabalho.
A pandemia no novo coronavírus conferiu aos profissionais de enfermagem que atuam na linha de frente do enfrentamento à Covid-19 o status de super-heróis. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) confirmam que a demanda por esses trabalhadores está em ascenção. A entidade estima que, até 2030, o planeta precisa de mais nove milhões enfermeiros e parteiras para atender todo o sistema de saúde.
Apesar de sua importância, há muitas resistências à valorização dos enfermeiros. No Brasil, em especial, iniciativas como a criação de um salário mínimo dos trabalhadores e trabalhadoras esbarra na resistência dos hospitais e de parte da categoria dos médicos, além da ausência de políticas públicas. Mesmo antes do início da pandemia, já havia um movimento em favor do reconhecimento da profissão, de busca de investimentos para o setor e de melhores condições de trabalho. Prova disso é que, em 2019, a Assembléia Mundial da Saúde escolheu 2020 como o ano dos profissionais de enfermagem e obstetrícia.
A visibilidade durante a pandemia também colocou em destaque os problemas enfrentados hoje pela categoria no Brasil, como a falta de reconhecimento da profissão, os baixos salários e a carga horária elevada. Esse debate, entretanto, é fundamental para o sucesso dos enfermeiros do futuro.
Contexto
No Brasil, mais de mil escolas oferecem graduação em enfermagem. A região Sudeste concentra 45% dos profissionais da área, oferecendo um número maior de instituições de ensino, salários maiores e melhores condições, o oposto da região Norte, como ficou evidenciado durante a pandemia de Covid-19.
Os dados são do estudo Fotografia da Enfermagem no Brasil, que integra o relatório Estado da Enfermagem no Mundo, da OMS. O levantamento foi feito pela Organização Panamericana de Saúde (OPAS) e contou com a participação do Centro Colaborador da OPAS/OMS para o Desenvolvimento da Pesquisa em Enfermagem, com sede na Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP) da USP.
Ainda conforme o estudo, no País, 35% dos enfermeiros têm menos de 35 anos e 9% possuem mais de 55 anos. As mulheres ainda predominam: 87% dos profissionais são do sexo feminino.
O levantamento, publicado no Jornal da USP, aponta que, no Brasil, 70% de todos os profissionais de saúde são da área de enfermagem. Desse total, 76% possuem nível médio ou são técnicos e auxiliares e 24% são enfermeiros graduados. Em nível mundial, a relação é oposta: 69% dos profissionais têm formação superior e 22% não.
Mal remunerados, os técnicos de enfermagem, geralmente, têm mais de um emprego. O cançaso decorrente da jornada dupla provoca, muitas vezes, a queda da qualidade do atendimento além de alta rotatividade nos hospitais.
Pontos fortes
- É da área de saúde: profissional exerce serviço essencial
- Profissão regulamentada e protegida por conselho profissional
- Demanda habilidades técnicas muito especificas
- Requer habilidades humanas de relacionamento, empatia
- Conquistou visibilidade durante a pandemia de Covid-19
- Novas especializações ampliam o leque de atuação desses profissionais
Pontos fracos
- Profissão considerada secundária em contraposição à medicina
- Salários baixos e condições de trabalho inadequadas
- Baixa probabilidade de ocupar lugares de liderança
- Falta de investimentos no Sistema Único de Saúde (SUS)
- Dupla jornada para complementar a renda
Tendências e forças de mudança
A possibilidade de exercer funções diferentes das tradicionalmente conhecidas traz um futuro cheio de possibilidades para os profissionais de enfermagem. A profissão é uma das mais completas e permite a integração de várias áreas da saúde. Isso porque ela inclui profissionais em praticamente todos os ambientes clínicos nas atividades primárias, secundárias e terciárias.
Estética
Atualmente, enfermeiros já podem realizar procedimentos estéticos, conforme a resolução 626/2020 do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen). Essa é uma conquista do Cofen após várias ações civis públicas movidas por entidades médicas, que defendem que essa é uma atividade que só pode ser exercida por profissionais da medicina.
O Cofen ainda não conseguiu restabelecer todos os procedimentos listados na resolução, mas é pouco provável que a classe médica consiga barrar os profissionais de enfermagem por muito tempo. Inclusive, algumas universidades já oferecem cursos de especialização na área voltados a enfermeiros.
Tendo em vista que tanto mulheres quanto homens prezam cada vez mais pelo bem-estar, o que inclui cuidados com beleza e cuidados com a pele, investir nesse segmento é uma oportunidade para profissionais de enfermagem, principalmente para aqueles que têm perfil empreendedor. O envelhecimento da população também traz novos consumidores ávidos pelos benefícios proporcionados pelos serviços e produtos de estética.
Enfermagem forense
A aplicação de técnicas de enfermagem em questões judiciais é outra área também é deve impactar positivamente o futuro da profissão. O enfermeiro forense desempenha um papel importante nas investigações criminais. Cabe a ele prestar assistência aos envolvidos em casos de violência diversos, o que inclui atendimento à vítima, familiares, agressor e à sociedade.
De acordo com a Associação Brasileira de Enfermagem Forense, enfermeiros podem desempenhar as seguintes competências:
- Investigação da morte
- Traumas, abusos sexuais, maus-tratos e outras formas de violência
- Testemunho pericial
- Conservação de vestígios
- Enfermagem carcerária
- Desastre em massa
- Acolhimento de famílias em situação de processos em área civil e criminal
- Auxílio em delegacia especializada da mulher
- Acompanhamento de conselhos tutelares
- Auxílio em exames de corpo delito, medida cautelar e conjunção carna
Oportunidades
- Novas áreas de atuação
- Envelhecimento da população – necessidade de cuidados com idosos
- Combate à violência contra a mulher – enfermagem forense
- Alta demanda por profissionais
- Pandemia evidenciou a necessidade de valorização da profissão
- Com a profissão em evidência, há mais chances de obter êxito nas demandas da categoria
Ameaças
- Competição com a área médica e outras no exercício de algumas funções
- Trabalho valorizado somente durante a pandemia, sem melhorias para a carreira
- Dificuldade para negociar melhores condições de trabalho
- Carga horária elevada e baixos salários, levando à jornada dupla
- Cortes de investimentos na área da saúde
Entrevista: enfermagem do futuro
Há quatro anos, Vitória Cunha, 22, não pensava em ser enfermeira. Ao terminar o ensino médio, prestou vestibular para outro curso, também da área de saúde, mas não obteve sucesso. Estudou mais um ano, mas dessa vez colocou a enfermagem como segunda opção. Hoje, ela é aluna do 7º período do curso em uma instituição de ensino privada, acredita no futuro da enfermagem e garante que não escolheria outra profissão.
Engajada desde o início da faculdade, Vitória já luta para melhorar as condições de trabalho e pela valorização da profissão, sendo membro da Diretoria de Ensino da Liga de Processo de Enfermagem (Lape) da Faminas BH. “O ano de 2020 foi um divisor de águas para o cenário da saúde mundial, a pandemia do Covid-19 trouxe em destaque a importância da multidisciplinaridade para o atendimento assistencial de qualidade”, afirma.
Para a universitária, os profissionais de enfermagem precisam ter seus direitos garantidos para exercer o ofício com segurança, autonomia e qualidade, assim como ocorre com outras categorias que trabalham na área de saúde. “Só conseguiremos alcançar valorização e reconhecimento quando os órgãos gestores nacionais e internacionais priorizarem as políticas públicas voltadas para a saúde”, ressalta.
Vitória destaca que poucos sabem sobre a possibilidade de atuação do profissional de enfermagem em outras áreas. “O enfermeiro não está voltado só para a prática assistencial e tecnicista. Ele também está voltado para a parte de gestão, para a parte empreendedora, de pesquisa, acadêmica, de ensino, de supervisão”, diz.
Na opinião da estudante, o futuro da profissão também está atrelado ao empoderamento do enfermeiro. “O profissional de precisa se ver como um amplificador, alguém que esteja disposto a gerenciar e a minimizar os riscos. A enfermagem tem a sua autonomia, tem seu local de espaço”, frisa.
A multidisciplinaridade é outro ponto defendido por Vitória Cunha para que a enfermagem tenha sua importância reconhecida. “Temos de entender a impostância da multidisciplinaridade. É fundamental que o médico, o fisioterapeuta, o psicólogo e o enfermeiro estejam alinhados em um único foco”, pontua.
“Temos lutado pelas 30 horas semanais trabalhadas, pelo reconhecimento e pelo direteito de exercer práticas assistenciais básicas como a inserção de um DIU e a realização de uma ultrassonografia de qualidade. Isso já devia ser inerente à profissão. Acredito que vamos conquistar mais autonomia, os nossos direitos para poder exercer a nossa profissão sem competir com o lugar do outro profissional de saúde, sempre cientes da nossa imporâtncia perante à sociedade”, vislumbra Vitória.
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Cinco temas que definirão o futuro do trabalho
C. Vijayakumar *
No ano passado, o governo da Índia anunciou medidas inovadoras que facilitam vários requisitos de registro e conformidade para permitir que funcionários de empresas de TI e BPO trabalhem de qualquer lugar, permanentemente.
Este foi um momento decisivo para o futuro dos empregos e locais de trabalho planejados em um país que tem 4,36 milhões de trabalhadores de TIC (quase metade de toda a Europa) que estão na vanguarda da transformação digital global que está em andamento, prestando serviços para virtualmente todas as organizações Fortune / G1000.
O futuro do local de trabalho será digital, portanto, é apenas axiomático que a Índia, com seu enorme crescimento demográfico e a indústria de tecnologia com sua história transformadora, esteja mostrando o caminho. O governo indiano continuou a pressionar o acelerador nas reformas que afetaram significativamente a facilidade de fazer negócios, eliminaram a ambigüidade e aumentaram a resiliência do mercado do nosso setor.
Esse apoio político progressivo será o cadinho para a competitividade futura não apenas do setor de tecnologia do meu país, mas de todo o tecido econômico e social do mundo hiperconectado de hoje.
É muito importante para todos nós compreendermos que o novo normal, ou o próximo normal na era pós-COVID, será moldado de forma mais definitiva pela tecnologia do que qualquer outra força no teatro global hoje. Todos os aspectos de nossas vidas, do bem-estar ao trabalho, e tudo o mais, serão profundamente afetados nos próximos anos, graças à tecnologia.
Especificamente, a maneira como as pessoas trabalham e interagem com seus locais de trabalho e como as empresas operam sofrerão mudanças tremendas. Podemos agrupá-los em cinco temas principais.
Trabalhe de qualquer lugar
Os empregos independentes da localização tornaram-se de fato na atual pandemia em que as ferramentas, tecnologias e telecomunicações modernas proporcionaram a capacidade de trabalhar em qualquer lugar. Do BCG recente ‘Workplace of the Future’ pesquisa constatou que as empresas esperam que cerca de 40% de seus funcionários para seguir um modelo remoto trabalhar no futuro. No entanto, acredito que o futuro é mais heterogêneo – é uma combinação de trabalho doméstico, híbrido e no local. As razões são duas: ainda existem muitas funções que requerem presença física devido à natureza do cliente existente ou interfaces de sistema, bem como diretrizes de conformidade em alguns setores, e dois, o aspecto muito importante da saúde social e mental dos funcionários pode ser melhor assegurado em formatos híbridos a longo prazo.
Trabalho para todos
Com um número maior de funções habilitadas para entrega remota, uma fatia mais ampla da população pode participar da mão de obra ativa que, de outra forma, era restritiva em relação à localização e desproporcionalmente inclinada em favor de grandes cidades e centros econômicos. Os empregadores também ganham à medida que têm acesso a um pool mais amplo de talentos. Levar ‘trabalho para as pessoas’ em vez de ‘pessoas para trabalhar’ será o tema de contratação do futuro.
Trabalhe à vontade
Plataformas de Gig Economy como UpWork , TaskRabbit ou Kalido habilitadas por tecnologias digitais estão capacitando indivíduos a assumir posições de curto prazo e sob demanda e trabalho freelance. Um estudo prevê que até 2020, 40% dos trabalhadores americanos serão contratados independentes. As razões, acredito, são aparentes – a geração do milênio gosta de ter a flexibilidade de escolher quando e onde trabalhar. Eles também desfrutam da liberdade de melhorar o equilíbrio entre sua vida profissional e pessoal, tendo mais controle sobre seus horários de trabalho. As empresas também podem se beneficiar, porque podem contratar trabalhadores para preencher lacunas específicas e contratar freelancers que, de outra forma, são muito caros para contratar permanentemente.
Trabalhe de maneira mais inteligente
O trabalho se tornará ‘mais inteligente’ à medida que a Inteligência Artificial e a colaboração homem-máquina assumirão tarefas repetitivas e rotineiras, liberando assim os funcionários para se concentrarem em um trabalho mais significativo. Robótica e automação também podem desempenhar um papel estelar em aumentar ou substituir a interface humana em arenas de alto risco, como a linha de frente da atual pandemia. Estou confiante de que, apesar das advertências dos alarmistas, a IA criará direta ou indiretamente mais novos empregos do que deslocará e fornecerá espaço adicional para a engenhosidade humana, inaugurando uma nova era de inovação exponencial.
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Tecnologias que provavelmente serão adotadas até 2025 (por parcela das empresas pesquisadas)
Imagem: Fórum Econômico Mundial, Future of Jobs 2020
Trabalhe pelo planeta
Se o século 19 representou a economia industrial e o século 20 a economia do conhecimento. Esperançosamente, o século 21 entrará nos livros de história como a era da economia sustentável. Com maior urgência para ações de proteção ao meio ambiente, acredito que empresas, comunidades e países reformularão suas políticas e programas em escala para proteger o planeta e as pessoas ao lado de sua necessidade de lucros. Os empregos que impulsionam este modo de vida sustentável estarão, portanto, no centro do século 21 e crescerão aos milhões. As empresas de tecnologia e tecnologia aconselharão, criarão e possibilitarão esses novos empregos na interseção das mudanças climáticas e dos serviços públicos, bem como dos produtos de consumo.
À medida que essas interrupções tomam forma, a tecnologia também desempenhará um papel crucial no apoio e na modernização da gestão para melhor alinhar-se a esses contornos emergentes de ‘trabalho’. Novas ferramentas, aplicativos e plataformas ajudarão a reconstruir os processos do local de trabalho e redefinir a produtividade. Esses sistemas ainda estão conectados fisicamente em favor de equipes legadas no local. As plataformas digitais também permitirão a qualificação em escala, conforme destacado no Relatório 2020 do Fórum Econômico Mundial , que corretamente previu que 50% de todos os funcionários precisarão de requalificação nos próximos cinco anos.
A pandemia nos deu uma excelente oportunidade de fazer a transição da concepção de locais de trabalho eficientes para a concepção de eficácia, inclusão, resiliência e sustentabilidade.
É imperativo que todos nós percebamos que tudo isso não é um olhar de cristal de ‘um futuro distante’, mas sim uma mudança que já está acontecendo e se acelerando. Se não reconhecermos, assumirmos e agirmos sobre a mudança, nos tornaremos vítimas dela e estaremos lutando para nos ajustar, em vez de estarmos em posição de moldar as coisas.
Parafraseando um velho provérbio – a melhor hora para começar foi ontem, a segunda melhor é agora!
- Presidente e CEO, HCL Technologies
fonte: Fórum Econômico Mundial