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Futuro dos seguros: digitalização e desintermediação impactam o setor

Com seguro para smartphones, a startup Pier aposta nas oportunidades da digitalização do mercado nos próximos anos. Foto: Pixabay
Com seguro para smartphones, a startup Pier aposta nas oportunidades da digitalização do mercado nos próximos anos. Foto: Pixabay

Carlos Teixeira
Editor I Radar do Futuro

O futuro do setor de seguros passa pelo processo de digitalização e desintermediação de funções tradicionais, como já ocorre em outras áreas, desde transporte de passageiros às vendas de passagens aéreas. Exemplo da dinâmica comandada pelas insurtechs, as startups de base tecnológicas que aplicam inovações tecnológicas aos procedimentos, rotinas e produtos de seguros, a Pier demonstra que a corrida se acelera.

Após lançar, há dois anos, uma modalidade para garantir ressarcimento de telefones em caso de roubos, a Pier prepara o lançamento, para o início do próximo ano, de uma modalidade voltada para o setor automobilístico. Com um projeto sólido, a empresa deu os primeiros passos para conquistar espaço no segmento ao lançam o sistema destinado aos proprietários de smartphones.

“A startup foca na experiência do cliente, proporcionando opção flexível, transparente e descomplicada”, assinala o engenheiro Lucas Prado. Com os sócios Igor Mascarenhas e Rafael Oliveira, ele parte para a consolidação da empresa, que tem o objetivo de mudar a relação das pessoas com a indústria de seguros, ao oferecer proteção digital diferente da convencional.

“Em um mundo em que boa parte dos celulares ultrapassa a casa dos 2 mil reais, a preocupação com furto e roubo é grande”, argumenta Lucas Prado, ao explicar as origens do projeto. Os desafios são grandes, reconhece, a começar pela constatação de que o brasileiro ainda resiste em contratar um seguro para esses aparelhos, por ser um processo burocrático e, normalmente, não cobrir furto simples.

Lucas Prado registrou várias experiências negativas dos consumidores. O registro levou à decisão de criar, com os sócios, uma solução descomplicada, que pudesse ser contratada de acordo com a necessidade do cliente e que cobrisse furto simples, já que o mercado não costuma fazer isso. “A pessoa contrata e acaba tendo uma surpresa quando mais precisa!”, explica Mascarenhas, sócio da Pier.

Diferenciais

Um grande diferencial da insurtech é o modelo de contratação, que é a tendência central do setor. Corretores tradicionais, responsáveis por fazer contato com clientes e pesquisas de preços, vão perder espaço para soluções que colocam na ponta dos dedos dos consumidores os procedimentos de rotina da atividade. Com uso de tecnologias como a inteligência artificial, em especial, todo o processo é realizado on line.

Para as startups de tecnologia, que se beneficiam da adaptação de algumas das regras de funcionamento do mercado, a flexibilização é outra vantagem. O usuário pode contratar o plano pelo período que quiser, além de escolher o tipo de cobertura desejada. “Se o cliente quiser contratar apenas para o período de férias, por exemplo, é possível fazer. Além disso, deixamos ele escolher a porcentagem de cobertura, que varia de 100% a 80% do valor de um aparelho semi-novo”, explica Lucas Prado.

Se comparado com os seguros tradicionais, o processo é menos burocrático, pois é possível contratar ou cancelar o serviço pelo próprio aplicativo; não há carência e o reembolso costuma acontecer rapidamente. “Já chegamos a reembolsar em menos de 5 minutos”, conta Lucas Prado, sócio da Pier. O valor da mensalidade muda de acordo com o aparelho e plano escolhido, mas atualmente começa em R$ 6,50 mensais para um equipamento Samsung J2 Pro 16Gb.

“Se o cliente for roubado ou furtado, o processo para receber o reembolso é simples. Basta apresentar o boletim de ocorrência e bloquear o IMEI do celular. Não há necessidade de apresentar nota fiscal e também protegemos aparelhos comprados no exterior”, explica ele.

Modelo de negócio

A Pier aplica o conceito de gestora de relacionamento com grupos de consumidores, característica de iniciativas de outras empresas que aplicam a tecnologia em processos de intermediação. A empresa oferece um seguro digital baseado no conceito de comunidade com foco na experiência do cliente. “Isso significa que quem quiser adquirir o produto precisa pedir um convite e ter sua entrada aprovada na comunidade”, explica Lucas Prado.

“O processo de avaliação de convites foi construído para entender cada pedido de maneira única, indo além das informações sócio-econômicas”, complementa. O modelo de negócios funciona da seguinte forma: A Pier recebe até 20% do valor das mensalidades pela representação e administração da comunidade, e outros 20% são destinados à Too Seguros, companhia parceira que garante que os membros que pagaram suas mensalidades e estiverem de acordo com a política de reembolso da Pier sempre serão indenizados em caso de roubo ou furto de um aparelho, mesmo se o índice de perda for superior a 60%.

Perspectivas futuras

Prestes a lançar, em 2020, um novo produto, Lucas Prado aposta na influência positiva do uso de tecnologias e na evolução dos interesses dos consumidores. Para o executivo, o principal fator de impulso é o aumento da liberdade do usuário de seguros em escolher as melhores alternativas de cobertura para os seus bens. E a entrada em cena de novas gerações, nascidos a partir da década de 1990, que terão maior abertura para o uso de produtos e serviços de proteção.

“As novas modalidades digitais vão ajudar muito a ampliar a base de usuários”, diz o sócio da Pier. O sistema baseado na internet vai facilitar a compreensão sobre o funcionamento do sistema. O fato de apenas 30% da frota de veículos brasileiros 4% dos celulares terem seguro é, para Prado, a confirmação de que o cidadão não tem ainda percepção de valor da alternativa.

Na prática, há a emergência de um novo mercado, muito diferente do tradicional onde atuam velhos corretores. Estes trabalhadores, por sinal, terão de se adaptar, deixando de ser meros vendedores de produtos para assumir um papel de consultoria especializada. No futuro do segmento, o tal profissional precisará entender a possibilidade de oferecer até mesmo, ao consumidor, um seguro para ida a um show específico.

Ou seja, uma alternativa que vai durar apenas algumas horas. “Serão produtos mais flexíveis”, atesta Lucas Prado. Inovações que não seriam possíveis sem a tecnologia, inclusive a inteligência artificial e a internet das coisas, que possibilitam tanto o maior conhecimento sobre os clientes como o monitoramento do mercado. O resultado pode ser produtos mais baratos e maior acesso dos consumidores às possibilidades de seguro.

 

 

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