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artigo semanal de opiniões sobre acontecimentos que geram ou sinalizam tendências

Alfabetização midiática: mais que importante, é urgente

Sem estratégias de alfabetização mediática e regulamentação das mídias, o cenário de radicalismo da direita tende a se agravar

Amare traz conceito de jogo e autenticidade ao mercado


Com uma abordagem ousada, assessoria busca posicionamento humanizado à marcas

Aprendizado: a reconexão virá com a neurociência

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Calor em alta consolida tendência de crise climática

O calor registrado atualmente é uma indicação da começo do chamado “ponto de não retorno” da crise climática

Calor excessivo e chuvas intensas atestam mudanças no comportamento do clima

“Nós temos ferramentas para avaliar como o clima tem evoluído e tudo indica que os relatórios do IPCC estão certos em apontar que ele tem mudado”, avalia Côrtes

Cenário global: tendências que fazem de 2024 um ano de instabilidades

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Cenários e tendências: enquanto as eleições não chegam

Eis que o sucessor da velha rainha da Inglaterra é um idoso com a saúde aparentemente instável. O cenário internacional aponta para conflitos. No Brasil, suspense marca as eleições de outubro

Desfile do caixão da rainha foi conduzido em procissão por membros das Forças Armadas, do Palácio de Buckingham ao Westminster Hall. Foto: HM Armed Forces

Como as tecnologias impactam o futuro das habilidades humanas

Habilidades humanas, como a escrita a mão, podem ser perdidas por conta da influência crescente das tecnologias

Como sobreviver aos impactos da inteligência artificial no jornalismo

Nem deslumbrado, nem ludita. Os impactos da inteligência artificial no jornalismo cobram ações antecipatórias

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CARLOS PLÁCIDO TEIXEIRA
Jornalista Responsável | Radar do Futuro

Irmão do viés cognitivo, o pensamento binário me atormenta ao pensar nos impactos presentes e futuros da inteligência artificial no jornalismo e das atividades humanas. Temo tanto o deslumbramento sem crítica quanto o medo paralisante. Ou seja, tenho mêdo de ver os jornalistas, assim como outros profissionais, travados nos extremos, entre acreditar em uma perspectiva libertadora da tecnologia ou na posição de neoluditas, prontos para quebrar todas as máquinas, contestar as tecnologias e sonhar com a volta dos jornais em papel.

Segundo o neurocientista Miguel Nicolelis, não devemos temer a possibilidade de sistemas de IA, como o ChatGPT superar a inteligência humana. Precisamos nos preocupar, sim, com a possibilidade da inteligência humana sofrer um processo de decadência, ficando menor do que a inteligência das máquinas. Dois estudos recentes, feitos pela Brown University e pela Columbia University, concluem que o desenvolvimento cognitivo está em declínio pela primeira vez na história.

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Photo by Brett Sayles on Pexels.com

Jornalistas, assim como profissionais de todas as áreas, precisam colocar a reflexão sobre o futuro como meta prioritária.

O andar da carruagem civilizacional mostra dados preocupantes. É o que revela, por exemplo, uma pesquisa recente do instituto Ipsos. Segundo o estudo, quase 50% da população brasileira acredita que o País pode “correr o risco de virar um país comunista”.

O que fazer?

Ou a gente, jornalistas, se apropria das tecnologias ou continuamos a pagar caro. Sem investir em reflexão, o jornalista tende a repetir erros do passado, quando áreas sem vínculos com a produção de textos começaram a definir o certo e o errado na formatação de conteúdos para a internet. Lá atrás, deixamos que os gurus da tecnologia, os designers, marketeiros e até mesmo os sobrinhos dos nossos amigos definissem, por exemplo, conceitos e critérios definidores de textos de qualidade. 

O ensino do jornalismo e os jornalistas devem investir no conhecimento sobre as mudanças sociais, econômicas, políticas, culturais etc, além das tecnológicas, que estão ocorrendo no cenário global. Omissão, rejeição, alienação terão efeitos muito ruins para os profissionais.  

Os debates sobre os impactos da inteligência artificial devem levar em conta a necessidade de tornar os profissionais das ciências sociais e humanas em atores de destaque nas definições das regras e da ética envolvidas na produção de inovações baseadas em tecnologias.

Prioridade: antecipar oportunidades

As demissões de profissionais nas Organizações Globo registram o fim de uma era. O jornalismo tem a mudança mais profunda de sua história, com a incorporação de novos modelos de produção de notícias. Na área da comunicação, o velho está morrendo e há uma chance do novo nascer.

Somos testemunhas, hoje, da oportunidade de criação e implantação de modelos inovadores de jornalismo, realmente destinados a informar a população, comprometido com a sociedade. Sem vínculos com os interesses das elites econômicas, financeiras, políticas e sociais é necessário olhar para as tecnologias e imaginar formas de aplicações no cotidiano.

Como usar

A antecipação de oportunidades significa a capacidade de olhar para a inteligência artificial, assim como para as outras tecnologias, e imaginar aplicações inovadoras. Por exemplo: como a evolução da tradução instantânea para qualquer idioma altera as minhas relações com as fontes de informações? Que tal buscar exemplos africanos no momento ao produzir uma reportagem sobre a realidade do Vale do Jequitinhonha?

Outro exemplo: como a realidade virtual tende a impactar a forma de apresentação dos conteúdos jornalísticos? Como a inteligência artificial vai ajudar a realizar o controle das apresentações de informações? As respostas dependem da percepção de que ambientes virtuais, com suas novas maneiras de consumir informações, forçam os modelos de negócios de notícias e informação a se transformarem.

A alteração radical da maneira como os consumidores descobrem novos conteúdos, com sistemas de IA como o ChatGPT, redefine estratégias e fluxos de trabalho de repórteres, editores e ilustradores. Eles precisam ter, pelo menos, algum conhecimento sobre a existência de recursos tecnológicos. Mais importante do que dominar as técnicas é expandir a consciência sobre o papel humano da criação de alternativas de uso e sobrevivência.


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Imagem de Gerd Altmann por Pixabay

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