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Calor em alta consolida tendência de crise climática

O calor registrado atualmente é uma indicação da começo do chamado “ponto de não retorno” da crise climática

CARLOS PLÁCIDO TEIXEIRA
Jornalista Responsável | Radar do Futuro

A 28ª edição da Conferência das Partes, a COP28, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, tende a ser o encontro mais importante entre os países-membros da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima (UNFCCC) desde o Acordo de Paris, assinado em 2016. O ambiente será de tensão diante do registro de que os governos dos países desenvolvidos, em especial, continuam a desprezar todos os sinais da existência de uma crise do clima.

As Organizações das Nações Unidas (ONU) atestam o atraso. Pelo andar da carruagem atual, os compromissos atuais dos países levam a uma redução de 2% nas emissões entre 2019 e 2030, em vez dos 43% recomendados para limitar o aquecimento a 1,5°C . Dados apresentados pela entidade mostram que os governos devem passar de “pequenos passos” para “saltos gigantescos na COP28”, declarou Simon Stiell, secretário executivo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (UNCAC).

Devagar, e de repente

A crise do clima vinha sendo registrada aos poucos, com alertas de estudiosos e de instituições não governamentais. De repente. há uma crescente unanimidade entre especialistas sobre a onda de calor no Brasil, que atinge marcas históricas dos últimos 80 anos, como uma consequência do aquecimento global e das mudanças climáticas de ação humana.

Fenômeno global, na verdade, a tendência é comprovada por um estudo da World Weather Attribution (WWA), que rejeita a avaliação de que as medições no continente sejam influência apenas do fenômeno El Niño, mas também da mudança climática. O relatório descobriu, por exemplo, que, devido às alterações climáticas induzidas pelo homem, o evento [El Niño] teria sido 1,4 a 4,3 °C mais frio se os humanos não tivessem aquecido o planeta, queimando combustível fossíl. [As ações humanas] aumentaram, pelo menos, 100 vezes a probabilidade de altas temperaturas.

As últimas semanas foram repletas de exemplos sobre as mudanças ocorridas. “De repente, no Amazonas, o rio Negro secou. Chuvas torrenciais devastaram cidades no Sul brasileiro. Neste mês de novembro, imagens mostraram um fenômeno desconhecido, um “tsunami meteorológico” em Santa Catarina. O evento arrastou carros e “engoliu” parte da Praia do Cardoso, na cidade de Laguna.

O calor que os brasileiros estão vivenciando nestes dias é uma amostra do que já está ocorrendo do chamado “ponto de não retorno”, momento em que os efeitos das mudanças climáticas já são irreversíveis.

Relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas das Nações Unidas de 2021 alertava para o aumento na temperatura do planeta a níveis da era pré-industrial, sendo possível mudar o futuro, mas com marcos irreversíveis.

Segundo o documento World Weather Attribution prova: “Com o aquecimento global, eventos de calor como este irão se tornar ainda mais comuns e ainda mais quentes. Com temperaturas de médias globais 2°C acima dos níveis pré-industriais, eventos de calor como este serão 5 vezes mais prováveis, com elevações 1,1 a 1,6° C mais quentes do que o esperado.”

Confira: tendências do clima

Com onda de calor, capitais registram recorde de temperatura no ano

Termômetros devem continuar com máximas elevadas. Seis estados e o Distrito Federal estão sob alerta de grande risco para saúde. Semana pode ‘reescrever a história do clima do Brasil’, diz meteorologista. (Nexo)

Brasil tem aumento médio de temperatura e mudança no regime de chuvas, mostra Inpe

Estudo do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) sobre os impactos das mudanças climáticas no país mostra que nas últimas décadas o Brasil já teve aumento de 1,5 graus Celsius da temperatura em algumas regiões, mudanças no regime de chuvas e maior duração das ondas de calor. (Terra)

2023 deve ser o ano mais quente em milênios, diz órgão da UE

O mês de outubro foi o mais quente já registrado e, com isso, já é “praticamente certo” que o ano de 2023 entrará para a história como o mais quente dos últimos 125 mil anos, segundo o Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus (C3S) (Opera Mundi)

Em resumo

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