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Carros autônomos no Brasil: por que a inovação vai custar a chegar

O País ocupa a última posição entre 30 no estudo que avaliou as condições para a evolução e adoção dos veículos sem motoristas.

Carlos Plácido Teixeira
Radar do Futuro

Variáveis avaliadas pela KPMG:

  • política e legislação
  • tecnologia e inovação
  • infraestrutura
  • aceitação do consumidor

Os avanços da adoção de veículos autônomos serão acompanhados pelos brasileiros no futuro da mesma forma como é hoje: a distância. Pelo menos no curto prazo, se depender de iniciativas governamentais, da infraestrutura disponível e mesmo do interesse de proprietários de carros, as ruas não serão compartilhadas por veículos com e sem motoristas. Tão cedo não haverá carros autônomos no Brasil. É o que se pode concluir ao analisar informações do estudo “Índice de Prontidão para Veículos Autônomos 2020” (AVRI 2020 ou 2020 Autonomous Vehicles Readiness Index, em inglês), produzido pela consultoria KPMG.

Os indicadores da distância entre as manchetes da mídia e as condições adequadas para adoção de inovações são evidentes. Brasil continua sendo o país menos preparado para a adoção de veículos autônomos dentre todos os analisados. A diferença em relação ao ano anterior é que, em 2019, eram 25 os países analisados, com o Brasil em último colocado e agora, em 2020, são 30 os países analisados, com o Brasil continuando a ocupar a última posição.

O índice da KPMG avaliou os países por meio de 28 indicadores para mensurar sua prontidão e progresso na promoção da implementação e inovação dos veículos autônomos. Os indicadores estão organizados em quatro critérios de avaliação: política e legislação; tecnologia e inovação; infraestrutura; e aceitação do consumidor. No Brasil, as posições foram as seguintes para cada um dos critérios: política e legislação (30º); tecnologia e inovação (30º); infraestrutura (30º); aceitação do consumidor (29º).

“O governo brasileiro está fazendo pouco para incentivar a adoção de veículos autônomos e, apesar do entusiasmo dos consumidores no País por novas tecnologias e serviços, não há ainda políticas públicas de incentivo para esses tipos de veículos. Fomos superados por Hungria, Rússia, Chile, México e Índia. O desempenho brasileiro poderia ser impulsionado por mais pesquisas e programas de incentivos governamentais”, afirma Mauricio Endo, sócio-líder de Governo da KPMG no Brasil e na América do Sul. Na prática, se depender da equipe econômica do governo Bolsonaro não haverá política industrial para incentivar os investimentos.

Cenário externo

Nos países desenvolvidos, as expectativas são mais consistentes. A maioria dos países aumentou sua prontidão para os veículos autônomos, com 17 dos 25 países listados no índice 2019 aumentando suas pontuações em 2020. A liderança deste ano ficou com Cingapura e Holanda (que mantiveram a primeira e segunda colocação, respectivamente) e Noruega, que se manteve na terceira posição. Mas não se deve ter muita ilusão de que sistemas autônomos sejam adotados verdadeiramente rápido. A disseminação da alternativa pode ocorrer próximo aos anos 2040.

Na disputa pelo protagonismo no mercado global, Cingapura e Holanda ocupam posição de destaque ao liderar a promoção de veículos elétricos (VEs), precursores essenciais dos veículos autônomos. Cingapura planeja aumentar massivamente o número de estações de carga de VEs, de 1.600 para 28.000 até 2030, enquanto a Holanda tem o maior número de estações de carga de VEs per capita. A Noruega é líder mundial na adoção de VEs e, além de extensos testes de veículos autônomos, estabeleceu três rotas de ônibus autônomos em Oslo.

Os Estados Unidos se destacam como sede de 420 empresas de veículos autônomos, o que corresponde a 44% de todas as empresas dessa natureza rastreadas no relatório. A Coreia do Sul registrou o maior crescimento em relação ao ano anterior e ocupa agora a sétima posição. O país foi impulsionado pela introdução de uma estratégia nacional para veículos autônomos, publicada em outubro de 2019, que espera reduzir as mortes nas estradas no país em 75%.

Sobre a pandemia da Covid-19, o índice revelou que os veículos sem motoristas poderão ser importantes para o atendimento dos novos requisitos de movimentação de pessoas e mercadorias. Por exemplo, o transporte público pode ser parcialmente aliviado por micro-ônibus autônomos sob demanda, para promover o distanciamento social, e veículos autônomos para transporte e entrega de produtos sem contato. Pela primeira vez, o estudo da KPMG também apresentou casos de municípios com iniciativas de veículos autônomos relevantes: Pequim, Detroit, Helsinque, Pittsburgh e Seul.

O conteúdo pode ser acessado na íntegra no link – http://assets.kpmg/content/dam/kpmg/xx/pdf/2020/07/2020-autonomous-vehicles-readiness-index.pdf.

Em resumo

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