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Skema: Os desafios de formação de executivos do futuro

Escola de negócios aposta na demanda por líderes de perfis diferenciados - foto: Pixabay
Escola de negócios francesa Skema investe no Brasil com a aposta na demanda por líderes de perfis diferenciados

Carlos Teixeira
Jornalista I Futurista 

Há uma tensão no ar entre altos executivos de todo o mundo. As corporações da segunda e da terceira revolução industrial, onde eles atuam ainda hoje, vai deixar de existir. O receio abala até mesmo as tradicionais indústrias automobilísticas globais, que durante décadas detiveram o poder de criação de modelos de negócios adotados por todas as linhas de montagem. Elas estão preocupadas com os inovadores que propõem conceitos revolucionários para a mobilidade urbana. Incluindo carros elétricos ou sem motoristas. Ou o trabalho remoto, favorecido pelas telecomunicações.

“Entramos na era das startups de bilhões de dólares e, em breve, das corporações de trilhões de dólares, onde as melhores empresas e instituições estarão se movendo praticamente na velocidade da luz”, assegura Salim Ismail, autor do livro “Organizações Exponenciais” e estudioso da Singularity University, um dos principais centros de reflexões sobre o futuro. Segundo ele, organizações exponenciais são parte da história da quarta revolução industrial. “São empresas dez vezes mais rápidas e baratas”, diz o consultor.

No cenário cada vez mais próximo, gerar líderes capazes de ser protagonistas no cenário de transformações aceleradas é uma das missões que deve desafiar a Skema, escola internacional de negócios, de origem francesa, que iniciou suas operações no Brasil a partir de Belo Horizonte, com o lançamento, em junho, do curso de bacharelado de Gestão em Negócios Globais. Para isso, serão investidos R$ 28 milhões em cinco anos no Brasil. A partir de fevereiro de 2019, a instituição, localizada no bairro Funcionários, região Centro-Sul da cidade, já estará apta a receber 40 alunos brasileiros na faixa dos 17 anos, oriundos do ensino médio, com o objetivo de prepará-los para o mercado global.

Executivos do futuro

“Temos por objetivo principal desenvolver profissionais internacionais qualificados para atuar em qualquer empresa do mundo, independentemente dos perfis e segmentos em que estas companhias atuam”, ressalta a reitora da Skema Brasil, Geneviève Poulingue. Ela aposta no potencial inovador e na  proposta de valor que está sendo introduzida no Brasil. Afinal, avalia a reitora, os brasileiros já possuem o talento indispensável para serem flexíveis num mundo em mudança, onde as habilidades gerenciais ligadas à resiliência estão presentes e onde as pessoas estão muito focadas na educação.

O grande desafio do Brasil é justamente fazer com que a educação acompanhe a revolução que vai varrer o mercado de trabalho nos próximos anos. Geneviève Poulingue reitera a crença predominante hoje de que a velocidade das inovações e disrupções cada vez mais ágeis vêm aumentando exponencialmente ao longo do tempo. Com a força dos 17 anos atuais, o futuro líder começa a sua trajetória rumo à liderança no mínimo em 2022.

Será uma outra realidade, um outro mundo. Integrantes da geração do milênio, os nascidos após 1985  comporão 75% da força de trabalho até 2025. Nasceram “digitais” e são capazes de pensar de forma mais “disruptiva” — inovadora, “fora da caixa”, com quebra de paradigmas. Conectados, engajados, impacientes e preocupados em mudar o mundo ao seu redor, essas pessoas não ficam “acomodadas” e buscam desenvolver suas realizações.

O perfil desenhado para a geração apresenta profissionais que descartam empregos que não consideram tão interessantes e procuram conciliar gostos pessoais com a profissão. Segundo pesquisa realizada pela Mind Miners e pelo Centro de Inteligência Padrão (CIP) com os chamados millennials, 49% dos entrevistados indicam que pretendem trocar de emprego em até dois anos, e outros 21%, entre 2 e 5 anos. Apenas 10% indicaram que jamais deixariam seu trabalho atual.

O ex-primeiro ministro britânico Gordon Brown, cujo mandato estendeu-se de 2007 a 2010, encomendou um estudo para identificar as tendências que impactariam o mercado de trabalho em nível mundial até 2050 e apurar quais profissões tenderiam a ganhar relevância. O levantamento, realizado e divulgado pela consultoria de tendências britânica Fast-Future em 2010, é um dos mais completos já feitos: coletou depoimentos de 486 especialistas em 58 países e chegou a 110 novas carreiras.

Grandes oportunidades de emprego estão surgindo em áreas antes inimagináveis. Os novos executivos terão de ter uma perspectiva cada vez mais de empreendedora. Uma perspectiva cada vez mais focada em projetos do que em um conceito tradicional de emprego. Mais uma vez,  assinala a reitora Geneviève Poulinguea, “acreditamos que a visão global da Skema e os pilares de seu DNA dão à instituição as ferramentas fundamentais na sua busca por contribuir para uma sociedade e um mundo melhor.

Confira abaixo, em entrevista com Geneviève Poulingue, os planos da Skema para o Brasil.

Por que escolha pelo Brasil e mais especificamente por Belo Horizonte?

Geneviève Poulingue
Geneviève Poulingue – Reitora da Skema

A visão internacional e a cultura de excelência e inovação da Skema determinam a instalação de seus campi em cidades que são centros de negócios ou parques tecnológicos ou científicos. Em BH não foi diferente: temos um polo brasileiro da economia digital. O ambiente é bastante estimulante, com o São Pedro Valley, o SEED, o BH.Tech e outras iniciativas importantes.

-Quais os diferenciais em relação à concorrência?

A graduação que desenvolvemos para o público brasileiro — Curso de Gestão em Negócios Globais – BBA em Global Business —  é inédita no país. Nosso curso apresenta diferenciais exclusivos como, por exemplo, a possiblidade de intercâmbio por meio da execução dos dois últimos dois anos do curso em outro campus da Skema fora do Brasil ou nas mais de 100 universidades parceiras no mundo; aulas bilíngues (25% das aulas em inglês no primeiro ano, 50% no segundo, 100% no terceiro e quatro anos, isso é, garante fluência de língua mãe); foco no multiculturalismo na gestão de negócios; e extenso networking profissional de professores e colegas. Dependendo do percurso formativo do aluno, ele também pode obter um diploma duplo, reconhecido no Brasil e na França ou nos Estados Unidos.

Qual o cenário futuro das escolas de negócios diante do cenário de profundas transformações sociais, econômicas, políticas e tecnológicas.

Os desafios no “mundo real” aos quais as organizações são submetidas são de grande complexidade. Mas esta complexidade também traz uma infinidade de oportunidades. Estes desafios têm um caráter multidisciplinar e interdisciplinar e para enfrentá-los no dia a dia e com a necessária visão estratégica de longo prazo é necessário a construção de soluções e a busca constante por inovações também sob uma perspectiva multidisciplinar e transdisciplinar.

Esta é uma exigência da economia do conhecimento que faz parte do DNA da Skema. E embora este diagnostico não seja exclusivo de alguma instituição de ensino, a capacidade de trazer o mundo real para a academia e levar a academia para o mundo real dos negócios é de dificílima implementação. Neste sentido a Skema, em função de sua estratégia e posicionamento global. tem uma posição única em um modelo de ensino e posicionamento global que pode ser considerado como disruptivo

Há alguma diferença entre as abordagens da escola, de origem francesa, em relação a outros centros, especialmente os norte-americanos e britânicos? 

Um dos pilares da Skema é o multiculturalismo vivido e implementado na prática, em um projeto de atuação global com presença em todos os continentes e com professores e alunos de todos os continentes. Neste sentido a Skema busca o estado da arte do conhecimento levando o que tem de melhor de sua cultura de origem e recebendo o que há de melhor dos outros grandes centros globais. E na sua essência, assim como acontece nos melhores centros, a busca permanente é por contribuir para uma sociedade e um mundo melhor através da formação de líderes competentes e comprometidos  com valores e princípios éticos. As respostas para a globalização não estão no nível nacional, mas no nível global.

Que característica do executivo brasileiro será favorecida com o conhecimento oferecido pela Skema?

Os executivos brasileiros são reconhecidos internacionalmente pela sua competência e versatilidade. Pela sua capacidade de adaptação e construção de soluções diante da adversidade e de cenários complexos. Como comentamos anteriormente, a capacidade da Skema em sua estratégia global de levar o ensino para a realidade do mercado e de trazer a realidade do mercado para o ensino, cria a base e referencias fortes na formação dos futuros executivos e líderes empresariais.  Como comentado na primeira resposta, nossa intenção é potencializar o capacidade que o brasileiro tem em ser flexível e aberto à mudanças recorrentes, uma vez que o cenário econômico atual está demandando, cada vez mais, habilidades gerenciais ligadas à resiliência. Como comentado na primeira resposta, nossa intenção é potencializar o capacidade que o brasileiro tem em ser flexível e aberto à mudanças recorrentes, uma vez que o cenário econômico atual está demandando, cada vez mais, habilidades gerenciais ligadas à resiliência.

Hoje, em tempos de organizações e transformações exponenciais, como a Skema define o perfil das empresas do futuro? Que empresa vai sobressair? Quem sucumbe às transformações? Como será o modelo da empresa do futuro, na avaliação da escola?

Em sua teoria da evolução Darwin nunca disse que os mais fortes prevaleciam. O que ele disse era que aqueles que se adaptavam melhor, em um mundo onde as transformações são a regra e não a exceção, prevaleciam.  Esta regra da natureza tem um caráter universal que inclui a evolução humana, inclusive sob a perspectiva econômica e empresarial. A escola e a educação também não existem fora deste contexto. A digitalização, a multiculturalidade, a internacionalização e os princípios e valores éticos são imposições ao presente e ao futuro das organizações no mercado global e também das instituições de ensino. São os desafios impostos pela globalização às empresas e às pessoas.

 

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