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Os vencedores levam tudo: monopólios e oligopólios são a tendência dos negócios

O poder de monopólios e oligopólios, evidente em supermercados e na atuação das empresas de tecnologia, consolida a tendência “vencedores levam tudo

foto de interior de supermercado com apresentação de uma prateleira de produtos. Foto: Pixabay
Foto: Pixabay

Carlos Plácido Teixeira
Jornalista I Radar do Futuro

O encerramento de 2021 testemunha um grande recorde de negócios envolvendo a troca de donos ou parcerias entre empresas. Uma onda de fusões e aquisições foi registrada em todo o mundo como um tsunami, que aproveitou o tremor provocado pela pandemia e pelo cenário de crise do capitalismo desde 2008. Inclusive no Brasil, onde o noticiário da imprensa de economia nacional deu destaque para os acordos envolvendo a compra de instituições de ensino e do setor de saúde, em especial hospitais e laboratórios. Na prática, houve mais setores na briga de tubarões de bagres. E quem prestou atenção viu grandes negociações de fusões e aquisições nos setores de tecnologia, serviços financeiros, indústria e energia, entre outros.

Os resultados dos acordos corporativos, comemorados pelos analistas e investidores, refletem o fenômeno vinculado a um processo de concentração cada vez maior do sistema produtivo. Um cenário de ganhos para os donos da festa do sistema financeiro. Mas que, para o humano comum, pode ser perigoso. A tendência de crescimento dos gigantes, alimentada pela disputa pelo poder econômico, com reflexos políticos e sociais, tem o nome “os vencedores levam tudo”. O comportamento agressivo de grupos empresariais envolve todos tipos de atividades produtivas e de comercialização. Do agronegócio às indústrias, com destaque para a atuação das companhias de tecnologia e comunicação. Neste segmento, o cenário de baixa concorrência já é evidente. Basta avaliar o poder acumulado pelas “big techs”, como Google, Apple, Meta (ex-Facebook), Amazon, Microsoft e Uber, entre outros.

As “empresas de tijolos” já foram dominantes absolutos do poder corporativo sobre sobre mercados. Agora, elas voltam a agir para expandir a capacidade de manter o controle sobre segmentos tradicionais e novos, gerados pela revolução digital. Em 2020, o desempenho dos negócios de fusões e aquisições já havia sido bastante favorável. Era a demonstração de que a guerra já estava sendo travada. A disputa por poder de mercado das grandes corporações internacionais pode atingir o valor de seis trilhões de dólares. As fontes do sistema financeiro comemoravam que “o mercado de fusões e aquisições estava absolutamente turbinado no momento”.

É da natureza de analistas e consultores alegar que o aumento de liquidez, resultado da queda dos juros em âmbito global, a maior capitalização e a necessidade de mudanças nas empresas, que buscam adaptar os seus negócios ao cenário da pandemia explicam o comportamento. Há, de fato, efeito da crise desencadeada pela pandemia, que fragilizou empresas e setores. No Brasil, o setor de ensino foi o caso mais evidente. Mas as respostas são mais complexas. Envolvem estratégias de crescimento e posicionamento no mercado para afastar concorrentes. Também abrange a meta de antecipação e enfrentamento de mudanças dos mercados no cenário de digitalização.

No blog do Fundo Monetário Internacional (FMI), um artigo alerta para os riscos do crescente poder de grandes corporações e sobre impactos negativos da expansão das fusões e aquisições. A crise atingiu mais duramente as pequenas e médias empresas, causando enormes perdas de emprego e outras consequências econômicas. Entre estas — não tão perceptível, mas também grave — está o crescente poder de mercado das empresas dominantes à medida que emergem ainda mais fortes da crise e os concorrentes de menor porte ficam para trás.

“Com base na experiência e em estudos do FMI, sabemos que a concentração excessiva de poder de mercado nas mãos de umas poucas empresas pode prejudicar o crescimento a médio prazo, asfixiando a inovação e retardando o investimento” dizem os autores. Segundo eles, o desfecho pode ser a redução da capacidade de recuperação da economia global após a crise causada pela Covid-19, com o bloqueio de muitas empresas emergentes num momento em que seu dinamismo é extremamente necessário.

Oligopólios e monopólios: vencedores levam tudo

Só mesmo os ortodoxos mais liberais e os leitores desavisados da mídia tradicional tendem a acreditar que grandes corporações se deliciam com a existência de concorrência. Já que a teoria é diferente da prática, em julho de 2020, congressistas da comissão antitruste da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos convocaram executivos de quatro gigantes de tecnologia para externar a preocupação com o poder excessivo delas. Os parlamentares tiveram acesso a informações sobre como grandes plataformas de tecnologia abusam da posição de liderança em todo o mundo. Elas invadem a privacidade do usuário, eliminam ou compram concorrentes e burlam fornecedores e parceiros. Ficou evidente, então, que os comportamentos acabam prejudicando a inovação e exacerbando a desigualdade.

David Dayen, editor executivo do site The American Prospect e autor do livro “Monopolized: Life in the Age of Corporate Power” (Monopólio: a vida na era do poder corporativo) teme que o destaque dado às companhias de TI desvie a atenção para o fato de que concentração está em todos os lugares onde existam relações de mercado. Não é uma exclusividade das “big techs”. E mesmo que o Congresso decretasse de alguma forma o desmembramento de todas as quatro gigantes da tecnologia, os Estados Unidos ainda teriam um número impressionante de setores controlados por um pequeno número de empresas. Isso porque a estrutura do capitalismo moderno favorece empresas que operam em escala antes inimaginável, na ausência de uma vontade governamental de impedir a formação de monopólios.

“Os problemas só pioraram com a pandemia do coronavírus”, atesta David Deyen. Ele avalia que, à medida que empresas menores sucumbem ao poder econômico dos conglomerados, enquanto as mudanças nos padrões de teletrabalho e varejo se aceleram, os consumidores dependem cada vez mais de tecnologias produzidas por poucas empresas. E os perigos do domínio da Big Tech são crescentes. Armadilhas podem ser armadas pelo poder econômico e político para expandir o domínio no futuro. Na agricultura, por exemplo, algum decreto pode obrigar os produtores a apresentar certificados de origem de seus produtos, com o uso de sistemas de monitoramento baseados em blockchain. Sem recursos para investir em tecnologias, agricultores de pequenas propriedades podem se transformar em reféns de desenvolvedores de soluções específicas para garantir a permanência no mercado.

E, hoje, a atenção com os oligopólios e monopólios tecnológicos precisa transcender os debates sobre questões econômicas. “Os legisladores e o público devem se preocupar com as redes de vigilância pelas quais o Facebook e o Google – que dominam o mercado de publicidade digital – rastreiam os usuários, criam perfis de dados sobre eles e veiculam anúncios personalizados”, diz o editor do The American Prospect. Ele destaca que milhões de americanos da zona rural não conseguem acessar a Internet. No país que se define como defensor da livre concorrência, as dificuldades são decorrentes da influência das empresas de telecomunicações e de outros interesses do lobby de interesses empresariais. Elas perseguem, lutam e induzem deputados estaduais a aprovar leis que restringem a banda larga. “Em todos os Estados Unidos, as pessoas enviam seus filhos aos estacionamentos da Starbucks para pegar carona no wi-fi e fazer o dever de casa”, diz David Deyen.

O autor alerta autoridades e a sociedade sobre a necessidade de ter cuidado, também, com a expansão da Amazon como império dominante do comércio eletrônico. As consequências potenciais incluem as lojas de ruas e as receitas das administrações públicas. Mas entre as outras forças que estão pressionando os pequenos varejistas estão as lojas de produtos de baixo valor. Nos Estados Unidos, duas empresas concentram os negócios no segmento. Juntas, elas têm cerca de seis vezes mais pontos de venda na América do que o Walmart. E a perspectiva é de crescimento.

Futuro dos produtores: submissão

Dos Estados Unidos, centro ideológico e sede das maiores multinacionais tecnológicas, se espalham novos modelo de relacionamento entre produtores e fornecedores de produtos e serviços. Exemplos como os que ocorrem com os desenvolvedores de software que desejam vender aplicativos para usuários do iPhone ou do Google. Não há como como evitar a aceitação das regras do App Store da Apple, que estabelece regras que eles devem seguir e arrecada até 30% das vendas. A alternativa do Google Store não é muito diferente. O criador de aplicativos não encontrará condições muito diferentes.

Contratos com condições de alternativas limitadas se espalham pelo mundo. Na Região Sul do Brasil, produtores de tabaco seguem as regras das indústrias de cigarros, contratados em sistemas de integração, algo comum na agroindústria, que também envolve a produção de aves e suínos. São os novos arranjos definidos pelos compradores. No livro “Tudo Novo, De Novo”, o cientista político Vítor Filgueiras avalia que novos nomes para modalidades de contratos são utilizados como subterfúgio para burlar a legislação. “Em vez de contratar serviços, as empresas estariam “comprando produtos”. Para a maioria absoluta dos fornecedores, não há alternativas senão se submeter às regras dos compradores monopolistas.

Segundo David Deyen, a situação é pouco diferente da realidade vivenciada por pequenos agricultores norte-americanos, que precisam criar gado de acordo com as especificações exatas dos gigantes frigoríficos e podem perder seu sustento por capricho dessas empresas. E “assim como a Amazon às vezes prejudica os vendedores terceirizados menores que usam sua plataforma, a Big Agriculture concorre diretamente com fornecedores menores; as quatro principais empresas de suínos, que controlam cerca de dois terços do mercado , normalmente possuem fazendas, matadouros, armazéns e caminhões de distribuição, a cada passo, desde o comedouro até a mesa de jantar”, diz o editor executivo do site The American Prospect.

Nos Estados Unidos, no Brasil ou na Europa, há um engano comum de quem acredita na existência de diversidade de fornecedores. A maioria dos produtos de consumo vem de uma pequena quantidade de empresas. A competição dificilmente é acirrada quando até mesmo muitas marcas próprias são apenas versões renomeadas de produtos líderes de mercado. Concentrar a discussão do monopólio no setor de tecnologia é minimizar o escopo de um problema há muito em formação.

Há quarenta anos, o governo basicamente parou de policiar a concentração da indústria. O conservador teórico jurídico Robert Bork – mais tarde um candidato fracassado à Suprema Corte – e seus aliados no movimento jurídico e econômico argumentaram que qualquer fusão que torne os negócios mais eficientes deve ser aprovada e que uma escala maior geralmente aumenta a eficiência. A análise de Bork ganhou enorme poder nos tribunais e no governo Reagan. Os advogados e banqueiros que lidavam com fusões e aquisições adoraram.

Todos os americanos sofrem com a onda de consolidação corporativa que se seguiu. Os trabalhadores têm menos licitantes pelo seu trabalho e não podem garantir salários decentes. O número de empresas iniciantes despencou desde o final dos anos 1970. Os produtos e serviços pioram e as empresas com pouca concorrência não têm incentivos para melhorá-los. Cadeias de suprimentos concentradas são mais vulneráveis ​​a interrupções, como mostrou a crise do coronavírus. Menos empresas distribuem mais ganhos econômicos para grupos menores de executivos. A política torna-se desequilibrada à medida que os monopolistas submetem legisladores e reguladores à sua vontade. Em uma variedade de setores, a pandemia aumentou o fardo para as pequenas empresas, ao mesmo tempo que aumentou as vantagens de seus rivais maiores, que podem se dar ao luxo de esperar a catástrofe passar.

A imprensa tradicional não pauta o tema da concentração de poder econômico como deveria. Aliás, passa longe do assunto. Inclusive porque se beneficia de mercados dominados por poucos. Como diz David Deyen, os desafios apresentados pela Big Tech recebem uma cobertura generosa da mídia, com uma informação ou outra sobre a força das empresas na manipulação de interesses. “Mas as manchetes sobre os danos que os gigantes não-tecnológicos fizeram estão esperando para serem escritas”, denuncia.

Como jornalismo econômico não trata do assunto, os brasileiros repetem o mantra liberal de que o País é o mais fechado do mundo. Isso porque ignora que dez grandes companhias – entre elas as multinacionais Unilever, Nestlé, Procter & Gamble, Kraft e Coca-Cola – abocanham de 60% a 70% das compras de uma família. Como consequência, verdadeira, o Brasil é um dos países com maior nível de concentração no mundo. O que sobra do mercado é disputado por cerca de 500 empresas menores, regionais. Sim, são demonstrações de que os vencedores levam tudo.

Monopólios nos Estados Unidos

O site Open Markets compilou alguns exemplos da concentração encontrados em diferentes setores. Confira:

FARMACÊUTICO

As empresas farmacêuticas têm se fundido em um ritmo recorde nos últimos anos, e os fabricantes de medicamentos costumam usar seu poder de mercado concentrado para aumentar os preços dos medicamentos genéricos, como Digoxin , Daraprim , Naloxone e vacinas convencionais .

GESTORES DE BENEFÍCIOS FARMACÊUTICOS

Os gerentes de benefícios farmacêuticos, que supervisionam a venda e administração de medicamentos, têm se fundido uns com os outros e com as farmácias nos últimos anos, apresentando conflitos de interesse substanciais à medida que as empresas ficam maiores e mais estreitamente integradas. Hoje, a CVS possui a Caremark, um PBM gigante; A Rite Aid é dona do Envision Rx, outro grande PBM; e o maior PBM do país, Express Scripts, possui várias farmácias especializadas.

SEGURADORAS DE SAÚDE

Em 2015, a Aetna anunciou planos de fusão com a Humana, a Anthem concordou em comprar a Cigna e a Centene disse que se fundiria com a Healthnet. As fusões propostas concentrariam ainda mais um mercado já altamente concentrado – deixando três empresas gigantes (Aetna-Humana, Anthem-Cigna e United Health Group) em posições dominantes no setor. O efeito seria ainda mais dramático em alguns estados, como Geórgia, Connecticut, Colorado, Virgínia e New Hampshire, que veriam seus mercados se tornarem mais concentrados em 30% ou mais.

ELETRODOMÉSTICOS

A aquisição da Maytag pela Whirlpool em 2006 deu a ela o controle de 50 a 80% das vendas de máquinas de lavar, secadoras e lava-louças nos Estados Unidos e uma posição muito forte em refrigeradores. Maytag também controla as marcas Jenn-Air, Amana, Magic Chef, Admiral e KitchenAid e detém uma posição dominante no fornecimento de produtos Sears Kenmore.

SAPATOS ATLÉTICOS

A Nike importa até 86% de certos tipos de calçados nos Estados Unidos – para basquete, por exemplo – e mais da metade de muitos outros. Em todo o mundo, a Nike controla quase dois quintos do negócio de calçados esportivos, um número que cresceu desde que suas duas principais rivais, Adidas e Reebok, se fundiram em 2005.

EMPREITEIROS DE DEFESA

Desde 1993, a consolidação reduziu o número de grandes empresas de defesa de 107 para cinco.

LIVROS

A Amazon vende 74% de todos os e-books vendidos online e 64% de todos os livros impressos vendidos online.

ÁLCOOL

A compra da Beam pela Suntory em 2014 consolidou a indústria global de destilados em três players principais, incluindo Diageo e Pernod Ricard.

DROGARIAS

A CVS controla 58 por cento do negócio da drogaria; Walgreens controla 31 por cento; e a Rite Aid controla 10 por cento. Em 2015, a Walgreens propôs a fusão com a Rite Aid. A CVS também possui a Caremark, uma das maiores administradoras de benefícios farmacêuticos do país , bem como a Omnicare, outro grande PBM.

MATERIAL DE ESCRITÓRIO

A FTC bloqueou com sucesso uma proposta de fusão da Staples e Office Depot, mas o mercado ainda está altamente concentrado após a aquisição da Office Max pela Office Depot em 2013. Coletivamente, as duas empresas controlam 69% de todo o mercado de suprimentos de escritório.

ÓCULOS

Uma empresa italiana, a Luxottica, domina a fabricação de óculos para o mercado dos Estados Unidos. Também domina o varejo, controlando LensCrafters, Pearl Vision, Sunglass Hut e Target Optical, entre muitos outros estabelecimentos. E a Luxottica controla cada vez mais os seguros e os serviços de cuidados com a visão e os olhos.

PUBLICIDADE DE TELEVISÃO

A Omnicom controla mais de 40 por cento de todos os dólares de publicidade na televisão na América. As duas principais agências controlam mais de 70%.

PUBLICIDADE NA INTERNET

O Google e o Facebook detêm uma posição dominante sobre o negócio de publicidade na Internet, reivindicando 64 por cento de todas as receitas de publicidade na Internet em 2015, embora o Google tenha gerado quase três vezes a receita do Facebook.

PESQUISAS NA INTERNET

O Google controla 64 por cento de todas as pesquisas em computadores e 94 por cento de todas as pesquisas globais e em tablets móveis.

SEMICONDUTORES

A Intel controla cerca de 98% do mercado de microprocessadores em servidores e cerca de 93% em notebooks, após seus esforços intensos (e abertamente ilegais) para tirar a AMD do mercado. A TSMC e a UMC conquistaram o controle de 60 por cento da demanda mundial por serviços de fundição de semicondutores e concentraram esse negócio em uma cidade industrial de Taiwan.

SOFTWARE EMPRESARIAL

Uma longa onda de fusões e aquisições reduziu a indústria a dois grandes players, Oracle e SAP.

VIDRO LCD

As empresas asiáticas dominam a fabricação de telas de cristal líquido (LCD). A empresa americana Corning conquistou 60% dos negócios de fornecimento de vidro.

VITAMINA C (ÁCIDO ASCÓRBICO)

O cartel de vitaminas da China controla 100% do mercado de vitamina C dos Estados Unidos, também conhecida como ácido ascórbico e usada em quase todos os alimentos em conserva.

COMPONENTES AUTOMOTIVOS

Graças às importações, há mais competição para vender carros na América do que na década de 1970. Mas as montadoras americanas registram patentes de design para garantir que somente elas tenham o direito de vender peças de reposição essenciais para seus carros, como grades e lanternas traseiras. O negócio de fabricação de peças de componentes é ainda mais monopolizado, já que os dez maiores fornecedores de peças controlam 60% do mercado.

GARRAFAS DE VIDRO

Owens Illinois vende mais de uma em cada duas garrafas no mundo e tem quase o monopólio sobre o fornecimento de recipientes de vidro na América do Norte e do Sul, Europa, China e Austrália.

TAMPAS DE FRASCOS E FRASCOS FARMACÊUTICOS

Em 2007, a Owens Illinois vendeu seu negócio de plásticos para a Rexam, dando à empresa britânica uma posição dominante no fornecimento internacional de tampas de garrafa e frascos farmacêuticos.

COMPANHIAS AÉREAS

Fusões recentes deixaram quatro companhias aéreas – American, United, Delta e Southwest – com controle de mais de 80% do mercado. Essa consolidação restringiu bastante a competição em aeroportos individuais. Em 40 dos 100 maiores aeroportos dos Estados Unidos , uma única companhia aérea controla a maioria do mercado, e em 93 dos 100 maiores , uma ou duas companhias aéreas controlam a maioria do mercado.

FERROVIAS

Fusões e desregulamentação pavimentaram o caminho para uma consolidação maciça no setor ferroviário. Atualmente, sete grandes ferrovias controlam grande parte da indústria. As quatro maiores ferrovias do país controlam 86% de todo o tráfego de grãos e sementes oleaginosas; uma única ferrovia, BNSF, controla 47 por cento.

PESQUISA DE VIAGENS

A Expedia comprou no início deste ano a Travelocity e a Orbitz. Combinado com a compra da Kayak pela PriceLine, isso reduziu o número de empresas independentes de pesquisa de viagens para duas.

CARROS DE ALUGUEL

Graças a uma série de fusões recentes, três empresas agora dominam os negócios, embora se escondam atrás de uma variedade de marcas. São eles: Enterprise (Enterprise, Alamo, National); Hertz (Hertz, Dollar, Thrifty); e Avis (Avis, orçamento).

COLCHÕES

As recentes fusões de Sealy e Tempur-Pedic e Serta and Simmons encerraram mais de 60 por cento do mercado nas mãos de duas empresas, ao passo que, há alguns anos, nenhuma empresa controlava mais de 20 por cento do mercado.

EQUIPAMENTO DE LABORATÓRIO

As duas maiores empresas, Thermo Electron e Fisher Scientific, se fundiram em 2006 e agora controlam monopólios de fato em muitas linhas de negócios.

LASIK EYE LASERS

Os dois principais fabricantes de lasers oculares Lasik, Advanced Medical Optics e IntraLase, fundiram-se em 2007.

SERVIÇOS DE PETRÓLEO OFFSHORE

As duas maiores empresas de exploração e perfuração de petróleo offshore, US Transocean e GlobalSantaFe, fundiram-se em 2007.

SERVIÇOS DE PETRÓLEO EM TERRA

A Schlumberger e a Halliburton controlam quase todos os negócios de serviços de petróleo em terra, após a compra da Baker Hughes pela Halliburton em 2015.

FABRICAÇÃO POR CONTRATO

Em 2007, o fabricante número um de contratos eletrônicos gerenciado pelos Estados Unidos, Flextronics, adquiriu a segunda empresa, Solectron.

SERVIÇOS ALIMENTÍCIOS

Em 2015, a FTC e o Departamento de Justiça bloquearam com sucesso uma proposta de fusão da Sysco e da US Foods, as duas maiores empresas do setor de serviços alimentícios. Desde então, as duas empresas continuaram a se consolidar , apesar de a Sysco adquirir a North Star Seafood e a US Food adquiriu a Cara Donna Provision Co.

CHAMPANHE

O conglomerado francês LVMH, controlado pelo bilionário Bernard Arnault, conquistou 60% do mercado americano de champanhe, controlando marcas como Veuve Clicquot, Moet & Chandon e Dom Perignon.

BOTAS DE COWBOY

Quatro das maiores marcas – Justin Boots, Tony Lama, Nocona e Chippewa – são propriedade da Berkshire Hathaway.

LOJAS DE ARTIGOS DE DECORAÇÃO

A Home Depot e a Lowes controlam 90% dos negócios da loja de materiais de construção.

DOCE

Duas empresas, Mars e Hershey, controlam 75% do mercado de doces na América.

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