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Notas econômicas: 6 a 10 de setembro

O Sete de Setembro de 2021 foi tão estranho que conseguiu até mesmo o feito de tirar o ex-presidente Michel Temer das sombras. O feito foi promovido pelo fracasso das mobilizações patrocinadas pela governo Bolsonaro. Sem conseguir tirar o STF de seu caminho e demonstrando que não tem força suficiente para colocar as Forças Armadas a seu serviço, o presidente se sentiu obrigado a recuar em suas ações espetaculosas contra os inimigos reais e imaginários. E na quinta-feira, dia 9, divulgou um patética “Declaração à Nação”. A mansidão do texto escrito pelo ex-presidente contrasta com a valentia demonstrada no dia da Independência, quando gritou declarações altamente agressivas diante dos seus devotos em São Paulo. Posteriormente, a convocação de Temer mostra a tentativa de rearticulação das lideranças políticas, econômicas, religiosas e militares para controlar os desvarios governamentais. A economia e o ambiente social seguem na sina das desventuras em série, um ciclo de tragédias que não se encerram, reforçando a falta de soluções para os grandes problemas brasileiros no curto prazo.

foto Felipe Campos Melo
Notas econômicas: grupo de apoiadores de bolsonaro conversa diante de bar e ao lado de faixas que protestam contra o governo
foto Felipe Campos Melo

Coleta de informações semanais feita pelo Economista Paulo Roberto Bretas


Economia e Finanças

Seguem as Perdas na Bolsa: A “Declaração à Nação”, documento em que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) moderou o tom das ofensivas contra o  STF, não foi suficiente para gerar um alívio duradouro nos mercados locais. Em um pregão marcado por ajustes após os movimentos bruscos nos últimos dois dias, o Ibovespa não conseguiu se sustentar no positivo e amargou sua segunda semana consecutiva de perdas. (Valor)

Impactos da Crise Institucional: Investidores vão observar atentamente o desenrolar da crise institucional nos próximos dias para entender o tamanho do risco que é colocar dinheiro no Brasil, avaliam executivos de bancos ouvidos pelo jornal Valor sob a condição de anonimato. A dúvida é sobre o capital de longo prazo e produtivo, que não combina com insegurança jurídica. (Valor)

Baixo Investimento Público: Os investimentos previstos para 2022 no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA), de R$ 25,7 bilhões, estão em níveis historicamente baixos. Para alguns economistas, o cenário afeta ainda mais o vigor da retomada. Outros especialistas alertam para a necessidade de se manter o respeito ao teto de gastos. O valor previsto no Orçamento é o menor como porcentagem do Produto Interno Bruto (PIB) desde pelo menos 2010, de acordo com levantamento de Vinicius Amaral, consultor de Orçamentos do Senado. Em 2022, os investimentos devem representar 0,27% do PIB. Em 2021, a estimativa é de cerca de 0,3%. Em 2013, eles chegaram a representar 1,24%. O cálculo considera a projeção oficial para o PIB nominal deste e do próximo ano. (Valor)

Boletim Focus: A mediana das projeções do mercado para o crescimento da economia brasileira em 2021 caiu de 5,22% para 5,15%, no Boletim Focus, do Banco Central (BC), divulgado dia 06-09-2021, com estimativas coletadas até o fim da semana passada. (Valor)

Expectativa para os Juros: Para a taxa básica de juros (Selic), o ponto-médio das expectativas subiu de 7,50% para 7,63% no fim de 2021 e subiu de 7,50% para 7,75% em 2022. (Valor)

Estimativas para o Dólar: A mediana das estimativas para o dólar no fim deste ano foi elevada de em R$ 5,15 para R$ 5,17. Para 2022, o ponto-médio das projeções foi mantido em R$ 5,20 entre uma semana e outra. (Valor)

Fraudes e Golpes Financeiros: A pandemia também intensificou as tentativas de fraudes e golpes financeiros, alguns dos crimes mais comuns cometidos atualmente. Dados da PSafe mostram que, no Brasil, foram detectados mais de 2.3 milhões desse tipo de golpe só no primeiro semestre de 2021. O número representa uma ameaça financeira a cada 6 segundos no país. Fraudes por meio de e-mails, SMS, redes sociais e site, como o Phishing, e os golpes envolvendo boletos bancários são alguns dos mais aplicados. (Meio)

Exportações de Produtos de Defesa 1: As exportações brasileiras de produtos de Defesa baterão recorde em 2021 e devem atingir a cifra de US$ 2 bilhões. Ministério da Defesa e especialistas afirmam que uma campanha comercial mais incisiva, mudanças na legislação e também as diretrizes da Estratégia Nacional de Defesa (END), criada há pouco mais de uma década, estão contribuindo para a alta dos números neste ano. (Valor)

Exportações de Produtos de Defesa 2: Segundo o Ministério da Defesa, as vendas de tanques, aviões, armamentos, munições e sistemas de lançamento de foguetes, entre outros, somaram US$ 1,322 bilhão até o mês de agosto e já superam a cifra de todo o ano de 2019 (US$ 1,231 bilhão) e de 2020 (US$ 777 milhões). Em 2020, as exportações tiveram o desempenho afetado por problemas logísticos que dificultaram operações durante a pandemia. (Valor)

Visão dos Investidores: A crise institucional, na visão de investidores, deve colocar ainda mais obstáculos em uma agenda de reformas já morosa e dificultar a negociação de temas importantes para o futuro da economia no curto prazo, como a solução para o pagamento dos precatórios. (Valor) 

Crédito Bancário: Um terço dos segmentos da economia apresenta contração no estoque de crédito bancário neste ano. Mesmo assim, analistas consideram que os empréstimos vêm cumprindo o papel de apoiar a recuperação da economia. Por sua vez, o ciclo de altas da Selic já se reflete em alguns casos em elevação das taxas de juros para os tomadores de empréstimos, mas não deve ser suficiente para impedir o crescimento do crédito bancário. (Valor)

Conta Corrente em Moeda Estrangeira: Depois de quase oito anos de espera, o Banco Central regulamentou a lei 12.865, de 2013, e a partir de agora as corretoras de câmbio poderão ter uma conta corrente em moeda estrangeira (CCME). Esse era um pleito antigo do setor, que no modelo atual, sempre que vai realizar uma transferência para o exterior, precisa antes passar por um banco brasileiro que tenha uma CCME, o que encarece e torna o processo mais lento. (Valor)

Juros em Elevação: O mercado financeiro reagiu à inflação salgada de agosto com um aumento nas chances de uma alta superior a um ponto percentual na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que ocorre dentro de duas semanas. (Valor)

Vendas em Supermercados: Segundo a ABRAS – Associação Brasileira de Supermercados, as vendas reais dos supermercados no país subiram 4,84% em julho sobre junho de 2021, enquanto, em relação a julho de 2020, há queda de 1,15%. No acumulado de janeiro a julho, a elevação é de 3,24%. (Valor)

PEC dos Precatórios: A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios é inconstitucional, afirmou a advogada Tathiane Piscitelli, da Comissão de Direito Tributário da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Nacional. Segundo ela, o texto pode inclusive atingir cláusulas pétreas da Constituição, chocando-se contra direitos e garantias individuais. (Valor)

Varejo Restrito Cresce: O volume de vendas no varejo restrito subiu 1,2% em julho, frente a junho, na série com ajuste sazonal, segundo a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada pelo IBGE. Foi o quarto crescimento consecutivo do indicador, fazendo com que o volume de vendas do comércio chegasse ao patamar recorde da série histórica da PMC, iniciada em 2000. Entre abril e julho, o indicador acumulou ganho de 8,1%. (Valor)

Banco dos Brics 1: O Brasil tem R$ 17 bilhões de recursos aprovados a receber do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), conhecido como o Banco do Brics, informou o presidente da instituição, Marcos Troyjo. A expectativa é de que até o final de 2022 mais R$ 6 bilhões sejam aprovados para projetos no país. (Valor)

Banco dos Brics 2: Foram aprovados R$ 6,3 bilhões para projetos de infraestrutura sustentável, incluindo geração, transmissão e distribuição de energia renovável; R$ 2,6 bilhões voltados para o clima; R$ 5,3 bilhões de garantia de crédito para empresas de pequeno e médio; R$ 800 milhões para projeto de infraestrutura e agricultura no extremo-sul; R$ 260 milhões para projeto de educação em Teresina (PI); R$ 400 milhões para Curitiba e R$ 210 milhões para Sorocaba para mobilidade urbana, além de R$ 800 milhões para rodovias sustentáveis no norte do país.(Valor)

Inflação

Projeção do IPCA: A mediana das projeções dos economistas do mercado para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2021 subiu de 7,27% para 7,58%. Para 2022, subiu de 3,95% para 3,98%. (Valor)

IPCA de Agosto 1: A inflação oficial brasileira, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ficou em 0,87% em agosto, após marcar 0,96% em julho. As informações foram divulgadas pelo IBGE. Em agosto de 2020, o IPCA teve alta de 0,36%. É a maior taxa para o mês de agosto desde 2000 (1,31%). (Valor)

IPCA de Agosto 2: Pelo indicador acumulado em 12 meses, o IPCA ficou em 9,68% em agosto, ante 8,99% acumulados até julho. É a maior taxa em 12 meses desde fevereiro de 2016 (10,36%). O resultado de 9,68% ficou acima do centro da meta inflacionária estabelecida pelo Banco Central (BC) de 3,75% para 2021- sendo que a meta tem margem de tolerância de 1,5 ponto percentual, para mais ou para menos. (Valor)

Fatores de Aceleração 1: A alta do dólar e a crise hídrica estão entre os fatores que influenciam na aceleração da inflação nos últimos 12 meses, segundo o analista do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), André Filipe Guedes Almeida. (Valor)

Fatores de Aceleração 2: Uma das sinalizações da aceleração da inflação aparece também no índice de difusão, que mede a parcela dos itens que apresentam alta de preços em relação ao total de 377 itens pesquisados pelo IBGE. O índice avançou de 64% em julho para 72% em agosto, e ultrapassou pela primeira vez a barreira dos 70% em 2021. (Valor)

Inflação na Construção Civil: A inflação medida pelo Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi) foi de 0,99% em agosto, após se situar em 1,89% em julho, segundo o IBGE. É a menor variação de todo o ano de 2021. Com o resultado, o indicador acumula variação de 22,74% em 12 meses, frente a 22,60% dos 12 meses imediatamente anteriores. Já o acumulado em 2021, de janeiro a agosto, foi de 14,61%. (Valor)

Maiores Altas nos Preços: As altas dos preços de gasolina, etanol e energia elétrica respondem por um terço (32,7%) da inflação de 9,68% acumulada em 12 meses até agosto, segundo os dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgados pelo IBGE. (Valor)

Governo e Ambiente Político

Vera Magalhães: “Vale tanto quanto uma cédula de R$ 3 a nota em que Jair Bolsonaro usa o marqueteiro de Michel Temer como ghost-writer para ajoelhar no milho diante do Supremo e fingir um arrependimento que não tem das ameaças de golpe que sinceramente proferiu no dia 7 de Setembro. Quem fingir que acredita é cínico, burro ou ingênuo. Ou um mix dos três.” (Globo) (Meio)

Crime de Responsabilidade: Uma frase do presidente Jair Bolsonaro, proferida ontem em seu discurso na Avenida Paulista, pôs Brasília imediatamente em alerta. “Quero dizer a vocês” afirmou, microfone à mão, “que qualquer decisão do senhor Alexandre de Moraes, esse presidente não mais cumprirá.” O problema da frase é que ela tão clara, tão precisa, que em si enquadra Bolsonaro num crime de responsabilidade registrado explicitamente no artigo 85 da Constituição. “São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra o livre exercício do Poder Judiciário, o cumprimento das leis e das decisões judiciais.” O Centrão, repentinamente, ficou sem espaço de manobra retórica para argumentar que houve mal entendido. Bolsonaro declarou de viva voz que tem planos de cometer o único crime de responsabilidade claramente inscrito na Constituição e não em lei complementar, um crime cuja única punição é o impeachment imediato. (G1) (Meio)

Bolsonaro o Agressivo: Enquanto aliados tentam refazer pontes, Bolsonaro as queima. Em reunião com seus ministros, ele deixou claro que não vai baixar o tom no confronto com o STF e ainda cobrou “soluções jurídicas” para que a PF não cumpra ordens de Moraes, o que, como apontou Fux, é crime de responsabilidade. (Estadão) (Meio)

Aras o Manso: Fux falou duro, Lira reclamou, mas o procurador-geral da República fez a Polyanna. Augusto Aras ignorou todas as exortações golpistas de Bolsonaro e saudou as manifestações do feriado como “uma festa cívica” de uma “sociedade plural e aberta”. Essa postura não é gratuita. Aras ainda não desistiu da indicação, que no momento está com André Mendonça, para uma vaga no STF. E tem seus motivos. (UOL) (Meio)

Manifestações do MBL: Empenhado em rivalizar com as manifestações bolsonaristas, o MBL anunciou ontem a participação em seus atos marcados para o dia 12 de centrais sindicais, à exceção da CUT, e de políticos e artistas de esquerda, como a deputada estadual Isa Penna (Psol-SP) e o cantor Tico Santa Cruz. Um dos mais esperados fora da direita e da centro-direita é o deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), líder da Oposição na Câmara, que busca adesão de mais siglas de esquerda. (Poder360) (Meio)

Reação de Moraes: Alexandre Moraes dá sinais de que também não vai fugir das polêmicas com o Executivo. Ontem ele liberou para votação do Plenário virtual do STF três projetos que questionam decretos do governo facilitando a compra e importação de armas de fogo e munições. As ações estavam paradas devido a um pedido de vistas de Moraes e devem ser decididas no próximo dia 17-09-2021. (G1) (Meio)

Bolsonaro em Campanha Recria Persona: A radicalização cada vez maior do discurso e os embates com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) fazem parte de uma estratégia do presidente Jair Bolsonaro de recriar o personagem “antissistema” que o levou ao Planalto em 2018 com vistas à eleição do ano que vem. Essa estratégia, no entanto, tem causado desconforto entre ministros da ala política do governo. (Valor)

Indignação Generalizada: A indignação do meio político com as falas de Bolsonaro foi generalizada e sem se restringir a nichos ideológicos. No Twitter, figuras díspares como o ex-candidato à presidência João Amoêdo (Novo) e a ex-candidata a vice Manuela D’Ávila (PCdoB) defenderam o impeachment, assim como Roberto Freire, presidente do Cidadania. Marina Silva (Rede) disse que “Bolsonaro sempre demonstrou não ter limite, mas o Brasil o limitará”. Os governadores tucanos João Doria (SP) e Eduardo Leite (RS), que colaram na imagem de Bolsonaro no segundo turno de 2018 e hoje disputam as prévias do PSDB, também cobraram o afastamento do presidente. (Poder360) (Meio)

Tentativas de Invasão: A Polícia Militar do Distrito Federal teve trabalho, mas garantiu sem vacilo a segurança do Palácio do Supremo. De acordo com o Painel, houve sete tentativas reais de invasão do prédio e foram usadas bombas de gás para dispersar invasores. Os grupos mais inflamados eram de caminhoneiros e os chamados ‘boinas vermelhas’, sobre os quais agora as forças de segurança do DF pretendem levantar mais informações. (Folha) (Meio)

Pregação Golpista Atrapalha: Jair Bolsonaro depende do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF) para ter viabilidade eleitoral em 2022. E tanto o Supremo quando o Centrão, grupo que dá apoio ao governo no Legislativo, alertam que a pregação golpista nos atos convocados para amanhã pode fechar essa porta. O STF, por exemplo, é crucial para o parcelamento de precatórios, que viabilizaria um programa assistencial federal. Já a base no Congresso avalia que a retórica radical tem impacto negativo sobre a economia, alimentando a queda de popularidade do presidente. Partidos do Centrão já discutem abertamente o desembarque do governo. (Folha) (Meio)

Fusão PSL com o DEM: Um tem o dinheiro e o outro, a capilaridade e os quadros. PSL e DEM estão avançando nas negociações para se fundirem numa única legenda, diante da perspectiva de o Senado rejeitar a volta das coligações em eleições proporcionais. Ex-nanico inflado pela onda bolsonarista em 2018, o PSL tem 53 deputados, empatado com o PT como maior bancada na Câmara. Pelo menos a metade deve deixar a legenda, mas ela conserva a gorda fatia do Fundo Eleitoral. Já o DEM tem 28 deputados, mas uma ampla estrutura nacional e nomes com potencial para disputar o Planalto, como o ex-ministro da Saúde Henrique Mandetta. (Globo) (Meio)

Pobre Cultura: O descaso do governo brasileiro com a Cultura é mensurável. Entre 2011 e 2021, o orçamento federal para o setor caiu 46,8%, de R$ 3,33 bilhões para R$ 1,77 bilhão — com os valores corrigidos pela inflação. A fatia da Cultura cresceu até 2013; de 2014 em diante, foi apenas queda. Proporcionalmente, o maior corte foi na Funarte (56,7%), seguida do Iphan (56,6%), que sofreu a maior redução em valores absolutos. Além da previsão orçamentária, a execução (o que foi efetivamente gasto) teve queda semelhante. (Globo) (Meio)

Vera Magalhães: “Arthur Lira é cúmplice dos sucessivos crimes de responsabilidade cometidos por Bolsonaro não só contra os demais Poderes, mas também no enfrentamento da pandemia. Só deixará de ser conivente se houver uma pressão tremenda de todos os partidos do Centrão, grupo que coordena à base de dinheiro público na veia. Como ainda não cessou a fonte de recursos, inútil contar com isso.” (Globo) (Meio)

Merval Pereira: “Mesmo tendo tido menos gente nas ruas do que o governo previu – Bolsonaro chegou a falar em dois milhões de pessoas — a manifestação de Brasília teve claramente o caráter golpista. A possível reunião do Conselho da República que ele anunciou no palanque para hoje, mas não convocou ninguém, poderá ser a crise final, caso os presidentes da Câmara e do Senado não aceitem, se for proposto, o estado de defesa. Nesse caso, ou Bolsonaro recua, ou dá o golpe. E, se recuar, abre brecha para o impeachment.” (Globo) (Meio)

Meio Ambiente, Sustentabilidade e Energia

Segue Impune a Destruição da Amazônia: A área explorada para extração de madeira na Amazônia entre agosto de 2019 e julho do ano passado equivale a aproximadamente três vezes a cidade de São Paulo, 464.759 hectares. Pelo menos 11% desse total estavam em locais protegidos por lei, como terras indígenas e Parques Nacionais. O levantamento foi feito pela Rede Simex, formada por Imazon, Idesam, Imaflora e ICV (Instituto Centro de Vida). (Folha) (Meio)

Ambiente Social, Emprego e Renda

Desemprego de Longa Duração: Seis milhões de desempregados no país estão sem trabalho há mais de um ano. Desses, são 3,8 milhões buscando vaga por mais de dois anos. Na pandemia, avançou a parcela dos que estão sem trabalho há muito tempo no Brasil, o chamado desemprego de longa duração. A proporção dos que procuram ocupação há mais de dois anos subiu de 23,9% no primeiro trimestre de 2020 para 26,1% no segundo trimestre de 2021. O aumento foi ainda maior no grupo que está desempregado por um período entre um e dois anos: passou de 6,7% para 15,1%, considerando a mesma base de comparação. (Valor) 

Indicador Antecedente de Emprego: O Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp), do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre), subiu 0,9 ponto em agosto, para 90,1 pontos, maior nível desde fevereiro de 2020 (92,0). Em médias móveis trimestrais, o IAEmp variou 2,3 pontos, para 89,0 pontos. (Valor)

Dicas para a Procura por Trabalho: Cuidado emocional, rotina de contatos com profissionais de sua rede (networking), realização de cursos e estudos constantes e boa administração do tempo são algumas das sugestões de especialistas em carreiras para quem procura trabalho. Outras dicas são manter registro detalhado dos contatos profissionais e dos processos de seleção. (Valor)

Voto de Fachin: Foi música (de qualidade) aos ouvidos dos indígenas acampados em Brasília o voto do ministro do STF Edson Fachin contra o marco temporal na demarcação de terras dos povos nativos. Por essa tese, índios só têm direito a terras que comprovadamente ocupavam em outubro de 1988, quando foi promulgada a Constituição. Fachin defendeu que a posse indígena da terra é um direito originário, diferente da posse civil. O julgamento vai ser retomado na próxima quinta-feira, com os votos dos demais ministros. (G1) (Meio)

Ambiente Tecnológico

Cientista de dados: A profissão de cientista de dados é relativamente nova, mas os desafios para essa área já são imensos. Além de conhecer uma gama de novas tecnologias e conceitos, como visualização de dados, machine learning e inteligência artificial, o cientista precisa ajudar companhias que estão acumulando cada vez mais dados para suas estratégias de operações, produtos e serviços. Por isso, um projeto da Purdue University, nos Estados Unidos, tem usado pesquisa, inovação e empreendedorismo para que os cientistas de dados saiam da academia aptos a encontrarem soluções para as necessidades reais das empresas. (Meio) 

Metaverso: A expressão virou hype entre os amantes da tecnologia depois de uma entrevista em que Mark Zuckerberg, fundador do Facebook, disse que o futuro da rede social seria a construção de um metaverso. Na ficção científica, o conceito se refere a um universo digital, construído acima e em paralelo à realidade em que vivemos. No caso do Facebook, o metaverso pode abranger realidade virtual, vídeos e formatos imersivos. Esta, aliás, já é uma tendência no Vale do Silício. A Microsoft, por exemplo, está trabalhando em um “metaverso empresarial”, e a Epic Games já captou US$ 1 bilhão para investir no tema. Mas a visão de Zuckerberg é mais ambiciosa. Segundo ele, “o metaverso abrange muitas empresas, na verdade toda a indústria de tecnologia. Pode-se pensar nele como o sucessor da internet móvel”. De histórias de ficção num contexto distópico para um mundo virtual criado por big techs, resta saber: estamos prontos para o metaverso? (Folha) (Meio)

Concorrência no Setor Tecnológico 1: Um estudo do Centro Europeu para Competitividade Digital analisou o avanço de 140 países a respeito da concorrência no setor tecnológico. De acordo com o Digital Riser Report, o Canadá teve o melhor desempenho entre os países do G7, os mais industrializados do mundo. No G20, formado pelas 19 maiores economias, o Brasil aparece em 3º lugar no ranking comandado pela China. A Arábia Saudita aparece em 2º. (Época Negócios) (Meio)

Concorrência no Setor Tecnológico 2: Os dois fatores considerados na análise foram como os países progrediram em relação aos seus pares e quais foram as melhores práticas dos líderes em sua região ou seu grupo econômico. O estudo também realçou iniciativas e desenvolvimentos implementados pelos governos, baseando-se no que se provou bem-sucedido em sua região e no resto do mundo. (Época Negócios)

Ambiente Empresarial

Indústria Automobilística 1: A falta de semicondutores continua afetando a indústria automobilística e se refletiu no resultado das vendas de agosto. No mês passado, foram licenciados 172,8 mil carroscomerciais leves, caminhões e ônibus, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), uma queda de 5,8% na comparação com o mesmo mês do ano passado. No acumulado do ano, contudo, houve crescimento de 21,9% nas vendas, para um total de 1,42 milhão de veículos emplacados de janeiro até agosto. A base de comparação é baixa em razão das paralisações das fábricas em 2020, em consequência do início da pandemia. (Valor)

Indústria Automobilística 2: O nível de emprego na indústria automobilística também está em queda. Trabalham hoje no setor 103 mil profissionais. Isso representa uma queda de 0,3% em relação ao quadro de um ano atrás. Há dois anos, trabalhavam na indústria automobilística 108,5 mil profissionais e, em agosto de 2018, o quadro totalizava 113 mil pessoas. (Valor)

Ambiente Internacional

Avaliação dos Mercados Emergentes: O Instituto Internacional de Finanças (IIF), que representa as maiores instituições financeiras do mundo, avalia que os mercados emergentes continuam vulneráveis a uma retirada de estímulos por parte do Fed, pois menos apoio à economia dos EUA poderia apertar as condições financeiras em todo o mundo. Mas acredita que o risco de contágio é menos severo do que durante a venda maciça de papéis de emergentes em 2018 ou durante o ‘taper tantrum’ de 2013. Acha que a importância da credibilidade da política dos emergentes será primordial nos próximos meses, especialmente se as taxas de juros subirem. (Valor)

Fluxos de Portfólio 1: Os fluxos de portfólio para os emergentes ficaram positivos em US$ 4,2 bilhões em agosto, desacelerando em relação aos US$ 7,5 bilhões de julho. Desse total, os mercados de ações tiveram entrada de US$ 0,8 bilhão, enquanto em dívida o saldo ficou positivo em US$ 3,5 bilhões, segundo o Instituto de Finanças Internacionais (IIF). (Valor)

Fluxos de Portfólio 2: Do fluxo total voltado a ações, US$ 3,8 bilhões foram para a China. Excluindo a China, os outros emergentes tiveram saídas de US$ 1 bilhão. Do fluxo para dívidas emergentes, US$ 6,3 bilhões foram para a China e o restante dos emergentes teve saída de US$ 2,8 bilhões. É a primeira vez que os emergentes (excluindo China) têm saída em ações e dívidas ao mesmo tempo desde março de 2020. (Valor)

Fontes: Notas econômicas

Jornal Valor, Globo, Folha, Estadão, Canal Meio Newsletter, Carta Capital, Poder 360, UOL, CNN Brasil, Mercado & Consumo, Época Negócios e G1.

Em resumo

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