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Notas econômicas: 6 a 10 de dezembro de 2021

Coleta de informações semanais feita pelo Economista Paulo Roberto Bretas

vice presidente Hamilton Mourão e seguidores experimentam armas em evento do BID - Foto: Romério Cunha/VPR
Foto: Romério Cunha/VPR

O vice-presidente Hamilton Mourão participou, em Brasília, da Sexta Mostra BID Brasil. Em tempos de final de ano e espírito de Natal a prioridade do dia 10 de dezembro foi marcar presença no principal evento do segmento de defesa e segurança do País, promovido pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento. Enquanto isso, dados sobre expectativas em relação ao futuro mostram o descontentamento dos brasileiros com a atual situação da economia do Brasil. Sem recuperação diante da pandemia, o ambiente está péssimo ou ruim para a maioria. Sem soluções efetivas para os problemas, o governo aposta no Auxílio Brasil, que começou a ser pago nesta mesma sexta-feira, dia 10 de dezembro. (Radar do Futuro)

Economia e Finanças

Aumento da Selic: Com o aumento da inflação, o Banco Central fez mais um ajuste nos juros básicos para tentar segurar a alta dos preços. Por unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou hoje (8) a taxa básica de juros, a Selic, de 7,75% para 9,25% ao ano. A decisão era esperada por analistas do mercado financeiro.(Agência Brasil)

Melhor Ano da História da Mineração1: A indústria brasileira de mineração vai viver em 2021 seu melhor ano na história, batendo recordes de faturamento. O setor foi favorecido pelos altos preços das commodities metálicas, como minério de ferro, cobre, ouro e alumínio e pelo câmbio, pois é um grande exportador. (Valor)

Melhor Ano da História da Mineração 2: A expectativa para 2022, no entanto, é de um cenário de acomodação, com preços ajustados a patamares mais baixos em relação aos picos e de demanda sob pressão, principalmente do maior consumidor de commodities do mundo, a China. (Valor)

Boletim Focus – PIB: A mediana das projeções do mercado para o crescimento da economia brasileira em 2021 voltou a cair, de 4,80% para 4,78%. Para 2022, o ponto-médio das expectativas para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) também reduzido, de 0,70% para 0,58%. Para 2023 e 2024, permaneceu em 2,00%. (Valor)

Boletim Focus – Juros: Para a taxa básica de juros (Selic), o ponto-médio das expectativas manteve-se em 9,25% em 2021, 11,25% em 2022, 7,75% em 2023 e 7,00% em 2024. (Valor)

Boletim Focus – Dólar: A mediana das estimativas para o dólar foi mantida em R$ 5,50 tanto para o fim deste ano quanto no do próximo. Para 2023, o ponto-médio das projeções para a moeda americana subiu de R$ 5,30 para R$ 5,35. Para 2024, foi de R$ 5,28 para R$ 5,30. (Valor)

Passivo de Precatórios: Instituição Fiscal Independente (IFI) acaba de publicar uma nova versão de seu “Comentários da IFI número 14”, que trata da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) dos Precatórios, no qual projeta um estoque de precatórios acumulados e não pagos de R$ 420 bilhões em 2026. (Valor)

Pandemia Aumenta Desigualdade 1: A pandemia da covid-19 aumentou a desigualdade em todo o mundo, com os mais ricos enriquecendo ainda mais e o total de pobres crescendo. No Brasil, a parcela 10% mais rica que detinha 58,6% da renda nacional em 2019 hoje concentra 59%, segundo o The World Inequality Report 2022. A metade mais pobre, por sua vez, possuía 10,1% antes da pandemia e hoje concentra 10%. (Valor)

Pandemia Aumenta Desigualdade 2: O documento, elaborado pelo World Inequality Lab, codirigido pelo economista Thomas Piketty, mostra ainda que no Brasil a parcela 1% mais rica é dona de cerca de metade da riqueza nacional. A metade mais pobre detém menos de 1% da riqueza nacional – muito abaixo de vizinhos como a Argentina, onde os 50% mais pobres possuem 6% da riqueza nacional. (Valor)

Pandemia Aumenta Desigualdade 3: O World Inequality Lab, que gerencia o World Inequality Database, utiliza dois conceitos para medir desigualdade: renda e riqueza. O primeiro é a soma de toda a renda recebida por indivíduos de um país, como o salário ao longo de um ano, antes de pagar imposto de renda. A riqueza é a soma de valores de todos os ativos detidos por indivíduos em um país, o estoque de acumulação de capital, como poupança e rendimentos. (Valor)

Pandemia Aumenta Desigualdade 4: Na América Latina, o Brasil é o segundo país mais desigual depois do Chile, onde os 10% mais ricos detêm 58,9% da renda total. Em ambos os países, porém, os 10% mais ricos ganham 30 vezes mais do que os 50% mais pobres – na Argentina e no Canadá essa proporção é de 13%, nos EUA, de 17%, na França, 6%. No grupo das 20 maiores economias do mundo, o G-20, o Brasil também ocupa o segundo lugar na lista dos mais desiguais, atrás somente da África do Sul. No país africano, a parcela dos 10% mais ricos possui 66,5% da renda nacional e ganha 60 vezes mais do que a metade mais pobre. (Valor)

Desoneração da Folha: O Senado aprovou o projeto de desoneração da folha de pagamentos para 17 setores da economia. O relator, senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), vice-presidente do Senado, não realizou alterações em relação ao texto já aprovado na Câmara dos Deputados. A medida segue para sanção presidencial. (Valor)

Pesquisa CNI: Pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que, para 70% dos brasileiros, a economia do Brasil está péssima ou ruim em função das dificuldades para recuperação após a pandemia. A maioria dos entrevistados (56%) afirma que a situação piorou nos últimos seis meses. Em relação ao futuro, a população está dividida, pois 34% acham que vai melhorar, 27% que vai ficar igual e 32%, que vai piorar. (Valor)

Exportações do Agro: As exportações do agronegócio brasileiro somaram US$ 8,36 bilhões em novembro, um novo recorde para o mês. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) compilados pelo Ministério da Agricultura, ante novembro de 2020 a alta foi de 6,8%, e o avanço refletiu o aumento dos preços dos produtos embarcados – que subiram, em média, 22,3% em relação ao mesmo mês do ano passado. Por outro lado, houve queda de 12,7% nos volumes vendidos. (Valor)

Autorização de Ferrovias: O governo federal autorizou ontem a construção e operação dos nove primeiros trechos de ferrovias pelo novo regime de autorização – modelo que se contrapõe às tradicionais concessões ferroviárias. Os projetos deverão passar por dez Estados, com investimento estimado em R$ 51,96 bilhões em 3,5 mil quilômetros de novos trilhos. (Valor)

Inflação

Boletim Focus – Inflação: A mediana das projeções dos economistas do mercado para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2021 subiu de 10,12% para 10,15%, segundo o Boletim Focus, do Banco Central (BC). Para 2022, também subiu, de 4,96% para 5,00%. Para 2023, permaneceu em 3,42%. Para 2024, ficou em 3,10%. (Valor)

Queda do IGP-DI: O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) registrou deflação de 0,58% em novembro, percentual inferior ao apurado no mês anterior, quando subira 1,60%, informou a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Com esse resultado, o índice acumula alta de 16,28% no ano e de 17,16% em 12 meses. Em novembro de 2020, o índice havia subido 2,64% e acumulava elevação de 24,28% em 12 meses. (Valor)

IPCA Novembro: A inflação oficial brasileira, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ficou em 0,95% em novembro, após alta de 1,25% em outubro. É o maior resultado para o mês desde 2015, quando foi 1,01%, conforme o IBGE. O maior impacto individual no índice veio da gasolina, com alta de 7,38% e influência de 0,46 ponto percentual na taxa de 0,95%. O resultado acumulado em 12 meses atingiu a marca de dois dígitos pelo terceiro mês seguido, com variação de 10,74%. É a maior taxa em 12 meses desde novembro de 2003 (11,02%). Em novembro de 2020, o IPCA teve inflação de 0,89%. (Valor)

INPC Desacelera: O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede inflação percebida por famílias com renda entre um e cinco salários mínimos mensais, foi de 0,84% em novembro, após alta de 1,16% um mês antes, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em novembro de 2020, houve aumento de 0,95%. No resultado acumulado 12 meses, o INPC ficou em 10,96%, quarto mês seguido em dois dígitos. Até outubro, o resultado acumulado em 12 meses estava em 11,08%. No ano, o indicador registra alta de 9,36%. (Valor)

Governo e Ambiente Político

Cai Rejeição à Bolsonaro: A nova rodada da pesquisa Genial+Quaest traz uma boa notícia e uma má notícia para o presidente Jair Bolsonaro (PL). A boa é que a reprovação a seu trabalho teve uma queda acentuada, com a avaliação negativa caindo de 56% em novembro para 50%, fora da margem de erro de dois pontos. A visão positiva do governo passou de 19% para 21%. À exceção do Nordeste, a queda na reprovação foi verificada em todas as regiões e estratos sociais, embora a visão negativa ainda seja predominante. A má notícia para Bolsonaro é que, se as eleições de 2022 fossem hoje, o ex-presidente Lula (PT) seria eleito no primeiro turno em todos os cenários apresentados, pois suas intenções de votos são maiores que a somas das de seus adversários, variando de 46% a 48%. O ex-ministro Sérgio Moro (Podemos), que havia sido incluído na pesquisa anterior, passou de 8% para 11%, mas seu adversário direto, Bolsonaro, teve crescimento igual, de 21% para 24%. Nas simulações de segundo turno, Lula também leva vantagem: 55% a 31% contra Bolsonaro, 53% a 29% contra Moro e 54% a 21% contra Ciro Gomes (PDT). Outra má notícia para Bolsonaro identificada pela pesquisa é a rejeição: 64% dos eleitores dizem que não votariam nele. Moro vem em seguida, com 61%. Lula aparece em quinto, com 43%. E para ajudar a pautar os candidatos, a economia, em especial o desemprego, é o tema que mais preocupa dos eleitores. A fome e o crescimento da miséria também aparecem em destaque. (Meio)

Pesquisa PodeData 1: Pesquisa Poderdata realizada de 6 a 8 de dezembro de 2021 mostra que 37% dos brasileiros dizem que a vida piorou nos quase 3 anos de governo do presidente Jair Bolsonaro (PL). Outros 22% dizem que a sua vida melhorou no período, e 37% consideram que está igual. (Poder 360)

Pesquisa PodeData 2: Pesquisa PoderData realizada do dia 06 ao dia 08 de dezembro de 2021 mostra um leve recuo entre os que consideram o trabalho do presidente Bolsonaro (PL) “ruim” ou “péssimo”. Nesta rodada, 54% dos entrevistados tiveram essa percepção, ante 57% no levantamento realizado 15 dias antes. A variação está dentro da margem de erro do estudo, de 1,8 ponto percentual para mais ou para menos. Os que acham o chefe do Executivo “ótimo” ou “bom” mantiveram-se nos mesmos 22% – menor patamar já registrado pela empresa de estudos estatísticos do Poder 360 na série histórica iniciada em abril de 2020. (Poder 360)

Ideia de Promulgar por Trechos: Os técnicos e consultores do Congresso passaram o fim de semana em busca de uma fórmula que permita fatiar a proposta de emenda constitucional (PEC) dos Precatórios, aprovada pelo Senado. Como os senadores alteraram o texto aprovado na Câmara, a PEC teria de voltar para os deputados que precisam votar novamente duas vezes para que possa ser promulgada. A ideia anunciada pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), é promulgar os trechos mantidos pelos senadores e só mandar para comissões e Plenário o que foi mudado. “É muito normal que textos comuns possam ser promulgados”, afirmou Lira. Ele pretende se reunir com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para decidir o fatiamento. A PEC dos Precatórios parcela o pagamento de dívidas transitadas em julgado e libera recursos para, entre outras finalidades, elevar a R$ 400 o Auxílio Brasil, visto como principal trunfo do presidente Jair Bolsonaro na busca pela reeleição. Não está certo que a promulgação parcial seja legal. (CNN Brasil) (Meio)

Eleitorado Evangélico: Em 2018, o eleitorado evangélico fechou quase inteiramente com Jair Bolsonaro (PL), mas hoje é alvo de cobiça de praticamente todos os candidatos, que modulam seu discurso para tirar esses votos do presidente. O próprio Bolsonaro procura fidelizar esse público com ações como a indicação para o STF de André Mendonça, ex-ministro e pastor de uma igreja em Brasília. Mas a aproximação não se dá só pela direita. O ex-presidente Lula (PT), que teve apoio do segmento em seus dois mandatos, e o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) tem evitado tocar em pautas identitárias e questões como legalização de aborto e drogas, temas tabus para os evangélicos. (Globo) (Meio)

Guilherme Amado: “Há um clima de apreensão entre tucanos da velha guarda sobre como será a vida no PSDB com a candidatura de João Doria à Presidência. Na visão deles, o partido aos poucos perderá a imagem de defensor da social-democracia para se tornar uma sigla essencialmente de direita.” (Metrópoles) (Meio)

Corrupção no PL: O PL, novo partido do presidente Jair Bolsonaro, tem uma batata quente nas mãos: o deputado Josimar de Maranhãozinho (MA), muito ligado ao presidente da legenda, Valdemar Costa Neto. Graças a uma câmera  instalada — com autorização do STF — no escritório do parlamentar em São Luís, a Polícia Federal filmou Josimar manuseando caixas com dinheiro vivo, que, segundo a PF, é resultado de desvio de emendas. O deputado já foi alvo de duas operações de busca e apreensão. (Crusoé) (Meio)

A Surpreendente Rosa Weber: Surpreendendo a todos, a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Rosa Weber autorizou a liberação de verbas das emendas do relator. Trata-se de uma rubrica no Orçamento da União sem destinação específica, distribuída por critérios políticos e não identificando os parlamentares cujos redutos foram beneficiados, daí o apelido de orçamento secreto. A própria Rosa havia suspendido a execução das emendas do relator, decisão mantida pela maioria do Plenário da Corte, exigindo transparência. A ministra tomou a decisão após o Congresso aprovar no dia 29 novas regras que deveriam permitir, apenas de agora em diante, identificar os parlamentarem beneficiados. (Metrópoles) (Meio)

Segue o Orçamento Secreto: A Comissão Mista de Orçamento (CMO) aprovou ontem para o ano que vem o mesmo modelo de emenda do relator suspenso pelo STF. Além de rejeitar todas as propostas para aumentar a transparência e impor limites ao orçamento secreto, o relatório do deputado Hugo Leal (PSD-RJ) ampliou a lista de despesas que podem entrar nessa rubrica, estimada em R$ 16 bilhões. (Estadão) (Meio)

Fatiamento da PEC dos Precatórios: Os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), passaram a tarde reunidos discutindo o fatiamento da PEC dos Precatórios. Lira quer promulgar a parte do texto já aprovada por deputados e senadores e votar depois aquilo que foi modificado no Senado. A resistência dos senadores é grande, pois as alterações foram resultado de acordos que, tramitando na Câmara, podem ser descumpridos. A PEC, que parcela dívidas transitadas em julgado, é considerada fundamental para garantir o Auxílio Brasil de R$ 400. (Metrópoles) (Meio)

Ingerências na Polícia Federal: Desde que assumiu a direção-geral da Polícia Federal Paulo Maiurino já afastou pelo menos 20 delegados de postos-chave da corporação. Várias das mudanças envolvem superintendências onde ocorrem investigações de interesse de parentes e aliados do presidente Jair Bolsonaro. Mais recentemente, Maiurino afastou três delegadas que participaram do pedido de extradição do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos, acusado de integrar milícias digitais e que está foragido nos EUA. O diretor-geral nega ingerência política nas exonerações. (Jornal Nacional) (Meio)

Caso do Triplex: O Ministério Público Federal pediu ontem o arquivamento da ação contra o ex-presidente Lula (PT) por lavagem de dinheiro e corrupção no caso do tríplex do Guarujá. A procuradora Márcia Brandão Zollinger reconheceu a prescrição do processo, uma vez que as provas coletadas pela Lava-Jato de Curitiba foram anuladas pelo STF. Uma nova ação teria de começar do zero. Lula, por ter mais de 70 anos, também tem direito a prazos menores para prescrições. (UOL)

Acesso às Vagas do ProUni: O governo federal editou ontem Medida Provisória (MP) alterando as regras do ProUni, sistema que, desde 2005, financia o acesso a faculdades particulares de estudantes de baixa renda. Pelas novas regras, alunos de escolas particulares não bolsistas também terão acesso aos recursos e os critérios de comprovação de renda ficam mais frouxos. Para a diretora do Centro de Excelência e Inovação em Políticas Educacionais da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Cláudia Costin, a mudança atende ao lobby das instituições privadas de ensino. Com a pandemia, um número expressivo de vagas do ProUni, uma das maiores fontes de lucro das faculdades particulares, ficou ocioso. (Globo) (Meio)

Suposto Superfaturamento: A Polícia Federal está investigando um suposto superfaturamento de até R$ 130 milhões na impressão de provas do Enem entre 2010 e 2019. Funcionários do Inep teriam recebido vantagens indevidas em contratos com a multinacional RR Donnelley e a gráfica Valid, que nega irregularidades. (g1) (Meio)

Fatiamento da PEC Produz Crise no Senado: O Congresso promulgou a fatia da PEC dos Precatórios que permite elevar o valor do Auxílio Brasil a R$ 400. Mas o evento foi tudo, menos tranquilo. Senadores de oposição e independentes acusaram o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), de violar os acordos que permitiram a aprovação da PEC, que parcela o pagamento de dívidas da União transitadas em julgado. Segundo eles havia a promessa de que o texto não seria fatiado e que a Câmara reanalisaria toda a proposta, não apenas as modificações feitas no Senado. Uma das mudanças é a vinculação dos recursos liberados pela PEC a benefícios sociais, saúde e previdência. A senadora Simone Tebet (MDB-MS) acusou abertamente Pacheco de abrir uma “crise na Casa” e não cumprir acordos. O presidente do Senado reagiu, dizendo jamais ter feito acordo com ela. “Eu não descumpri acordo algum. Busco honrar compromisso, respeitar meus colegas”, afirmou. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), prometeu votar na próxima semana, direto no Plenário, as fatias que restaram. Mas, como temiam senadores, não se comprometeu com a aprovação de todas as mudanças. (g1) (Meio)

Volta da Propaganda Partidária: O Senado aprovou a volta, no próximo ano, da propaganda partidária em ano eleitoral que havia sido extinta em 2017. Todos os partidos terão direito a até 20 minutos por semestre em rede nacional e outros 20, em cada estado, divididos em inserções de 30 segundos. Quando essa publicidade acabou, a promessa era de que não voltaria em troca de se aprovar o fundo eleitoral. (Poder 360) (Meio)

Federações Partidárias: O ministro do STF, Luís Roberto Barroso, reconheceu ontem, em decisão monocrática, a validade das federações partidárias. Ele rejeitou ação na qual o PTB alegava que as federações buscavam burlar a proibição das coligações em eleições proporcionais. Barroso descartou o argumento afirmando que as federações, embora permitam que dois ou mais partidos disputem a eleição em conjunto, exigem que eles tenham afinidade programática e atuem como uma só legenda no Congresso por quatro anos. A decisão terá de ser confirmada pelo Plenário do Supremo. (Poder360) (Meio)

Proposta Infeliz e Desonesta: O Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, da ministra Damares Alves, tentou apresentar no Conselho Nacional dos Povos e Comunidades Tradicionais (CNPCT) uma proposta que classificava garimpeiros e pecuaristas como “povos tradicionais”, equivalentes a indígenas e quilombolas. A ideia foi abortada pela reação de integrantes do conselho. Para eles, a iniciativa buscava legitimar grupos que agem na ilegalidade. (Globo) (Meio)

Mudanças Drásticas nas PMs: A Câmara dos deputados aprovou ontem a urgência para um projeto que, se aprovado, reduz drasticamente a autoridade dos governadores sobre as Polícias Militares e, de quebra, afrouxa as regras para entrada nas corporações. Pelas propostas apresentadas pelo deputado Capitão Augusto (PL-SP), coordenador da chamada Bancada da Bala, os governadores terão de escolher os comandantes gerais da PM e dos bombeiros a partir de uma lista tríplice feita pela própria corporação. Os nomeados terão mandato de dois anos e só poderão ser exonerados pelo governador mediante justificativa “relevante e comprovada”. E, sob a alegação de seguir o princípio constitucional da presunção de inocência, fica autorizado o ingresso na PM de indiciados em inquérito policial ou réus em processo judicial ou administrativo. Com a aprovação da urgência, o projeto vai direto ao Plenário, sem passar por comissões. Para o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), coordenador do Fórum Nacional de Governadores, o projeto é inconstitucional. (g1) (Meio)

O Jogo do Orçamento Secreto: Executivo e o Legislativo entraram ontem num jogo de empurra sobre a transparência das verbas do orçamento secreto, exigida pelo STF. O presidente Jair Bolsonaro baixou um decreto determinando aos ministérios divulgação dos pedidos de liberação de emendas do relator de 2020 e 2021, sem exigir explicitamente a revelação dos nomes dos parlamentares beneficiados. O Congresso, por sua vez, diz que precisa de dados da Secretaria de Governo para chegar a esses nomes. Do contrário, terão de consultar 4.800 prefeitos que receberam recursos para saber quem os apadrinhou. (Folha) (Meio)

Situação Complicada para Ciro: Não é boa a situação do ex-ministro Ciro Gomes, pré-candidato do PDT ao Planalto, como explica Malu Gaspar. Setores do partido avaliam que a entrada do também ex-ministro Sérgio Moro (Podemos) tirou de Ciro votos dos eleitores que não aceitam nem Lula (PT) nem Bolsonaro (PL), dificultando ainda mais as chances de o pedetista, agora quarto nas pesquisas, chegar ao segundo turno. Embora o discurso da porta para fora seja de fileiras cerradas com Ciro, dentro do partido cresce a pressão para, caso sua candidatura não decole até fevereiro, aderir à campanha de Lula. (Globo) (Meio)

Imagem do STF Piora: Pesquisa PoderData realizada de 06 a 08 de dezembro de 2021 mostra um recuo entre os que consideram o trabalho do STF (Supremo Tribunal Federal) “ótimo” ou “bom”. Nesta rodada, 19% dos entrevistados tiveram essa percepção, contra 24% em setembro. Os que acham o desempenho da Corte “ruim” ou “péssimo” são 38%, ante 36% no último levantamento. Outros 37% acham o Supremo “regular”, mesma taxa aferida há 4 meses. (Poder 360)

Militares do Governo: Pesquisa PoderData realizada com 3.000 pessoas de 6 a 8 de dezembro de 2021 mostra que os brasileiros estão mais receptivos à presença de militares na política do que há 4 meses. A taxa dos que acham a participação de integrantes das Forças Armadas no governo e na política ruim para o Brasil caiu de 52% para 35% em comparação a agosto, quando o PoderData registrou o maior percentual desse posicionamento. A parcela dos que veem isso como algo positivo subiu de 32% a 41% no período. (Poder 360)

Ambiente Social, Emprego e Renda

Vazamento de dados: Os dados de milhões de brasileiros estão à venda na internet em páginas criminosas. São cadastros vazados da Receita Federal, do INSS, da empresa Boa Vista e do Sistema Nacional de Armas, vendidos por R$ 200. Os vendedores disseram que puxam os dados por meio de logins de funcionários dos órgãos públicos, gerando acessos indevidos nos sistemas das instituições. Em resposta à Folha de S.Paulo, que fez a denúncia, os órgãos afirmaram que não identificaram vazamentos de dados. (Folha) (Meio)

Fechamento de Vagas: Após revisão do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) indicar que, em vez de criação de postos com carteira assinada em 2020, houve fechamento de 191,5 mil vagas, outra base do governo federal, a Relação Anual de Informações Sociais (Rais), aponta que o Brasil perdeu 480,3 mil vínculos empregatícios formais no primeiro ano da pandemia. Segundo a Rais, foram perdidos, no ano passado, 254,2 mil postos celetistas, 215,1 mil estatuários (servidores da administração pública direta ou indireta de todas as esferas, não efetivos etc.) e 11 mil “outros”. (Valor)

Qualificação Digital: A transformação digital acelerada com a pandemia exigiu que grupos de diversas áreas focassem em programas de treinamento para funcionários. Uma pesquisa da Amazon Web Services (AWS) ouviu 16 mil trabalhadores em 12 países e revelou que 85% das pessoas sentem a necessidade de se atualizar com as mudanças de seus empregos. O estudo também diz que dois em cada três trabalhadores podem ficar desatualizados pela lentidão em obter qualificação digital, cujas habilidades não são apenas da área da tecnologia. (Estadão) (Meio)

Aumento Potencial da Pobreza Educacional: O fechamento prolongado das escolas durante a pandemia pode fazer com que, ao longo de suas vidas, jovens de todo o mundo deixem de ganhar US$ 17 trilhões (R$ 94 trilhões), segundo estudo da ONU e do Banco Mundial. A estimativa leva em conta as dificuldades no acesso ao ensino remoto, a crise econômica e a perda de membros da família responsáveis pelo sustento. O maior fardo como sempre deve recair sobre os mais pobres, as mulheres e os estudantes portadores de deficiência. “O aumento potencial da pobreza educacional pode ter um impacto devastador na produtividade, nos ganhos e no bem-estar futuros para essa geração”, diz Jaime Saavedra, diretor global para a educação do Banco Mundial. (g1) (Meio)

Meio Ambiente e Energia

 Uma das últimas regiões do Amazonas sem atividades que envolvem desmatamento elevado, a Cabeça do Cachorro, na fronteira com a Colômbia e a Venezuela, corre o risco de ser ocupada legalmente por garimpeiros. O general Augusto Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência, autorizou de forma jamais vista o avanço de sete projetos de exploração de ouro na região. Cabe a ele dar aval a projetos nas áreas de fronteira por meio do Conselho de Defesa Nacional. Em toda a Amazônia, já foram 81 autorizações de garimpo desde 2019. (Folha) (Meio)

Lixo Urbano: Mais da metade dos municípios brasileiros ainda descarta seu lixo urbano de forma irregular, em lixões ou aterros controlados (que não seguem os padrões dos aterros sanitários). Ao todo, 2.868 cidades (51,5%) ainda não regularizaram o serviço. Em termos de volume, 39,8% dos resíduos coletados não têm destinação correta. Os dados, de 2020, são do Panorama Anual da Abrelpe (Associação Brasileiras das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais) (Valor)

Trabalho Arriscado: Funcionários da Secretaria de Estado do Desenvolvimento de Rondônia (SEDAM) que faziam operação no entorno do Parque Estadual Guajará-Mirim sofreram uma emboscada por parte de invasores de terras no último sábado. A equipe, acompanhada da Polícia Militar Ambiental, vistoriava os acessos à área de conservação quando ouviu fogos de artifício, alertando os invasores, seguidos de disparos vindos de várias direções. Um fiscal da SEDAM ficou ferido, e, segundo testemunhas, os invasores chegaram a usar uma criança como escudo humano para que os policiais não atirassem de volta. O Parque Guajará-Mirim é alvo constante de grilagem. (O Eco) (Meio)

Piora na Qualidade de Vida: Os municípios que mais desmatam na Amazônia têm pior qualidade de vida. A região concentra os piores índices sociais do Brasil, vive um período de estagnação e a violência se tornou problema crônico atestado por altas taxas de homicídios. Neste cenário, capitais têm melhor performance, o que indica que o grau de urbanização determina desempenhos mais aceitáveis. O diagnóstico faz parte do Índice de Progresso Social (IPS) de 772 municípios da Amazônia Legal feito pelos pesquisadores do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia, o Imazon. (Valor)

Ambiente Empresarial e Tecnológico

Desemprego e Transição Tecnológica 1: Os planos da União Europeia (UE) de proibir os veículos movidos a combustão interna até 2035 colocam em risco meio milhão de empregos, segundo afirmam fornecedores europeus de autopeças, no mais recente de uma série de duras advertências sobre os custos da rápida transição para uma tecnologia livre de emissões. Mais de dois terços dessas 501 mil funções desapareceriam nos cinco anos anteriores a essa data, segundo uma pesquisa feita entre quase 100 companhias da Associação Europeia de Fornecedores Automotivos (Clepa), tornando difícil amenizar os “impactos sociais e econômicos” causados pelo desemprego em massa. (Valor)

Desemprego e Transição Tecnológica 2: A pesquisa feita pela PwC também constatou que 226 mil novos empregos serão criados na fabricação de peças elétricas, reduzindo o número líquido da perda de empregos para aproximadamente 275 mil nas próximas duas décadas. (Valor)

Neuralink e os Chips Cerebrais: Fundada por Elon Musk em 2016, a empresa Neuralink está desenvolvendo chips de estímulo e monitoramento para implantar em cérebros humanos. O objetivo da tecnologia é contribuir para aplicações médicas, como distúrbios neurológicos e tratamento de lesões graves. Em entrevista ao Wall Street Journal, durante o evento CEO Council Summit, Musk afirmou que a previsão de início da implantação de chips deve ocorrer em 2022. “A Neuralink está obtendo bons resultados em macacos. Estamos fazendo muitos testes e confirmando que é uma tecnologia segura e confiável e que pode ser removida sem problemas”, disse o executivo. (Wall Street Journal) (meio)

Ambiente Internacional

Confiança do Consumidor dos EUA: Com a melhora nos ganhos mensais das famílias com menores rendimentos, o índice de confiança do consumidor dos Estados Unidos subiu para 70,4 pontos em dezembro, de 67,4 em novembro, segundo o índice prévio de confiança do consumidor da Universidade de Michigan. O crescimento do indicador veio acima do projetado por alguns economistas consultados, de 68 pontos. (Valor)

Notas Econômicas: fontes

Jornal Valor, Globo, Folha, Estadão, Canal Meio Newsletter, Carta Capital, Poder 360, Mercado & Consumo, CNN Brasil, Metrópoles, O Eco, Jornal Nacional, Crusoé, Wall Street Journal, UOL, Agência Brasil e g1.

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