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Notas econômicas: 18 a 22 de janeiro de 2021

A semana foi marcada por distribuição de lote de vacinas no Brasil e mudança de governo nos Estados Unidos. Foto: site fotospublicas.com

Acontecimentos que marcaram o noticiário político e econômico da semana

Paulo Roberto Bretas
Economista e Conselheiro do Corecon-MG

Aviso importante: na próxima semana não teremos a edição das Notas Econômicas (25 a 29 de janeiro). Estarei cumprindo um breve recesso. Agradeço pela compreensão.

Atraso Tecnológico do Brasil: A falta de material para produzir vacinas expõe a fragilidade do setor no Brasil. Apenas 5% da matéria-prima é feita no país. (Globo) (Meio)

Acordo Vale/Governo de Minas: Na véspera dos dois anos do rompimento da barragem da mina de Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), que se completam dia 25-01, terminou frustrada a tentativa de entendimento entre a Vale e o governo de Minas Gerais em torno a um acordo definitivo sobre as reparações e indenizações resultantes da tragédia. (Valor)

Enem 2021: A abstenção recorde de 51,5% dos candidatos ao Enem deste ano implicou um desperdício de R$ 332,5 milhões aos cofres públicos, levando-se em conta o custo de R$ 117 para a aplicação de cada teste. Segundo especialistas, a abstenção elevada se deveu ao fato de a prova presencial ter acontecido num momento de recrudescimento da Covid-19 no país. Organizações estudantis e 47 entidades científicas haviam pedido um novo adiamento, mas o Ministério da Educação manteve a data. A Defensoria Pública da União tenta agora adiar a segunda fase. (Globo) (Meio)

Blockchain para Vacinas: Para detectar qualquer irregularidade no armazenamento das vacinas contra Covid, dois hospitais no Reino Unido têm se apoiado no blockchain. A tecnologia usa sensores que acompanham a temperatura dos refrigeradores que armazenam os imunizantes. Depois, eles transmitem os dados para uma plataforma em nuvem, na qual são criptografados e, em seguida, repassados para a rede blockchain da empresa responsável, Hedera. O sistema é para evitar que a vacina seja violada. A da Pfizer, por exemplo, deve ser armazenada em temperaturas de -70°C. (Meio)

Fim dos Smartphones LG: Os smartphones da LG podem estar perto do fim. Em memorando aos funcionários, a empresa indicou mudanças na linha de produção e paralisação da fabricação de celulares devido à competição acirrada no mercado. Atualmente, a LG fica atrás de gigantes como Samsung, Apple, Huawei e Xiaomi na venda dos aparelhos, e registrou prejuízo de US$ 4,5 bilhões nos últimos cinco anos. (Meio)

Ambiente econômico

A Crise se Aprofunda: A crise econômica provocada pela pandemia no Brasil deve perdurar ao longo de todo o ano de 2021. As consequências mais preocupantes são o aumento do desemprego, o baixo crescimento e o aumento da extrema pobreza – que, sem o auxílio emergencial, pode atingir até 20 milhões de pessoas. Economistas veem um cenário “trágico” e “terrível”, e a discussão sobre medidas emergenciais e estruturais continua a ganhar força, mesmo após o início da vacinação contra a Covid-19 no País. As pautas tratam da extensão do auxílio emergencial, passam por uma reforma tributária progressiva que inclua a taxação de grandes fortunas e questionam a manutenção do teto de gastos com as regras atuais. (Carta Capital)

Recuperação Adiada: Mesmo crescendo entre 3% e 4% neste ano, a economia brasileira não deve gerar ocupação suficiente para a massa de desempregados deixada pela pandemia. Agora, a possibilidade de reintrodução de medidas mais restritivas de isolamento social em algumas regiões pode atrasar principalmente a recuperação do mercado informal, o que mais oferece trabalho aos brasileiros. Do total de pessoas em idade de trabalhar, 30% estão desalentados, desempregados ou subocupados.(Valor)

Indicadores

PIB per Capita: O Brasil deve encerrar 2021 com PIB per capita 2,3% abaixo de 2019, ano anterior à pandemia – e esse indicador não tem prazo para retornar ao que era antes da crise. O alerta partiu dos pesquisadores da Fundação Getúlio Vargas Claudio Considera e Juliana Trece. Os economistas levam em conta projeções de mercado, do boletim Focus e do FMI, que sinalizam queda de 5,1% no PIB per capita em 2020, devido à pandemia; e crescimento de cerca de 3% na economia em 2021. Mas a recuperação na atividade esperada para este ano não será suficiente para superar perdas da economia brasileira com a crise em 2020. (Valor)

Monitor do PIB: A atividade econômica no Brasil subiu 1,1% em novembro de 2020 ante outubro do ano passado, segundo leitura do Monitor do PIB, calculado pela Fundação Getúlio Vargas. Três atividades econômicas impulsionaram a alta: indústria, serviços e Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF). Houve aumentos respectivos de 0,7%, de 0,9% e de 1,2%. No Monitor, o PIB também sobe 4,4% no trimestre móvel finalizado em novembro ante o encerrado em agosto. A economia ainda cai 0,6% ante novembro de 2019, e recua 1,7% no trimestre até novembro de 2020 frente a igual período de ano anterior. (Valor)

Cai a Confiança do Comércio: O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), calculado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), caiu 2,2% entre dezembro de 2020 e janeiro de 2021, para 105,8 pontos. Na comparação com janeiro de 2020, a queda foi de 16,4%, informou a entidade. 

Vendas do McDonald’s: As vendas comparáveis do McDonald’s no Brasil caíram 10,6% no quarto trimestre, na comparação com o mesmo período de 2019. O resultado mostra uma redução no ritmo de queda visto desde o início da pandemia da covid-19. Entre abril e junho, houve diminuição de 46,3% nas vendas. No período de julho a setembro, o recuo foi de 26,2%. No ano completo, as vendas tiveram queda de 21,8%. (Valor)

Crise, que crise? A Abeifa, entidade que reúne majoritariamente importadoras e parte das fabricantes no Brasil, revelou seu balanço de 2020 com queda de 20,7%, similar às divulgadas pela Anfavea e Fenabrave. A surpresa, porém, foi o crescimento acima da média da Porsche. Segundo Rodrigo Soares, gerente de relações públicas da Porsche no Brasil, o crescimento vem desde a chegada oficial da marca no país, e foi reforçado por conta do aumento da rede de concessionários, sobretudo no Sul e Nordeste, e pela chegada de novos produtos, com destaque para as novas versões do 911. O esportivo foi o mais vendido da fabricante por aqui, com 774 unidades emplacadas – alta de 225%. A Porsche não comenta sua expectativa de vendas para 2021, mas confirma a chegada de novos modelos, como a próxima geração do 911 GT3 e a inédita perua elétrica Taycan Cross Turismo. (Valor)

Excesso de Oferta e Queda na Demanda: Ainda prejudicados pelo aumento de estoques decorrente da farta produção registrada na temporada 2019/20, os embarques brasileiros de suco de laranja continuaram fracos em dezembro e encerraram os primeiros meses deste ciclo 2020/21 com queda expressiva.

Fusões e Aquisições: A segunda onda da pandemia ajudou a derrubar o número de fusões e aquisições de empresas no país em 2020. A queda foi de 9,3% no número de operações na comparação com 2019, segundo dados compilados pela KPMG que indicam declínio expressivo nos três últimos meses do ano passado. Ainda assim, o número de operações de fusão e aquisição registradas em 2020 foi o segundo maior na série histórica dos últimos 20 anos, perdendo apenas para 2019. (Valor)

Finanças

A Bolsa de Valores Perdeu: A Bolsa foi o investimento menos rentável na década entre 2011 e 2020. Com alta total acumulada de 71,7%, o Ibovespa perdeu até para a poupança, a penúltima colocada da lista, com aumento de 80,2% no período. O rendimento médio das ações foi insuficiente, inclusive, para bater a inflação, que fechou a década com avanço acumulado de 74%. Na ponta oposta, a melhor aplicação desses 10 anos foi o ouro, que subiu 285,4%. (Meio)

Taxa Selic: O Banco Central (BC) derrubou a promessa de não subir os juros – o chamado “forward guidance” – e agora a questão imediata é quando poderá reapertar a política monetária. Pela projeções de inflação, isso deve ocorrer entre junho e agosto, levando a meta da taxa Selic para 3,25% ao fim do ano. O comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC mandou uma mensagem mais ou menos direta de que os juros não vão ficar por tempo indefinido em 2% ao ano. (Valor)

Medidas de Risco 1: O risco Brasil medido pelo CDS (credit default swap) de cinco anos atingiu o nível mais alto em dois meses, ao subir para 170 pontos dia 20-01-2021, de acordo com dados da IHS Markit. Após ter chegado a 142 pontos no início do mês, o CDS brasileiro tem ganhado força, no momento em que a desconfiança quanto à sustentabilidade da dívida pública e incertezas relativas ao processo de vacinação têm aumentado. (Valor)

Medidas de Risco 2: As medidas de risco de outros países emergentes também têm aumentado neste início de ano, embora em níveis inferiores em relação ao Brasil. Os dados da IHS Markit apontam que, do início do ano até agora, o CDS do Brasil subiu 19,7%, enquanto o do México avançou 13,6%, para 92 pontos; o CDS da África do Sul teve alta de 10,2%, para 226 pontos; e o da Turquia subiu 9,9%, para 333 pontos. (Valor)

Lucro dos Bancos no Brasil 1: A temporada de balanço dos bancos começa em fevereiro e deve mostrar a maior queda anual no lucro médio desde 2000, quando um prejuízo bilionário no antigo Banespa – depois comprado pelo Santander – derrubou o resultado combinado das principais instituições financeiras. Desta vez, os números foram puxados para baixo pelas provisões para lidar com possíveis perdas com empréstimos causadas pela pandemia de coronavírus. Para 2021, a perspectiva dos analistas é de recuperação firme nos resultados, em função da base de comparação baixa e da retomada da economia, além da esperada alta da Selic. (Valor)

Lucro dos Bancos no Brasil 2: Os quatro maiores bancos brasileiros de capital aberto (Itaú, Bradesco, Santander e Banco do Brasil) devem registrar um lucro combinado de R$ 17,699 bilhões no quarto trimestre e de R$ 63,584 bilhões em 2020. Caso essa última projeção se concretize, significará queda de 26,6% em relação a 2019. (Valor)

Posição Cambial Líquida do BC: A posição cambial líquida do Banco Central (BC) caiu abaixo de US$ 290 bilhões pela primeira vez em quase cinco anos. Em 15 de janeiro, o indicador estava em US$ 286,7 bilhões, conforme divulgado pela autoridade monetária. A principal diferença do indicador em relação ao total de reservas internacionais é que a posição cambial líquida desconta das reservas o estoque de swaps, instrumento equivalente à venda futura da moeda americana. Para economistas, apesar da queda recente, a posição cambial líquida segue em patamar confortável – a mesma avaliação sobre o total de reservas internacionais. (Valor)

Recebíveis Imobiliários e do Agronegócio: A pandemia não paralisou as emissões de certificados de recebíveis imobiliários (CRI) e do agronegócio (CRA). Conforme dados da consultoria Uqbar, os CRAs se destacaram em 2020 com volume histórico emitido de R$ 15,7 bilhões, uma alta de 28% em relação a 2019. Já os CRIs movimentaram R$ 16,7 bilhões, com queda de 23,5%. Os dados ainda são preliminares. (Valor)

Expansão do Crédito no Brasil: O saldo total da carteira de crédito deve apresentar crescimento mensal de 1,5% em dezembro, o oitavo avanço seguido, de acordo com a Pesquisa Especial de Crédito da Febraban, divulgada mensalmente como uma prévia da Nota de Política Monetária e Operações de Crédito. Caso a estimativa se confirme na próxima semana, quando o Banco Central fará a divulgação dos dados, o saldo total da carteira anual deve mostrar expansão de 15,4% em 2020, o maior crescimento desde 2012 (+16,4%). (Valor)

Criptomoedas 1: Uma semana após o início do ano, o valor de mercado de todas as criptomoedas do mundo bateu US$ 1 trilhão. Com base em dados coletados de bancos centrais, a criptomoeda é, em valor, agora a quinta moeda com maior circulação. Supera a soma de moedas e notas em circulação até mesmo em grandes economias como a Índia e o Reino Unido. (Quartz)

Criptomoedas 2: Há uma discussão de que as criptomoedas vão se tornar uma nova moeda. Jack Dorsey chegou a dizer que o mundo acabará por ter uma única, que seria o bitcoin. Exatamente uma das razões para esse recente boom é a aposta do mercado nessa popularização — o plano do PayPal, por exemplo, é oferecer transações em criptomoedas em 2021. Mas, apesar de terem sido criadas com esse propósito, as criptomoedas se comportam mais como um ativo especulativo e dificilmente vão se tornar moeda de troca, escreve James Surowiecki. “O problema mais fundamental para o bitcoin como moeda, porém, tem a ver com aquilo que muitas pessoas gostam nele – que o seu fornecimento é controlado e limitado. Como a oferta é limitada, quando a demanda por bitcoin aumenta, o valor também aumenta. Portanto, se você acredita que seu bitcoin se tornará mais popular, é tolice gastá-lo em uma pizza. Além disso, a extraordinária volatilidade do preço do bitcoin desencoraja empresas e indivíduos a aceitá-lo em troca de bens e serviços reais, uma vez que poucas pessoas querem ser pagas hoje com algo que pode ser 10% menos valioso amanhã.” (Meio)

Setores

Consumo de Aço: Mesmo com a pandemia, o setor siderúrgico brasileiro elevou os indicadores. O consumo aparente de aço atingiu 21,2 milhões de toneladas em 2020, uma alta de 1,2% no comparativo com 2019. No início da crise sanitária, em abril, a expectativa do Instituto Aço Brasil (IABR) era de uma queda de 20% para 2020. As importações somaram 2 milhões de toneladas em 2020, uma queda de 14,3%. Já as exportações caíram 16,1%, para 10,7 milhões de toneladas. (Valor)

Produção de Café 1: O primeiro levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) sobre a safra 2021/22 de café, divulgado hoje, prejetou uma produção total, somados conilon e arábica, de 43,8 milhões a 49,5 milhões de sacas, o que representa uma redução de 30,5% a 21,4% em relação a 2020/21. O próximo ciclo será de bienalidade negativa. (Valor)

Produção de Café 2: Em Minas Gerais, Estado com a maior produção nacional, a colheita deverá alcançar entre 19,8 milhões e 22,1 milhões de sacas de café produzidas, um recuo de até 42,8% em relação ao último ano — puxado sobretudo pelo café arábica, que sofre maior influência da bienalidade negativa. (Valor)

Varejo Ampliado: Setor mais impulsionado pelo auxílio emergencial e um dos responsáveis pela retomada forte da atividade no terceiro trimestre, o varejo teria mostrado queda de quase 9% em 2020 sem a renda extra proporcionada pelo benefício. A estimativa é da MB Associados, que projeta recuo de 1,4% para o volume de vendas do varejo ampliado (inclui automóveis e material de construção) no ano passado. De janeiro até novembro, a retração acumulada em relação a igual período de 2019 foi de 1,9%. (Valor)

Ambiente político

Queda na Aprovação do Governo: Pesquisa do Instituto XP/Ipespe indicou que o percentual dos que acham seu governo ruim ou péssimo saltou de 35% em dezembro para 40%, o pior número desde julho do ano passado. Os que o consideram ótimo ou bom recuaram de 38% para 32%. (Meio)

Perda de Apoio entre Evangélicos: Entre evangélicos, um dos grupos mais importantes de sustentação do governo, a aprovação caiu de 53%, em dezembro, para 40%. A reprovação subiu de 26% para 36%. (The Intercept Brasil)

Míriam Leitão: “O comportamento do presidente durante esta pandemia não foi apenas execrável, foi criminoso. Ele deveria estar hoje respondendo a um processo de impeachment. Brasileiros morreram por causa da sua atitude e de suas decisões. Se o governador de São Paulo não tivesse dado a ordem firme ao Butantan de que importasse a vacina mesmo antes da aprovação da Anvisa e mesmo diante de todos os ataques do presidente, o Brasil não teria vivido o dia de ontem. Bolsonaro mais uma vez ameaçou o país com ditadura — ‘se as Forças Armadas quiserem’. Quer provocar uma nova polêmica e desviar a atenção do ponto central: ele deveria estar respondendo a um processo de impeachment.” (Globo) (Meio)

José Murilo de Carvalho, historiador: “Como já indicou o comandante do Exército, general Pujol, quando condenou a politização das Forças Armadas, Bolsonaro não fala em nome delas. O presidente tem feito um jogo perigoso ao se dirigir a escalões inferiores da hierarquia militar e às polícias militares. É certamente tática de despistamento. A obsessão dele, como era a de Trump, é a reeleição. Ele vai inventar tudo que possa compensar as perdas. Ele fracassou redondamente na guerra da vacina e procura voltar à tona. Mas não se dará bem se quiser envolver as corporações militares desafiando sua hierarquia. Se tentar, terá o destino de seu líder norte-americano, sobretudo se os outros dois poderes da República se comportarem com maior responsabilidade. As pessoas estão cansadas da luta contra a pandemia, em que ele lutou do lado errado.” (Estadão) (Meio)

Governo

Aluguel Social1: O governo estuda criar formas para oferecer, por meio de parcerias com a iniciativa privada, contratos de aluguel para famílias de baixa renda. A ideia, discutida na reunião do Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) em dezembro passado, deu mais um passo, com a publicação no Diário Oficial de uma resolução recomendando que o programa seja qualificado para a carteira do PPI. (Valor)

Aluguel Social 2: De acordo com o Ministério da Economia, o objetivo é estruturar projetos-piloto de locação social. O déficit habitacional brasileiro está estimado em 6,35 milhões de unidades habitacionais. (Valor)

Bolsonaro Fora do Fórum: O Fórum Econômico Mundial realizará um “fórum de Davos virtual” entre os próximos dias 25 a 29, sem o presidente Jair Bolsonaro, mas com seu colega argentino Alberto Fernández. Uma das sessões será sobre a Amazônia, que continua atraindo a atenção internacional. (Valor)

Regra Inconstitucional: O Ministério da Economia apresentou uma resolução que prevê a dispensa de licenciamentos de alvará de construção e habite-se para obras e edificações consideradas de baixo risco. A ideia é incentivar a construção civil e agilizar processos. A decisão, no entanto, preocupa urbanistas e especialistas em Direito, pois esbarraria em inconstitucionalidade. (Valor)

Programa de Preservação de Renda e do Emprego: Em abril de 2020, o governo editou a Medida Provisória (MP) 936, permitindo a redução de salário e jornada e suspensão de contratos com compensação salarial parcial pelo governo para minimizar os efeitos da pandemia do coronavírus na economia e evitar uma onda de demissões. Inicialmente, a redução da jornada foi permitida por três meses e a suspensão de contrato por dois meses. A medida foi prorrogada algumas vezes, mas encerrou em dezembro. Agora a equipe econômica estuda a possibilidade de renovar o Programa de Preservação de Renda e do Emprego (BEm), que permite a suspensão de contrato e a redução de jornada e salário do trabalhador. A análise ainda é preliminar, mas a medida é vista como opção para impedir um aumento do desemprego no país, o que preocupa o governo. (Valor)

Outras Medidas para Recuperação da Economia: O debate em torno da antecipação do 13º salário dos aposentados do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) e do abono salarial já está mais amadurecido no Ministério da Economia. Essa medida envolveu R$ 24,3 bilhões. (Valor)

Prorrogação dos Pagamentos dos Precatórios: Nova articulação política pode reabrir no Congresso o debate sobre a postergação dos débitos de precatórios da União, Estados e municípios, tendo como pretexto central os gastos com a pandemia de covid-19. Se isso ocorrer, uma ampla concertação nacional que foi costurada com lideranças políticas, setores do Judiciário e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), em 2017, será jogada por terra. Naquele ano, foi promulgada a Emenda 99, que determinou o prazo, até 2024, para que essas dívidas pendentes do poder público com cidadãos e empresas sejam quitadas. (Valor)

Despesas Municipais Represadas: Despesas represadas durante a pandemia tendem a pressionar o caixa das prefeituras em 2021, apesar de uma melhoria na situação geral das contas municipais. A estimativa do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) é de que 1,07 bilhão de procedimentos ambulatoriais e hospitalares deixaram de ser realizados em 2020 por causa da covid-19. Na área de educação, mesmo com a adoção de ferramentas de ensino a distância, a expectativa das prefeituras é de uma ampliação nos gastos tanto por causa da recomposição da carga horária perdida como devido a investimentos para manter as aulas remotas. (Valor)

Fundo de Participação dos Municípios: Principal fonte de receita das pequenas cidades, os repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) projetados para 2021 somam R$ 113,4 bilhões, de acordo com o Projeto de Lei Anual Orçamentária (PLOA). O montante é 0,4% menor em relação ao FPM repassado no ano passado. Em 2019, os repasses de FPM totalizaram R$ 110 bilhões em valores nominais, segundo a Confederação Nacional dos Municípios (CNM). Já em 2020 esse valor alcançou R$ 113,7 bilhões. Por detrás do aparente aumento está, na verdade, a recomposição de receitas do fundo com dinheiro injetado pela União, prevista na Lei Complementar nº 173. A recomposição foi de R$ 7,7 bilhões. Sem ela, haveria queda de 4,2% no total de repasses. (Valor)

Ambiente internacional

Relatório da Cepal 1: O comércio exterior da América Latina e do Caribe teve em 2020 o pior desempenho desde a crise financeira mundial de 2008. As exportações regionais caíram 13% no ano passado e as importações recuaram 20% por causa da pandemia de covid-19. Segundo as projeções da Cepal, as exportações do Brasil caíram 7% em 2020, enquanto as importações recuaram 16%. Os números são menores do que outras grandes economias regionais. Na Argentina, por exemplo, as exportações tiveram uma queda de 14% e as importações de 25%. No México, houve recuo de 13% nas exportações e de 18% nas importações. (Valor)

Relatório da Cepal 2: O relatório da Cepal afirma que a pandemia de covid-19 intensificou várias tendências que já estavam sendo observadas no comércio mundial, entre elas as tensões entre Estados Unidos e China, o crescente nacionalismo econômico, o enfraquecimento da cooperação multilateral e o reshoring, a volta da produção estratégica para os países de origem das empresas. (Valor)

Processo contra o Google: Google vai ser alvo do seu quarto processo antitruste nos EUA. Segundo a Reuters, procuradores-gerais de Utah, Carolina do Norte, Nova York e mais estados americanos, se preparam para abrir, em fevereiro ou março, um processo focado na Play Store. A ideia é avaliar a política do Google, que requer que alguns aplicativos usem as ferramentas de pagamento da empresa e paguem ao Google até 30% de sua receita. Essa prática, inclusive, virou centro de críticas de desenvolvedores, e a Epic Games chegou a processar o Google e a Apple após ser excluída das plataformas por utilizar meios alternativos de pagamento. (Meio)

Internet por Balões: A Alphabet, dona do Google, está encerrando um projeto que usava balões para fornecer acesso à internet. O Loon foi lançado em 2013 e atendia regiões onde a infraestrutura terrestre tinha custos muito elevados ou difícil instalação. Durante o período, foram feitos mais de 1,7 mil lançamentos, com mais de um milhão de horas de voo. O projeto, porém, não foi capaz de reduzir os custos ao patamar de tornar o modelo de negócios sustentável. (Valor)

Ataque à Privacidade: Após reações negativas, o WhatsApp adiou para 15 de maio a mudança de regras de privacidade. Segundo a empresa, o adiamento é porque houve uma confusão dos usuários sobre o que vai mudar. Desde 2016, o WhatsApp já compartilha informações com o Facebook, incluindo o número de telefone — a menos que o usuário tenha sido um dos que optou, na época, por não compartilhar. Já essa recente atualização é um novo consentimento dos usuários para permitir que seus dados também sejam compartilhados em conversas com contas comerciais. Porém, o novo texto prevê mais coleta de dados, como operadora de celular e identificação da localização, mesmo se o usuário não utiliza esses recursos. (Meio)

Tesla na China: A fabricante americana de veículos elétricos Tesla realizou, dia 18-01-2021, a primeira entrega de seu crossover Model Y, fabricado na China, a compradores de Xangai, segundo a agência de notícias estatal Xinhua News. O Model Y é o segundo veículo da Tesla a ser produzido em Xangai depois do sedã Model 3, que começou a ser comercializado na China há um ano. O Model 3 foi o carro elétrico mais vendido na China em 2020, com mais de 138 mil unidades entregues, de acordo com a uma associação de veículos chinesa. O governo chinês definiu uma meta para os carros elétricos atingirem 20% das vendas de veículos até 2025, o que equivale a cerca de 5 milhões de unidades. (Valor)

Ambiente de tecnologia & inovação

Varejo Inteligente: O varejo tem se reinventado para se adaptar aos novos comportamentos da pandemia. Com o delivery em alta, o Walmart criou um projeto piloto de refrigeradores inteligentes para realizar entregas de alimentos gelados mesmo quando os moradores não estão em casa. Os dispositivos são habilitados para internet e projetados para desbloquear só quando alguém se aproxima. Já a Verizon, anunciou durante a feira da CES, que vai testar, em parceria com a UPS, entregas por drones 5G em uma comunidade de aposentados na Flórida. (Meio)

5G, Huawei e a Coronavac: A Huawei deve ser beneficiada com o impasse nas vacinas no Brasil. Isso porque o governo brasileiro vai baixar o tom contra a participação da chinesa na rede 5G para agilizar a importação dos insumos para a vacina. A decisão se a Huawei vai ou não ser proibida de participar do leilão previsto para o fim de junho, no entanto, vai ocorrer nas próximas semanas. Além de esperar a solução para as vacinas, Bolsonaro também vai ver o resultado da viagem do ministro das Comunicações, Fábio Faria, que visitará todos os fornecedores, incluindo Nokia, Samsung, Huawei e ZTE. A ideia é em seguida lançar um decreto com normas com as condições para as teles. (Folha) (Meio)


  • Fontes: Jornal Valor, Veja, Quartz, Canal Meio Newsletter, The Intercept Brasil, Brasil 247, Folha, Carta Capital, Época Negócios, Blog do Paulo Gala, Estadão e Globo.

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