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Conversas sobre o futuro: no-code e templaterização. E mais tendências

Templaretização é uma tendência dos processos de produção no futuro. No mundo físico, seria algo como o uso de módulos. Conhecer o conceito proposto é um dos temas desta edição das conversas sobre o futuro

focused female artist working on laptop in light room
Templatetização é tendência no futuro do desenvolvimento de soluções digitais. Conhecer o conceito proposto é um dos assuntos das conversas sobre o futuro
Photo by Michael Burrows on Pexels.com

Carlos Plácido Teixeira
Jornalista I Radar do Futuro

“Você está a um passo de aprender a criar aplicativos web e mobile profissionais, em poucas semanas, sem precisar programar”, garante o anúncio que domina o seu smartphone tão logo o seu Youtube é iniciado. Na sua tela, o vídeo apresenta a oferta tentadora. O alegre vendedor argumenta com a possibilidade de qualquer pessoa, de qualquer área, virar um desenvolvedor de aplicativos, sem precisar de conhecimentos sobre códigos e linguagens de desenvolvimento de sistemas. 

Para a maioria das pessoas, pode parecer um anúncio a mais, atormentando os usuários comuns, os “não-premiuns”. Porém, um olhar mais atento sinaliza o que vale chamar de tendência de templaterização, um fenômeno importante, principalmente, para quem é da turma da tecnologia da informação, que pode ver a diluição de uma parte do seu amplo espaço do mercado de trabalho do futuro. 

Os cursos oferecidos para os leigos ensinam a um simples profissional da escrita, como eu sou, a lidar com plataformas no-code. São espécies de ferramentas prontas, que você não precisa entender para usar. Os códigos que não precisaremos aprender são os comandos que dizem ao computador, por exemplo, que se  o usuário clicar em “F1” abra a tela “ajuda”. 

Para entender melhor, isto significa que eu, jornalista, focado em estudos sobre futuros e inteligência de mercado, posso desenvolver um aplicativo para automação de pesquisas de tendências de comportamento. Em condições normais, eu contrataria alguém que domine as artes da criação de sistemas informatizados. 

Agora, posso fazer coisas simples para o meu trabalho de pesquisador e escritor. No futuro, provavelmente poderei fazer muito mais. Você, psicanalista ou cientista social, também. Na verdade, qualquer um. 

Em 2022, o movimento no-code valerá US $ 21,2 bilhões. Em 2017, o valor era de 3,8 bilhões de dólares
Fonte: Forrester

Então… no mundo dos templates

Cada vez mais, no futuro não precisarei recorrer ao especialista para desenvolver alguns programas que resolvem problemas cotidianos ou ideias que eu tenho. Um dos motivos é que o no-code de hoje ainda vai dar saltos e mais saltos no rumo à tendência que elimina a demanda pelos especialistas. Será o retorno da demanda pelos nerds, os gênios da informática, que estarão envolvidos em projetos complexos de inteligência artificial. 

Explico. Quando a internet começou, a criação de um site demandava profissionais aptos a desenvolver sites em HTML, a linguagem de organização das informações. Em resumo, quando o especialista queria montar uma página, tinha de “desenhar” item por item. Precisava escrever cada comando. “Aqui entra uma tabela. Ali entra um título, uma imagem e um subtítulo” definia o programador. E assim por diante, linha por linha. 

Uma trabalheira danada, que praticamente deixou de existir. Pois é. Hoje, até mesmo a sobrinha de doze anos do meu amigo é capaz de criar uma página umas mil vezes mais complexa, sem conhecer uma linhazinha de código sequer. A menina pega um modelo do site WordPress e pronto. A a lógica da programação já está no DNA da geração que cresceu com smartphones na mão.  

Impactos: tendência de templaterização

O futuro é dos templates, dos modelos. A regra vai valer para outros serviços e produtos tecnológicos. As peças para montagem de sistemas estarão disponíveis em bibliotecas, como os aplicativos atuais, que já são parte da lógica do mercado do futuro. Pegue e use. Em mais algum tempo, as prateleiras digitais estarão repletas de novos produtos baseados em inteligência artificial, o campo de desenvolvimento onde floresce o “machine learning”, traduzido por aprendizado de máquina. 

Pense aqui comigo. O seu computador de hoje pode ser uma carroça perto do que virá em mais uns, digamos, quatro a dez anos. Isso mesmo. Logo ali na esquina do tempo, computadores mais poderosos, em poder de processamento e de armazenamento de dados, e velocidade de tráfego são o fermento para o crescimento de serviços para as máquinas que aprendem sozinhas. As condições ideais para o desenvolvimento do processo de “no-code”. 

A ferramenta que utilizo como jornalista não será a que um programador me vendeu. Será a que eu mesmo desenvolvi. Lógico, que permanecerá um mercado especializado de produtos especializados. Não quero fazer avaliações precipitadas, mas tenho uma pulga atrás da orelha sobre como as coisas vão mudar. O trabalho de programadores estará ameaçado com a tendência de templaterização? Imagino que uma boa parte das oportunidades será eliminada. Haverá cortes substanciais. Assim como os programadores de Flash ou de HTML puro. 

E você, o que acha? 

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Insights

Coisas digitais nas nuvens

“Alguma coisa As A Service”. Modalidades de serviços que utilizam o poder do armazenamento de conteúdos nas nuvens e o trânsito rápido pela internet tendem a ganhar força extraordinária. Coisas podem ser ambiente de trabalho, Desktops As A Service (DaaS). Softwares as a Service (SaaS). Infrastructure as a Service (IaaS), Platform as a Service (PaaS), Communication as a Service (CaaS). Há até um XaaS para envolver um “everything”, ou qualquer coisa, que representa o “X”. Por trás da tendência, há a força dada pela pandemia, que demonstrou a infraestrutura tecnológica já atingiu sua maturidade. Agora, tudo é questão de crescimento exponencial.

Pesquisa usa inteligência artificial em robôs colatorativos

Pesquisadores do Intelligent Automation Center, da Loughborough University, do Reino Unido, desenvolvem estudos para treinar robôs para antecipar a intenção de movimentação de braços de um ser humano. A proposta é de dar aos robôs a capacidade de “ler” as intenções de seus parceiros humanos e aumentar a interação e colaboração entre máquinas e trabalhadores, além do aumento da segurança no trabalho.

Drones: as oportunidades estão no ar

Desde a primeira regulamentação no Brasil, em 2017, pela Agência Nacional de Aviação Civil, 80 mil drones são reconhecidos, sendo 35.144 deles voltados para o uso exclusivo das indústrias. A demanda é crescente para os próximos anos e a atividade, com salários que chegam a 15 mil reais hoje, tende a ser uma fonte de novas oportunidades de geração de renda. Fonte: Forbes

Indicadores

O Sebrae estima que 43% das micro e pequenas empresas ainda fazem o controle financeiro em papel.7

A consultoria Gartner, por exemplo, previu um crescimento de 95,4% no uso do conceito de Desktop as a Service (DaaS) em 2020.

Em 2.739 dos 5.570 municípios brasileiros, a maior parte da riqueza provém da administração pública. 


Desafios do futuro

Desigualdade: o que realmente importa?

Ao apresentar uma proposta que autoriza os postos de combustíveis no Brasil a adotar o autosserviço, com a consequente dispensa dos frentistas, sob o fraco argumento de que a iniciativa poderia levar à redução dos preços dos combustíveis, que seguem em alta neste ano, o deputado Kim Kataguiri, do Democratas de São Paulo, coloca, para quem quer ver, o que são as prioridades que vão impactar o futuro do País. As prioridades que O confronto é entre duas ideologias. Uma, propõe assegurar a sobrevivência de 500 mil trabalhadores e suas famílias. A outra utiliza argumentos falaciosos sobre ganhos diretos ou indiretos para a população. Com o aumento da adoção de tecnologias, especialmente com a automação comercial e industrial, o falso dilema será cada vez mais frequente, consolidando a tendência de aumento do desemprego das populações de baixa qualificação e renda e a consequente concentração de renda.

Como fazer

Uma limitação que impede de antecipar tendências

As pessoas demonstram a dificuldade de prever o futuro. E um dos motivos é que o ser humano tem dificuldade de perceber que os fenômenos do mundo são complexos. E preferem prever acontecimentos prováveis com base na simplificação levada ao extremo. A super simplificação é um comportamentos que limitam a nossa dificuldade de compreensão. Confira mais em

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