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O que esperar da biometria

Uma das soluções mais seguras do mercado consiste na leitura das veias da palma da mão

Elizabete Brandão
Coordenadora da área de PalmSecure da Fujitsu do Brasil

Desde as civilizações mais antigas, a humanidade sempre buscou formas de identificação. Marcas de impressões digitais em objetos de cerâmica, informações de características físicas como altura e cor dos olhos para reconhecer mercadores, entre outros métodos, já desenhavam uma demanda recorrente de reconhecer pessoas. Por isso, a biometria como a conhecemos hoje é fruto de pesquisas realizadas desde o século XVIII e é amplamente difundida no mundo em que vivemos. Mas, o que esperar em termos de inovação tecnológica para os próximos anos?

Diferentes ofertas nesse segmento estão disponíveis no mercado: reconhecimento por veias da palma da mão, impressões digitais, características faciais, íris e voz. Infinitamente mais seguras do que as senhas e cartões, que podem ser perdidos ou roubados, elas partem de um conceito muito interessante de identificação, que consiste em “algo que você é”, o que a torna impossível de ser esquecida ou levada durante um assalto, por exemplo. Ainda, some isso ao fato do crescente comportamento de carregar cada vez menos coisas conosco e a necessidade de reduzir erros no processo de identificação. O resultado é o crescimento do uso da biometria em diferentes ambientes, como mercado financeiro, identificação de pacientes em hospitais, RH, turismo, setor público, entre outros.

O instituto de pesquisas WinterGreen Research divulgou, em outubro, um amplo estudo de comportamento, estratégia e previsões para o uso da biometria globalmente até 2021 (Biometrics: Market Shares, Market Strategies, and Market Forecasts, 2015 to 2021). Segundo ele, este mercado movimentou cerca de US$ 7 bilhões em 2014 e, até o final do período estudado, movimentará US$ 44,2 bilhões.

Um dos fatores mais importantes levado em consideração ao adotar a autenticação biométrica de usuários é a precisão. Nesse quesito, uma das soluções mais seguras do mercado consiste na leitura das veias da palma da mão. O método captura o mapa das veias usando uma luz em uma frequência próxima ao infravermelho, que não é nociva à saúde e é, inclusive, utilizada na medicina. Ainda, conta com a vantagem de ser higiênica, já que o contato físico com o dispositivo não é necessário.

Além disso, a tecnologia exige que o sangue esteja em circulação, diminuindo assim a chance de fraudes, como a replicação de uma impressão digital por meio de moldes de silicone. Ela também não é afetada por condições climáticas como calor ou frio intenso, algo que ocorre com as veias dos dedos.

A tecnologia continuará evoluindo para acompanhar as demandas dos mercados. Nos Estados Unidos, o reconhecimento pelas veias da palma da mão já auxilia – a partir de um banco de dados – na identificação de pacientes que chegam desacordados em prontos socorros, agilizando o atendimento e excluindo riscos de uso de medicação indevida.

Exemplo da evolução contínua são os esforços para aumentar a capacidade da base de dados para identificação, possibilitando cada vez mais o reconhecimento de pessoas em um cenário conhecido como autenticação por identificação (1:N), no qual o usuário não utiliza nenhum documento e o sistema o reconhece a partir de seu padrão de veias.

É possível que, no futuro, a tecnologia nos permita ser identificados em qualquer parte do mundo, com bancos de dados globais que facilitem a realização de transações financeiras – como pagamentos sem cartões -, viagens, entre muitas outras possibilidades. O que posso afirmar é que a biometria estará cada vez mais presente em nosso cotidiano, nos proporcionando mais segurança e facilidade para os afazeres do dia a dia.

 

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