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Futuro das empresas de TI: pandemia força a modernização da porta para dentro

Pesquisa realizada pela CBYK mostra que o futuro das empresas passa pela necessidade de incorporar as inovações gerenciais que prega para seus clientes

no futuro das empresas de TI o home office tende a se consolidar
man in black crew neck t shirt using black laptop computer
Foto: Tima Miroshnichenko on Pexels.com

Carlos Plácido Teixeira
Jornalista I Radar do Futuro


Uma pandemia foi necessária para estimular a modernização administrativa de empresas do setor tecnologia da informação. Saindo do discurso para a prática. Entre outras mudanças de cultura organizacional surpreendentes, o teletrabalho foi finalmente aceito como alternativa oferecida aos profissionais. Como efeito, as empresas tendem a descobrir que parte da solução para a falta de mão de obra especializada no setor, uma reclamação comum em grandes centros urbanos, está disponível. Neste exato momento, em outras regiões do País há quem, formado em TI, reclama de falta de oportunidades. É necessário querer enxergar.

Pode até parecer uma ironia. Mas não é, garante Fabrício Visibeli da CBYK, empresa multinacional de desenvolvimento de software. Ele reconhece que os gestores estão sendo obrigados a viver a modernização da porta para dentro. Não basta parecer, tem de aplicar as melhores estratégias de gestão de pessoas e estimular métodos que favoreçam a criatividade e a participação dos funcionários nos processos de produção. Por incrível que pareça, entre as quatro paredes de um escritório, ainda predominam métodos mais parecidos com uma fábrica taylorista do início do século passado do que uma rede produtiva do século das tecnologias digitais.

A avaliação é referendada por uma pesquisa encomendada por Fabrício e seu sócio, Ricardo Lopes, com quem divide as atribuições de co-CEO na CBYK. O estudo, destinado a compreender o perfil dos profissionais de software no Brasil, revelou que 83% dos profissionais que trabalham no ramo gostariam de ser reconhecidos pela equipe, e 88% que as organizações notassem os esforços dos líderes. Portanto, ressalta Fabrício Visibeli, ter uma equipe engajada e com propósito pode auxiliar as empresas em diversos fatores e contribuir para o sucesso de um projeto como um todo.

Indicadores do futuro

Está claro que a pandemia modificou a forma de trabalho e que vai ter impactos sobre o futuro das relações do mercado. A pesquisa mostra que 80% dos profissionais de TI esperam permanecer em home office. Entre os entrevistados, 37% querem permanecer em home office parcial, pelo menos duas vezes por semana, 23%, pelo menos uma vez por semana em casa, 10% pelo menos três vezes por semana em casa e, 9%, o tempo todo em casa. Em contrapartida, 21% preferem trabalhar de forma presencial.

Desses profissionais, 48% já trabalham de forma híbrida, 30% apenas presencial e 22% remotamente. O fato é que 69,5% dos entrevistados se consideram mais produtivos remotamente e para 27,4% depende do momento do projeto. Eles apontam que testes (81%) e desenvolvimento de software (73%) são as melhores atividades para serem trabalhadas de forma remota. Os profissionais com carteira assinada representam 44% da pesquisa enquanto  pessoa jurídica, 55%.

A maioria ocupa o cargo de analista de DAOs (BI), (23%), analista de testes (19%), desenvolvedor (15%), analista de negócios (14%) e analista de infraestrutura (12%). Nessas funções, os salários variam de R$ 2.900 a R$3.900. Os salários mais altos, entre R$ 8 mil e R$ 10.200, concentram-se nos cargos de scrum master (4%) e gerente de tecnologia (3%).

Os dados da pesquisa demonstram que há desafios a considerar no caminho da gestão nos tempos pandêmicos. Parte da insatisfação na constatação de que a forma como esse profissional é tratado reflete no engajamento e na produtividade. É necessário levar em conta que 72% dos profissionais acreditam que a liberdade de criação é importante para a sua melhor performance, assim como conhecer os objetivos de negócios para produzir mais, fator essencial para 70% dos respondentes.

O profissionais também valorizam empresas que sejam transparentes e compartilhem o objetivo final do negócio (73%), quase empatado (72%) com as que apostam no feedback formal. Em relação a essas questões, 51% estão satisfeitos com a sua forma de trabalho atual. Dentro do universo de TI, 54% dos entrevistados gostam do termo fábrica de software e 44% do termo cultura agile. Para os profissionais que responderam a entrevista, 42% deles, o desenvolvimento de software não é uma atividade fabril. Já 39% acreditam que a atividade é fabril.

Insights

“A solução para a carência de especialistas pode estar nas regiões onde há desemprego, fora dos grandes centros urbanos”, reitera Fabricio Visibeli, para quem um dos elementos mais importantes do estudo é de que teve âmbito nacional. Ela constata que, entre os mais jovens, entre 16 e 21 anos, portanto os que estão começando a inserção no mercado de trabalho, 36%, ou mais de um terço, reclamam da falta de oportunidades. Entre os que estão já com algum conhecimento, seja pelo ensino formal ou por conhecimento prático, com idade 22 a 30 anos, praticamente outro terço – 28% – relata dificuldades para obter colocação. Na faixa etária entre 31 e 40 anos, 22% estão desempregados e mais de 40 anos, 14%.

O problema, para o sócio-diretor da CBYK, é uma distorção da realidade, em que as referências da mídia se concentram todas na “bolha São Paulo, onde há muita e muita coisa e poucos profissionais”. Enquanto isso, as regiões Norte e Nordeste do Brasil têm oferta de trabalhadores qualificados disponíveis, como mostraram os dados. Ao entender que o teletrabalho é possível, tende a ocorrer uma redução da defasagem de oferta e procura por especialistas.

Mas o mais importante é o reforço a fatores culturais da adoção de novos paradigmas. “Mesmo na Espanha, onde eu atuei, as empresas proibiam o teletrabalho”, assinala Fabrício, demonstrando que a resistência era um comportamento global. Neste cenário, também há a migração de profissionais de outras áreas para o setor de tecnologia da informação. São pessoas com poucas oportunidades em suas origens, que percebem a continuidade do crescimento das empresas desenvolvedoras de sistemas computacionais. A demanda já ocorre em áreas como agrônomos, geólogos e logística, entre outros.

Há mais mudanças além da adoção do home office. A teleconferência ganhou certificado de aprovação no período pandêmico. Aliás, o poder da comunicação e da possibilidade de interatividade virtual foram fenômenos pouco percebidos como uma fonte de experiências bem sucedidas. Contraditoriamente, no ambiente físico as trocas são menos constantes, para Fabrício. Por estar longe, no ambiente do trabalho virtual, os rituais são muito mais precisos e muito mais constantes, com ganhos na relação entre os profissionais envolvidos. O time que está trabalhando tem múltiplas ferramentas de compartilhamento.

Uma das conclusões julgadas entre as mais importantes é o registro do aumento da participação feminina dentro da área tecnológica. A pesquisa deixa perceber, além da tendência de expansão do número, contribui para criar um ambiente mais intelectual. Ainda como conclusão, a constatação de que as pessoas gostam de saber os objetivos pelos quais estão trabalhando vai impactar a gestão. Inclusive porque os clientes de hoje serão cada vez mais organizações tecnológicas. Potencialmente, pelo menos, um concorrente capaz de tirar um bom funcionário insatisfeito.

No quadro das transformações dos modelos de negócios, nos saltos exponenciais das infraestruturas de tecnologias e das inovações, o perfil dos profissionais vai criar novos desafios para as empresas. Fabrício Visibeli destaca a necessidade de enxergar as habilidades que os jovens já carregam como força, como a familiaridade com as ferramentas digitais. “O futuro vai ser muito menos a parte de codificação, o código em si, e muito mais as soluções de negócios. “As pessoas estarão pensando muito mais em soluções, em como um produto ou serviço agrega ao cliente dele. As tecnologias estarão muito mais associadas aos negócios e às soluções do que a códigos e pessoas que saibam programar. Serão os profissionais de tecnologia e alguma coisa”, sintetiza o executivo.

Visão geral dos resultados

Os colaboradores, em sua maioria (54%) moram em cidades grandes, com mais de 1 milhão de habitantes.

Durante a pandemia, 35,4% mudaram-se para condomínios fechados em suas próprias cidades, visando qualidade de vida  e menor custo.

A maioria dos profissionais desenvolve software para:

  • setor de serviços (77%)
  • setor financeiro (43%)
  • indústria (38%)
  • turismo (26%)
  • agro (22%)
  • educação (21%)
  • saúde (17%)
  • corretagem (13%)
  • setor público (5%)

Confira entrevista:

Clique aqui para ver a entrevista integral de Fabrício Visibeli da CBYK

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    44% desses profissionais acreditam que uma crise econômica pós-pandemia irá afetá-los economicamente, enquanto 25% não acreditam e 31% não sabem.

    Em relação ao lazer, a maioria gosta de passar o tempo livre assistindo a filmes (68%), namorando (64%), jogando (59%) e praticando esportes (38%). Na lista ainda tem adeptos a assistir esportes (34%), a leitura (28%), a passar o tempo com os filhos (22%), a não fazer nada (12%) e outros hobbys (8%).

    Metodologia da pesquisa

    • A pesquisa quantitativa da CBYK foi realizada com 400 profissionais de todo o Brasil somada a 200 colaboradores da empresa por telefone durante o período de 18 a 24 de maio de 2021. A amostra tem margem de erro de aproximadamente 2 pontos percentuais, com nível de confiança de 95%.

    Sobre a CBYK

    A CBYK é uma desenvolvedora de software e de soluções personalizadas de TI, que está ajudando a modificar o setor para um padrão mais eficiente, hábil e descomplicado. Com 13 anos, a empresa é referência em transformação digital, apostando em entregas feitas sob medida, de forma inteligente, ágil, transparente e com preços justos.  Com 200 colaboradores, atua em todo o país, além de ter projetos no México, Uruguai e EUA. 

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