Oi, tudo bem?
Sou o Carlos Plácido Teixeira
Jornalista que responde por este Radar do Futuro
Visitante habitual de livrarias quando lojas e os livros só existiam no formato físico, no final dos anos 1980 encontrei uma das fontes de conhecimento mais importantes para a minha trajetória de jornalista até o Radar do Futuro. “Comunicação e Marketing”, de Roberto Duailibi e Roberto Simonsen, é considerado um clássico da área de propaganda. Era “o livro que contém a Régua Heurística“, um conjunto de telas, em papel, que ajuda a elaborar combinações de perguntas para chegar a respostas sobre problemas.
Olhando o livro, que preservo até hoje como fonte de reflexões, entendo que o processo criativo, tema central da publicação, está presente nos diferentes conceitos e ferramentas utilizados por quem atua em áreas de estudos de futuro, de tendências e de inteligência empresarial, além da propaganda e do marketing. Os autores definem criatividade como técnica de resolver problemas.
As etapas do movimento de criação envolvem, a partir da identificação de um tema proposto — um problema, dúvida ou desafio — o passeio pela preparação, manipulação, incubação, esquentamento, iluminação, elaboração e verificação. As técnicas podem variar, mas estão todas presentes na produção de estudos sobre o futuro e na inteligência de mercado de uma forma geral.
Então
Entenda as etapas do processo criativo e se credencie a ser um futurista, caçador de tendências ou algo parecido. E faça boas perguntas. Veja as variáveis. As tendências apontadas por especialistas e empresas de futuristas não fazem mais que isso. “Como aproveitar a inteligência artificial na profissão do jornalista”. “Quais novas funções surgirão no jornalismo com a evolução da realidade virtual?”. “Como transformar a minha sala comercial em uma micro fazenda urbana?”. Para cada pergunta, faça novas.
Leve em conta que a nossa cultura favorece o comportamento binário, uma força contrária à compreensão do mundo. O livro “Comunicação e Marketing” assinala que a nossa educação ocidental, herdeira de modelos dos países do norte, é bloqueante. Os autores lembram que um obstáculo para o desenvolvimento da criatividade reside no fato de que diante de um problema os humanos são levados à tendência de utilizar duas das funções de sua mente ao mesmo tempo: criar e julgar. Desprezamos outras forças disponíveis. Use melhor o seu poder cerebral. Levante informações, estude impactos e movimentos, se envolva com ideias. Gaste energia com os seus pensamentos e reflexões. Crie.
Criatividade é o resultado de 1% de inspiração e 99% de transpiração
Thomas Edison
Tendências
A força da computação quântica
Uma startup na Holanda aposta que o mundo está pronto para comprar processadores quânticos. A QuantWare anunciou que vai começar a vender equipamentos baseados em “transmons”, circuitos de supercondutores de fios que formam a base de máquinas semelhantes às usadas pelo Google, IBM e Rigetti.
Vencedores levam tudo 1
Na guerra dos supermercados, em Belo Horizonte a rede Supernosso expande a sua área de atuação na Região Metropolitana. Em 2021, ela passa a ter 22 novas lojas, sendo 16 propiciadas pelo acordo com o Carrefour. Até o final de agosto, lojas da rede francesa passam a ter a marca da empresa mineira. O que está em jogo é a demonstração de forças. Como em outros segmentos, a tendência é de que os vencedores levem tudo. Quem permanecer pequeno pode sucumbir na disputa pelos mercados dos próximos anos.
Ao comprar a fintech Embark Group, do Reino Unido, por 500 milhões de dólares, o Lloyds Bank demonstra disposição de ampliar a dominância nos mercados, inclusive no varejo das finanças, em estratégias de aquisição. Para que construir, se é possível sair comprando? As soluções e produtos digitais da Embark serão usadas para avançar posições no setor de aposentadoria e gestão de patrimônio. Leia
Insights
Cultura como um serviço
Se os funcionários trabalham em diferentes horários e lugares, no escritório corporativo, em casa ou em espaços públicos, como garantir que a cultura de cada empresa seja preservada. O desafio incumbido normalmente aos responsáveis pela gestão de RH tende a se transformar em aplicativos e softwares empresariais. Cultura como Serviço é uma das apostas de startups de tecnologia. É o reconhecimento de que em tempos de trabalho remoto e híbrido, cultivar a cultura empresarial gera novas abordagens de atuação de líderes e gestores.
Consumidores prevenidos
Uma pesquisa realizada nos Estados Unidos revelou que 40% dos consumidores avaliam o potencial do valor de revenda dos produtos antes de fechar uma compra. É um sinal de que o mercado de produtos usados tende a ser acelerado. Inclusive, ou especialmente, no Brasil, que combina aumento de preços dos produtos, dependências de importados e brutal queda da renda.
Inteligência artificial ajuda na triagem de pacientes
Estudo desenvolvido em parceria por pesquis,dadores da Esc,ola de Medicina da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, da Fundação Getúlio Vargas e do Instituto Laura Fressatti provou que atendimentos feitos com uso de inteligência artificial ajudaram a desafogar o sistema de saúde durante a pandemia. O algorítimo Laura Care recebeu a atribuição de fazer a triagem de pacientes com Covid-19.
Quem pode sobreviver a um colapso global
A Nova Zelândia é o país com maior chance de sobreviver a um eventual colapso da civilização global. A liderança no ranking dos lugares seguros foi indicada por um estudo de pesquisadores britânicos da Anglia Ruskin University. Ao examinar quais países poderiam resistir a um apocalipse vindo das mudanças climáticas ou devido à queda das estruturas financeiras globais e acordos internacionais, eles apontaram que a Islândia, o Reino Unido, a Irlanda e a Austrália também teriam maior probabilidade de sobreviver à decadência planetária.
Indicadores
- Segundo o Inside Fintech Report, levantamento realizado pelo Distrito Dataminer, braço de inteligência de mercado do Distrito, em 2020 às fintechs brasileiras tiveram captação recorde, totalizando cerca de US$ 1,9 bilhão.
- Estudo global da consultoria LiveCareer aponta que 30% dos trabalhadores de escritório preferem pedir demissão do que voltar ao modelo tradicional
- Mais de 87% dos usuários de smartphones com 14 anos ou mais na China utilizam smartphones para a pagamento com recursos de proximidade
- Pela primeira vez na história dos EUA, as energias renováveis se tornaram a segunda fonte de eletricidade mais prevalente em 2020, depois do gás natural, de acordo com a Administração de Informações de Energia dos EUA (EIA). As fontes eólica, solar, hidrelétrica e geotérmica responderam por 21% de toda a eletricidade gerada no país. O carvão representou apenas 19%, enquanto a energia nuclear representou 20%. Leia
Inovação e inovadores
Pará atrai investidores em bioeconomia
Que tal desenvolver seu negócio no Estado do Pará, podendo receber uma bolsa no valor de R$ 36 mil reais, além de vários benefícios para você e para região? Então, se liga! Se você tem uma ideia de negócio, startup ou uma empresa no ramo de bioeconomia, confira o edital do Inova Amazônia – Edição Pará. Acesse o edital: www.sebrae.com.br/inovaamazonia e faça já a sua inscrição
Blockchain controla do gado
A Marfrig, uma das principais companhias frigoríficas processadoras de carne bovina do mundo, vai adotar a tecnologia blockchain para conectar-se com todos os seus fornecedores diretos e indiretos de animais, que são os pecuaristas que não se relacionam com a empresa, entre eles os criadores e invernistas. Confira
Construção na Alemanha inova com 3D
Uma casa de dois andares de 160 m² foi criada usando uma impressora Cobod Bod2, em Beckum, no noroeste da Alemanha. É a primeira construção residencial impressa por uma máquina de 3D no país. Para a comunidade da construção, a novidade vai gerar uma pressão positiva na indústria da construção.
E se …
a crise hídrica não for seguida por mudanças das prioridades públicas?
O Brasil terá mais uma tempestade perfeita, com secas e tudo mais. Outra crise, que vai prolongar os seus efeitos e contaminar o destino da sociedade durante a década. De imediato, ameaças ao abastecimento de água para consumo humano, problemas no abastecimento de alimentos, encarecimento das contas de energia, apagões e impactos sobre a renda são alguns dos efeitos mais imediatos de um possível cenário de escassez de chuvas no verão.
Ou seja, nem mesmo um eventual controle da pandemia será suficiente para garantir a volta de alguma normalidade para a vida nas cidades brasileiras, caso a questão ambiental não seja levada a sério. Mais um carnaval pode ser comprometido. Com ao menos dois meses de período seco ainda pela frente, pelo menos oito cidades nas regiões Sul e Sudeste já estão limitando a oferta de água à população para lidar com a baixa dos reservatórios.
Para a ciência, a crise hídrica atual sinaliza um cenário que pode ser cada vez mais comum no futuro. A tempestade perfeita envolve queimadas, a destruição das florestas amazônica e da mata atlântica, mudanças de padrões do comportamento do clima, ataque aos órgãos de fiscalização e desregulamentação geral dos papeis do setor público. A reversão das condições que poderiam impedir a pane dos sistemas de abastecimento de água e de energia a curto prazo é improvável, diante do cenário político e econômico.
Um futuro melhor depende da mudança do modelo de gestão. No melhor cenário para 2025, por exemplo, uma melhora dos quadros de abastecimento será decorrente da adoção de uma política ativa de investimentos públicos e aumento do controle das questões ambientais. As perspectivas mais prováveis, entretanto, vão abranger dificuldades de abastecimento e aumento dos conflitos por água.
Leia também: Crise hídrica: os impactos para o futuro do País
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