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Adulteração de áudios e vídeos com uso de IA e o risco para o mundo empresarial

O eleitor é enganado, acreditando ser o candidato o emissor de mensagens que são artificialmente criadas usando o mesmo timbre, tom e o próprio jeito de falar da pessoa

Gustavo Alonge *

Ano eleitoral, 2024 mal começou e as pré-campanhas de candidatos para prefeito já apontam para um cenário preocupante: o uso de Inteligência Artificial no marketing digital com a produção de conteúdo adulterado, a chamada deepfake, em que áudios e vídeos são editados e recriados artificialmente com conteúdo mentiroso e difamatório. Nesta semana, a polícia abriu investigações para apurar pelo menos três casos, no Amazonas, Rio Grande do Sul e em Sergipe. Apesar de os casos terem como finalidade a área política, ela também tem sido vista e aplicada no meio empresarial, o que requer atenção e cuidados redobrados.

Nos casos que estão sendo investigados, o eleitor é enganado, acreditando ser o candidato o emissor de mensagens que são artificialmente criadas usando o mesmo timbre, tom e o próprio jeito de falar da pessoa, com um conteúdo que na verdade não foi dito por ela.

É claro que esse tipo de golpe deve se repetir e se intensificar na área política, motivada pelo ano eleitoral. Mas, nas empresas não é diferente. Elas também devem tomar cuidado com esse avanço. Temos visto crescer o número de casos de golpistas que clonam foto, informações e portfólio de uma marca e dão ofertas que não existem, com o único objetivo de atrair consumidores e levarem o dinheiro. Isso tem acontecido com grandes marcas de varejo, empresas de grande alcance e de grande volume de negócios, para que o golpe tenha ainda mais capilaridade .

O golpe que já existe há algum tempo de fato vem sendo sofisticado com o uso de Inteligência Artificial. A tecnologia permite com facilidade que uma mensagem com a voz de um influenciador ou alguém que representa a marca seja encaminhada por WhatsApp para o público, o que pode acarretar não só em prejuízos financeiros para o consumidor enganado, como também em prejuízos numa grande crise de imagem para a marca. Trata-se de um golpe que, infelizmente, ainda não se tem como prevenir ou inibir com total eficácia.

Se, por um lado, não há recursos tecnológicos que evitem a produção de deepfake, por outro, o especialista afirma ter uma forma de conscientizar melhor seu público consumidor, mantendo sempre comunicação próxima com ele.

É fundamental sempre comunicar os clientes e seguidores as campanhas em atividade, bem como sempre orientá-los que façam uso apenas dos canais oficiais da empresa. Isso deve acontecer com empreendimentos de todos os portes e setores, então, é muito importante que cada negócio tenha seu perfil verificado do Facebook, porque quando você compra o verificado do Facebook é preciso mandar documentação, o que se transforma numa espécie de barreira contra esse tipo de golpe. Trabalhar somente com perfis de influenciadores verificados também é importante nessa missão de inibir a criação de conteúdo mentiroso.

Caso a empresa tenha sido vítima de golpe, a ação urgente é investir forte em se comunicar com público e se posicionar o mais breve possível, “reforçando que aquele perfil é fake, que aquela mensagem de áudio ou vídeo não é conteúdo oficial, o que ajuda a minimizar prejuízos”.

Importante frisar que as empresas devem estar sempre com suas redes e sites atualizados e que frequentemente lembre seu público quais são seus canais oficiais, além de reforçar a questão de checar ou de verificar os perfis, de ter perfis simples de acessar, assim como perfis simples de URL também.

Portanto, o investimento nesse tipo de cuidado é fundamental e certamente menor do que depois enfrentar verdadeiras batalhas na Justiça em busca de minimizar prejuízos financeiros e de imagem, que podem de fato causar estragos imensuráveis para a marca.


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*Gustavo Alonge é especialista em marketing digital e CEO da Engajatech

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