Radar do Futuro
Sem datas certas para o começo de campanhas de vacinação e com hábitos de consumo pela internet se consolidando, o segmento de logística urbana mantém as apostas de resultados positivos em 2021. A atividade se beneficia pela intensificação do processo de digitalização dos processos de distribuição, que leva ao aumento do comércio eletrônico. Segundo previsão da consultoria Ebit|Nielsen, as vendas online devem crescer 26%, atingindo um faturamento de R$ 110 bilhões, mantendo a força do setor e indicando uma consolidação das lojas e dos marketplaces.
Do produtor ao ao consumidor, incluindo vendedores e entregadores, a rede está cada vez mais digital na compra e na experiência da entrega. “Será cada vez mais necessário gerenciar a expectativa de quem recebe a carga. Notificações, acompanhamento e SAC deverão ser sempre em tempo real”, aposta Felipe Trevisan, CEO da VUXX, logtec de carga fracionada em grandes centros urbanos. Acreditamos que 2021 será um ano de incertezas na economia, mas o e-commerce continuará crescendo fortemente independentemente dos impactos de uma segunda ou terceira onda do COVID-19.
As dúvidas no horizonte não impedem, então, a expectativa do executivo de que o ano será provavelmente bem melhor. Ele avalia que, com o panorama das vacinas e de tratamentos do COVID19, as práticas de isolamento serão menos frequentes e consequentemente a economia será menos afetada do que me 2020. Também vale considerar que as compras pela internet se consolidam como alternativa.
Vendas em alta
Em uma pesquisa recente realizada neste trimestre, a Ebit|Nielsen verificou junto aos consumidores que compraram online neste ano que 95% dos respondentes pretendem continuar comprando online. Em entrevistas à imprensa, Julia Avila, líder da Ebit|Nielsen, assegura que muitos consumidores entraram em 2020 por conta da pandemia e do confinamento. “Vemos que eles realmente se adaptaram e entraram para ficar”, assegura.
Especializada em mensuração e análise do comércio eletrônico no país, a Ebit|Nielsen afirma que o desempenho do e-commerce no ano que vem será impulsionado pelo crescimento do número de consumidores, consolidação de e-commerces locais, fortalecimento dos marketplaces e maturidade logística do setor para agilizar a entrega em busca de eficiência operacional.
Os números da Ebit|Nielsen apontam também que o resultado de 2021 virá acompanhado de um incremento de 16% no número de pedidos, para 225 milhões, e uma expansão de 9% no valor médio das vendas, para R$ 490.
As categorias que mais se devem destacar nas vendas online, conforme a Ebit|Nielsen, são: Alimentos e Bebidas; Arte e Antiguidade; Bebês e Cia; Casa e Decoração; Construção.
Estratégias
Considerando o cenário favorável, Felipe Trevisan avalia que, no setor de logística, a estratégia das empresas deve considerar 3 pilares. Primeiro, o início ou intensificação na atuação no setor de e-commerce em função do seu crescimento certo. Segundo, o aumento do investimento em tecnologia e digitalização como meios de reduzir custos, aumentar a produtividade e a satisfação dos clientes. Finalmente, o aumento de flexibilidade em atender a demanda, com atuação em frota na na nuvem.
O desenvolvimento de tecnologias de rastreamento em tempo real por celulares — ou “mobile real time tracking” — tende a ser uma exigência crescente para atender os consumidores, que se acostumam em visualizar o roteiro das entregas. Para Felipe Trevisan, outras tecnologias que vão ganhar maior destaque no segmento são os assistentes virtuais — os chat bots e a inteligência artificial. As tecnologias serão aplicadas especialmente no planejamento de rotas, que serão ainda mais importantes em 2021. Outro ponto crucial no setor de logística serão as tecnologias que viabilização a contratação de frota “na nuvem”, como o Uber, capazes de aumentar muito a flexibilidade das operações.
Em resumo