A crise que enxugou equipes e aumentou a carga de trabalho nas empresas também aumentou o nível de estresse nos escritórios. E ao menos na opinião dos responsáveis pelos apertados caixas das companhias, a perspectiva é que o estresse afete ainda mais o trabalho dos profissionais no futuro.
A informação é de uma pesquisa da empresa de recrutamento Robert Half, que falou com cem diretores financeiros de empresas do Brasil sobre as pressões do trabalho na área. A maioria (77%) acredita que o nível de estresse vai aumentar nos próximos três anos. A maior parte (55%) atribui isso à alta competitividade do mercado.
Embora os cortes de equipe e custos tenham atingido diversas áreas da companhia nos últimos anos, para Alexandre Attauah, gerente sênior da Robert Half, a pressão sobre a área financeira acaba sendo maior por conta do acúmulo de funções e da dependência mais direta da atuação do departamento nos resultados financeiros da organização. “A área trabalha diretamente com o caixa, e suas decisões fazem com que ela possa ter resultados positivos ou não.”
Segundo a pesquisa, na maioria das empresas (55%) o foco da área neste ano é aumentar a rentabilidade, e 50% consideram a pressão para melhorar o desempenho e as margens da empresa o principal desafio. Outros pontos de atenção são a implementação de novas tecnologias (44%) e a gestão de talentos (41%).
Quando olham para o futuro, 44% dos diretores financeiros acreditam que o estresse vai aumentar por conta dos prazos cada vez mais curtos, 39% citam o aumento na carga de trabalho e da responsabilidade, 36% consideram que a infraestrutura de TI será insuficiente e 25% acham que há falta de funcionários nas equipes da área.
As tentativas de reduzir o estresse por parte das empresas passam pela remodelação do ambiente do escritório (56%), criação de programas de bem-estar (51%), feedbacks mais regulares (42%) e ampliação de horário flexível ou trabalho remoto (40%). “É preciso trabalhar mais com jornada flexível e adaptar as rotinas para diminuir horas gastas no trânsito. Pequenas ações são mais fáceis de serem implementadas”, diz Attauah. Apenas 23% das empresas preveem contratar mais profissionais para aliviar a carga de trabalho.
Fonte: Valor Econômico