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Conversas sobre o futuro: saúde mental & qualidade de vida – 1 de maio

Como será a saúde mental no futuro? Cientistas avaliam impactos negativos da inteligência artificial na capacidade cognitiva da população

O mundo em 2035: a inteligência artificial na sociedade da ignorância

Cientistas projetam, de forma quase unânime, mudanças enormes no comportamento e nas capacidades humanas até 2035. A maioria, mais exatamente 61%, destaca que essas alterações serão “profundas e significativas” ou “fundamentais e revolucionárias”. E nada positivas. Incluisive com o aprofundamento das dificuldades das pessoas em lidar com a interpretação da diversidade de variáveis e informações disponíveis no dia a dia.

A expectativa consta do estudo “Being Human in 2035”, produzido escrito pelos pesquisadores Janna Anderson e Lee Rainie, do Imagining the Digital Future Center, da Elon University. Os autores promoveram uma combinação de ensaios qualitativos e dados de pesquisa, sobre como ser humano em mais dez anos. E insights de 301 especialistas globais sobre como a integração da inteligência artificial transformará a identidade humana e as estruturas sociais. Quase 200 desses especialistas escreveram respostas completas que foram incluídas no relatório.

Então, hoje impacta o amanhã

Um tema recorrente no relatório é a possível erosão de funções cognitivas essenciais. Metade dos especialistas ouvidos considera uma possível diminuição na disposição e na capacidade de refletir profundamente sobre questões complexas.

Será o aprofundamento do comportamento individual e coletivo que ganha aceleração nos tempos atuais, com a evolução da inteligência artifical. A conveniência oferecida por resumos gerados por IA, respostas automatizadas e decisões automáticas pode reduzir o pensamento crítico sobre as informações apresentadas.

E daí? A tendência é desde já

O texto publicado pelo site Forbes antecipa o caráter exponencial da tendência com impactos futuros evidentes. Coincide com o momento em que professores reclamam cada vez mais do nível dos alunos e o sistema privado de educação amplia a intervenção na estrutura de ensino, inclusive de escolas públicas em todos os níveis. No contexto de mudanças nos sistemas econômicos e radicalização do ambiente político.

O que fazer

Temas relacionados com os impactos da inteligência artificial nos comportamentos devem gerar não só debates, mas também discussões que envolvam especialmente a integração de áreas de psicologia social, pedagogia e sociologia.

Mulheres assumem a maioria entre médicos no Brasil

Pela primeira vez, as mulheres são maioria entre médicos no Brasil. O país tem 635 mil profissionais e deve passar de 1 milhão em 10 anos segundo a 15ª edição do o relatório a “Demografia Médica no Brasil 2025“. Os números apontam que o país terminará o ano com 2,98 médicos para cada mil habitantes. Aumento foi de 100% em 12 anos.

De acordo com o estudo realizado pelo Ministério da Saúde e conduzido pelo Departamento de Medicina Preventiva de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), Já em 2025, irão representar 50,9% do total de profissionais. Esse aumento é expressivo em comparação com 2010, quando elas correspondiam a 41% da população médica. As projeções indicam que, até 2035, as mulheres serão 56% do total de médicos no país.

Destaques do estudo Demografia Médica:

  • Concentração nas capitais: As capitais seguem com alta densidade médica. As maiores razões por mil habitantes estão nas capitais do Sul (10,26), seguidas por Sudeste (7,33) e Nordeste (6,95).
  • Desigualdade nos municípios do interior: Fora das capitais, a presença de médicos ainda é muito desigual. Enquanto o Sudeste tem 2,64 médicos por mil habitantes em cidades do interior, o Norte tem apenas 0,75 — com casos extremos como Roraima (0,13) e Amazonas (0,20).
  • Crescimento acelerado: O número de médicos no Brasil dobrou em pouco mais de uma década. Em 2010 eram 304 mil; agora, são mais de 635 mil.
  • Mudança de perfil: Pela primeira vez, as mulheres representam a maioria entre os médicos brasileiros, com 50,9% dos profissionais em atividade.
  • Cotistas nas salas de aulaUm em cada 10 estudantes de medicina participam de programas de reserva de vagas e cotas.
  • Projeção para 2035: Se mantido o ritmo atual, o Brasil terá 1,15 milhão de médicos em atividade em 2035 — o dobro do total registrado em 2023. A razão chegará a 5,2 médicos por mil habitantes.
  • Comparação com outros países: A taxa de 2,98 médicos por mil habitantes, embora superior à de países como Estados Unidos e Coreia do Sul, ainda está abaixo da média da OCDE (3,70). Entre 47 nações analisadas, o Brasil ocupa a 33ª posição em densidade médica.

Governo adia medidas de saúde mental no trabalho por um ano e empresas não serão multadas

O Ministério do Trabalho confirmou que a nova atualização da Norma Regulamentadora 1 entrará em vigor de forma orientativa e empresas não serão penalizadas caso não sigam as diretrizes para evitar metas excessivas, jornadas extensas, assédio moral, entre outros.



Saúde mental | Brasil

Pesquisa do Instituto de Psicologia investiga relação entre desequilíbrio psicológico e modo de trabalho desenfreado

O número representa cerca de 13% do total de licenças motivadas por doenças, além de demonstrar um crescimento de 68% em relação ao ano anterior. A tese de doutorado “A Economia Psicoativa do Trabalho” avalia os vínculos com a lógica de produtividade excessiva valorizada pelo capitalismo pode levar indivíduos à necessidade de performar além do que o corpo permite. Desenvolvida pelo psicólogo Sérgio Guimarães, a pesquisa investigou um contexto específico, com entrevistas a trabalhadores que atuam na Bolsa de Valores, em São Paulo. UFRJ

Perda auditiva na meia-idade pode acelerar o declínio cognitivo

Estudo realizado com 805 brasileiros na faixa dos 50 anos confirmou que aqueles que apresentavam perda auditiva tinham risco aumentado de declínio cognitivo. Os resultados, publicados no Journal of Alzheimer’s Disease, apontam para a necessidade de ampliar a atenção à saúde auditiva como uma forma de prevenção de demências.

“A perda auditiva é o que chamamos de fator de risco modificável para as demências, entre elas Alzheimer, exatamente por ser passível de identificação e correção. Além do peso individual, há também uma carga coletiva. Não tem como o Brasil e outros países de baixa e média renda envelhecerem com demência”, afirmou Claudia Suemoto, professora da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP) e autora do estudo.

A investigação foi conduzida no âmbito do Estudo Longitudinal da Saúde do Adulto (ELSA-Brasil), que monitora dados de 15 mil funcionários públicos de seis universidades e centros de pesquisa do país desde 2008. A iniciativa conta com financiamento do Ministério da Saúde e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). A avaliação audiológica e sua comparação com os dados sobre cognição levantados pelo ELSA-Brasil contaram com o apoio da FAPESP.

Unicamp: pesquisa estudo impacto de proteína na esquizofrenia

Pesquisa da Unicamp mostra como proteína pode influenciar surgimento da esquizofrenia. Resultados foram publicados pela revista britânica Journal of Neurochemistry, em janeiro deste ano, e abrem portas para desenvolvimento de remédios mais eficazes.

Saúde mental | Mundo

TDAH e ansiedade apresentam padrões diferentes em meninos e meninas

O TDAH pode exacerbar a ansiedade, e a ansiedade pode exacerbar o TDAH. Meninas são particularmente vulneráveis ​​ao desenvolvimento de transtornos de ansiedade, mas pesquisadores descobriram recentemente algo que pode ajudar a retardar – ou prevenir – o desenvolvimento desses tipos de transtornos. News Medical

Ser casado está associado a um maior risco de demência, aponta estudo

Estudo conduzido por pesquisadores da Universidade Estadual da Flórida questiona o efeito protetor do casamento sobre a saúde do cérebro. O que importa pode não ser o status do seu relacionamento, mas o quanto você se sente apoiado, conectado e realizado.

Os humanos aprendem representações generalizáveis ​​por meio de codificação eficiente

Estudo propõe refinar a estrutura clássica da aprendizagem por reforço incorporando um princípio de codificação eficiente, que enfatiza a maximização da recompensa usando as representações necessárias mais simples. Nature

Caminho biológico no cérebro pode explicar porque adolescentes são mais deprimidas que meninos


Descobertas de um novo estudo no Reino Unido podem ajudar a explicar por que as adolescentes são mais suscetíveis à depressão do que seus colegas homens. A depressão afeta 280 milhões de pessoas no mundo todo. É duas vezes mais comum em mulheres do que em homens e esse padrão começa a se desenvolver durante a adolescência. Health Tech World

Estudo mostra que atividade na natureza é terapia eficaz para ansiedade e depressão

Pesquisadores que avaliaram um programa de atividades baseado na natureza para pacientes com problemas de saúde mental leves a moderados mostraram que melhorias no humor e nos níveis de ansiedade podem ser observadas em apenas 12 semanas. Health Tech World

Mecanismos de rede específicos da via compartilhada de dopamina e estimulação cerebral profunda para o tratamento da doença de Parkinson

Resultados fornecem uma melhor compreensão dos mecanismos do circuito da dopamina e da estimulação cerebral profunda, estabelecendo as bases para terapias avançadas de neuroestimulação em circuito fechado. Nature

Revisões

Síndrome de Tourette e terapia de estimulação cerebral: uma revisão sistemática e meta-análise de evidências atuais. Frontiers

Indicadores & Insights

As crianças se sentem melhor quando um dos pais tem emprego ou quando ambos têm? As opiniões dos adolescentes americanos divergem. Nos EUA, 43% dos adolescentes dizem que os filhos ficam melhor quando um dos pais não tem emprego e se concentra na família. Pew Research

Depressão afeta 300 milhões de pessoas no mundo

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 300 milhões de pessoas são afetadas pela depressão ao longo da vida, sendo a maior causa de incapacidade no mundo. Dra. Naomi Vidal Ferreira, pós-doutoranda da FMUSP e principal autora da pesquisa, explica que os ultraprocessados carecem de nutrientes essenciais para o funcionamento do cérebro, como “fibras, antioxidantes e vitaminas”, o que aumenta o risco da doença.

Evolução da demência nos próximos anos

Em 2050, a previsão é que mais de 70% das pessoas com demências vivam em países de baixa e média renda, como o Brasil. Por isso, é importante ter estudos que identifiquem a nossa realidade e os fatores passíveis de prevenção. uma revisão sistemática e meta-análise de evidências atuais. Frontiers

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Em resumo


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