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Arquitetura e decoração: como serão as casas em 2028

Profissionais de arquitetura e decoração precisam se antecipar para entender e aplicar as inovações que serão incorporadas às casas

CARLOS PLÁCIDO TEIXEIRA
Jornalista Responsável | Radar do Futuro

Forças do futuro

  • Assistentes pessoais
  • Internet das coisas
  • Inteligência artificial
  • Miniaturização de objetos
  • Realidade virtual
  • Novos materiais
  • Relações de trabalho flexiveis
  • Mudanças climáticas
  • Comércio eletrônico vigoroso

Nos retratos da parede, sua filha e a família dela. Na verdade, ela, a esposa, e os dois cachorros. Não há sequer planos para a inclusão de crianças, humanas, em 2028, mesmo a idade avançando acima dos 30 anos. E com os novos recursos genéticos disponíveis para fertilização. Com o mesmo tempo de vida, os seus avós já pensavam na aposentadoria.

As prioridades da geração digital mudaram. Entre outros motivos porque as perspectivas de ganhos financeiros não são muito favoráveis. E casamentos não são mais como nos tempos de nossos avós. Definitivamente, não são para a vida toda, como os antepassados diziam ser.

A sociedade tem novas crenças dominantes. Novos hábitos, novas formações familiares e uma realidade diferente, no ambiente dominado por tecnologias e transformações ambientais, demográficas, sociais e econômicas.

Desde a pandemia, nos cinco anos anteriores, você, sua geração e as seguintes, formadas por nascidos nos anos 1990, foram testemunhas de mudanças mais rápidas no mundo do que todas as vivenciadas pelos seus antepassados. Sim, a vida no planeta acelerou na direção da revolução digital.

E com as mudanças que vieram juntas. Você estará impressionado em pensar como a internet de 2020 era lenta. E se espanta em lembrar sobre como dependíamos de um “aparelho grande” como um smartphone para manter conexão com pessoas. No futuro breve, os relacionamentos com os aparatos tecnológicos são realizados por voz.

Vistas de fora, nossas casas e as cidades ainda não terão mudado muito em meados da década atual. Um olhar pela paisagem urbana ainda vai registrar as mesmas praça, prédios e casas residenciais, o comércio de lojas de rua e a poluição urbana. O novo prédio que construíram no período da pandemia diante de sua janela estará lá. Atrapalhando a entrada de sol, com a sombra da tarde. Você ainda terá vizinhos, absolutamente desconhecidos. Dentro delas estão as adaptações para absorver as novas tecnologias e comportamentos individuais e sociais.

Modelos de moradia

As mudanças criam impactos nas definições de moradia dos próximos anos, para desafiar arquitetos e decoradores. Inovações estarão instaladas dentro dos ambientes de moradia e de trabalho.

Em sentido contrário, objetos tradicionais de consumo desaparecerão ou vão diminuir de tamanho. Parte considerável do que parecia ficção virou realidade dentro do seu lar. Um exemplo do que já terá ocorrido, o assistente virtual Alexa, sonho de consumo de muita gente em 2020, já terá desaparecido, junto com outros aparelhos, que vão se desmaterializando. As residências são projetadas para compensar as mudanças climáticas e a possibilidade de explorar novas fontes de energia.

Então, em 2030, a televisão deixou de ter razão de existir, assim como os equipamentos de som potentes da casa dos nossos pais. Para que uma sala para grandes aparelhos? É o que todos perguntam. A sua geração consolidou a crença de que não faz sentido em ter espaços enormes, como as gerações anteriores priorizavam. Basta o apartamento pequeno e o compartilhamento dos ambientes do prédio. A prioridade para você e grande parte da população da classe média da pós-pandemia é o conforto e a praticidade do dia a dia.

Futuro da moradia

No cenário do futuro, você acorda e diz: “Casa, acenda a luz”. E a luz se faz, na intensidade mais adequada para sua demanda. Ela capta o tom de voz para decidir a intensidade e a cor da iluminação. Os sistemas evoluíram com a inteligência artificial. O aprendizado dos sistemas é capaz de identificar hábitos peculiares de cada um dos moradores. É uma questão de “observar” as reações rotineiras, as variações de humor. Com a desmaterialização tecnológica, não existe um equipamento que você mira para enviar ordens. A internet está em todas as coisas.

A velocidade 5G de acesso à internet e o poder de processamento disruptivo levaram a saltos de desenvolvimento da inteligência artificial. A transformação digital deixa suas marcas em todos os cantos do apartamento. A casa inteligente deixou de ser um conceito do futuro para se tornar um fato. Temperatura controlada, iluminação, qualidade do ar, controle do consumo de água e luz. A automação funciona. E está presente também nas inovações que facilitam as rotinas diárias. Com preços em queda, já será comum o uso dos “robôs colaborativos”, chamados de cobots, braços robóticos que realizam as tarefas de limpeza da cozinha e dos cômodos.

Enquanto sua esposa sai para trabalhar, em um laboratório de biotecnologia, que requer deslocamentos, você fica em casa, com os cachorros. E com as atividades administrativas dos seus clientes. A desregulamentação dos mercados reduziu drasticamente a quantidade de empregos. O home office se consolida como padrão para os profissionais envolvidos com áreas de gestão, negócios, desenvolvimento de softwares e comunicação, entre outras atividades burocráticas e administrativas. O isolamento é compensado pelo desenvolvimento de sistemas de realidade virtual e aumentada e de holografia.

Como ser um arquiteto ou decorador

Com base nas principais tendências sociais, a profissão de arquitetura ou decoração reflete as necessidades de constante mudança que as famílias do milênio enfrentam. Levando em consideração o rápido crescimento das cidades, a redução do tamanho das casas e a importância de uma casa saudável e sustentável, é necessário ser capaz de se antecipar ao uso de ferramentas de criação de projetos. Inclusive, o domínio de conhecimentos das neurociências para compreender verdadeiramente as demandas e obter soluções que levem em conta as influências do ambiente sobre os moradores.

Já hoje, em 2020, é essencial começar a investir na capacidade de antecipação dos impactos das transformações. Como serão os ambientes em que as telas estão em todos os cantos? Como aplicar novos materiais que contribuem para o controle da temperatura? Como será a cozinha em que coexistem robôs e geladeiras inteligentes? Como tais inovações vão ser integradas aos projetos? Estas e outras perguntas devem ser entendidas como essenciais porque são tendências que já começam a ganhar ares de força do futuro.

Algumas das principais tendências

Visões de futuro

  • Sua mobília funciona como equipamento de treino. As bicicletas elétricas funcionarão como decoração para a casa, os aparelhos de ginástica encontrarão maneiras discretas de se tornar parte da sua casa.
  • O ambiente com experiência em tecnologia irá misturar nossas vidas digitais e diárias, enquanto peças multifuncionais de móveis irão se transformar de acordo com as atividades do dia. 
  • Os sensores em bancadas, móveis e eletrodomésticos, permitindo a interação com o ambiente. A casa conhece você e acata as suas vontades.
  • Até o final da década, nos países desenvolvidos em especial e em segmentos de alta renda nos outros, como no Brasil, a casa e seu carro serão movidos por tecnologias com maior eficiência energética. Haverá a integração entre a aplicação de energia renovável e dispositivos inteligentes.
  • Com fenômenos climáticos mais rigorosos e maiores desigualdades sociais, as residências serão refúgios. Encapsulamento será elemento vigoroso na criação de tendências de construção e decoração.

Em resumo

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