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Como sobreviver sendo professor em 2025

No cenário de transformação exponencial, o professor em 2025 é obrigado a sair da zona de conforto para aprender a lidar com tecnologias e novos hábitos

Carlos Teixeira
Jornalista I Futurista

Ainda em 2025, professores como Claudio Hanato, da escola de medicina de uma faculdade particular, continuarão necessários dentro de salas de aula. Também fora delas, como referências de conhecimento para o suporte ao crescimento exponencial do poder do ensino a distância. E tão essenciais quanto os alunos. Universitários ainda frequentarão escolas com o objetivo de alcançar a formação profissional que, pelo menos em tese, abrirá oportunidades de trabalho nos anos seguintes.

Mesmo com a proliferação em larga escala de cursos a distância, os professores não serão, pelo menos ainda, membros de uma das categorias em extinção em ambientes físicos. Inclusive porque alguém de carne e osso vai receber os estudantes nas salas de aula. As boas vindas diárias nas salas de aula não serão dadas por robôs impessoais, muito menos por totens onde alunos se identificam com a digital ou com reconhecimento facial. Estudantes ainda irão às faculdades e terão os responsáveis humanos para a maioria das tarefas do currículo.

O que muda de verdade, no meio da década, é o conforto existencial dos mestres. No século anterior, eles praticamente não sentiram mudanças na relação com os estudantes. Em 2018, o professor Claudio Hanato, por exemplo, dava aulas para os seus 40 alunos de anatomia praticamente da mesma forma como fazia quando começou a lecionar no final dos anos 1990: As mesmas anotações, o mesmo Power Point, as mesmas observações. Até os cadáveres, utilizados em atividades práticas, eram identificados por apelidos durante anos seguidos.

Transformações exponenciais

As mudanças na relação entre alunos e professores começam a fazer efeito, de verdade, a partir do ano 2020, com o salto da velocidade da internet e com o amadurecimento geral das tecnologias. Agora sim, a internet em todas as coisas mostra a sua verdadeira face, onipresente, absoluta. Vídeos são o padrão de comunicação. Telas estão em todos os lugares. As pessoas nem terão mais smartphones.

Um estudo do Pew Research Center e da Universidade de Elon, dos Estados Unidos, sintetiza o que terá acontecido. Assim como o acesso à internet discada viabilizou o uso do e-mail e a navegação na web como padrão dos anos 1990 e a internet de banda larga estimulou downloads de música, transmissão de vídeo e redes sociais, a internet com velocidade de gigabites estimulará um novo conjunto de tecnologias e serviços.

No cenário de transformação exponencial, o professor é obrigado a sair da zona de conforto para aprender a lidar com tecnologias como inteligência artificial, realidades virtual, aumentada e mista, sistemas de análise de dados, big data, assistentes virtuais e comunicação a distância com tradução on line, entre outros. Mesmo em cursos como filosofia e história é impossível imaginar que a transmissão de conhecimento será da mesma forma dos nossos pais, avós e bisavós.

Diferenciações

O que diferencia o bom para o mau professor não é, necessariamente, o domínio do conhecimento. Mas a capacidade de explorar o poder tecnológico para ampliar o acesso dos alunos às informações. Portanto, o poder de uso da tecnologia faz a diferença. Uma aula de anatomia, por exemplo, por mais que ainda seja necessário recorrer a cadáveres, e será, terá o apoio da realidade virtual e da realidade aumentada como suporte. Esqueça o que já existe hoje de virtualidade disponível no mercado atual. No futuro, o aluno terá a sensação exata de estar diante de um corpo com seus bilhões de detalhes.

Ao contrário do que se tem hoje, ainda, o professor não é “aquele que fala”, como detentor absoluto do conhecimento. Professor é quem, detendo um saber, sobre o corpo humano, por exemplo,  direciona estudantes para um roteiro de estudos. Por onde começar, para onde seguir. O que é prioridade ou não. Cada aula representa uma oportunidade de integração entre o aluno e a informação que se pretende alcançar.

Sob um viés conceitual, o educador passa a ocupar uma posição no centro da relação. Esqueça a sua memória de um mestre na lateral da sala, pouco vulnerável ao poder dos alunos. Inclusive porque muitas aulas serão virtuais. Ou seja, como se ele mesmo estivesse na nuvem da internet. Nesse processo, ele tem a função de intermediário, menos dependente do presencial. Alguém do conhecimento de teorias de jogos, para criar desafios.

Desafios do aprendizado

Estudantes, assim como também os trabalhadores, estarão sendo desafiados em todos os momentos. O modelo de aula expositiva é substituído, então, pela estratégia de ensino por tarefas. A multiplicidade de informações disponíveis é tão relevante quanto a possibilidade de encaminhar estudos personalizados.

No caso do nosso professor de anatomia, Cláudio, ao invés de simplesmente apresentar um pedaço do crânio, pode desafiar a turma ou um aluno específico a encontrar na rede as últimas referências sobre o tema. E propor a criação de uma apresentação que, para os padrões atuais, certamente parecerá uma produção de cinema.

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