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Tendências emergentes que moldam o futuro do mercado imobiliário

Agora, as tecnologias estão tornando as transações imobiliárias mais objetivas e confiáveis

Radar do Futuro

Em 2029, o aumento da tecnologia inovadora de construção redefiniu os modelos de interação comercial no mercado imobiliário. Um cenário praticamente irreconhecível pelos velhos corretores do segmento. Com quase 40 anos de profissão, Eduardo Sivoltas destaca o papel revolucionário das “PropTech”, as tecnologias de negociação de propriedades. Elas assumiram o papel central nas mudanças na forma como imóveis são vendidos, comprados e administrados.

“A gente até perde o fôlego ao pensar como o nosso negócio mudou desde o final do século passado. Tudo, simplesmente tudo, mudou”, comenta o empresário. Nada parece com aqueles tempos em que a visita de interessados pelos imóveis era marcada pelo telefone. A divulgação dependia de jornais, que cobravam caro pelo espaço. Eduardo tem recordações sobre a ansieda da espera do comprador potencial, no passeio, diante da portaria do imóvel em negociação.

Agora, as tecnologias estão tornando as transações imobiliárias mais objetivas e confiáveis. Impactos atravessam todas as fases do processo de negociação, de roteiros de visitas baseados em realidade virtual, inclusive holográficas, que oferecem visitas guiadas imersivas a qualquer tipo de propriedade, situada em qualquer lugar no planeta e acessada no conforto do seu sofá, à tecnologia blockchain, que agiliza as transações com segurança e transparência inigualáveis.

Não é uma questão exclusivamente de tecnologia. Com crise climática à espreita, Eduardo Simvoltas reconhece que teve de se adaptar ao novo comportamento dos clientes potenciais da sua empresa. A sustentabilidade passou de uma mera tendência para um fator decisivo no mercado imobiliário, especialmente entre compradores de imóveis mais jovens.

Tendências tecnológicas e seus impactos

Realidade Virtual (VR) e Aumentada (AR): Tours virtuais imersivos, visualização de projetos em 3D no local, customização virtual de interiores.

Inteligência Artificial (IA) e Machine Learning: Avaliação automatizada de imóveis, chatbots para atendimento ao cliente, análise preditiva de mercado, gestão inteligente de edifícios (automação, segurança, otimização de energia).

Internet das Coisas (IoT): Casas e edifícios inteligentes com dispositivos conectados, proporcionando automação, segurança e eficiência energética.

Big Data e Analytics: Análise de dados para identificar tendências de mercado, otimizar investimentos e personalizar ofertas.

Blockchain: Transparência e segurança em transações imobiliárias, contratos inteligentes, tokenização de imóveis (fracionamento da propriedade).

Impressão 3D: Construção de casas mais rápidas e eficientes, personalização e design inovadores.

Plataformas Digitais: Marketplace unificado, que integram todos os serviços (compra, venda, aluguel, financiamento, documentação, etc).

Construção Modular e Sustentável: Adoção de técnicas de construção mais eficientes, com menor impacto ambiental, uso de materiais sustentáveis e reaproveitamento de recursos.

Drones: Inspeção de propriedades, monitoramento de obras, fotos e vídeos aéreos para marketing.

Revoluções mercadológicas

A demanda é, cada vez mais, definida pela procura de residências energeticamente eficientes e edifícios que atendam aos padrões de certificação verde. Com toda a experiência do passado, corretor ainda foi obrigado a entender os novos conceitos relacionados com sustentabilidade. Imóveis não são apenas ecologicamente corretas — elas também prometem ambientes de vida mais saudáveis ​​e o potencial para redução de despesas com serviços públicos, atraindo um segmento de mercado consciente em busca de economia e preservação da vida a longo prazo.

Tendências de Mercado:

Aumento da Urbanização: Crescimento das cidades e necessidade de moradias compactas e eficientes, com foco em infraestrutura e serviços.

Envelhecimento da População: Demanda por moradias adaptadas para idosos, com serviços de saúde e bem-estar.

Economia Compartilhada: Crescimento de plataformas de aluguel de curto prazo (Airbnb) e espaços de coworking, impactando a demanda por imóveis tradicionais.

Flexibilidade e Mobilidade: Preferência por moradias com contratos flexíveis e serviços on-demand, atendendo a profissionais nômades e famílias em transição.

Sustentabilidade e Eficiência Energética: Busca por imóveis com certificações ambientais, sistemas de energia renovável e tecnologias que reduzam o consumo de água e eletricidade.

Novos Modelos de Financiamento: Crowdfunding imobiliário, peer-to-peer lending, tokenização de ativos imobiliários.

Descentralização: Aumento do interesse por moradias em áreas mais afastadas dos centros urbanos, impulsionado pelo trabalho remoto e busca por qualidade de vida.

Evolução da paisagem urbana

As cidades do século passado, com suas influências da revolução industrial e seus modelos de produção e de consumo, têm os seus perfis modificados diante da emergência de novas forças geradoras de transformações. Populações migram entre centros urbanos em busca de novos padrões de vivência e sobrevência. Há uma transformação significativa nas paisagens urbanas.

A evolução para cidades inteligentes representa uma mudança inovadora na vida urbana. A neuropsicóloga Claudia T. percebe benefícios na dinâmica social. Utilizando tecnologias de IoT (Internet das Coisas), cidades inteligentes otimizam funções urbanas e melhoram a qualidade de serviços, como energia, transporte e utilidades, com efeitos na qualidade de vida de quem não convive mais com a pressa de horários e com trânsito intenso.

Para investidores imobiliários e proprietários de imóveis, propriedades que se alinham com tecnologias de cidades inteligentes podem se tornar mais desejáveis ​​devido ao estilo de vida aprimorado e à eficiência que oferecem.

Com estímulo das tecnologias e transformações de hábitos, os empreendimentos de uso misto estão em ascensão, misturando espaços residenciais, comerciais e recreativos em ambientes únicos e projetados de forma eficiente. Esses empreendimentos priorizam a capacidade de caminhar e a proximidade com o transporte público, atraindo um grupo demográfico crescente que prefere minimizar a dependência de vínculos pessoais.

Apesar de alguns avanços e recuos durante a década de 2020, o trabalho remoto se consolidou, especialmente pela evolução de novos recursos de automação de processos administrativos e robotização dos sistemas de produção. Mudanças das relações de trabalho, com relações cada vez mais frágeis, impactam as características das habitações, que também precisam compreender a reestruturação das famílias.

Impactos demográficos

Mudanças demográficas estão remodelando a demanda por imóveis globalmente. Populações envelhecidas em países desenvolvidos exigem moradias que acomodem suas necessidades em mudança, enquanto populações mais jovens em mercados emergentes impulsionam a demanda por casas iniciais. Entender essas mudanças pode ajudar investidores e desenvolvedores a antecipar as necessidades do mercado e adaptar suas ofertas de acordo.

Desde a pandemia, no início da década, a mudança para o trabalho remoto teve implicações profundas no mercado imobiliário. Dez anos depois, e mais do que nunca, os compradores de imóveis estão procurando propriedades com espaço que possa funcionar como um ambiente de produção de coisas e de prestação de serviços em casa.

A necessidade de flexibilidade e de resgate de convivência também levou ao surgimento de espaços de coworking dentro de comunidades residenciais, oferecendo uma mistura de equilíbrio entre vida pessoal e profissional ideal para a nova onda de profissionais remotos. Essa tendência também abre a possibilidade de viver mais longe dos centros urbanos, potencialmente revitalizando áreas menos populosas.

Em resumo

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