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O seu mundo vai desaparecer

A Terra sob a influência das intervenções do homemO mundo, conforme você conhece, está desaparecendo. E vem muito mais por aí.

Mauro Carrusca

Já parou pra pensar como será o espaço aéreo do futuro? Coalhado de veículos autônomos? Pois é, já temos drones que transportam pessoas. A empresa chinesa EHang fornecerá seu drone modelo EHang 184 para ser utilizado como táxis voadores autônomos em Dubai, que será a 1ª cidade a ter esse tipo de transporte. Os drones já vêm sendo largamente utilizados em fotos e filmagens, mapeamento, monitoramento, pulverização, entre outros, revolucionando a agricultura de precisão. Também têm sido empregados no trabalho de içamento de cabos de energia e no transporte de encomendas, tornando muito mais rápidas, baratas e seguras tarefas antes realizadas com alto nível de complexidade e periculosidade.

As estradas serão invadidas por carros e caminhões sem motorista. No ensino, antes tínhamos professores, depois um mix com ensino à distância e agora temos escolas sem professores (42 University). E mais… bancos sem agências, um algoritmo fazendo parte do conselho diretor de uma grande empresa (!), computadores que escrevem textos e constroem roteiros de filmes, o maior hotel do mundo sem nem um quarto, empresas e indústrias quase que totalmente operadas por robôs, robôs executando tarefas domésticas, tomates sendo produzidos no deserto na Austrália (aonde só existem areia, sol, água do mar e… tecnologia!), telhas e vidros gerando energia limpa, startups com dezenas de empregados com valor de mercado superior a gigantes como GM, Accor Hoteis, Ford, etc.

É… o mundo está ficando irreconhecível. As mudanças são tantas e tão avassaladoras que me pergunto se já não estamos vivendo a era do Jetsons. Você se lembra desta série futurista? Esse clássico desenho animado da Hanna-Barbera mexe com a imaginação de muitas gerações, há décadas. A visão de futuro desta série, exibida originalmente entre 1962 e 1963, incluía cidades aéreas, carros voadores, carros autônomos, robôs cuidando da casa, telefonia móvel, computadores na palma da mão e toda sorte de interação inteligente homem-máquina. Alguma semelhança com o presente? Aos poucos, nos damos conta de que essa “ficção” está se tornando cada dia mais realidade.

Uma combinação de dispositivos móveis, grandes bancos de dados, algoritmos e aplicativos nos deu o poder de deslizar o dedo sobre uma tela e resolver quase todos os nossos problemas cotidianos. Da realização de transações financeiras a estudar à distância. Aprendemos que não precisamos mais sair de nosso sofá (ou academia ou escritório) para visitar pessoas, ir até lojas, supermercados, escolas, bancos, ao cinema… Em vez disso, as coisas e os serviços vêm até nós. E um dos efeitos colaterais mais fortes da mobilidade é a impaciência intransigente com a demora e a ineficiência. A urgência da vida não concebe mais esperar, seja pela comida que pedimos no aplicativo, seja no acesso ao conhecimento. Queremos tudo pra ontem!

O que tornou possível essa comodidade hoje tão trivial foi um conjunto de tecnologias em evolução que, combinadas com novas tecnologias, estão provocando e ainda provocarão grandes mudanças no nosso jeito de viver. Deixarão sistemas, gestão, governança, processos, produtos, serviços, enfim, nossa vida ainda mais interligada, hiperativa e interativa. As transformações digitais oportunizaram o surgimento de novos modelos de negócio como as fintechs, Air BNB, Facebook, Instagram, Uber e tantos outros exemplos de plataformas que unem quem quer algo e quem pode oferecer esse algo.

O seu mundo vai desaparecer.

Ou melhor, o mundo, conforme você conhece, está desaparecendo. E vem muito mais por aí.

Transformação digital

Organizações (públicas ou privadas), independente da área de atuação, vêm insistindo na inovação como sendo apenas o investimento nas tecnologias emergentes. Mas, a coisa não é bem assim. Muitas empresas entenderam a necessidade de inovar, de fazer diferente, de repensar o negócio e 100% delas querem encontrar seu DNA de inovação. Entenderam os impactos da transformação digital e não têm medido esforços para ter todos ou quase todos os processos operando digitalmente. Perfeito!

Entretanto, em conversas frequentes com executivos C-level, percebo que eles ainda não conseguiram extrair o máximo dos benefícios que essa revolução digital proporciona, compreender os riscos pela demora em adotá-la e também certa dificuldade em justificar para seus presidentes e acionistas os investimentos necessários. Estamos imersos numa “mudança de era”, com paradigmas sendo desfeitos a cada dia. Não há tempo a perder. É preciso rever as estratégias, os processos, o modelo do negócio, as ameaças de um cenário de inovação contínua e, principalmente, entender a necessidade de se repensar o modelo de gestão.

O que vem me incomodando é que, para a grande maioria, apesar de tantos projetos e consultorias, frutos de altos investimentos e expectativas, a tão esperada gestão da inovação não decolou. A lição de casa deve ser constante, pois a conta não vem fechando. Por quê?

Como sabemos, é impossível construir um prédio sobre um alicerce que foi preparado para erguer uma casa. O mesmo se pode dizer em relação à transformação digital. Muitas empresas vêm tentando promover a inovação investindo em tecnologias, sem antes repensar a estrutura (alicerce) na qual a empresa foi construída, ou seja, seu modelo de negócio, cultura e o modelo de gestão adotado.

Na prática, o que se viu e ainda se vê são consultorias bombardeando empresas com inúmeros alertas para que se reinventem e, por outro lado, gestores cobrando de seus executivos providências para que seus setores absorvam toda essa inovação, pois a empresa precisa se relacionar com esse novo mercado e, em particular, entender o cliente digital, melhorando sua experiência na jornada de compra de seus produtos e serviços. Por isso, falar em adotar as tecnologias emergentes para muitos gestores soa como chover no molhado, pois muitas empresas já o fizeram, de forma adequada ou não. Muitas ainda focam no conceito da empresa bimodal que, na minha concepção, não serve mais.

Acredito que dois fatos são primordiais para se adentrar nesse novo mundo: o primeiro é medir se a organização (ou o setor em questão) possui um ambiente propício à inovação e o segundo é conhecer o nível de maturidade em inovação da organização.

E, falando em maturidade de inovação, muitas vezes, esse entendimento deve ser estendido para toda a cadeia de valor do segmento de atuação. No tocante ao ambiente inovador, minha percepção é que muitos gestores entendem e querem que a inovação aconteça. Mas, será que a população envolvida também deseja que a inovação ocorra? That’s the question! Sem compreender muito bem esses dois pontos, tem-se o risco do alicerce da organização não suportar a construção do prédio.

O aumento da competitividade depende não somente da adoção das tecnologias atuais que vão aumentar a eficiência e a produtividade. Na verdade, depende principalmente de uma mudança do mindset para compreender esse momento. É o que chamo de ampliar o olhar e ajustar o foco.

A regra do jogo mudou

Considere um esporte específico, onde tínhamos um conjunto de regras muito bem definido. Dada a performance dos competidores, o uso de novas tecnologias, o surgimento de novos indicadores etc., foi necessário alterá-las para tornar o esporte mais atrativo e competitivo.

Exemplo real vem acontecendo no próprio futebol. Já há testes no uso de recursos eletrônicos durante as partidas e já é realidade o emprego do Big Data/ Analytics para, entre outras coisas, entender melhor o condicionamento dos atletas e atuar em tempo real durante o jogo.

Numa analogia com o mundo dos negócios, a transformação digital vem provocando várias rupturas e obrigando muitas organizações a se reinventar, ou seja, repensar as “regras do jogo”. E, como se já não fosse pouco, encarar uma estratégia digital que abarque aspectos cognitivos, que com certeza provocarão impactos ainda maiores. Como implantar uma cultura de inovação que englobe todos os aspectos dessa transformação digital? Não pretendo aqui esgotar o assunto, mas é fundamental a observação e entendimento de alguns pontos:

Entender e aceitar que o mundo mudou

Muitas inovações surgirão da experimentação, da hibridização, da fragmentação e da colaboração, na busca incessante por velocidade e agilidade. Como um dominó gigante, a disrupção em alguns setores e modelos de negócio promovem impactos imprevistos (pelos incautos) e irreversíveis em outros setores. Como nos preparar para responder às necessidades e demandas de consumidores ávidos para usufruir de tudo isso?

Cloud computing, Big Data, Analytics, colaboração, redes sociais, mobilidade, apps e muitas outras expressões, conceitos e tecnologias foram repetidos à exaustão nos últimos anos. Atualmente, já estamos vivendo a era cognitiva, a era das máquinas que aprendem – learning machines (inteligência artificial, algoritmos, bots), da realidade virtual e aumentada, da internet das coisas e por aí vai. É o uso combinado disso tudo que vem sendo chamado de 4ª revolução industrial, discutida a fundo no Fórum Econômico Mundial de Davos, em 2016 e 2017.

Na verdade, a revolução digital provocou (e vem provocando) um grande impacto nas pessoas. Uma mudança comportamental profunda, alterando o modo de ser, viver, relacionar, de ver as coisas e de fazer negócios. Tudo isso instigou o surgimento de novos modelos de negócios e o sucateamento de muitos modelos existentes. As transformações estão aí e seus efeitos já se fazem notar há tempos. “O pior cego é aquele que não quer ver”. As avós de nossas avós já diziam isso. A falência ou perda de rumo (que fatalmente leva ao encolhimento ou desaparecimento) de companhias que um dia foram grandes líderes em seus setores, como Nokia, BlackBerry, Blockbuster e Kodak, não nos deixam mentir.

Tampouco os casos recentes de falência de grandes grupos ou empresas brasileiras, aceleradas pela atual crise econômica e conturbado momento político que estamos vivendo. É o caso da Unimed Paulistana, a operação brasileira da fabricante de geladeiras Mabe (responsável pelas marcas Dako, GE e Continental), grupo GEP, dono da marca Luigi Bertolli e representante da GAP no Brasil. Um exemplo positivo veio do Banco do Brasil que, para se adaptar aos novos tempos, anunciou o fechamento de mais de 400 agências e 9 mil postos de trabalho, com foco em economizar R$ 750 milhões por ano.

É inegável que a crise foi decisiva para enterrar muitas empresas, mas acredito que existem outros fatores igualmente importantes e que não estão sendo considerados em casos como esses. Um deles é o topo da pirâmide empresarial entender que a democratização do acesso ao conhecimento possibilitado pelo uso das novas tecnologias (smartphones e outros meios móveis ou não), empoderaram as pessoas dando-as condições participar da cadeia de valor do negócio. Cabe a eles entender e promover em alto grau a inclusão e colaboração.

A saída? Aprender a se adaptar aos novos tempos.

​Entender o poder dos novos cérebros

Peter H. Diamandis (founder and chairman da XPRISE Foundation e Co-Founder da Singularity University), no livro Organizações Exponenciais, apresenta um dado impressionante: nada menos que 3 bilhões de novas mentes se juntarão à economia global nos próximos anos. Não, não estamos nos referindo ao aumento populacional previsto para 2050 que levará nosso planeta a 9,3 bilhões de pessoas. É sim uma monumental mudança que está em curso e que em breve estará plenamente incorporada à economia global. Pense bem nisso: 3 bilhões de novas mentes da geração pós-internet, os chamados nativos digitais.

Certamente, muitos de nós não calculamos o impacto monumental que esse fenômeno trará para o consumo, para o mercado de trabalho, para os sistemas de educação e saúde – para dizer o mínimo -, com o seu jeito internet de ser. Mas o que pretendo aqui refletir é como essas novas mentes começaram um processo irreversível de mudança em nosso planeta.

Os millennials constituem uma população de consumidores que não está acostumada a pagar por muitos produtos e serviços, como vimos fazendo desde que moedas passaram a simbolizar valor de compra e circular entre as pessoas. São consumidores familiarizados com a economia do grátis (Google, Facebook, Whatsapp) ou de custo simbólico. São pessoas que praticam a colaboração naturalmente. Vem usando tecnologias móveis e redes sociais durante boa parte de suas vidas. Portanto, possuem um conjunto de comportamentos e habilidades perfeitamente ajustados aos ecossistemas de inovação colaborativa. Estão imersos na economia do compartilhamento (sharing economy). Oferecem seu conhecimento e tempo para ajudar outras pessoas e apreciam isso. São pessoas que não dão demasiado valor ao “ter” um bem. Elas preferem emprestar de alguém ou no máximo alugar. Inúmeras plataformas de colaboração, como neighborhoodgood, Bliive, The shoe that grows ou sites de comércio de produtos novos e usados, como o Enjoei, que para muitos de nós podem parecer fora do comum, não o são para esta geração.

Ter ideias, fazer projetos, jogar e compartilhar pontos de vista com desconhecidos, trabalhar em equipe e buscar crowdfunding são coisas triviais para muitos deles. Pense nesses 3 bilhões de mentes como uma nova classe empreendedora, empoderada pela última geração de tecnologias viabilizadas pela internet, e disposta a buscar soluções para toda a sorte de problemas, novos e velhos, criando novas possibilidades e rompendo com as formas tradicionais de fazer as coisas.

Na visão deles, o mundo se resume a um ecossistema de startups que inclui condições necessárias para que possam impulsionar suas ideias empreendedoras, pois já nasceram ouvindo falar que o emprego vai acabar e que desde cedo, em casa ou na escola, aprendem que é preciso ser empreendedor.

Eles não estão presos a planejamentos estratégicos imutáveis, matrizes, modelos e receitas para se fazer as coisas. Em outras palavras, não têm ranço. Portanto, a consequência será óbvia. Uma verdadeira explosão nas taxas de inovação. Milhões de novos inovadores chegarão para experimentar, criar novos produtos e serviços e lançar novos negócios, em escala global, geograficamente falando, e em escala digital, em termos de ubiquidade e rapidez de escalabilidade do negócio.

Este é o insumo social e intelectual da segunda e terceira décadas do século XXI. Você acha que essa geração faz o tipo bater cartão, trabalhar em baias e ganhar cesta de natal?

A saída? Aprender com eles.

​Entender o ecossistema de startups

Se você é daqueles que acham que o que vivemos hoje com o movimento das startups, coworkings, crowdfundings, incubadoras e aceleradoras e que modelos de negócios como Uber e Airbnb estão sacudindo o jeito de fazer as coisas e ajudando a tornar os fundamentos da economia obsoletos, sinto informar, mas você ainda não viu nada.

Passou a ser muito importante rever o paradigma de quem é seu concorrente. Um smartphone tornou-se concorrente de uma gargantilha de ouro. Da mesma forma que uma agência de viagem concorre com a compra de uma geladeira. Hoje, seu concorrente pode ser um software ou um algoritmo que acabou de ser lançado por uma startup de dois nativos digitais e que pode colocar em xeque o seu negócio ou até mesmo todo o segmento no qual você está inserido. Parece exagero? Pode ser, mas é a pura realidade.

“Você não mais carrega fisicamente um GPS, câmera fotográfica e lanterna, tudo isso foi desmaterializado como apps em seu smartphone”, diz Diamandis. Ao mesmo tempo em que a Kodak estava fechando suas portas (em 2012 declarou falência), a Instagram, 3 anos no negócio e com apenas 13 empregados, foi comprada pelo Facebook por US$ 1 bilhão (ironicamente, isso aconteceu enquanto a Kodak ainda era dona de patentes de fotografias digitais).

Ou seja, a competição que coloca muitas companhias na Fortune 500 não está mais vindo da China ou da Índia. Como disse, pode estar em alguma garagem ou incubadora na mão de jovens de uma startup com possibilidade de alavancar tecnologias de crescimento exponencial. Esta é a visão de organização exponencial, aquela cujo impacto (ou resultado) é desproporcionalmente grande – pelo menos dez vezes maior, comparado aos seus pares.

A saída? Ter uma visão menos linear e mais exponencial. Não dá pra ficar esperando ser engolido. Use a experiência e ousadia das empresas da era pós-internet como seu radar de inovação. Invista no intraempreendedorismo. Incorpore novas competências a seu portifólio de talentos como makers, cientista de dados, analistas de mídia social, designers, entre outros.

​Promover a criação de um ambiente inovador

Muitas organizações ainda acham que se tornarão automaticamente inovadoras se construírem ambientes específicos para despertar a criatividade: salas descontraídas, com puffs coloridos e outros acessórios que, na realidade, poucos podem usar!

Em outras situações, a inovação tem sido feita através de investimentos pontuais em tecnologias diversas, incentivos à geração de ideias, criação de setores ou departamentos exclusivos para conduzir a inovação, hierarquizados com suas gerências, diretorias e por aí vai. Isso é uma grande armadilha, porque a inovação é muito mais do que isso. Na minha opinião, a inovação deve ser difundida, deve fazer parte do DNA da organização. Para isso, deve-se investir em ações para que as pessoas sintam vontade de fazer diferente, todos os dias. Em um outro artigo com o título “Quer inovar? Acabe com o departamento de inovação”, discorri exatamente sobre esse ponto.

A criação do ambiente inovador requer uma estrutura mais horizontal com um modelo de gestão participativo, inclusivo e colaborativo e, por que não, que promova a inovação aberta (open innovation)!

Os cérebros de uma organização são seu verdadeiro ouro. Claramente, não é apenas o board da empresa que tem o poder de inovar. Assim como o corpo humano precisa de cérebro, coração, pulmões, rins, membros inferiores e superiores etc., uma empresa não anda somente com a cabeça. Toda ela precisa ser tocada pela vontade de inovar.

Para despertar o interesse das pessoas, o chamado para a inovação precisa ser capaz de instigar, impressionar e de engajar. Acessibilidade, inclusão e colaboração são palavras de ordem para a criação de um ambiente de engajamento e inovação.

A saída? Promover a união de cérebros e buscar uma estrutura mais leve e feliz, com pessoas engajadas e comprometidas em tornar o negócio exponencial (acesse Plataforma KER para detalhes desse modelo de gestão colaborativa e inclusiva).

Uma última provocação

Este cenário marcado pela rápida obsolescência das coisas, por mudanças dramáticas em todos os âmbitos e pela incerteza crescente torna oportuna a citação de dois autores brilhantes: Marshall Berman (“Tudo que é sólido desmancha no ar”) e Zygmunt Bauman (“Tempos Líquidos”), cujas obras nos servem para explicar nossos desafios contemporâneos.

Para Berman, nada dura para sempre, pode se dissolver no tempo, em perpétua desintegração e renovação. Estamos sentindo isso na pele e com uma velocidade incrível! Veja o nosso tempo que, a cada dia, parece passar mais rápido. Frequentemente, temos a sensação de que os dias e meses voaram e pouco ou quase nada do que programamos foi realizado.

Para Bauman, em tempos líquidos, como os atuais, permeia a insegurança. E é a insegurança do presente e a incerteza do futuro que produzem e alimentam o medo mais apavorante e menos tolerável. Essa insegurança e essa incerteza, por sua vez, nascem de um sentimento de impotência. E é assim que tenho percebido vários executivos C-level. Impotentes em relação a que tecnologias adotar e quando, impotentes em relação à geração digital e impotentes quanto à percepção do real valor do seu modelo de negócio.

Como estudioso das transformações tecnológicas e como autor de um projeto de inovação inclusiva e colaborativa para ajudar as organizações a adentrar nesse novo mundo, concordo plenamente com ambos: Berman e Bauman. E, diante da afirmativa de Diamandis de que “o que vem por aí é muito mais do que já vimos em termos de volume e de impacto de inovações nos últimos anos. Irá muito além que podemos imaginar”, não há como contrapor o fato de que esse mundo que você conhece, junto com sua zona de conforto, vai desaparecer. Quem viver verá.

Tags: Transformação digital, inovação, drones, startups, inclusão, colaboração, millennials, ambiente inovador, tecnologias emergentes, Plataforma KER, digital transformation, innovation, fórum econômico mundial, Davos, agricultura de precisão, sharing economy, compartilhamento, gestão de pessoas

Mauro Carrusca é engenheiro Eletrônico, especialista em Inovação, Design Thinking e Empreendedorismo pelo Babson (EUA) – escola de empreendedorismo e inovação. CEO da CARRUSCA INNOVATION, Diretor da SUCESU Minas, Consultor da Fundação Getúlio Vargas, SEBRAE e Prof. do IBMEC. Anteriormente executivo e consultor da IBM BRASIL e IBM Estados Unidos. Idealizador da Plataforma KER e membro projeto ACELERAGRO de apoio ao empreendedorismo e inovação no segmento do agronegócio brasileiro , projeto formatado durante uma missão ao Silicon Valley (2016). Correalizador com a EMBRAPA do 1o desafio de startups para melhorar a cadeia produtiva do leite no Brasil, Ideas for Milk. Também é colunista, escritor e conferencista em eventos nacionais e internacionais.

Nota do autor:

Fruto de vários anos de desenvolvimento, a Plataforma KER é um novo conceito de gestão, que visa a criação de um ambiente inovador, provocando uma cultura da inovação através de uma gestão horizontal, colaborativa e inclusiva. Modelo certificado como propriedade intelectual pelo Ministério da Cultura.

Para mais informações, acesse: www.keroinovar.com.br

Esse artigo foi publicado na Folha do Leite (CCPR)/Itambé) e no portal Banco Hoje (portal de dirigentes financeiros)

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