A consciência crescente da população sobre a importância de cuidar da saúde sinaliza um bom futuro da educação física. Mas há riscos tambem
Essa é uma boa questão para quem vai escolher a atividade, que integra o ranking das dez mais procuradas no Enem.
A primeira questão a resolver é: seu sobrinho é uma pessoa sociável, adora estar cercado de companheiros de aventuras e de apresentar conhecimentos sobre técnicas de exercícios?
Se a resposta é não
Imaginemos que a resposta seja não. Ele adora esportes, mas não tem paciência com grupos. Prefere fazer tudo sozinho. Típico ermitão, fica irritado quando está perto de um grupo de crianças, adolescentes ou idosos. Se o seu sobrinho curte esportes radicais, corrida ou bicicleta em montanhas ou natação durante horas, desde que seja sozinho ou considera que três pessoas formam uma multidão, então não faça a opção pelo curso de educação física. Sugira escolher outro e manter as rotinas reservadas.
Se a resposta é sim
Agora, vamos ao oposto. Sim, o sobrinho adora as atividades em grupo. Tem uma atração especial pela possibilidade de ensinar macetes sobre corridas, natação, alongamento, técnicas e regras de jogos. Neste aspecto, ele está liberado para seguir mais um passo no processo de escolha da profissão.
Por que isso pesa na escolha?
Há um ponto fundamental a levar em conta por quem pretende cumprir os quatro anos, pelo menos, do curso de educação física: a pessoa estará escolhendo uma profissão na área de ensino. Ou seja, terá funções de um professor ou treinador. Como licenciado, o profissional dará aulas para vários estudantes de formação básica. Como bacharel, pode ter atuação voltada para compradores de seus serviços. Pode ser um “treinador pessoal” — ou personal trainner, um preparador em um clube ou orientador em academias.
Em resumo, a primeira habilidade pessoal a ser levada em conta é a de relacionamento interpessoal.
O argumento de que “adoro fazer exercícios, então vou fazer um curso na área” deve ser descartado caso a pessoa não tenha um mínimo de satisfação em interagir com outras pessoas e ensinar. Em outras palavras, acompanhar alunos em exercícios ao ar livre ou em ambientes fechados.
Isso significa que o profissional deve desenvolver competências de organização e planejamento para propor a realização de atividades necessárias para as demandas de clientes individuais ou coletivos. Além disso, é essencial ter capacidade de liderança e de empatia para gerar credibilidade e de garantir a adesão de grupos.
Quais são os conhecimentos específicos?
O interessado deve ter consciência também que o curso requer o aprofundamento dos conhecimentos em características complexas do funcionamento do corpo humano. Não é um curso para aprender a fazer flexões.
Futuro da educação física: oportunidades e ameaças
Se a pessoa passou pelo funil, vale seguir adiante. No caso do seu sobrinho, se tudo der certo, a formatura será por volta de 2027. Ele será testemunha das mudanças tecnológicas que impactam todas as atividades humanas em geral. Com internet 100 vezes mais veloz do que a atual, no mínimo, e a inteligência artificial dando saltos exponenciais, a sociedade tende a viver a concorrência das inovações. Como a consolidação do metaverso, incluindo hologramas, que vão colocar professores virtuais diante de alunos.
Outro risco, mais provável, é a redução da demanda por professores nas redes de ensino. A reforma do ensino proposta no Novo Ensino Médio, por exemplo, elimina a exigência de aulas de educação física.
Mas os humanos serão imprescindíveis na condução dos programas de exercícios. Um dos pontos fortes da profissão será exatamente a capacidade de estabelecer relações humanas. Novas gerações de pessoas conscientes sobre a necessidade de cuidar da saúde estarão gerando demandas, como os herdeiros de quem já está nas academias e praças buscando se manter em forma.
Em resumo