Coleta de informações semanais feita pelo Economista Paulo Roberto Bretas
O receio de mais uma crise gerada por caminhoneiros levou os proprietários de carros a enfrentar filas em postos de abastecimento de combustíveis nesta sexta-feira, dia 22 de outubro. A paralisação dos transportadores do produto e de derivados chegou a envolver 100% dos trabalhadores. O governo negocia alternativas para evitar os impactos de um possível desabastecimento.
Dia 21-10-2021 – Furo no Teto de Gastos: O estouro no teto de gastos admitido por Paulo Guedes para pagar o Auxílio Brasil de R$ 400, nova bandeira eleitoral de Bolsonaro, cobrou seu preço na Equipe Econômica e, claro, no mercado financeiro. Bruno Funchal, secretário do Tesouro e Orçamento e mais três auxiliares da pasta pediram demissão: Jeferson Bittencourt, secretário do Tesouro Nacional; Gildenora Dantas, secretária especial adjunta do Tesouro e Orçamento; e Rafael Araujo, secretário-adjunto do Tesouro Nacional. O Ministério da Economia disse que as demissões eram por “motivos pessoais”, mas antes do anúncio, Funchal reuniu a equipe e disse que, após o estouro do teto, não tinha condições de continuar no cargo. O acordo fechado no governo prevê uma mudança no teto de gastos que abre um espaço de R$ 83,6 bilhões para despesas adicionais em 2022. Horas depois, a medida foi aprovada dentro do texto-base da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios votada pela comissão especial da Câmara dos Deputados. (Estadão) (Meio)
Economia e Finanças
Seguem as Promessas Eleitoreiras: Na linha dos gastos sem fonte definidas, Bolsonaro resolveu atacar outra fonte de críticas, a alta do diesel, também com um benefício de R$ 400, mas para os caminhoneiros. O valor deve ser pago de dezembro de 2021 a dezembro de 2022, coincidentemente o ano eleitoral. Mas o “auxílio diesel” não deve impedir as paralisações da categoria marcadas para 1º de novembro. Carlos Alberto Litti, diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL), disse que o valor anunciado por Bolsonaro não paga 100 litros do combustível. (Poder360) (Meio)
Sérgio Lírio: “… o tal protótipo, chancelado por Guedes, demole o Bolsa Família, mais bem sucedido programa social do planeta, para incrementar a competitividade eleitoral de Bolsonaro. É uma chantagem explícita dos miseráveis, pensada para durar até dezembro de 2022, caso o ex-capitão não venha a conquistar um segundo mandato. O Palácio do Planalto não enxerga os famintos que se engalfinham por ossos nas ruas, só vê o título de eleitor”. (Carta Capital)
Dia 19/10/2021 – Caos no Mercado Financeiro: A notícia que a equipe econômica cederia à ala política afetou o humor do mercado financeiro e levou a bolsa a chegar no menor nível desde março. A grande preocupação era de que o Auxílio Brasil levasse a um rompimento do teto de gastos, considerado a âncora fiscal do país. A instabilidade no mercado refletiu no Ibovespa, que fechou com queda forte, de 3,28% aos 110.672 pontos. O dólar comercial fechou na maior cotação desde abril, com alta de 1,33% e cotado a R$ 5,59. (InfoMoney) (Meio)
Tereza Campello e Sandra Brandão. “A proposta enviada pelo governo Bolsonaro, além de frágil tecnicamente, é ainda ilegal. Estabelece um novo programa, sem definir o valor da linha de pobreza nem o valor dos benefícios, criando uma despesa continuada sem que se saiba o montante dela. (…) Um programa com 18 anos de existência, com custo fiscal baixo e impactos inquestionáveis está sendo extinto e, em seu lugar, propõe-se a incerteza. Há um crime em curso contra os pobres do Brasil, e o silêncio é ensurdecedor.” (Folha) (Meio)
13º Incentiva ao Varejo: Apesar da queda intensa, de 3,1%, em agosto, o varejo deve ser incentivado nos próximos meses pela abertura da economia e o 13⁰ salário. Com alta acumulada de 10,5% nos últimos 12 meses, a escalada da inflação, porém, pode ser um limitador para essa recuperação. Assim como no Brasil, os preços ao consumidor nos Estados Unidos sobem com força, puxados principalmente por alimentos, e devem seguir em alta nos próximos meses. Por outro lado, o setor de serviços segue em alta, com crescimento acumulado de 5,1% em 12 meses, bem acima do nível pré-pandemia. (Mercado & Consumo)
Problemas na Indústria: A indústria caiu 0,7% em agosto, como o esperado, por conta de gargalos no fornecimento de matérias-primas e materiais, aumento do custo de produção e aumento dos juros influenciaram o indicador. As perspectivas para o setor não são boas porque a pressão de custos e as deficiências da cadeia produtiva devem permanecer, pelo menos, até o final do ano. O importante é perceber que a inflação está disseminada na economia e deve continuar forte e vai necessitar de políticas monetária e fiscal agressivas. (Mercado & Consumo)
Monitor do PIB: Na leitura do monitor do PIB da FGV, a economia caiu 1% em agosto ante julho, com alta de 4,4% ante agosto de 2020; e aumento de 0,7% no trimestre móvel finalizado em agosto, ante o terminado em maio. Em 12 meses até agosto a economia acumula alta de 3,6%, ante queda de 3,1% em 12 meses até agosto de 2020. De acordo com o especialista, quando esses dois números são confrontados, percebe-se que até agosto desse ano o ritmo da atividade apenas recompõe as perdas do período anterior, com uma pequena sobra — 0,5 ponto percentual a mais. (Valor)
Avaliação Negativa na Infraestrutura: Investidores na área de infraestrutura têm uma avaliação predominantemente negativa das perspectivas de crescimento econômico do país na reta final do governo Bolsonaro. As informações são da sexta edição de pesquisa semestral da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), em parceria com a EY Brasil (antiga Ernst & Young), realizada dos dias 20 de setembro a 1º de outubro com 167 gestores de investimentos e especialistas que apoiam estruturação de projetos. O barômetro da infraestrutura indica que 40,1% deles têm uma visão pessimista de como estará a economia no fim de 2022. Trata-se de quase o dobro do índice verificado na pesquisa anterior (22,3%), divulgada em maio, e do mais alto em todas as edições. Já a proporção dos que se dizem otimistas com as perspectivas econômicas no fim do mandato presidencial caiu de 34,9% para 23,4%. (Valor)
Monitor do PIB FGV 1: A economia brasileira encolheu 1% entre julho e agosto e cresceu 0,7% no trimestre móvel findo em agosto, em comparação ao findo em maio, segundo o Monitor do PIB, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre), na análise da série dessazonalizada. Na comparação interanual, a economia cresceu 4,4% em agosto e 6,7% no trimestre móvel findo em agosto. (Valor)
Monitor do PIB FGV 2: O consumo das famílias cresceu 6,5% no trimestre móvel findo em agosto em comparação ao mesmo período do ano passado, segundo o FGV Ibre. Esse resultado foi influenciado, principalmente, pelo crescimento de serviços (9,8%). Na série com ajuste sazonal, o consumo das famílias apresentou crescimento de 1,9% no trimestre móvel findo em agosto, em comparação ao findo em maio. (Valor)
Monitor do PIB FGV 3: A FBCF cresceu 18,5% no trimestre móvel findo em agosto em comparação ao mesmo período do ano passado. Todos os componentes mantiveram trajetória de crescimento. Entretanto, na série ajustada sazonalmente a formação bruta de capital fixo apresentou retração (3,5%) no trimestre móvel findo em agosto, em comparação ao findo em maio. (Valor)
Idade Média da Frota: Diante da dificuldade das montadoras de veículos na produção, sobretudo com a crise provocada pela falta de semicondutores no mercado, a idade média da frota das locadoras de automóveis do país disparou de algo entre 14 e 15 meses para 23 meses, segundo Miguel Junior. (Valor)
Caminhoneiros Ameaçam Fazer Greve: Ofício enviado pela frente parlamentar dos caminhoneiros, dia 19-10-2021, ao presidente Bolsonaro (sem partido) alerta que os caminhoneiros deliberaram entrar em greve contra o preço dos combustíveis, com prazo para soluções até 1º de novembro, e que a Petrobras pratica medidas antieconômicas e sem critérios. (Poder 360)
Economia Financeirizada: Em uma economia financeirizada, as empresas não financeiras passam a buscar cada vez mais ganhos em aplicações financeiras e o consumo das famílias passa a depender cada vez mais do crédito e menos de renda de salário. (Carta Capital)
Preços dos Combustíveis em Alta 1: Em meio à pressão de caminhoneiros que prometem greve contra a alta do diesel e após o presidente Bolsonaro declarar que vai que atacar os reajustes do combustível, o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) defendeu ontem a liberdade de preços dos combustíveis no país. O argumento é que essa é a forma de promover competição, atração de investimentos e garantir o abastecimento nacional no curto e longo prazos. (Valor)
Preços dos Combustíveis em Alta 2: O IBP destaca que o consumo de combustíveis tem crescido ao longo de 2021 e já alcança patamares pré-pandemia. Como a capacidade de refino é inferior à demanda, o país depende das importações. Esse quadro, segundo a entidade, não deve se alterar na próxima década. De janeiro a agosto de 2021, 26% do volume de diesel e 8% da gasolina foram adquiridos no mercado externo. (Valor)
Subsídio ao Gás de Cozinha: O plenário do Senado aprovou ontem, por 76 votos a um, a criação do programa Gás dos Brasileiros, que visa instituir subsídio para famílias de baixa renda na compra do botijão de GLP, o gás de cozinha, por cinco anos. O projeto contraria as negociações capitaneadas pela equipe econômica, que defende o incremento do programa Bolsa Família como forma de minimizar a escalada de preços do produto. Os cálculos apontam para um impacto de aproximadamente R$ 4 bilhões para os cofres da União. O texto segue agora para a Câmara dos Deputados. (Valor)
Desenvolvimento para América Latina: O CAF, Banco de Desenvolvimento da América Latina, emitiu US$ 1 bilhão em bônus para investir na recuperação da economia da região. A emissão tem prazo de três anos e cupom de 1,25%. A demanda dos investidores atingiu US$ 2 bilhões, sendo a maior para a instituição nos últimos cinco anos. (Valor)
Brasil Primário Exportador: A área plantada com soja e milho no Brasil triplicou entre 1985 e 2020, segundo levantamento do projeto MapBiomas, coordenado pela rede de entidades da sociedade civil Observatório do Clima. A expansão ocorreu principalmente no Cerrado, e, hoje, as lavouras dos dois principais grãos cultivados no país ocupam espaço maior que o território da Itália. De 1985 a 2020, a área ocupada pela agricultura no Brasil passou de 19 milhões de hectares para 55 milhões. (Valor)
Vendendo Petróleo para a China: O Brasil tornou-se o quarto maior fornecedor de petróleo para a China em 2020, só atrás de Arábia Saudita, Rússia e Iraque. Os embarques do país superaram os volumes vendidos por Angola, e representaram 7,5% do petróleo importado pelos chineses. A China tem aumentado suas compras em geral no Brasil. A participação do Brasil nas importações totais chinesas passou de 2,9% em 2018 para 4,1% no ano passado. (Valor)
Menos Comida no Prato: Enquanto o Agronegócio segue expandindo áreas de pasto no Brasil e aumentando as vendas no exterior, no Brasil de 2021 o brasileiro já vê cada vez menos comida no prato. Com a alta da inflação, desvalorização do real frente ao dólar, e mais de 14 milhões de desempregados, o consumo de alimentos vai diminuir quase 14% este ano. Chegaremos ao menor consumo de carne bovina em 26 anos. O aumento nos preços da carne vermelha para os brasileiros foi três vezes maior que a alta da inflação geral dos últimos 12 meses, que é de 9,68%. (Carta Capital)
Riqueza para Poucos: Em 2019, a pecuária gerou R$ 53 bilhões de valor bruto da produção e cerca de 800 mil empregos na região da Amazônia. Entretanto, o rendimento médio dos trabalhadores do setor foi 34% menor do que o rendimento médio dos trabalhadores da região, R$ 1.692 por mês. Os municípios da Amazônia Legal estão entre os mais ineficientes em indicadores de educação, saúde, saneamento e finanças. (Carta Capital)
Ponto de Não Retorno: Os pastos, áreas para agricultura, mineração ou áreas urbanas, em 2020, atingiram 15% de toda a Amazônia Legal, nos nove países onde está a floresta. A perda de 20% a 25% da cobertura pode significar o ‘ponto de inflexão’ para o funcionamento dos serviços ecossistêmicos da maior floresta tropical do mundo, e o Brasil é peça chave nesse processo por abrigar a maior parte do bioma. E estudos apontam que se as taxas atuais de desmatamento forem mantidas podemos chegar ao ponto de inflexão ainda nesta década. (Carta Capital)
Dívida Ativa 1: Um levantamento encomendado pela Fenafisco (Federação Nacional do Fisco Estadual e Distrital) divulgado dia 21-10-2021, mostra que a dívida ativa das empresas com os entes federados soma R$ 896,2 bilhões. (Poder 360)
Dívida Ativa 2: De 2015 a 2019, o montante sob administração das procuradorias gerais dos Estados ou das secretarias de Fazenda aumentou 31,4%. Os valores devidos pelas empresas aos estados totalizam 13,18% do PIB nacional. Segundo a Fenafisco, caso o valor da dívida fosse recuperado, seria possível pagar o Bolsa Família por 11 anos no valor de R$ 400 aos mais vulneráveis. (Poder 360)
Transações Correntes: O Banco Central (BC) calcula déficit de US$ 4,2 bilhões em conta corrente em outubro. Já a estimativa para os Investimentos Diretos no País (IDP) é de ingresso líquido de US$ 4 bilhões. (Valor)
Inflação
IPCA de Setembro: O IPCA, índice oficial de inflação, marcou alta de 1,16% em setembro, levando a inflação em 12 meses a 10,25%. A energia foi a vilã (6,43%), seguida por gás (3,91%) entre os artigos essenciais. Num momento em que ainda existem restrições de voos, as passagens de avião subiram 28,19%.(Mercado & Consumo)
Disparada do IGP-M: Principal indicador de referência para reajuste dos contratos de aluguéis, o IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado) disparou nos últimos meses pressionado por aumento do dólar, desajustes no setor industrial devido à pandemia de covid-19 e, mais recentemente, pela crise hídrica. Em 12 meses até setembro, o índice acumula alta de 24,86%. Em setembro de 2020, o acumulado era de 17,94%% em 12 meses. (Valor)
Governo e Ambiente Político
Esmola para Caminhoneiros: Caminhoneiros autônomos dizem que o anúncio de um auxílio à categoria para compensar a alta do diesel, prometido pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), não vai influenciar as paralisações agendadas para 1º de novembro. Carlos Alberto Litti, diretor da CNTTL (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística) disse que os caminhoneiros não querem esmola e que o valor de R$ 400,00, anunciado, não paga 100 litros de diesel. (Poder 360)
Relatório da CPI da Covid: Qualquer que seja a versão final, não há dúvida de que o relatório será duro. O documento vai sustentar que o governo, a começar por Bolsonaro, agiu de forma dolosa ao assumir situações de risco, expôs vidas a perigo concreto e não tomou deliberadamente medidas que estavam ao seu alcance para reduzir o impacto da covid-19. (Estadão) (Meio)
Reconquistando Eleitores: Auxiliares e aliados de Jair Bolsonaro querem que ele mantenha o tom mais moderado, sem confrontos com o Judiciário e ataques a instituições como forma de reconquistar o eleitorado antipetista não radicalizado que havia se afastado do presidente pelo seu discurso, e que hoje estaria inclinado à terceira via. O aceno aos liberais com declarações sobre privatização da Petrobras também estaria nessa linha de reconquista. (Folha)(Meio)
Racha na Oposição: Acusado de vazar trechos de seu relatório para a imprensa, o senador Renan Calheiros acabou isolado na CPI da Pandemia. O incomodo levou ao adiamento da leitura do relatório. Nos bastidores, alguns colegas acusam Renan de ter vazado os trechos para emparedá-los e evitar mudanças. Se foi, o tiro saiu pela culatra. Os senadores pedem que ele retire vários pontos e ameaçam apresentar emendas. Já o presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), pagou para ver e disse que quer no relatório tudo o que foi vazado. Renan entregou textos preliminares aos demais integrantes da CPI. Ele propõe o indiciamento de 70 pessoas, inclusive do presidente Jair Bolsonaro e seus três filhos mais velhos. (Folha) (Meio)
Um Trator Chamado Lira: Cresce na Câmara o incômodo com o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), que, segundo deputados, atropela os ritos da casa e abusa dos pedidos de urgência para impor projetos de seu interesse. Segundo esses parlamentares, há projetos que são votados sem que se conheça o texto final. Mas Lira foi forçado a adiar para amanhã a votação da PEC que aumenta a ingerência da Câmara no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). (Estadão) (Meio)
PEC da Vingança: Escaldado pela PEC da Vingança, que só não passou por 11 votos, o Conselho Nacional do MP prevê uma reação do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e tenta se antecipar, como conta o Painel. Os procuradores acham que após caçar traidores, Lira vai tentar votar uma versão anterior da PEC, que aumenta a ingerência política no CNMP. Eles cobram do procurador-geral Augusto Aras pressa na proposta de um código de ética da categoria, o que poderia aliviar a pressão pela PEC. (Folha) (Meio)
Brasil é País da Piada Pronta: O Cisne Branco, veleiro da Marinha Brasileira para “funções diplomáticas”, não conseguiu manobrar e bateu numa ponte na cidade equatoriana de Guayaquil. (Meio)
Lava Jato: O CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público) instaurou um processo administrativo disciplinar contra 11 integrantes da extinta força-tarefa da Lava Jato Rio de Janeiro. Por 8 votos a 3, os conselheiros entenderam que há elementos para apurar suposta divulgação de informações sigilosas por meio da assessoria de imprensa do MPF (Ministério Público Federal). O relatório do caso, elaborado pelo corregedor-nacional Rinaldo Reis, sugeriu a pena de demissão dos 11 procuradores. (Poder 360)
Meio Ambiente, Sustentabilidade e Energia
Reduzir Emissão de Gases no Agronegócio: O Ministério da Agricultura quer reduzir a emissão de gás carbônico em 1,1 bilhão de toneladas até 2030. Esse foi o objetivo apresentado pelo Plano Nacional de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono até 2030 (chamado Plano ABC+), apresentado pela ministra Tereza Cristina e pelo ministro do Meio Ambiente Joaquim Leite. A mitigação de carbono será feita por meio da restauração de 72,7 milhões de hectares de terra produtiva com tecnologias como recuperação de pastagens degradadas, sistema de plantio direto, florestas plantadas e manejo de resíduos na produção de animais. (Poder 360)
Amazônia, Desmatamentos e Pastagens 1: O pasto ocupa cerca de 90% das áreas desmatadas na Amazônia. O incremento na produção de carne bovina à base de mais derrubadas da floresta pode custar o caminho sem retorno para o bioma em determinadas regiões. E o Brasil é capaz de produzir sem desmatar. É capaz, inclusive, de reduzir a área de pasto para atender a demanda do mercado. (Carta Capital)
Amazônia, Desmatamentos e Pastagens 2: A lógica agrícola que impera no Brasil diz que os fazendeiros vão precisar produzir 17% mais em dez anos, o que é um mau sinal para a floresta Amazônica. Sem incremento de produtividade por hectare, para atender o consumo e as exportações, o agronegócio vai ter que desmatar um milhão de hectares por ano. (Carta Capital)
Proteger as Florestas é Vital: O Brasil e outros países deveriam estabelecer um mercado global de compensação pela proteção florestal com base no Acordo de Paris e outras políticas internacionais. Para participar desse mercado, o Brasil deve imediatamente cumprir o contrato do Fundo Amazônia que está suspenso. (Carta Capital)
Pagando o Preço pela Destruição: A agropecuária que se apresenta como vilã dessa trágica história social de desmatamentos, também é (ou será em algum momento) vítima da própria destruição da floresta que patrocina direta ou indiretamente. Enquanto a atividade contribui para elevar a emissão dos gases do efeito estufa em cerca de 25%, o setor também é um dos que sofre com o aquecimento global e a falta de chuvas. Estudos apontam que as variações climáticas reduziram o ganho de produtividade agropecuária em até 34% nas regiões mais quentes do planeta, incluindo o Brasil, e 21% globalmente entre 1961 e 2015. (Carta Capital)
Mudanças Climáticas: O vazamento de 32 mil documentos enviados por governos à cientistas e à ONU mostra a pressão de diferentes países a fim de atenuar um relatório para a Conferência Internacional do Clima (COP26), que começa no dia 31, na Escócia. Arábia Saudita, Japão e Austrália, por exemplo, querem uma transição mais lenta de combustíveis fósseis para fontes renováveis. Os países ricos não desejam pagar para que nações pobres mudem sua matriz energética. O Brasil é contra a recomendação de redução do consumo de carne e quer ênfase nos biocombustíveis. Todas essas demandas vão na contramão o texto preparado por especialistas para a conferência, que enfatiza o risco das mudanças climáticas e aponta soluções que desagradam aos governos. (BBC e BBC Brasil) (Meio)
Ambiente Social, Emprego e Renda
Violência Contra a Mulher: Desde o início do ano, mais de 98 mil mulheres foram vítimas de violência doméstica no Estado do Rio, o que dá 11 vítimas por hora. Entre elas, 78 foram assassinadas, e 20% dos casos de agressão aconteceram diante dos filhos. Os dados são do Instituto de Segurança Pública (ISP). (Poder360) (Meio)
Motoristas de Aplicativo Devolvem Veículos: A disparada no preço da gasolina tem dificultado a vida dos motoristas de aplicativos como Uber e 99 e levou a uma devolução de 30 mil veículos às locadoras de automóveis de junho até agora, disse o presidente da Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (Abla), Paulo Miguel Junior. (Valor)
Competitividade Global de Talentos: O Brasil ficou na 75ª posição entre 134 países no ranking de competitividade global de talentos 2021 realizado pela escola de negócios francesa Insead. Embora tenha melhorado sua colocação em relação ao ano passado, estando mais próximo do grupo que está progredindo, o país ainda ficou agrupado com os mais atrasados em relação à formação, atração e retenção de profissionais. Enquanto China, Rússia, Costa Rica e Malásia subiram para o grupo dos campeões, onde estão os países mais desenvolvidos que reúnem os profissionais mais preparados para os desafios globais. Na liderança estão Suíça, Cingapura e os Estados Unidos. Entre os 25 primeiros colocados deste ano estão 17 países europeus. O destaque latino-americano foi o Chile, que chegou a 33ª posição no ranking global e liderou o da América Latina, onde o Brasil ficou na 9ª posição. (Valor)
Reajustes de Salários: O reajuste mediano de salários ficou 1,9% abaixo do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) em setembro, segundo o Salariômetro da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). É a maior perda nos últimos 12 meses, segundo a pesquisa. O INPC, calculado pelo IBGE, ficou em 10,4% em setembro, enquanto os reajuste mediano nominal obtido nas negociações foi de 8,5%, resultando em uma perda de salário real de 1,9%. (Valor)
Ambiente Tecnológico
Metaverso: Mesmo em meio às polêmicas envolvendo documentos vazados do Facebook, a empresa segue firme no desenvolvimento do “metaverso”, um mundo digital paralelo e um dos principais projetos de Mark Zuckerberg, fundador da gigante de tecnologia. A companhia planeja contratar 10 mil pessoas nos próximos cinco anos na União Europeia (UE) para o projeto, mas não divulgou detalhes sobre a natureza e localização desses postos de trabalho. (Istoé Dinheiro) (Meio)
Dormindo Menos: Aparelhos eletrônicos roubam horas de sono de crianças e adolescentes. Essa é uma das conclusões de um estudo da Universidade do Sul da Dinamarca sobre a relação dos gadgets com o descanso entre os mais jovens. A pesquisa, publicada na revista científica BMC Public Health, também identificou as consequências do uso de celulares e computadores e menos horas de sono, como baixo rendimento escolar e mudança no comportamento. (O Globo) (Meio)
Logística Reversa: Segundo dados de uma recente pesquisa da Ebit|Nielsen, atualmente quase 30% das compras online são devolvidas ou trocadas no Brasil. Considerando o crescimento acelerado das vendas neste canal, podemos concluir que o volume de produtos devolvidos é muito grande. Isso exige cada vez mais uma estrutura de logística reversa com tecnologia idêntica às adotadas na logística da distribuição direta, aquela que entrega os produtos. (Mercado & Consumo)
Ambiente Empresarial
Bancos com a Lucratividade em Alta: No período entre janeiro e junho, o lucro dos bancos foi 53% superior ao mesmo período de 2020 e 3% maior que o do 1º semestre de 2019. O sistema bancário registrou um lucro líquido de 62 bilhões de reais nos seis primeiros meses deste ano. O Relatório de Estabilidade Financeira, divulgado pelo Banco Central, demonstra que a rentabilidade dos bancos no 1º semestre deste ano retornou ao nível pré-pandemia. O lucro das instituições financeiras também cresceu. Segundo a instituição, o principal responsável pela recuperação da rentabilidade é o menor volume de despesas com provisões – uma reserva financeira para compensar calotes de clientes. (Carta Capital)
Ambiente Internacional
Situação da China 1: Na China, a preocupação continua sendo o setor imobiliário. Depois da Evergrande, mais três empresas não conseguiram pagar tranches de dividas: Fantasia, Modernland e Sinics. A preocupação é que as regras mais rígidas sobre alavancagem das empresas, diminuição na facilidade sobre a compra da segunda casa e a desconfiança da população sobre a saúde financeira das empresas podem gerar um problema ainda maior. (Mercado & Consumo)
Situação da China 2: O índice de preços ao produtor chinês cresceu 10,7% em setembro, contra 9,5% em agosto. As empresas chinesas continuam pressionadas pelo custo de suas matérias-primas, pelos gargalos de produção e pela falta de energia. Esse processo é altamente inflacionário para o mundo. (Mercado & Consumo)
Economia dos USA: Nos Estados Unidos, o mercado de trabalho apontou a contratação líquida de 194 mil novos cargos contra uma expectativa de 550 mil. Os números abertos revelam que “leisure and hospitality” criaram 74 mil novos postos e “arts” 43 mil. O setor de varejo gerou 56 mil postos. Por outro lado, o custo do trabalho assusta: a hora média subiu 4,3% e ainda há mais de 11 milhões de vagas não preenchidas. As vendas varejistas no país registraram uma alta de 0,7% no mês de setembro, acima da estimativa do mercado de -0,2%. Se forem descontadas as vendas de automóveis, a alta é ainda maior, de 0,8%. (Mercado & Consumo)
Inflação nos USA: A inflação continua bastante alta. O CPI, índice de preços ao consumidor, subiu para 5,4% anual em setembro, contra 5,3% em agosto, lembrando que a meta no país é de 2%. A alta é generalizada, com alimentos subindo 0,9% no mês. O core, que retira do índice os preços voláteis, chegou a 4% no ano. O mais preocupante é que os preços de energia ainda não apareceram na alta de setembro e devem aparecer em outubro. (Mercado & Consumo)
Fontes: Notas econômicas
Jornal Valor, Globo, Folha, Estadão, Canal Meio Newsletter, Carta Capital, Poder 360, Mercado & Consumo, InfoMoney, BBC, BBC Brasil e G1.
Em resumo