Acontecimentos que marcaram o noticiário político e econômico da semana
Paulo Roberto Bretas
Economista e Conselheiro do Corecon-MG
Entendendo Economia – Letra de Crédito Imobiliário: A Letra de Crédito Imobiliário (LCI) é um produto financeiro de renda fixa. Isso significa que ao investir na LCI, a tendência é que você não tenha muitas surpresas até o resgate do valor aplicado. Quem investe em títulos de LCI pré-fixados, por exemplo, conhece exatamente o quanto irá resgatar no momento do vencimento. Os recursos de um empréstimo para aquisição de casa própria, por exemplo, são oriundos do investimento nesse título. As LCIs podem ser emitidas por bancos comerciais, bancos múltiplos, públicos e privados, desde que sejam instituições autorizadas pelo Banco Central para realizar operações de crédito imobiliário. Além disso, a contratação de uma LCI deve, obrigatoriamente, ser registrada na Cetip, a Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos Privados. As LCIs ainda têm como vantagem a isenção de Imposto de Renda, tanto no rendimento quanto no ganho de capital. (Blog Rico)
Timothy Snyder, historiador de Yale: “Pós-verdade é pré-fascismo, e Trump foi nosso presidente pós-verdade. Quando desistimos da verdade, damos poder àqueles com dinheiro e carisma que criam um espetáculo em seu lugar. Se não concordamos a respeito dos fatos mais básicos, cidadãos não formam uma sociedade civil que permite sua defesa. Se perdemos as instituições que produzem fatos pertinentes a nós, então nos emaranhamos em abstrações atraentes e ficções. A verdade se defende mal quando há pouco dela no entorno, e a Era Trump — como a Era Vladimir Putin, na Rússia — é uma de declínio do jornalismo local. As mídias sociais não substituem: elas superestimulam os hábitos mentais pelos quais buscamos estímulo emocional e conforto, ou seja, perdemos a distinção entre o que sentimos ser a verdade e o que de fato é a verdade.” (New York Times) (Meio)
Ambiente econômico
Indicadores
Crescimento da Pobreza Extrema: Com o fim do auxílio emergencial em dezembro e sem a garantia de extensão do benefício, uma taxa de 10% a 15% da população brasileira deve ser atingida pela extrema pobreza a partir deste mês. De acordo com cálculo do economista Daniel Duque, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas, a proporção de pessoas que estarão em situação de pobreza extrema, quando a renda é de até 1.90 dólar por dia, pode dobrar em relação a 2019, quando a taxa foi de 6,5% da população, ou 13,7 milhões. O estudo ainda aponta que a pobreza deve atingir de 25% a 30% da população. O pesquisador explica que a projeção considera o fim do auxílio emergencial e pressupõe um reajuste de 15% no Bolsa Família. (Carta Capital)
Produção Industrial: A produção da indústria brasileira cresceu em 10 dos 15 locais pesquisados em novembro de 2020, na comparação com outubro, na série com ajuste sazonal, conforme dados da Pesquisa Industrial Mensal Regional (PIM Regional), divulgada pelo IBGE.
Vendas na Semana do Natal: As vendas do varejo físico na semana do Natal, entre 18 e 24 de dezembro, caíram 10,3% em 2020, na comparação com o mesmo período do ano anterior, segundo indicador da atividade do comércio da Serasa Experian. É o pior desempenho desde 2003, quando a série histórica do dado foi iniciada. (Valor)
Fluxo de Veículos Pedagiados: O fluxo de veículos nas estradas com pedágio caiu 2,5% em dezembro ante novembro, na série com ajuste sazonal, conforme o índice calculado pela Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR) e pela Tendências Consultoria Integrada. Entre veículos leves, houve recuo de 3,3% e, entre os pesados, de 0,6%. Ante dezembro de 2019, houve queda de 4,8%, o fluxo pedagiado de veículos leves diminuiu 8,3%, enquanto o de pesados avançou 8,3%. O acumulado de 2020 registrou queda de 13,1%, com redução de 16,9% em veículos leves e contração de 1,1% em pesados. (Valor)
Concessões de Crédito 1: As concessões de crédito no Brasil somaram R$ 3,4 trilhões do início de março até o fim de dezembro, período que abrange a pandemia de covid-19. O número, que a Febraban divulgou contempla novas contratações, renovações e suspensão de parcelas. As concessões para pessoas jurídicas aumentaram 34,5% na média por dia útil quando comparados os períodos de 16 de março a 31 de dezembro do ano passado (201 dias úteis) e de março a novembro de 2019 (191 dias úteis). (Valor)
Concessões de Crédito 2: As renegociações totalizaram 16,8 milhões de contratos com pagamentos em dia, que representam R$ 971,5 bilhões em operações. O valor das parcelas suspensas – por períodos que vão de 60 a 180 dias, dependendo da instituição financeira – soma R$ 146,7 bilhões. (Valor)
Concessões de Crédito 3: Os bancos concederam R$ 325,2 bilhões para micro e pequenas empresas entre 16 de março e 31 de dezembro, incluindo novos créditos e renovações. (Valor)
Crescimento do Setor Serviços 1: Segundo o Ibre/FGV, o crescimento de 2,6% no volume de serviços prestados no país em novembro, na comparação com outubro, foi maior do que o esperado pelo mercado, cujas estimativas giravam em torno de 1%. Mas o recrudescimento da pandemia nas últimas semanas é um risco para a recuperação do setor. (Valor)
Crescimento do Setor Serviços 2: Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no total, o volume dos serviços ainda está 3,2% abaixo do nível pré-pandemia, em fevereiro. Varejo e indústria já recuperaram as perdas do início de 2020. (Valor)
Agronegócio de Sucesso: A colheita brasileira de grãos deverá atingir 260,5 milhões de toneladas em 2021, segundo o terceiro levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para a temporada. Caso seja confirmado, o volume ficará 2,5% acima do resultado da safra de 2020, que atingiu o patamar recorde de 254,1 milhões de toneladas — 5,2% mais que em 2019. Assim, a safra projetada para esse ano, caso confirmada, também será recorde. (Valor)
Pandemia e Poupança: A pandemia provocou um aumentou na captação da poupança. Ela chegou a R$ 166,3 bilhões, a maior da série histórica do BC iniciada em 1995. A alta pode ser explicada em grande parte pelo pagamento do auxílio emergencial, que, em muitos casos, foi depositado em contas-poupança abertas pela Caixa. No entanto, com rendimento de 70% da taxa Selic, a poupança passou a render menos que a inflação em 2020. (Meio)
Brasil na Contra-Mão: Enquanto no mundo as medidas antidumping contra importações consideradas com preços desleais aumentaram em 25% na média na última década, no Brasil elas caíram 54%, segundo levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Um relatório da Organização Mundial do Comércio (OMC) mostra que entre janeiro e junho de 2020 houve aumento de 69% no número de investigações antidumping iniciadas por países do G-20 (que reúne grandes economias industrializadas e emergentes) comparado a julho-dezembro de 2019. O Brasil abriu quatro investigações, a Índia, 98, a Austrália, 15, o Canadá, 12, e a Argentina,11. (Valor)
Afastamentos por Covid 1: A covid-19 respondeu por um em cada dez acidentes de trabalho no país no terceiro trimestre e foi o principal motivo de afastamento profissional no período. Os trabalhadores de atendimento hospitalar representaram 57% do total de acidentes de trabalho por covid-19 no terceiro trimestre, ou 6,2 mil. A principal categoria afetada é a de técnicos de enfermagem, com 2,8 mil profissionais afastados.
Afastamentos por Covid 2: A doença afastou 10,8 mil trabalhadores de julho a setembro, como um todo, aumento de 246% em relação aos três meses anteriores. Por mês, o INSS paga cerca de R$ 60 bilhões em benefícios, e os pagamentos relacionados a acidente de trabalho representam entre 1,5% a 2,0% deste total. (Valor)
Cenários
Compras com Cartões 1: A Abecs, associação que representa as empresas do setor de meios eletrônicos de pagamento, prevê que as compras com cartões de crédito, débito e pré-pagos devem superar R$ 2,3 trilhões em 2021, o que representa um crescimento entre 18% e 20% em comparação com 2020. O setor espera uma alta entre 19% e 21% apenas no uso do cartão de crédito, enquanto o crescimento projetado para o cartão de débito está entre 13% e 15%, e para o cartão pré-pago, entre 90% e 110%. (Valor)
Compras com Cartões 2: Para o ano de 2020, apesar dos impactos econômicos da pandemia, a Abecs projeta um crescimento de aproximadamente 8% para os pagamentos com cartões, em comparação com o resultado de 2019. O valor total transacionado deve chegar à marca inédita de R$ 2 trilhões entre janeiro e dezembro do ano passado. (Valor)
Índices de Confiança: Empresários e consumidores terminaram 2020 menos confiantes, mas a piora do humor foi mais acentuada entre as famílias, que estão bem mais pessimistas do que as empresas. Depois de cair pelo terceiro mês consecutivo, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) marcou 78,5 pontos em dezembro, enquanto o Índice de Confiança Empresarial (ICE) ficou em 95,2 pontos. A distância de 16,7 pontos entre os dois indicadores é a maior desde fevereiro de 2010, quando o ICE superou o ICC em 16,9 pontos. (Valor)
Confiança do Empresário Industrial: O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) caiu 2,2 pontos entre dezembro e janeiro, recuando para 60,9 pontos, conforme divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Ainda assim, permanece acima da linha divisória de 50 pontos, sinalizando que os empresários do setor seguem confiantes. O indicador também permanece acima da média histórica de 53,7 pontos. (Valor)
Confiança do Consumidor: O provável começo da vacinação contra a covid-19 este ano no país impulsionou a confiança do consumidor apurada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), afirmou a economista da entidade, Catarina Carneiro. A confederação divulgou o indicador Intenção de Consumo das Famílias (ICF), com alta de 0,7% em janeiro ante dezembro de 2020, para 73,6 pontos — quinta alta consecutiva e maior patamar de ICF desde maio de 2020 (81,7 pontos). Para a especialista, é preciso um cronograma oficial de vacinação para impulsionar uma trajetória de confiança sustentável.
Destino da Poupança: A poupança formada pelas famílias durante a pandemia não deve ser destinada ao consumo tão cedo. É o que indica questionário especial da Sondagem do Consumidor realizado em novembro. Naquele mês, 38% dos consumidores afirmaram que estavam poupando de maneira preventiva, devido à pandemia e a seus efeitos na economia. Dentro desse grupo, 73% disseram que pretendem manter os recursos guardados nos próximos meses. Entre os consumidores de menor poder aquisitivo, com renda familiar até R$ 4,8 mil, esse percentual chegou a 81,2%, destaca Viviane Seda, coordenadora das Sondagens do Ibre/FGV. (Valor)
Setores
Adeus à Ford: Após um século, a Ford Brasil voltará a ser importadora. A montadora anunciou o fim de suas fábricas em Camaçari (BA), Horizonte (CE) e Taubaté (SP), impactando cinco mil empregos diretos. A decisão vem após anos consecutivos de perdas no país, pioradas pela pandemia. Em 2019, já havia fechado a planta de São Bernardo do Campo (SP). A companhia ainda manterá instalações e um departamento de engenharia no Brasil, mas não fabricará mais automóveis ou caminhões em solo nacional. Apesar de estar no país desde 1919, começou a produção nacional em 1921. Agora, os veículos virão da Argentina e do Uruguai. (Veja) (Meio)
Indenização para as Revendas: Após a decisão do fechamento das operações da Ford no Brasil a rede de concessionários da companhia terá uma longa negociação pela frente. A relação comercial entre montadora e revenda é regida por uma lei de 1979, a Lei Renato Ferrari. Ela prevê uma indenização ao concessionário caso a fabricante decida parar de produzir. (Valor)
Análise do Governo: O Ministério da Economia disse que a decisão da Ford “destoa da recuperação econômica do país”, enquanto o vice-presidente Hamilton Mourão afirmou que a Ford “ganhou muito dinheiro no Brasil e podia ter adiado a saída”. Já os críticos não perdoaram. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que saída da Ford mostra “falta de credibilidade do governo”, e entidades empresariais defenderam a redução do “custo Brasil”. (Meio)
A Concorrência Agradece 1: Os concorrentes da Ford estão ansiosos para ocupar o espaço que a marca deixará no mercado. Várias produzem modelos semelhantes ao utilitário EcoSport e o compacto Ka, os dois veículos que a Ford deixará de produzir no país. Junto com a linha importada, a montadora americana tem pouco mais de 7% do mercado brasileiro. (Valor)
A Concorrência Agradece 2: Um exemplo de que a concorrência imediatamente ocupa o espaço é o que aconteceu quando a Ford deixou de produzir caminhões no país no ano passado. Volkswagen Caminhões e Mercedes-Benz, por exemplo, aumentaram as vendas imediatamente. (Valor)
Impactos da crise na indústria automobilística: “Entre 2014, 2015 e 2016, houve taxas negativas de crescimento, respectivamente -15,1%; -22,7%; e -10,5%. Somados, uma queda na produção de autoveículos de 48,3%. O número total de autoveículos produzidos caiu de 3.738.448 em 2013, para 2.195.712 em 2016. 88,7% da produção foi destinada ao mercado interno. A recuperação entre 2017 e 2019 soma um total de crescimento de 32,5%, mas com a produção ficando apenas em 2.951.446 autoveículos, muito longe do auge do crescimento do setor. Essa perda de dinamismo pode ser creditada à crise do mercado interno. O faturamento líquido de US$ 87.294 bilhões em 2013 cai para US$ 54 bilhões em 2019. O número de empregos gerados também caiu de 135 mil em 2013 para 106 mil em 2019. (Uallace Moreira/Blog do Paulo Gala)BB Prioriza Acionistas: O Banco do Brasil anunciou um plano de reorganização que prevê um programa de demissão voluntária para cinco mil funcionários e fechamento de 361 unidades. A ideia é economizar R$ 2,7 bilhões até 2025. (Meio)
Volkswagen no Brasil: As vendas do grupo alemão Volkswagen caíram cerca de 20% no Brasil em 2020, para 377.600 veículos. A queda ficou em linha com a apontada para toda a América do Sul, de 19,5%. Na região, diz a montadora, houve um “significativo” ganho de participação de mercado ao longo do ano. (Valor)
Venda de veículos 1: Pela primeira vez desde o início da pandemia, as vendas de veículos e motos, partes e peças subiram na série anual. A alta foi de 0,8% em novembro de 2020, frente a igual mês de 2019. O setor vem de nove meses seguidos sem avanços nesta base de comparação. Houve estabilidade em fevereiro e oito quedas seguidas, entre março e outubro. As perdas foram fortes principalmente em abril (-58,1%) e maio (-43,4%), mas permaneceram intensas em junho (-19,2%) e julho (-16,3%).
Venda de veículos 2: No resultado acumulado em 2020, até novembro, no entanto, o setor ainda amarga queda de 15,1%. Além disso, o patamar de vendas em novembro de 2020 se encontra 23,6% abaixo do pico da série histórica, registrado em junho de 2012. (Valor)
Vendas do Varejo Restrito 1: O volume de vendas no varejo restrito recuou 0,1% em novembro na comparação com outubro, já descontados os efeitos sazonais, segundo a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada pelo IBGE. E a primeira taxa negativa após seis meses de altas seguidas neste indicador. Na comparação com novembro de 2019, o varejo restrito subiu 3,4%. A leitura técnica é de estabilidade. (Valor)
Vendas do Varejo Restrito 2: A receita nominal do varejo restrito subiu 1,1% em novembro ante outubro. Na comparação com novembro de 2019, a receita nominal do varejo restrito subiu 11,6%. Em 2020, no acumulado do ano até novembro, a receita nominal do comércio acumulou alta de 5,6%. Em 12 meses, há aumento de 5,7%. (Valor)
Vendas do Varejo Ampliado 1: No varejo ampliado, que inclui as vendas de veículos e motos, partes e peças, e material de construção, o volume de vendas subiu 0,6% em novembro na comparação com outubro, já descontados os efeitos sazonais. Na comparação com novembro de 2019, o volume de vendas do varejo ampliado subiu 4,1%. A expectativa era de alta de 5%. No acumulado de 2020 até novembro, o varejo ampliado cai 1,9% e, em 12 meses, recua 1,3%. (Valor)Vendas do Varejo Ampliado 2: A receita nominal do varejo ampliado aumentou 1,6% em novembro. Em relação a novembro de 2019, a receita sobe 12,4%. A receita do varejo ampliado aumenta 2,4% no acumulado do ano e sobe 2,9%% em 12 meses. (Valor)
Farmácias sem Crise: Com quase 90 mil farmácias no país, o Brasil deve voltar a viver um novo ciclo de investimentos no setor após 2021. Mesmo nesse ambiente de incertezas no mercado de consumo, a demanda segue acelerada. A maior preocupação das pessoas com a própria saúde e as ofertas recordes de ações em 2020, que levaram a um aumento de liquidez, devem sustentar a velocidade de aberturas de pontos e elevar a taxa de crescimento das vendas. (Valor)
Bancos Digitais: A pandemia acelerou a inserção dos bancos digitais entre os brasileiros. Pela primeira vez, a parcela de downloads de aplicativos dos novos players em 2020 ultrapassou a de instituições tradicionais, alcançando 52%, segundo o UBS Evidence Lab. A consultoria calcula que há mais de 60 milhões de contas digitais, sem considerar os números do Caixa Tem, usados para o pagamento do auxílio emergencial. Com o PIX e o open banking avançando no país, a competição deve aumentar ainda mais. E os usuários é que vão sair ganhando: além de menos burocracia e tarifas bancárias, a diversificação de produtos é essencial para convencer os clientes a continuarem ativos. (Meio)
Crédito via Fintechs: Uma das áreas que as fintechs têm crescido é no crédito. A participação ainda é pequena, mas triplicou em 2020 chegando a R$ 10 bilhões, ante R$ 3 bilhões em 2019. Enquanto os bancos tradicionais elevaram o volume em apenas 2%. Para este ano, é esperado que os bancos digitais concedam R$ 20 bilhões em crédito. (Meio)
Bancos Tradicionais se Mexem: Os bancos tradicionais não estão parados. O Bradesco e o Itaú lançaram nos últimos anos seus próprios canais digitais, focados no público de baixa renda e nos desbancarizados. (Estadão) (Meio)
Finanças
Inflação 1: O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) aumentou de 0,89% em novembro para 1,35% em dezembro, maior taxa mensal desde fevereiro de 2003 (1,57%) e a mais elevada para meses de dezembro desde 2002 (2,10%). Em 2020, o IPCA acumulou alta de 4,52%, acima dos 4,31% registrados em 2019 e da meta, de 4% para o ano passado. (Valor)
Inflação 2: A inflação do grupo alimentação e bebidas deu um salto de 14,1% e respondeu por 60% da variação anual do indicador, destaca Roberto Secemski, economista-chefe do Barclays para Brasil. Considerando apenas os alimentos consumidos em casa, o avanço foi de 18,2%. Foi a taxa mais alta desde os 21,6% de 2002, segundo, o economista do IBGE André Almeida. (Valor)
Inflação 3: Em 2021, a inflação ao consumidor deve desacelerar, voltando a ficar abaixo da meta (3,75% para o ano corrente). No curto prazo, porém, economistas veem riscos para cima, ainda relacionados à alta do dólar e à resiliência da inflação alimentos. No último mês, os produtos alimentícios e bebidas cederam de 2,54% para 1,74%, mas o relativo alívio foi mais do que compensado pela alta de 9,34% da energia elétrica, com o acionamento da bandeira tarifária vermelha patamar 2. (Valor)
Inflação 4: O índice de difusão, que mede o percentual de componentes do IPCA com reajuste no mês, avançou de 66,6% em novembro para 72,1% em dezembro. Excluindo alimentos da conta, também houve alta na passagem mensal, de 56% para 69,4%. (Valor)
Fuga de Cérebros: A pandemia acentuou a fuga de cérebros no país. Com o trabalho remoto, empresas estrangeiras estão contratando profissionais qualificados brasileiros, especialmente na área de TI, sem que estes precisem deixar o país. Sem oferecerem remuneração à altura, empresas brasileiras acumulam vagas abertas. (Globo) (Meio)
Ambiente político
Perigoso Poder Paralelo: Tramitam no Congresso dois projetos para limitar o poder de governadores sobre as polícias civis e militares, criando mandatos para seus comandantes. A justificativa é evitar ingerência política, mas especialistas temem a transformação das corporações num poder paralelo. (Estadão) (Meio)
Poder das Polícias: Integrantes do alto escalão das Forças Armadas estão criticando duramente os projetos no Congresso que tiram poder dos governadores sobre as polícias civil e militar. Eles são contra, por exemplo, a criação de uma patente de “general da PM”, o estabelecimento de um mandato para os comandantes e as dificuldades para retirá-los dos cargos. (Estadão) (Meio)
Força tarefa da AGU: A Advocacia-Geral da União (AGU) constituiu uma força-tarefa para atuar especificamente em grandes projetos de infraestrutura previstos para 2021. A expectativa é de que ocorram 129 leilões ao longo do ano, cujo impacto é de cerca de R$ 370 bilhões. Os investimentos contemplam concessões, privatizações e renovações em áreas como transportes, portos, energia, petróleo e gás. Já para abril está agendado o leilão de 22 aeroportos, divididos em três blocos, e o da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol 1), entre as cidades de Ilhéus e Caetité, na Bahia.
Governo
Um Brasil de Patetas: Nos filmes de espionagem, obter uma lista de agentes de inteligência é o sonho de todo vilão. No Brasil, bastava consultar o site do Sindicato dos Servidores Públicos do Distrito Federal. Uma falha no sistema tornou pública uma lista de filiados, incluindo 198 funcionários da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), cujo sigilo de dados é garantido por lei. A lista já foi retirada do ar. (Meio)
Diferimento de Tributos: O governo federal incluiu como uma das possíveis medidas de estímulo à economia neste início de ano fazer uma nova rodada de diferimento (adiamento do recolhimento) de tributos para as empresas. A ideia é dar um pouco mais de folga no caixa das empresas, uma espécie de capital de giro, para que elas possam ter maior capacidade produtiva e, se possível, abrir um espaço para o investimento. (Valor)
Reajuste do Salário Mínimo 1: O salário mínimo de R$ 1.100 anunciado pelo governo federal para o ano de 2021 ficou abaixo da inflação do ano passado, de acordo com os números divulgados pelo IBGE. O piso foi reajustado tomando como base uma inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de 5,22%. Essa era a previsão do governo para o índice em 2020, no fim do ano passado. O IBGE calculou, por outro lado, que o INPC fechou o ano em 5,45%. (Valor)
Reajuste do Salário Mínimo 2: O reajuste do salário mínimo tem um impacto direto nas contas públicas. Cada R$ 1 a mais no piso nacional representa um aumento de R$ 351 milhões nas despesas federais. A diferença ocorre porque a maior parte das aposentadorias do INSS está atrelada ao mínimo. Com isso, um reajuste R$ 2 menor que a inflação representa uma economia R$ 700 milhões aos cofres públicos. (Valor)
Antecipação do 13º: O governo avalia a possibilidade de antecipação do 13º salário das aposentadorias do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e do abono salarial – estratégia também adotada no início da pandemia. Essa medida envolveu R$ 24,3 bilhões.
Auxílio Emergencial 1: O auxílio emergencial teve um custo próximo de R$ 20 bilhões por mês em novembro e dezembro, segundo dados levantados pelo diretor da Instituição Fiscal Independente (IFI), Daniel Couri. O volume é bem menor do que o verificado no auge do pagamento desse benefício, quando ele ainda estava em R$ 600 e atingia mais de 65 milhões de famílias. (Valor)
Auxílio Emergencial 2: Segundo o portal de gastos do Tesouro, pagamentos do auxílio emergencial somaram R$ 293,1 bilhões em 2020, que compreende de abril a dezembro. O previsto para o ano era de R$ 322 bilhões. (Valor)
Antecipação do 13º: O governo estuda antecipar o pagamento do 13º salário do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e do abono salarial para ajudar a minimizar o fim do auxílio emergencial, porém, ainda não bateu o martelo sobre o assunto. (Valor)
Registro de Agrotóxicos: O Brasil registrou em 2020 o recorde de 493 novos agrotóxicos, número 4% maior (o equivalente a 19 produtos) que o de 2019. Outro recorde foi o de registros de produtos biológicos, de baixo impacto. Foram 95 no total, mais que o dobro de 2019, quando houve 43 autorizações. Esses produtos integram a lista de 321 defensivos formulados, que chegam efetivamente aos produtores rurais, registrados em 2020. Desses, 226 são químicos, número maior que os 159 registros de 2019. (Valor)
Energia Nuclear: O governo planeja propor a quebra do monopólio estatal na energia nuclear para permitir investimentos privados em um setor que praticamente não recebeu recursos nas últimas três décadas, segundo o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque. O ministro anunciou no ano passado um plano para construir oito novas usinas nucleares até 2050 por meio de parcerias público-privadas (PPPs), a partir da aprovação do fim do monopólio do governo. (Valor)
Ambiente internacional
Começa o Governo Biden: O primeiro projeto de Biden que exigirá atenção do Congresso é um pacote emergencial para injetar US$ 1,9 trilhão na economia. Na conta estão gastos de combate à epidemia, incluindo com ampliação de testagem, mas pelo menos metade será voltada para programas de auxílio dedicados às famílias mais necessitadas. O novo presidente quer também reabrir as escolas do país no mesmo ritmo em que incrementa agressivamente a vacinação. (Washington Post) (Meio)
Não Briguem com a China 1 Em 2020, o Brasil teve superávit de US$ 50,9 bilhões na balança comercial e a China foi responsável por US$ 33,6 bilhões desse total, ou 66%, segundo o relatório Icomex, da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Em 2019, o país asiático contribuiu com US$ 28,1 bilhões, para o superávit de US$ 48 bilhões, ou 58,5% do total. (Valor)
Não Briguem com a China 2: O desempenho das exportações brasileiras dependeu das commodities, segmento em que o grande comprador é a China, que explicaram 66% do valor exportado em 2020, o maior percentual da série histórica iniciada em 1998, quando esse valor era de 40%. (Valor)
Não Briguem com a China 3: O saldo da balança entre Brasil e EUA foi negativo em 2019, em US$ 400 milhões, e em 2020, o déficit se aprofundou para US$ 2,7 bilhões. Com a Argentina, o saldo passou de déficit de US$ 800 milhões para superávit de US$ 700 milhões. (Valor)
Demanda Mundial por Petróleo: O apetite global por petróleo permanecerá moderado no primeiro trimestre de 2021 devido às medidas de bloqueio contra o novo coronavírus e ao aumento das taxas de infecção, disse a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). A demanda global foi atingida em 10% no ano passado e o cartel espera que ela se recupere para 95,9 milhões de barris por dia em 2021, mas permanecerá 4% abaixo dos níveis de 2019. (Valor)
Custo da Pandemia 1: Enquanto a covid-19 não estiver sob controle em todos os países, o custo para a economia global com a pandemia poderá alcançar mais de US$ 1 trilhão por ano, segundo um estudo da organização não governamental Rand Europa. Com o avanço do vírus e a disrupção na economia mundial, as cadeias de suprimento e demanda mais fraca vão continuar a pesar sobre todas as nações, completa um artigo publicado pelo Fórum Econômico Mundial. (Valor)
Ambiente tecnológico
Consumer Electronics Show 1: A CES 2021 terminou com alguns destaques ao longo do evento. A inteligência artificial dominou os automóveis. A Mercedes-Benz apresentou a MBUX Hyperscreen, uma tela de 141 centímetros, que cobre o painel de ponta a ponta, e aprende com o motorista, oferecendo as funções mais usadas por ele, desde o sistema de entretenimento até a tela de navegação. Já a GM mostrou conceitos de um carro voador elétrico e um Cadillac PAV (em tradução veículo autônomo pessoal), que parece uma luxuosa sala de estar sobre quatro rodas. (Meio)
Consumer Electronics Show 2: As TVs ficaram maiores e mais finas. A TV MiniLED 4K da Samsung terá uma versão de 110 polegadas. Enquanto a TLC apresentou uma nova tecnologia mini-LED OD Zero, sem espaço entre a tela e o painel de LED. Os laptops para games também ganharam espaço. A AMD lançou uma nova série de CPUs que promete para ainda este ano os melhores notebooks gamers. A Nvidia se destacou com novos gráficos para laptops, trazendo desempenho que antes era exclusivo para desktops. (Meio)
Guerra Tecnológica aos Micróbios: Com a pandemia, a “clean tech” está em alta no Consumer Electronics Show 2021- CES. Em apenas dois dias de evento, já foram apresentados de mochilas antimicrobianas a robôs purificadores de ar que emitem luz ultravioleta. Até mesmo os aparelhos que não tem como objetivo a limpeza estão sendo projetados para serem limpos mais rapidamente, como capas de celular, protetores de tela, laptops e telas sensíveis ao toque feitos de material antimicrobiano. Apesar de tudo ser criado com base científica, os especialistas têm alertado que não necessariamente eliminam o coronavírus, ou precisam ser usados de forma específica para serem efetivos. (Meio)
Apple Car: O carro da Apple deve ser feito com a Hyundai. A montadora confirmou ao jornal local Korea IT News que está em negociações iniciais com a big tech para fechar a parceria até março. O plano seria produzir nos EUA cem mil carros elétricos autônomos, em 2024. Enquanto uma “versão beta” poderia ser lançada já no próximo ano. (Meio)
- Fontes: Jornal Valor, New York Times, Washigton Post, Veja, Blog.Rico, Canal Meio Newsletter, Brasil 247, Folha, Carta Capital, Época Negócios, Blog do Paulo Gala, Estadão e Globo.
Em resumo