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Produtividade maior não reduz a fome no mundo

Estudo mostra que o aumento de produtividade não garante redução da fome no mundo foro: Pixabay
Estudo mostra que o aumento de produtividade não garante redução da fome no mundo

Carlos Teixeira
Jornalista I Futurista

Enquanto no Brasil a Câmara dos Deputados, influenciada pelos interesses da bancada dos ruralistas, tenta eliminar restrições ao uso de produtos químicos na produção de alimentos, sob o argumento da necessidade de aumento da produtividade, um estudo da Organização das Nações Unidas revela a agricultura intensiva não necessariamente acabará com a fome no mundo. A avaliação, que na verdade contradiz políticas estabelecidas globalmente, propõe que os países devem dobrar a produtividade e a renda dos produtores de alimentos em pequena escala até 2030 para eliminar a fome e garantir que todas as pessoas tenham acesso à comida.

A premissa subjacente é que a agricultura intensiva cria segurança alimentar, por um lado, e também melhora a subsistência dos pequenos agricultores. Mas nós realmente precisamos questionar isso”, avaliaAdrian Martin, professor da Universidade de East Anglia, na Grã-Bretanha, em matéria de Thin Lei Win, publicada no site Thomson Reuters Foundation News.

Fome crescente

Uma em cada nove pessoas já não tem comida suficiente, enquanto a população mundial caminha para chegar a 9,8 bilhões em 2050. E a fome no mundo aumenta constantemente desde 2014. Martin e uma equipe de pesquisadores internacionais analisaram 53 estudos sobre agricultura intensiva em países de baixa e média renda e encontraram poucos benefícios para os agricultores pobres e para o meio ambiente.

A agricultura intensiva aumenta a produtividade através de fertilizantes químicos e pesticidas, entre outras atividades. A pesquisa do grupo, publicada na Nature Sustainability, encontrou “evidências escassas” de sucesso e disse que tais métodos “raramente” levam a resultados positivos.

“Fiquei surpreso com os poucos exemplos que descobrimos que foram realmente positivos”, disse Martin à Thomson Reuters Foundation. Os agricultores pobres, em vez disso, enfrentam um “duplo golpe”: são menos propensos a adotar novas culturas e mais propensos a sofrer danos ambientais, disse ele.

Adaptação forçada

Em Bangladesh, os investidores e os grandes proprietários de terras lucram com a produção de camarão de água salgada, mas os agricultores mais pobres sofrem com a salinização do solo que prejudica sua produção de arroz, disse ele. Os pequenos agricultores ruandeses tiveram que mudar para cultivos regulados pelo governo, mas não puderam realizar compras extras de produtos como fertilizantes, disse o jornal.

A agricultura intensiva pode aumentar a produção a curto prazo, mas reduzi-la a longo prazo, porque a intensificação frequentemente enfraquece as condições subjacentes vitais para o crescimento, disse Martin. “Ela também substitui o conhecimento local complexo por uma abordagem “tamanho único”, disse em comunicado à Fundação Thomson Reuters a Alliance for Food Sovereignty, na África.

“A experiência na África mostra que esse caminho leva à pobreza, a problemas de saúde, a um ambiente degradado, a empreendimentos comerciais de alto risco, à perda de biodiversidade e à resiliência enfraquecida”, acrescentou.

Neutralização da visão complexa

A pesquisa mais recente “identifica a importância de se ter uma visão mais ampla”, disse Phil Stevenson, professor do Instituto de Recursos Naturais da Universidade de Greenwich, na Grã-Bretanha, que não participou da pesquisa.

“(Mostrou) que não se trata apenas de produzir mais comida … especialmente se você não considera as consequências disso”, disse ele por telefone. Tanto Martin quanto Stevenson sugerem, em vez disso, “uma intensificação ecológica da agricultura” que possui menos insumos químicos e depende mais de processos naturais, como a polinização.

“As abordagens que usamos até agora, que dependem em grande parte, por exemplo, de fungicidas e pesticidas, chegamos a um ponto em que elas não estão mais fornecendo”, disse Stevenson. “Precisamos mudar a maneira como produzimos alimentos”.

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