Carlos Teixeira
Radar do Futuro
Às 8h36 da manhã de um dia em 2025, um drone entra pelo varanda de sua casa com a geladeira nova. Tudo conforme o programado em sua compra no comércio eletrônico. Seguindo o roteiro previsto, o robô acoplado desembala e coloca o eletrodoméstico no lugar definido no projeto, liga e programa o funcionamento de acordo com os hábitos da casa. E segue o caminho pela mesma varanda por onde entrou.
Certamente, muita gente imagina que este seja um futuro das entregas de produtos físicos em meados deste década. Possível é, mas pouco provável. Não devemos esperar por cenas mirabolantes de aparelhos sendo entregues por equipamentos voadores, com assistência da robótica ou materialização de equipamentos. Um robô pode até participar da entrega da geladeira, mas ainda vão existir caminhões e gente, especialmente motoristas, que buscarão os produtos em indústrias e entregarão em lugares definidos pelos consumidores.
A logística das entregas de produtos urbanas de produtos físicos ainda terá semelhanças com o modelo atual. Provavelmente, com menor intermediação. Mas as principais transformações tecnológicas serão incorporadas nos procedimentos de produção nas indústrias, captação, distribuição e entrega. Com coleta, armazenamento e processamento intensivo de informações. A inteligência artificial, integrada com internet das coisas, big data, computação na nuvem e aprendizado de máquina, será a responsável pela dinamização de todos os procedimentos, entre o momento em que um consumidor adquire a geladeira ou uma roupa, até o momento da entrega.
“Os roteiros das entregas serão otimizados, com maior eficiência em todos os processos, avalia Gustavo Goldenberg, Head de Produto da Vuxx (confira entrevista abaixo). Para ele, o setor de transporte será cada vez mais digital, sob demanda e compartilhado. Plataforma que conecta empresas que produzem ou vendem bens físicos com motoristas de cargas, a Vixx aposta no modelo de negócios globalmente conhecido por empresas como Uber ou AirBnB. Uma empresa de transporte que não possui um armazém ou um caminhão.
Para Gustavo Goldenberg, “já temos armazéns e veículos suficientes nas cidades. Precisamos de mais inteligência e mais informação. Clientes entenderam que não precisam de investimentos em frotas para realizar distribuição de produtos e serviços”. A Vouxx soube embarcar na tendência na hora certa, a partir da percepção de que ainda existia, até algum tempo atrás, um hiato entre os avanços das indústrias e da distribuição. Mais exatamente, assinala o executivo, enquanto as fábricas já usam robótica e automação na produção, as transportadoras só faltavam se confundir com papeis.
O mercado encara o fato de que o futuro dos transporte de mercadorias vai ser determinado, então, pelo conceito de Logística 4.0. O conceito leva em conta que as indústrias passaram a produzir apenas o necessário, pois se tornaram mais personalizadas, eficientes e enxutas. O avanço dos processos, o armazenamento eficiente e a distribuição ágil foram reflexos dessas mudanças. O que possibilita a adoção de conceitos como o “same day delivery”, entrega no mesmo dia da compra que proporciona o diferencial de diminuir drasticamente os prazos, um sonho acalentado pelos consumidores.
TENDÊNCIAS DA LOGÍSTICA NOS PRÓXIMOS ANOS
- Monitoramento em tempo real
- Entrega no mesmo dia – Same day delivery
- Logística reversa
- Tecnologias mobile
ENTREVISTA: GUSTAVO GOLDENBERG
Relatório de inteligência
O FUTURO DA LOGÍSTICA:PERSPECTIVAS
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Em resumo