Carlos Teixeira
Editor I Radar do Futuro
Os divorciados serão, de longe, o segmento de crescimento mais rápido até 2030, com expansão de 78,5% no período iniciado no ano 2000. Como resultado, mais famílias estarão divididas. Pessoas separadas umas das outras, cada um para o seu canto, impulsionando a ascensão da família monoparental.
O quadro descrito faz parte das conclusões do estudo “O Futuro da Família”, elaborado pela empresa global de pesquisa de mercado Euromonitor International. A análise de tendências revela como a definição tradicional da família está se transformando rapidamente por conta das transformações das condições socioeconômicas em evolução. Também apresenta sugestões sobre como as marcas devem adaptar suas estratégias a mudanças de padrões sociais.
O relatório mostra que famílias monoparentais registrarão crescimento de 128% em 2000-2030, enquanto o número total de chefes de domicílios com mais de 60 anos chegará a 807 milhões até 2030. Além disso, o número médio de crianças por domicílio deve diminuir em todo o mundo. a população global está envelhecendo rapidamente.
Diversidade
De acordo com o estudo, a evolução das famílias em entidades menores oferece novas oportunidades e desafios para empresas e marcas. Como a transformação da família está levando à transformação da casa, a demanda por apartamentos pequenos e hiperurbanos está aumentando e criando mais espaço para eletrodomésticos e utensílios domésticos em mercados emergentes.
“Como a futura família reformulará o habitat do lar, as famílias têm expectativas cada vez maiores em relação às marcas com as quais interagem”, diz Pavel Marceux, especialista doméstico da Euromonitor International. “As empresas devem estar conscientes de que pais milenares estão fazendo malabarismos com planos complexos, por isso devem ser pragmáticos quanto à utilidade e conveniência que podem oferecer, evitando ‘lavagem de tendência’ e clichês tradicionais”, acrescentou.
O que muda em essencial são as definições modernas do termo. Enquanto alguns segmentos conservadores tentam ver a família como um modelo único, os conceitos modernos reconhecem a diversificação. Um núcleo familiar, já hoje, pode incluir casais não casados que criam filhos, casais gays e lésbicos criando filhos, mães ou pais solteiros
com filhos e sem um parceiro para ajudar a criá-los e pessoas que vivem juntas sem casar e casais que nunca tiveram filhos.
Pelo viés da ocupação, há casais com filhos em que ambos trabalham fora, ou apenas um, e que pode não ser o pai. Também existe o crescente universo das mulheres que sustentam maridos. Filhos que, mesmo tendo um trabalho, continuam morando com um ou com os dois pais.
Famílias menores
Devido a fatores como a queda das taxas de fertilidade, o aumento das taxas de divórcio, o declínio das famílias multi-geracionais e imóveis caros, os tamanhos das famílias estão encolhendo. Famílias em países em desenvolvimento ou pobres, tendem a ter maior número de filhos. Nos países em desenvolvimento, o tamanho das famílias segue em declínio rápido. Segundo o estudo da Euromonitor, as crianças de famílias monoparentais têm maior probabilidade de viver na pobreza e enfrentar um risco maior de resultados negativos mais tarde na vida, como abandonar a escola, tornar-se um pai adolescente ou passar por um divórcio na idade adulta.
Por que aumenta o número de divórcios:
- o casamento é visto mais como um contrato social do que como um sacramento
- as mulheres são mais economicamente capacitadas para deixar um casamento infeliz
- uma pessoa divorciada que se casa novamente depois tem maior probabilidade de divorciar novamente
O mercado monoparental é relativamente inexplorado, diz o relatório, embora suas necessidades sejam semelhantes às de uma família de dois adultos. Alguns segmentos, como hotéis e viagens, estão gradualmente se adaptando a isso. E a indústria tecnológica tende a se adaptar, com o lançamento de produtos que facilitem a vida, como robôs e outros equipamentos para limpeza e produção automática de alimentos.
Agora, mais do que nunca, as famílias têm expectativas cada vez maiores sobre as marcas com as quais interagem. Quando tanto tempo quanto dinheiro estão sob pressão, mais consumidores estão exigindo que as empresas flexionem para melhor acomodar suas necessidades. As marcas devem estar conscientes de que pais milenares estão fazendo malabarismos com planos complexos, então eles devem ser pragmáticos quanto à utilidade e conveniência que podem oferecer. No entanto, assinala a Euromonitor, simples não equivale a chato.
Em resumo