Até 2020, serão investidos cerca de US$ 900 bilhões anualmente
Redação
Radar do Futuro
As empresas brasileiras são, hoje, pouco digitizadas. Mas asseguram que, em cinco anos, o cenário vai mudar. Segundo o relatório Indústria 4.0: a digitização como vantagem competitiva, da PwC, só 9% das companhias entrevistadas têm um alto grau de digitização; em cinco anos, o número deve chegar a 72% e sete em cada dez empresas planejam expandir seu portfólio digital, segundo projeção dos participantes. Participaram do estudo global cerca de 2.000 respondentes de 26 países. A média global de empresas que dizem ter um alto grau de digitização é de 33%. Em cinco anos, o número deve chegar a 72% – igual ao do Brasil.
A digitização diz respeito a todos os processos de integração de cadeias de valor de produtos ou serviços em tempo real por meio de plataformas digitais, além de uso de ferramentas como cloud computing, mobilidade, análise de dados (big data) e redes sociais.
Os investimentos das empresas brasileiras em digitização são de 0,8% das receitas anuais. Em cinco anos, esse valor deve aumentar para 1,4%. Nos próximos cinco anos, 21% das empresas nacionais preveem investir pelo menos 6% das receitas. No mundo, 43% das empresas planejam ter esse nível de investimento. Juntas, todas as empresas que participaram do relatório devem investir US$ 907 bilhões por ano em digitização até 2020.
O otimismo no Brasil é maior em relação ao retorno dos investimentos. Entre os entrevistados, 63% esperam retorno em dois anos; globalmente, são 55%. Quase 70% das empresas do Brasil esperam ter ganhos de eficiência acima de 10%; 64% esperam ter redução de custos na casa dos dois dígitos e 57% delas, aumento de receita na mesma grandeza.
A despeito do otimismo com o futuro, os resultados mostram que a digitização está pouco consolidada nas empresas brasileiras. “Ainda estamos engatinhando no contexto da engenharia digital, da gestão integrada da cadeia de fornecimento e dos serviços digitais, seja pela ausência de um direcionamento governamental seja por um padrão ‘nacional’ de cooperação”, diz Sergio Alexandre, sócio da PwC Brasil. Segundo ele, o uso de Big Data, por exemplo, que é cada vez mais comum no mundo, ainda não é aplicado em larga escala na tomada de decisões no Brasil.
O grande obstáculo ao processo é o receio das empresas em relação a segurança e privacidade dos dados, o que foi apontado por 45% dos entrevistados brasileiros. Logo abaixo, para 42% dos participantes, está a falta de cultura digital.
Fonte: Assessoria de Imprensa – Interface Comunicação