sábado, novembro 23, 2024
24 C
Belo Horizonte

Coronavírus: Economia global vai sofrer anos até se recuperar

Chefe da OCDE acredita que será necessária a adoção de algo como o Plano Marshall, iniciativa que ajudou a bancar a reconstrução da Europa depois da Segunda Guerra Mundial. Foto: Pixabay
Chefe da OCDE acredita que será necessária a adoção de algo como o Plano Marshall, iniciativa que ajudou a bancar a reconstrução da Europa depois da Segunda Guerra Mundial. Foto: Pixabay

Radar do Futuro

O mundo vai levar anos para se recuperar do impacto da pandemia do novo coronavírus. A avaliação, feita no final de março por Angel Gurría, secretário-geral da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) se firma como avaliação geral. Todas as correntes de pensamento econômico afastam rapidamente a possibilidade de um retorno rápido das atividades econômicas com após um período de redução dos casos de contaminação e morte de pessoas por conta do coronavírus.

Para o chefe da entidade, o clube dos países mais ricos do planeta, onde o governo de Bolsonaro sonha entrar com apoio dos Estados Unidos, o choque econômico já é maior do que a crise financeira de 2008 ou a de 2001, após os ataques de 11 de Setembro daquele ano. Um crescimento global previsto para este ano de 1,5%, disse, já soa otimista demais.

A Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) previu que a pandemia poderia custar à economia global até US$ 2 trilhões neste ano (cerca de R$ 10 trilhões). Países que dependem da venda de matérias-primas, como o Brasil, estão em uma situação delicada, alertou a UNCTAD.

O executivo da OCDE acredita que é quase uma confusão de desejo com realidade acreditar que os países vão se recuperar rapidamente, mesmo que não se saiba estimar direito qual será o tamanho do desemprego e das falências empresariais. Gurría prevê que quase todas as grandes economias do mundo entrarão, nos próximos meses, em recessão, ou seja, sofrerão declínio econômico por ao menos dois trimestres consecutivos. A entidade tem pregado aos países-membros que, como estratégia contra a pandemia, priorizem e ampliem maciçamente os gastos em diagnóstico e tratamento de pessoas infectadas.

Gurría afirmou que a incerteza instalada pela pandemia é a maior em décadas. “A razão é que não sabemos o quanto demandará a recuperação dos empregos porque não sabemos quantas ficarão desempregadas ao fim disso tudo. Também não sabemos o que precisaremos para resgatar as milhares de pequenas e médias empresas que já estão sofrendo.” Para o executivo, será necessária a adoção de algo como o Plano Marshall, iniciativa que ajudou a bancar a reconstrução da Europa depois da Segunda Guerra Mundial (1939-45).

Turbulências contínuas

Para Rick Rowden, professor Adjunto da Escola Americana de Serviços Internacionais os destinos dos países ricos e pobres nunca foram tão entrelaçados. Os preços das commodities estão em colapso, o comércio internacional está diminuindo e muitos países em desenvolvimento serão alvo das especulações financeiras, que colocarão em dúvida a capacidade de honrar suas dívidas.

Mas, assim que as economias ocidentais começarem a se recuperar da atual onda de coronavírus, elas continuarão a ser afetadas por turbulências contínuas em outros lugares e provavelmente enfrentarão uma grave escassez de matérias-primas essenciais, por exemplo, cobre de minas no Peru, Chile e Mongólia. Além dos efeitos econômicos e do contágio financeiro , também existem preocupações com a segurança nacional . O colapso das economias da América Latina e da África pode levar a migrações massivas, à medida que as pessoas tentam fugir de problemas em casa.

A maioria dos países em desenvolvimento não possui capacidade hospitalar suficiente , incluindo unidades de terapia intensiva, ou equipamentos como ventiladores necessários para tratar um grande número de pacientes, o que pode ser um desastre para esses países.

Mas experimentar um surto não é necessário para um país ver sua economia esmagada pela crise. Países que dependem de remessas enviadas para casa do exterior, importações e turismo, como Leosotho , Tajiquistão e alguns pequenos países insulares, viram poucos casos, mas ainda sofrem com o impacto.

 

Em resumo

Edições anteriores

Notas de Conjuntura: 3 de novembro de 2024

Nas Notas de Conjuntura, destaque para expectativas sobre as...

Um dia no futuro: a neurotecnologia cria boas notícias

Arnoldo, nascido em 2010, com uma doença neurológica debilitante,...

Centros de Pesquisa em Inteligência Artificial pretendem impulsionar aplicações da tecnologia no país

Localizadas em diferentes regiões do Brasil, unidades serão voltadas...

Quatro mitos sobre o futuro da agricultura urbana

Futuro da Alimentação: Quatro Mitos Sobre a Agricultura Vertical...

Notas de Conjuntura: 18 de outubro de 2024

Nas Notas de Conjuntura, destaque para eleições, prioridades de...
Verified by MonsterInsights