O ano está próximo do fim e para os profissionais do setor de bebidas é hora de avaliar as mudanças de comportamento do consumidor trazidas pela pandemia, mas mirando em novas criações e experiências. Depois de um período com tantas restrições, falar de tendências para 2021 vai além dos tipos de bebidas que devem ser mais utilizadas, passando, também, por questões de hospitalidade e gestão. Por isso, o BCB São Paulo convidou Carolina Oda, Embaixadora do evento, e Marco De la Roche, Diretor de Educação, para indicarem algumas apostas para o ano que vem.
Mercado nacional
Apesar da parcial abertura de bares e restaurantes, ainda está complicado viajar para o exterior para fazer cursos ou buscar novos fornecedores, produtos e técnicas. De acordo com Carolina Oda, todo o cenário tem feito com que os profissionais brasileiros tenham um novo olhar para o mercado nacional. “Ainda estamos vivendo a pandemia, o que mexe com a situação econômica do mundo todo. Os valores do dólar e do euro e as dificuldades de termos alguns produtos de fora vão contribuir para o fortalecimento do mercado interno em diversas categorias. Ingredientes tão nacionais como mate e café, podem ganhar mais espaço”, afirma.
Além disso, segundo Marco De la Roche, 2021 continuará sendo um ano de readaptação, o que significa que mesmo que inovar e utilizar a criatividade sejam aspectos importantes, fazer coquetéis simples, mas bem executados, será fundamental. “Muitos consumidores já começaram a matar a saudade dos bares, então é importante que profissionais levem em conta que mesmo que as pessoas busquem por novidades, também procuram por bebidas que já estavam acostumados a consumir. Caipirinha, Margarita, Daiquiri e Fitzgerald são ótimas opções”, explica.
As bebidas da vez
No Brasil, fermentados como os vermutes prometem ter mais destaque no próximo ano, assim como os gins que, inclusive, devem seguir em alta por um bom tempo, já que a onda dos saborizados está chegando ao país. “Nós já nos rendemos às graças do gin e somos apaixonados por frutas. É uma combinação natural e que facilita o entendimento do consumidor final com a usabilidade da categoria flavorizada. As marcas estão vendo a oportunidade de expandirem com o destilado, saborizando os produtos”, diz Marco.
Como exemplo de como os gins saborizados já começaram a despontar, o Embaixador de Marcas Bacardí Martini do Brasil, Marcello Gaya, apresentou durante o Global Bar Week, evento on-line realizado em outubro e que uniu as três edições do BCB e a feira londrina Imbibe Live, o Bombay Bramble, nova expressão criativa da Bombay Sapphire. O primeiro gin saborizado da marca chamou a atenção dos visitantes do evento.
Além desta categoria, o Diretor de Educação do BCB São Paulo, também indica que coquetéis com menor ou nenhuma graduação alcoólica tendem a crescer ainda mais no próximo ano. “Os drinks sem álcool são tão bons quanto os que possuem e os profissionais estão percebendo que as pessoas que não consomem álcool não devem ficar fora da cena de coquetelaria”, afirma.
Hospitalidade e gestão
A preocupação com o lado humano é algo que foi acentuado com a pandemia e que deve continuar como ponto fundamental para clientes, funcionários e demais envolvidos nas operações. “Falar de relacionamento, pessoas e saúde mental tem se tornado mais frequente e espero que a abordagem destes aspectos ganhe ainda mais força a cada ano. A hospitalidade precisa entrar de vez na lista de prioridades e quem não levar esse aspecto em conta sairá prejudicado”, explica Carolina.
Ainda segundo a Embaixadora do BCB São Paulo, os profissionais também precisarão focar em gestão em 2021. “Ainda estamos vivendo um período de desafios, então precisamos identificar melhor os gastos e entender como administrá-los. Neste momento é preciso fazer com que o negócio sobreviva e uma boa gestão, sem dúvidas, é o melhor caminho para isso”, finaliza.
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