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Como empresas brasileiras se preparam para disrupturas do futuro

Foto mostra trabalhador produzindo com o apoio de robôs colaborativos.
Foto: Pixabay

Relatório da Deloitte no Forum Econômico Mundial revela como as organizações podem se preparar melhor para as disrupturas do futuro

  • Estudo “Global Resilience Report – A construção de uma organização resiliente” indica os legados da crise da Covid-19 nos negócios, sinalizando que as disrupturas vieram para ficar e as empresas precisarão continuar se transformando em 2021.
  • Respostas dos executivos brasileiros indicam diferenças importantes em relação à média internacional.

A Deloitte lançou na semana do Forum Econômico Mundial, de 25 a 29 de janeiro, o reporte “Global Resilience Report – A construção de uma organização resiliente”. Esse levantamento entrevistou 2.260 executivos C-Level de 21 países para entender como as organizações estavam lidando com os desafios que enfrentaram no ano passado e também o que tornou as organizações mais ou menos capazes de realizar transformações em meio ao cenário disruptivo. No Brasil, foram consultados 133 executivos de 6 diferentes setores da economia.

Tanto no Brasil quanto em todo o mundo, os executivos de alto escalão acreditam que as disrupturas causadas pela pandemia da Covid-19 vieram para ficar. O período de transformação continua e as organizações resilientes, ou seja, aquelas com mentalidade e cultura flexíveis, adaptáveis, colaborativas e inovadoras, se sairão melhor frente às mudanças permanentes. Organizações resilientes apresentam desempenho superior em tempos de incertezas.

Executivos brasileiros se sentem mais preparados e confiantes do que a média global: 56% dos entrevistados locais disseram que se sentem prontos para liderar suas organizações diante de qualquer incerteza ou interrupção que possa surgir e 49% consideram que suas empresas conseguiriam se adaptar rapidamente em resposta aos atuais eventos adversos. Já a amostra global apresenta que: 66% dos CXOs globais ainda não se sentem completamente prontos para liderar nesse novo cenário e 70% disseram que não têm total confiança nas habilidades de suas organizações para se adaptar a eventos adversos.

Atributos de resiliência

O estudo identificou 5 atributos das organizações resilientes que permitem e promovem estratégias ágeis, culturas adaptativas e a implementação e uso eficaz de tecnologia avançada. As empresas que podem se recuperar de desafios inesperados normalmente são: preparadas, adaptáveis, colaborativas, confiantes e responsáveis (detalhes a seguir).

“As empresas sempre enfrentaram disrupturas, mas os desafios dos últimos doze meses foram excepcionais. A confluência de uma pandemia de saúde global, instabilidades nos campos social e político e piora dos eventos climáticos trouxe às organizações escolhas difíceis, novas formas de operar e mudanças estratégicas fundamentais”, disse Punit Renjen, CEO Global da Deloitte.

Cinco atributos das organizações resilientes

Preparadas: Entre os executivos do Brasil, há uma parcela mais alta (65% Brasil, ante 54% global) dos que afirmam terem se saído bem ou muito bem no equilíbrio das prioridades de curto e longo prazo;

Adaptáveis: Aqueles que cultivaram uma cultura resiliente tendem a apoiar forças de trabalho flexíveis muito mais do que os que não investiram em culturas resilientes; mais ainda no Brasil do que na média global geral;

Colaborativas: Mais organizações brasileiras (90%, ante 79% do global) já implementavam tecnologias de trabalho remoto antes de 2020, o que talvez tenha levado mais dessas organizações a se adaptar mais rapidamente às transformações;

Confiantes: Os executivos do Brasil seguem a tendência global na maioria das métricas de confiança física e emocional, mas apresentam desempenho superior em manter o moral dos funcionários (73% x 63% global) e fornecer apoio pela manutenção da saúde mental (70%, ante 59% global); os brasileiros também tendem a subir nas métricas de confiança digital, ou seja, uma parcela maior de executivos locais indica que suas organizações fizeram a lição de casa na implementação de mecanismos de prevenção, remediação e detecção de ameaças no ambiente digital (72%x 69% global), bem como nas respostas tecnológicas aos eventos disruptivos (84%x 78% global);

Responsáveis: 85% dos executivos participantes do Brasil afirmaram que suas organizações fizeram bem ou muito bem ao criar culturas inclusivas e ágeis (76% de média global). A mudança climática foi um fator de destaque no estudo, tanto para o Brasil quanto para os executivos globais (48% x 47% dos apontamentos, respectivamente), mas as lacunas na educação e na desigualdade de renda também são importantes no Brasil; os executivos locais apresentam apontamentos acima da média global em esforços e atividades de sustentabilidade ambiental para corrigir o viés sistêmico.

Aprendizados, legados e alertas

Os resultados do “Global Resilience Report” indicam, tanto na amostra internacional de 21 países, quanto no recorte das respostas do Brasil, que os impactos da crise da Covid-19 nos negócios vêm trazendo profundos aprendizados e tendem a deixar legados fundamentais para os próximos anos, em diversos campos.

Segundo Anselmo Bonservizzi, líder da Deloitte para Riscos Empresariais e ESG, “as disrupturas causadas pela pandemia da Covid-19 vieram mesmo para ficar. As conclusões deste relatório global confirmam a visão da pesquisa que a Deloitte realizou no Brasil, ao final de 2020, com 663 empresas que atuam no País: ‘A Agenda 2021’, ao sinalizar que o processo de recuperação vai se manter na agenda das organizações ao longo deste ano recém-iniciado, o que significa que elas precisarão continuar se transformando”.

A exemplo de levantamentos lançados pela Deloitte em edições anteriores do Forum Econômico Mundial, o relatório global deste ano indica algumas diferenças importantes de práticas e visões nos líderes empresariais do Brasil em relação à média internacional, como indicado nos números supracitados. “O fato de nossos executivos se enxergarem como mais preparados e confiantes do que a média global reflete, de modo geral, um senso de adaptação mais rápida dos brasileiros às situações de crise”, analisa Bonservizzi. Ele alerta porém, que “é importante que estejamos atentos à dimensão e profundidade das transformações dos desafios atuais, que vão exigir ainda muita capacidade de resiliência das organizações no Brasil”.

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