Como a identificação de uma oportunidade no setor de biomateriais possibilitou a expansão e a liderança da Critéria na América Latina
Radar do Futuro
Foi uma aposta certeira. Na década de 1980, o engenheiro Francisco Braga compreendeu que, na Europa, havia uma oportunidade para o desenvolvimento de um novo produto no Brasil, destinado ao mercado odontológico. Mais exatamente, na área de implantes dentários. Os profissionais da saúde bucal do velho continente já utilizavam substitutos ósseos com o uso de derivados do osso bovino.
A percepção deu origem à Critéria, empresa 100% brasileira que conta com um histórico de mais de 30 anos de investimento em pesquisas no segmento odontológico. Resultado dos primeiros estudos realizados, a empresa contabiliza, nos últimos três anos, um aumento médio anual de 30% no faturamento. Maior fábrica de biomateriais da América Latina, localizada em São Carlos, no interior de São Paulo, a empresa produz ossos em pó, enxertos ósseos, membranas de colágeno e politetrafluoretilino para procedimentos dentários.
O desempenho e a aposta em forte crescimento da empresa, comandadas atualmente pelos filhos de Francisco Braga, André e Felpe, é revelador de que o sucesso do tratamento odontológico moderno é fortemente dependente dos novos materiais utilizados tanto temporária quanto permanentemente. Entre todos os materiais odontológicos, os biomateriais são uma classe muito importante com um amplo espectro de aplicações.
“Nascemos de pesquisas, fortalecemos nossa política e princípios diariamente e certamente é isso que nos mantém crescendo 20% ao ano desde nosso ingresso no mercado” assinala André Braga, um dos sócios da Critéria. O resultado destas pesquisas são melhorias contínuas, lançamento de novos produtos e a procura de outros países por toda nossa linha de produtos. Atualmente são consumidos em média 3 milhões de implantes/ano deixando o Brasil como o 2º maior mercado odontologico mundial, atrás apenas dos Estados Unidos e à frente da Suíça.
Mercado em expansão
A odontologia evolui com as novas práticas. Os principais campos de aplicação abrangem a cárie e o tratamento de doenças periodontais, a fabricação de membranas e scaffolds para a regeneração de estruturas dentárias, a fabricação de aparelhos orais e dentaduras, bem como o fornecimento de sistemas para liberação oral de medicamentos. No Brasil, esse é um mercado que gira em torno de 40 bilhões de reais, somente no Brasil. A cada ano são formados, em média, cerca de 11 mil novos profissionais.
Para a Critéria, as oportunidades tendem a ser crescentes, com o impulso do desenvolvimento tecnológico. A produção de biomateriais atende também a um processo de diiversificação. Um exemplo abrange as as franquias odontologias, onde o profissional interessado não necessariamente precisa ser dentista. Somente estas franquias cresceram 9% em 2021. Também como parte do processo de adequação do mercado a novas demandas, a harmonização facial inclusa como especialidade odontologica.
Impactos dos biomateriais
“Caminhamos cada vez mais para o conforto do paciente, maior biocompatibilidade e facilidade do profissional”, assinala André Braga. Ele cita, como exemplos, peças prototipadas para reconstruções ósseas, guias onde o profissional já prevê o acesso cirúrgico minimamente invasivo, e tecnologias que geram maior receptividade ao material pelo organismo humano. Neste cenário de inovações diante de mudanças do mercado, André se orgulha do avanço do Brasil na área, tanto em tecnicas cirúrgicas, quanto em produtos, inclusive em destaque dentre as três melhores odontologias mundiais, atrás apenas dos .
Segundo André Braga, o principal desafio da empresa é atender o mercado com tecnologias com alta acessibilidade financeira. “Não podemos ficar refém da variação cambial. E, nisto, a Criteria tem acertado”. Um exemplo bastante recente foi o lançamento de um produto que nunca tinha sido fabricado no Brasil. O mercado estava refém de uma viabilidade de produto importado com valores totalmente inacessíveis para mais de 90% da população. Com a aposta em inovações, todos acabam ganhando.
Em resumo