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Automação no comércio: cada vez mais próxima

Uso de recursos de realidade aumentada será intensificado a partir de 2016

Heraldo Leite
Jornalista Webmilk

Gisele B. tinha pouco mais de uma hora para comprar um vestido novo que usaria na festa daquele final de semana. Não pensou duas vezes e foi à butique de sempre. Mal chegou e com um toque do polegar no sensor biométrico a porta se abriu enquanto ouvia a suave voz da recepcionista virtual:

– Boa tarde, sra. Gisele B. Como estão as crianças?

Gisele B. foi direto à seção de vestidos e escolheu, aleatoriamente, dois ou três modelos antes de ir para o provador. Bastou apenas tocar os modelos, com as estampas ao gosto de Gisele B. Já no provador, um discreto e quase invisível funcionário deixou os cabides com os três modelos, já no manequim da importante consumidora: invejáveis 42!

De frente para o espelho – na verdade um misto de espelho e tela de computador – Gisele B. pôde verificar qual o modelo mais lhe assentava no corpo esguio. Com sutis toques na tela do espelho/computador do provador, Gisele B. também pôde fazer diferentes combinações com bolsas, cintos e outros adereços – todos virtuais, mas disponíveis no estoque da butique.

Além de escolher bolsas e outros acessórios que mais combinavam com o vestido, Gisele B. também regulava a iluminação interna do provador: “Entardecer na praia”, “Brilho da noite”, “Amanhecer no campo” são algumas das variações de luz que permitiram a Gisele B. avaliar se a roupa estava de acordo com seu refinado gosto.

A decisão de compra foi rápida e bastaram mais alguns toques no dispostivo/espelho para finalizar, encaminhar para embrulhar e o pagamento, feito pelo cartão de débito, também virtual, já que os dados financeiros e pessoas de Gisels já estavam no banco de dados da loja. Ao final, devido à pressa, a consumidora pediu que as compras fossem deixadas no porta-malas do carro que permaneceu no estacionamento da loja.

Se optasse por uma entrega em domícilio, a entrega seria feita em até duas horas.

Gisele B. deixou o sofisticado, porém discreto estabelecimento e somente teve um contato humano: com a mocinha do café, do qual Gisele B., em eterno regime, abriu mão.

No Futuro

A cena descrita acima não foi baseada em nenhum filme de ficção científica, e poderá ocorrer, em diversas capitais, dentro de dois a cinco anos. A automação comercial avança na mesma velocidade da automação industrial, que já povoa de robôs milhares de instalações industriais mundo afora.

“Não precisamos da tecnologia para vender e sim para dar escala. Trata-se de aprimorar a experiência de compra”, ensina Fred Rocha, consultor e especialista em varejo. Apesar disso, não arrisca um prazo para mais e mais lojhas aderirem ao sistema de máquinas substituindo pessoas. “Temos muitas experiências piloto. Hoje, por exemplo, a maioria se concentra na saída, no pagamento eletrônico, conhecido como check-out eletrônico”.

Mas, segundo, Fred, é apenas o começo e há muita coisa “interessante sendo feita nos Estados Unidos e que, em breve, devem aportar em terras brasileiras”.

É o que já fazem os Supermercados BH, que desde agosto implantou, em uma loja da região Nordeste de Belo Horizonte, um sistema batizado de auto-caixa. O consumidor que tem até 15 itens em seu carrinho de compra opta por passá-los em um caixa automático. Apenas um código de barra e uma balança. Ao final a compra pode ser concluída com os cartões de débito ou crédito, além do próprio da empresa.

Proporção

De acordo com a Associação Mineira de Supermercados (Amis) não houve eliminação de mão de obra e a utilização mantém-se na proporção 80-20. Ou seja, 20% vão até as máquinas automáticas, com os demais optando pela compra tradicional com a operadora de caixa ao vivo e a cores.

Ainda de acordo com a Amis, além do Supermercados BH, o Grupo ABC (com forte atuação em Divinópolis e região) e o Supermercados Bahamas (com lojas em Juiz de Fora e região), já estão com estudos avançados para a implantação do sistema.

Um dos fabricantes do equipamento, Alexandre Penteado, da Cyclopes Inovação e Tecnologia em Automação, o investimento em cada terminal que leva o nome em inglês de self check out fica em torno de R$ 40 mil.

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