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As vulnerabilidades do corretor em tempos de crise

Mesmo digitalmente, as pessoas seguem com seus planos de vida. Imagem: Pixabay
Mesmo digitalmente, as pessoas seguem com seus planos de vida. Imagem: Pixabay

Fernando Nekrycz *

A pandemia do coronavírus está exigindo um grande esforço não só da população para evitar a rápida propagação da doença no Brasil, mas também das empresas nacionais. A recomendação é ficar em casa e se isolar, o que levou a grande maioria das organizações a fecharem as portas para atendimento e adotarem o home office como estratégia de trabalho. Isso também vale para o mercado imobiliário. Não há mais visitas e reuniões presenciais. Agora, para comprar casa, tudo deve ser feito virtualmente – e isso pode fragilizar ainda mais a atuação de um corretor que não tiver o apoio de soluções tecnológicas.

O estudo Perspectivas para os Mercados Imobiliário e Turístico – Impactos do COVID-19, realizado pela Associação para o Desenvolvimento Imobiliário e Turístico do Brasil (ADITBrasil), mostra que quase dois terços dos empreendedores que atuam no setor imobiliário (63%) adotaram o home office em tempo integral ou parcial em seu quadro de funcionários. Além disso, há também a preocupação com o impacto do coronavírus nos próximos meses: 60% afirmaram que irão mudar toda a estratégia para o ano e 30% acreditam que só voltarão a investir a partir de 2022.

A questão é que o isolamento em casa não representa a interrupção dos negócios. Mesmo digitalmente, as pessoas seguem com seus planos de vida. Quem procura uma casa para comprar, por exemplo, aproveita esse período para comparar, pesquisar e cotar oportunidades com o apoio da internet. Colocar ofertas em seus sites já é uma tática conhecida das imobiliárias de todo o país. A questão é que são poucas as que disponibilizam o contato do corretor responsável por aquela propriedade na página. Quando alguém entrar em contato em um momento como este, provavelmente vai negociar diretamente com o proprietário da empresa.

Dessa forma, esse lead com um potencial cliente quando a crise passar ficará nas mãos do dono da imobiliária e não do corretor, cuja renda depende das comissões que ganha com negócios fechados. Na atual circunstância, o corretor ligado a uma empresa é um profissional praticamente invisível, que fica em casa apenas conversando com quem ele já tinha um relacionamento antes. Enquanto luta para manter essas negociações de pé mesmo sem visitação, ele nem desconfia que está perdendo potenciais consumidores.

Para evitar esse cenário, é necessário que o profissional passe a utilizar as soluções tecnológicas a seu favor. Não apenas o WhatsApp para conversar e marcar reuniões. Há plataformas de intermediação imobiliária no mercado que permitem ao corretor atuar de forma independente. Ou seja, enquanto a tecnologia faz o serviço burocrático, como análise de documentação, ele fica livre para fazer aquilo que sabe melhor: se relacionar com o cliente e traçar a melhor estratégia em tempos de crise. Se aparecer algum interessado no imóvel, o lead vai diretamente para o seu telefone e não mais para o da imobiliária.

A crise desencadeada pelo coronavírus é grave, exige atenção e certamente vai continuar nos próximos meses. Mas também representa uma chance única para corretores finalmente conseguirem a independência com que tanto sonham. Quem aproveitar o isolamento e a necessidade de ser digital para trabalhar sozinho e do jeito que achar melhor, quando passar o caos vai conseguir atender com eficiência os antigos – e novos – clientes.


  • Fernando Nekrycz é CEO da Xaza, plataforma de intermediação imobiliária que facilita a compra e venda de imóveis exclusivos – xaza@nbpress.com

 

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