Radar do Futuro
Metade de todas as patentes para inteligência artificial, os sistemas que tentam reproduzir a inteligência humana em softwares e máquinas para uso em campos como educação, saúde e transporte e saúde, por exemplo, foi publicada desde 2013. Foram mais de 170 mil ideias. O crescimento inicial de publicações científicas vinculadas à IA começaram em 2001.
O relatório Tendências da Tecnologia, divulgado pela Organização Mundial de Propriedade Intelectual (OMPI) no último dia 31 de janeiro traça um panorama do segmento. Segundo o órgão vinculado à ONU, a “explosão” em pedidos de patentes para aparelhos e máquinas movidos por inteligência artificial nos últimos cinco anos sugere que o campo pode revolucionar em breve todas as áreas da vida cotidiana, indo bem além do mundo tecnológico.
O diretor-geral da OMPI, Francis Gurry, disse a jornalistas em Genebra que o crescimento em patentes é “impressionante”, destacando que pesquisas sobre a área começaram na década de 1950. “Mas houve um salto quântico desde 2013, então estamos lidando com o que está acontecendo agora em um campo de rápidas transformações”, afirmou.
“Machine learning” é pedido dominante
Em números, pedidos de patente para “machine learning” (aprendizado de máquina, em português), que envolve o aprendizado automático de máquinas, indicam que a área é atualmente dominante em IA. A área de maior crescimento de IA é a de “aprendizagem profunda”, usada em reconhecimento de fala. O campo teve aumento anual de 175% em pedidos de patentes de 2013 a 2016, muito acima da média de 33% para todas as patentes no mesmo período.
Os Estados Unidos e a China dominam os pedidos de patentes, embora apenas uma parte das patentes chinesas seja depositada no exterior. A gigante norte-americana da tecnologia IBM lidera o número pedidos de patentes (8.290), seguida pela Microsoft (5.930).
A japonesa Toshiba fica em terceiro lugar, com 5.223, à frente da sul-coreana Samsung (5.102) e da japonesa NEC Group (4.406). A empresa de energia chinesa State Grid Corporation entrou no top 20, ampliando seus registros de patentes em um média de 70% ao ano de 2013 a 2016, particularmente em técnicas de aprendizado de máquinas e “bio-inspiradas”, que se baseiam em observações da natureza, e suporte a máquinas de vetores, uma forma de aprendizagem supervisionada.
Dominação chinesa
O papel cada vez mais importante da China no setor também é ilustrado pelo fato de que organizações chinesas representam 17 dos 20 maiores atores acadêmicos em patentes de IA, assim como dez das 20 maiores publicações científicas relacionadas ao tema.
Nos próximos anos, a IA deve crescer com “importantes” usos militares e econômicos, sugeriu Gurry, antes de destacar a importância de propostas de discussões lideradas pela OMPI entre Estados-membros, envolvendo questões legais e éticas relacionadas aos direitos de propriedade intelectual.
“É de se esperar que o foco estratégico de importantes atores geopolíticos se vire para seus posicionamentos em relação à IA”, disse. As gigantes das buscas na Internet também foram importantes para a revolução da IA, segundo relatório da OMPI, com Google (EUA) e Baidu (China) abraçando o potencial da tecnologia logo no início, assim como a Microsoft e a Apple fizeram anteriormente.
Além das grandes populações dos EUA e da China, o chefe da OMPI destacou a importância do apoio dos Estados para a inovação em ambos os países, que inclui investimentos em centros tecnológicos e até mesmo treinamento para funcionários encarregados de patentes.
Diante desse cenário, “é muito difícil outros países, até mesmo aqueles com fortes sistemas educacionais, competirem em negócios, engenharias e investimentos em talentos” com China e EUA, destacou Andrew Ng, especialista em IA e CEO da Landing AI e deeplearning.ai, no relatório da OMPI.
Ele acrescentou que as “maiores oportunidades” estão fora da indústria de softwares, em áreas que incluem agricultura, saúde e manufatura.
Com informações da ONU
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