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A Fórmula 1 está com os dias contados?

Esporte que já foi um dos maiores do mundo desacelera e necessita de uma nova arrancada para dar a volta por cima

Quem não se recorda, há alguns anos, dos maiores pilotos da Fórmula 1 realizando grandes ultrapassagens e fazendo corridas emocionantes, como Ayrton Senna ou Michael Schumacher. Lembranças estas que ficaram na memória de muita gente, mas que nos dias atuais são um reflexo dos desafios enfrentados pela modalidades para se manter relevante. Uma das provas que indicam a desaceleração da F1 é que, em 2010, a Ferrari ocupava o 16º posição e a McLaren o 42º lugar, no ranking da Forbes de empresas mais valiosas do mercado esportivo. Agora em 2020, nenhuma das duas figura no Top 50.

“A Fórmula 1 foi a modalidade que mais demorou para engajar seus fãs em redes sociais, a que mais demorou para desenvolver seus próprios conteúdos e chegou inclusive a entrar em polêmicas com pilotos que faziam isso diretamente por meio de seus canais. Por isso, apesar da tentativa de se globalizar via eventos que ocorrem uma vez por ano em diferentes países, a categoria perdeu muitas chances de se conectar com novos públicos usando a internet e as mídias sociais da forma que, por exemplo, a NBA já faz desde a década de 90”, afirma Pedro Oliveira, cofundador da OutField Consulting , uma consultoria focada nos negócios do esporte e do entretenimento. Apesar das transformações pelas quais o esporte tem passado ao longo do tempo, as mudanças são poucas e pequenas.

Antigamente a F1 tinha uma presença consolidada na Europa, com apenas uma corrida no Japão, uma na Austrália e uma no Brasil. A partir dos anos 2000, houve uma abertura maior para outros países, fruto de um entendimento tardio da necessidade de se conectar com o público em diferentes mercados. “Essa abertura de mercado para eventos não foi acompanhada por uma mentalidade inovadora na parte de comunicação e comercial”, complementa Oliveira. Há ainda uma percepção diferenciada dos interesses das novas gerações, já que do ponto de vista de comportamento de consumo, em uma era em que se fala muito sobre economia compartilhada, ter um carro – e portanto se conectar com marcas como Ferrari, Mclaren e Mercedes, por exemplo – deixou de ser uma prioridade.

Outro ponto que tem pesado bastante e que gera um grande debate é o meio ambiente. As montadoras estão buscando se reinventar em cima da conversa de motores a combustão vs carros elétricos, algo que o novo consumidor valoriza bastante, e para o especialista, é onde vai se pautar o futuro da modalidade. “Vejo a F1 retomando um pouco de sua relevância na próxima década, porém como isso vai ocorrer vai depender muito de como a categoria se posicionará também na questão ambiental. Se conseguirem carregar a bandeira de sustentabilidade de maneira real e eficaz, possuem boas chances de atrair novos consumidores”, afirma.

No entanto, já há um movimento no mercado que mantém o pé no acelerador e cria esperança para a recuperação do cenário mundial. “Desde 2016, quando a F1 foi adquirida pela Liberty Media, houve grande mudança de postura, com maior abertura ao mundo digital, maior abertura a novas marcas se relacionando com a categoria, equipes e pilotos. Geração de conteúdo focada num público global, com iniciativas de conteúdo original (ex: Séries no Netflix que tiveram relativo sucesso), construção das personas dos pilotos em nível global (aqui Lewis Hamilton tem papel fundamental, mas ainda precisam encontrar outras grandes figuras) e foco em novos formatos de distribuição. Portanto, nossa visão é que há medidas interessantes sendo executadas hoje, porém o resultado disso virá num intervalo entre 5 e 10 anos”, avalia.

Para finalizar, temos como exemplo a Red Bull que tem uma equipe na F1 e trabalha bem sob o ponto de vista do marketing e da comunicação, mas as demais equipes, que mantiveram suas posturas mais conservadoras na adoção de estratégias para o mundo digital, não acompanharam o mercado e são hoje o maior desafio da modalidade junto às questões de sustentabilidade. Essas são questões que precisam ser melhor avaliadas se a Fórmula 1 quiser voltar ao auge dos anos 70, 80 e 90, pensando em melhores estratégias de engajamento e convencendo o público de que ela ainda é o mesmo esporte emocionante das manhãs de domingo.

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