Conheça cinco fatores que podem os resultados da antecipação de tendências: como prever o futuro.
Carlos Plácido Teixeira
Jornalista I Radar do Futuro
A avaliação de acontecimentos futuros possíveis requer habilidades específicas. No passado, as pessoas faziam previsões olhando para o céu para identificar se iria chover ou não, por exemplo. Hoje, a antecipação de tendências se tornou profissão para alguns, com utilização de técnicas e estatísticas. Mas nem por isso exata, com podemos perceber nas apresentações sobre o clima dos próximos dias.
O fato é que ainda sobrevivem as limitações do previsor e da metodologia usada. Se essas deficiências podem ser identificadas, então a compensação pode ser feita, mas reconhecê-las nem sempre é fácil.
Confira abaixo alguns dos comportamentos que impactam a qualidade das previsões:
1- Super simplificação
A dificuldade de prever o futuro a existência de fenômenos complexos, incluindo o elevado nível de incertezas. Diante das dificuldades, muitos previsores mirar acontecimentos prováveis com base na simplificação levada ao extremo. “A economia vai retomar o crescimento” diz o empresário que decide construir um novo prédio após ouvir apenas um comentarista econômico em quem ele confia. Outra pessoa diz que “não existe o aquecimento climático”, levando em conta a análise de um amigo “que entende muito dessas coisas” ou movimentos negacionistas.
O ser humano tem enorme dificuldade de enxergar as coisas em suas multiplicidades. Ou seja, quais as variáveis envolvidas. Que interesses estão em jogo. A super simplificação é um artifício de quem, inconscientemente, se recusa a gastar energia cerebral para entender o cenário complexo. A neurociência vem descobrindo que o cérebro prefere economizar energia necessária para o funcionamento do corpo. E realmente é complicado pensar as diferentes variáveis que, por exemplo, estão envolvidas na discussão do futuro da questão climática.
2- Crenças arraigadas
As pessoas têm visão de mundo influenciada pela educação, cultura e ambiente sociais. Somos resultado do meio onde vivemos e adotamos dogmas. E as nossas visões de futuro tendem a refletir tais formações de crenças e valores. Embora possamos fazer todos os esforços para ser objetivos e entender a multiplicidade de variáveis envolvidas nos acontecimentos presentes, que vão impactar o futuro, a objetividade é uma tarefa extremamente difícil.
3- Repetição de padrões
Se algo aconteceu no passado, vai acontecer novamente no futuro. A previsão mais fácil, e possivelmente mais equivocada, é aquela baseada nas tendências passadas e na suposição de que continuarão no futuro. “Se a revolução industrial criou mais empregos do que eliminou, o mesmo vai acontecer com a revolução digital”, dizem alguns futuristas, como se as coisas fossem absolutamente iguais.
Identificar e prever pontos de inflexão é um dos aspectos mais difíceis da previsão. Quanto mais longe se olha para o futuro, é mais provável que eventos imprevistos distorçam a perspectiva. O conhecimento de eventos passados pode ajudar a identificar os ciclos, mas às vezes até os ciclos não se repetem.
4- Dados ruins
Uma previsão quantitativa baseada em dados históricos pode ser distorcida se os dados forem insuficientes ou ruins. Como exemplo extremo, não se pode fazer uma previsão precisa de cinco anos se ela se basear em dados de apenas um ano. E mesmo assim a previsão pode ser falha. Outro problema de dados pode surgir se a previsão for baseada em suposições incorretas. Nessa situação, dados bons são mal utilizados para produzir previsões ruins. Somente uma avaliação crítica pode garantir que uma previsão seja tão precisa quanto possível.
5- Horizonte temporal
As previsões tornam-se menos precisas quanto mais longe no futuro se prevê. Os eventos do próximo mês ou trimestre são previstos com algum nível de facilidade. Assim como a previsão do tempo é baseada em uma probabilidade – 20% de chance de chuva – uma boa previsão de negócios ou futuro da profissão deve incluir uma gama de probabilidades. O intervalo deve ser expandido para incluir a distribuição entre os melhores e os piores resultados. A maioria dos analistas não faz isso e, se o fizerem, a maioria das pessoas que interpretam uma previsão se concentrará em apenas um número – geralmente o mais otimista.

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