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10 tendências biométricas para a área bancária

Setor historicamente atento à inovação, muitos bancos já adotam tecnologias biométricas avançadas, incluindo câmeras de reconhecimento facial.

André Reis
Diretor de Vendas de Biometria da HID, América Latina

As pessoas esperam um certo nível de conveniência quando se trata de interações digitais. Devido aos seus inúmeros benefícios, as tecnologias biométricas estão atendendo — e até superando — essas expectativas. À medida que empresas e consumidores continuam a reconhecer o valor e a praticidade dessas soluções, a adoção tende a crescer em todos os setores em 2025, inclusive no setor bancário. Apesar dos investimentos em bancos digitais, ainda há forte demanda por caixas eletrônicos. Segundo dados do Banco Mundial, o Brasil é o país com o maior número de caixas eletrônicos no mundo, com 159.897 máquinas.

Esse volume expressivo também exige discussões relevantes sobre implicações éticas, preocupações com privacidade e o desenvolvimento responsável dessas soluções, garantindo que a biometria sirva à sociedade de forma ética e equitativa.

Ao incorporar soluções como reconhecimento facial e impressão digital, os bancos podem otimizar a integração de clientes, acelerar a verificação de identidade e reforçar a segurança contra fraudes cada vez mais sofisticadas. Setor historicamente atento à inovação, muitos bancos já adotam tecnologias biométricas avançadas, incluindo câmeras de reconhecimento facial.

A seguir, destacamos as principais tendências biométricas que devem moldar o cenário de autenticação e verificação de identidade ao longo de 2025:

1. Biometria sem contato

A busca por soluções de segurança não invasivas e mais higiênicas continuará impulsionando o desenvolvimento de sistemas biométricos sem contato. Tecnologias como reconhecimento facial e leitura de impressão digital/palma dispensam o toque físico ou a mediação de um atendente. No caso da câmera facial, por exemplo, não é necessário tocar em nenhum equipamento.

2. Biometria multimodal

A integração de múltiplas modalidades biométricas — como reconhecimento facial, impressão digital e reconhecimento de voz — em sistemas de autenticação única se tornará cada vez mais comum. Isso melhora a segurança e proporciona uma experiência mais fluida ao usuário, oferecendo múltiplas camadas de verificação.

3. Avaliação da qualidade da imagem

Capturar imagens de alta qualidade é essencial para resultados biométricos precisos. Em ambientes exigentes, como bancos, aeroportos ou fronteiras, scanners biométricos — incluindo câmeras faciais e leitores digitais — precisarão incorporar tecnologias avançadas de avaliação de imagem, adaptando-se automaticamente a desafios como iluminação inadequada, diversidade demográfica e condições climáticas adversas.

4. Biometria com IA e aprendizado de máquina

A inteligência artificial permite que as soluções biométricas se aperfeiçoem continuamente, aumentando a precisão e a capacidade de defesa contra ameaças emergentes, como os deepfakes. Esse refinamento é fundamental para garantir a confiabilidade dos sistemas.

5. Detecção avançada de ataques de apresentação (PAD)

PADs utilizam algoritmos de IA para identificar sinais sutis, como microexpressões, distinguindo entre pessoas reais e falsificações. Essa tecnologia reduz riscos ao detectar tentativas de fraude no momento da captura da imagem.

6. Biometria na borda (edge computing)

O processamento de dados biométricos diretamente nos dispositivos, sem necessidade de envio a servidores centrais, traz benefícios como menor latência, maior privacidade e autenticação em tempo real. Essa abordagem é especialmente útil em aplicações como o reconhecimento facial.

7. Autoatendimento com biometria

A preferência por experiências autônomas está crescendo em setores como bancos e aeroportos. A incorporação de câmeras de reconhecimento facial em quiosques, caixas eletrônicos, terminais de pagamento e catracas eletrônicas permite autenticação rápida e segura, promovendo eficiência operacional e conveniência ao usuário.

8. Considerações éticas

Com a presença crescente da biometria no dia a dia, as preocupações éticas ganham importância. Espera-se que os principais fornecedores reforcem o compromisso com a diversidade de dados, buscando reduzir vieses nos algoritmos e promover a inclusão em suas aplicações. Isso será fundamental para fortalecer a confiança pública no uso ético e responsável da tecnologia.

9. Privacidade e segurança de dados

A privacidade dos dados continua sendo uma prioridade para consumidores e empresas. Regulamentações como a LGPD no Brasil e outras internacionais (como GDPR, BIPA e CCPA) seguirão influenciando como dados biométricos são coletados, armazenados e utilizados. Em 2025, veremos um foco ainda maior em garantir controle individual e transparência no uso dessas informações sensíveis.

10. Expansão da biometria em diversos setores

A tendência é que empresas de diferentes segmentos adotem tecnologias biométricas para aprimorar processos, aumentar a eficiência e atender à demanda por maior autonomia nas atividades cotidianas. A utilização de características individuais para autenticação está se tornando uma alternativa mais segura e precisa do que senhas complexas ou verificações manuais, que são suscetíveis a erros.

A biometria continuará avançando com foco em equilíbrio: conveniência aliada à responsabilidade ética, proteção de dados e respeito à privacidade. Ao explorar o potencial único da biologia humana, essas inovações ajudarão a proteger nosso universo digital em expansão.

Para os bancos, essas tendências representam não apenas uma evolução tecnológica, mas uma transformação fundamental na forma de se relacionar com os clientes. A biometria já deixou de ser um diferencial e passou a ser um pilar estratégico para segurança, agilidade e personalização dos serviços — tanto nos canais digitais quanto físicos, como os caixas eletrônicos. Em um país como o Brasil, onde a infraestrutura bancária ainda é amplamente utilizada presencialmente, a integração de soluções biométricas inteligentes permite ao setor equilibrar tradição e inovação, garantindo confiança e praticidade ao usuário. Ao adotarem essas tecnologias de maneira ética e transparente, os bancos têm a oportunidade de fortalecer sua reputação, aumentar a eficiência operacional e construir uma experiência mais segura e fluida para seus clientes em 2025 e além.


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