Em junho, a violência contra idosos, um problema crescente em todo o planeta, é tema de campanha em todo o País
O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), por meio da Secretaria Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa, promove, neste mês, a campanha “Junho Violeta”. O objetivo é conscientizar a população sobre a importância do combate à violência cometida contra pessoas idosas.
A iniciativa está vinculada ao dia 15 de junho, data reconhecida oficialmente pela Organização das Nações Unidas (ONU), desde 2011, como o Dia Mundial de Conscientização sobre a Violência contra a Pessoa Idosa.
Apenas nos primeiros cinco meses de 2023, o Disque 100 recebeu mais de 47 mil denúncias que apontam para cerca de 282 mil violações de direitos contra esse segmento social. No ano passado, os registros oficiais revelaram mais de 150 mil violações a partir de mais de 30 mil denúncias. Isso representa aumento 57% nas denúncias e de 87% nos registros de violações de direitos estatisticamente. Os números são do Painel de Dados da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos.
O MDHC disponibiliza página especial com conteúdos e peças especiais da campanha - que também terá ações divulgadas nas redes sociais (@mdhcbrasil) da Pasta. Confira aqui.
Luta nacional e global: conheça as violações de direitos contra pessoas idosas
Silvio Almeida vê como estratégica para o Ministério a luta e defesa dos direitos das pessoas idosas. “O nosso grande desafio é construir uma política nacional da pessoa idosa e, para isso, nós temos questões que dependem de um esforço nacional fazendo com que a proteção das pessoas idosas se torne uma política de Estado no Brasil,” reforça o gestor.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) define as situações de violência contra pessoas mais velhas como ações que prejudicam a integridade física e emocional da pessoa, impedindo ou anulando seu papel social. Nesse sentido, o secretário nacional dos Direitos da Pessoa Idosa, Alexandre da Silva, alerta para tipos de violência normalmente não são citadas.
“Não deixar a pessoa idosa manusear o próprio dinheiro quando ela tem condições para fazer, é uma violência. Chamá-la por um apelido que ela não gosta também é um outro tipo de violência. Não podemos deixar de citar também as que mais recebem denúncias no Disque 100: a violência física, psíquica, negligência e patrimonial.
Tendências
Em 2030, o número de pessoas idosas no Brasil superará o total de crianças e adolescentes de zero a 14 anos em aproximadamente 2,28 milhões. Em 2050, a população idosa representará cerca de 30% da população brasileira. As crianças e os adolescentes serão 14%. As tendências de transformação da demografia brasileira nos próximos anos devem ser enfatizadas no cenário da campanha “Junho Violeta”, voltada ao combate à violência contra idosos. Hoje, são mais de 31 milhões de nascidos com mais de 60 anos.
Somente nos primeiros cinco meses de 2023, o Disque 100, do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, recebeu mais de 47 mil denúncias de violência cometida contra pessoas idosas. O número é quase 90% maior em relação ao mesmo período do ano passado.
As violências mais frequentes do Disque 100
- negligência
- abandono
- física
- psicológica
- financeira ou material
- sexual
A maior parte dos casos é registrada no ambiente domiciliar
DADOS GERAIS
Um em cada seis pessoas com 60 anos ou mais tenha sofrido algum tipo de abuso em 2020, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Aproximadamente dois em cada três casos de violência contra idosos ocorrem em casa, muitas vezes nas mãos de familiares ou cuidadores.
Existem diferentes formas de violência contra idosos, incluindo abuso físico, abuso psicológico, abuso financeiro, negligência e abandono.
Em relação ao abuso físico, estima-se que 4-6% dos idosos tenham sido vítimas desse tipo de violência. No entanto, é provável que essa estimativa seja subnotificada, pois muitos casos não são denunciados.
O abuso financeiro também é uma forma comum de violência contra os idosos. Estima-se que 1 em cada 20 idosos seja vítima desse tipo de abuso.
A violência contra idosos tem consequências graves para a saúde física e mental das vítimas, incluindo lesões, depressão, ansiedade, isolamento social e até mesmo um aumento na taxa de mortalidade.
DESTAQUES NA IMPRENSA
Em junho, a imprensa divulga a campanha “Junho Violeta”, de conscientização sobre a violência contra os idosos, com destaque para o aumento de 90% do aumento de denúncias dos diferentes modos de agressão. O evento vira pauta de veículos regionais e tema de eventos voltados a ações de conscientização da população e de discussão entre especialistas.
Denúncias de violência contra idosos aumentam 90%
Ministério faz campanha Junho Violeta de combate à violência contra idosos
UPAs do Ceará atendem de 8 a 10 casos de violência contra idosos por mês
Número de denúncias de violência contra idosos aumenta em 87%
Junho Violeta: Mês da Conscientização e Combate à Violência Contra a Pessoa Idosa
Junho Violeta promove o mês de conscientização e prevenção contra a violência à pessoa idosa
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ESTUDOS & ANÁLISES
TESES
Violência contra pessoa idosa: uma análise da produção científica
Artigo propõe analisar criticamente a produção de conhecimento sobre a violência contra a pessoa idosa. Para isso, busca-se caracterizar a produção científica sobre a temática; compreender, qualitativa e quantitativamente, como se dá o fenômeno da violência: e, por fim, entender a importância do Serviço Social na produção de conhecimento acerca da temática.
As manifestações da violência contra a pessoa idosa no âmbito familiar
Trabalho tem como objetivo identificar as manifestações da violência contra a pessoa idosa no âmbito familiar, bem como seu enfrentamento, a fim de ampliar os conhecimentos sobre esta temática
JORNAL DA USP
Política Nacional do Idoso é um marco para essa faixa etária
Rosalina Rodrigues, da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto. conta que a política pública para idosos no Brasil é uma das melhores
“É preciso garantir que o idoso realmente seja considerado um cidadão e respeitado como tal, que a sua dignidade seja preservada e que a sociedade entenda que não está lhe fazendo nenhum favor”, diz a professora Yeda de Oliveira Duarte
UFMG
Comportamento de risco para doenças crônicas não transmissíveis é 21% maior em jovens que em idosos
Em resumo