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Sensoriamento remoto e inteligência artificial: aliados contra desmatamento na Amazônia

No combate ao desmatamento, New Space pode ser grande aliado na democratização da tecnologia para geração de imagens de satélite

Áreas de desmatamento no município de Careiro da Várzea, no Amazonas próximo às Terras Indígenas do povo Mura (Foto: Alberto César Araújo/Amazônia Real)
Áreas de desmatamento no município de Careiro da Várzea, no Amazonas próximo às Terras Indígenas do povo Mura (Foto: Alberto César Araújo/Amazônia Real)

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Combater o desmatamento na Amazônia não é somente um desafio político. Tão importante quanto estabelecer metas e punir responsáveis, é preciso dispor de ferramentas tecnológicas modernas para viabilizar o processo de monitoramento e fiscalização das áreas protegidas, em um território maior que toda a Europa Ocidental.

Dentre os recursos disponíveis hoje, destacam-se o uso de sensoriamento remoto por meio de imagens via satélite que, aliado ao uso de inteligência artificial, pode caracterizar o tipo de invasão, distinguindo entre abertura de pastos, garimpo ou qualquer outra atividade que esteja avançando com o desmatamento.

De acordo com a diretora da Concert Technologies, Berta Wert, a tecnologia é um apoio fundamental para o processo de fiscalização, mas certamente não será a única responsável por interromper o desmatamento. “É importante haver sinergia no uso dessas ferramentas. O monitoramento de uma extensão tão grande como a Amazônia implica em desafios enormes, como logísticos, de comunicação, entre outros. Mas é possível fazer com o apoio do sensoriamento remoto, da inteligência artificial, entre outras tecnologias”, destaca.

Berta avalia que o Brasil está preparado para esse desafio e acredita que o caminho para que isso aconteça é o investimento no setor de New Space. “Temos instituições, institutos e empresas com forte patamar tecnológico e que podem dar conta desse recado. O New Space faz parte desse processo, pois democratiza a exploração do espaço, tornando o processo menos oneroso. Com o uso mais frequente dos recursos, é possível a entrada de novos agentes que barateiam o uso de tecnologias ligadas à disponibilização de imagens de satélite e ferramentas de comunicação. Ambas questões são importantes para apoiar no monitoramento da Amazônia”, ressalta.

Histórico

A Concert Technologies participou de um dos maiores projetos desenvolvidos no Brasil em prol do monitoramento e proteção da Amazônia – o SIVAM (Sistema de Vigilância da Amazônia). A empresa participou do projeto do SIVAM onde desenvolveu dois módulos: um para realizar a checagem da disponibilidade de toda a infraestrutura crítica de TI do sistema e outro para fazer o monitoramento do espectro eletromagnético, com o objetivo de identificar quais ligações via rádio eram legais e quais não eram.

O Communication and Non-communication Exploitation (COMEX) gerava relatórios de inteligência sobre emissões eletromagnéticas clandestinas, assim como informações relacionadas com o comportamento espaço-temporal destas emissões para análise integrada de forma a localizar e qualificar as fontes emissoras.

“Toda a comunicação na Amazônia acontece apenas via rádio. Todas as frequências legais estavam cadastradas e, caso fossem encontradas outras frequências não permitidas, era então feita a verificação dos pontos que estavam se comunicando. Depois disso, era identificada em um mapa e enviada ao Exército para que pudessem se dirigir aos pontos para checar o que se tratava”, explica Berta.

O sistema, portanto, combinava dados textuais e informações digitais geradas em tempo real pelos subsistemas de exploração e criava uma base de dados que permitia a localização e determinação da natureza da fonte emissora. Executava, ainda, funções de coordenação e controle das missões aéreas e terrestres necessárias à coleta de informações sobre emissões eletromagnéticas, visando identificar a fonte e uso, além de fornecer relatórios às agências usuárias do SIVAM.

“O SIVAM é um ativo importante que, integrado com outras ferramentas de monitoramento, poderia em muito ajudar a atingir o objetivo de Desmatamento Zero”, diz Berta.

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