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Quando o químico Linus Pauling surgiu em uma sala de aula do futuro

Com auxílio de hologramas, será possível colocar grandes cientistas dentro de sala de aula.
Com auxílio de hologramas, será possível colocar grandes cientistas dentro da sala de aula do futuro.

Carlos Teixeira
Jornalista I Radar do Futuro

Quando Dmitri Ivanovich Mendeleiev, químico e físico russo, entrou na sala de aula, houve um grande alvoroço entre os estudantes. Afinal, estava diante deles o criador da tabela periódica, o sistema que deu forma e organização para os elementos químicos. Um passo essencial para o conhecimento da época em que viveu e dos anos seguintes. Falando em português, com todas as expressões faciais possíveis, inclusive de interesse e atenção, e um leve sotaque, típico dos estrangeiros, ele respondeu as perguntas de todos, com absoluta paciência e dedicação, sobre como eram as descobertas da química nos tempos da transição que levou à evolução do capitalismo no mundo.

Nem bem Mendeleiev saiu da vista dos alunos, quem surgiu diante deles foi outro cientista, tão famoso quanto o russo por conta das contribuições para os estudo científicos da constituição da matéria, suas propriedades, transformações e as leis que as regem. Agora, era Linus Pauling “em pessoa”. Ganhador do prêmio Nobel pela produção intelectual sobre a natureza das ligações químicas, um dos principais químicos do século 20 estava ali, dando uma aula.

E a plateia admirada com a história, os feitos e as explicações sobre as descobertas realizadas em anos de pesquisa de Pauling. Utilizando recursos de projeção de inteligência aumentada, ele demonstrava suas descobertas sobre como são realizadas as conexões entre moléculas e átomos. E aproveitou para mostrar como ele foi pioneiro no desenvolvimento da química quântica.

Prospectiva

A história acima é uma fantasia. Claro. Afinal, Mendeiev faleceu em São Peterburgo, na Rússia, em fevereiro de 1907. E o americano Linus Pauling morreu em Big Sur, nos Estados Unidos, em 1994. Os estudantes presenciaram naquele dia imaginário de 2025 uma aula virtual no ambiente presencial de uma sala de aula. O ensino para ciclos básicos e fundamentais ainda estará usando o espaço físico, coordenado por professores.

Os “especialistas vindos do passado” foram projetados por sistemas de holografia, usando tecnologias de geração de imagens, integradas com recursos do que, em 2020, é denominado de “deep fake”. Inicialmente, foi uma inovação amplamente utilizada como estratégia negativa em campanhas difamatórias ou de manipulação. Com o tempo, o recurso evoluiu e foi incorporado em diversas atividades, inclusive na educação.

A evolução da inteligência artificial, graças aos avanços propiciados pela velocidade de acesso à internet da banda larga 5G e o aumento exponencial da capacidade de processamento dos computadores, possibilitou levar “gente morta” para apresentações dentro das salas de aula. Tendo dois segmentos específicos como destaque: o aprendizada de máquinas e a análise de imagens, sistemas que possibilitam aos computadores “compreender e repetir” movimentos das faces. Associada aos saltos tecnológicos, as realidades virtuais, deixam de demandar aparelhos, como os usados no início da década.

Transição

Hoje, as iniciativas criativas estão ganhando força rumo à educação do futuro. São inovações como a desenvolvida pela professora de Química do Colégio Marista Asa Sul, de Brasília (DF), Daniela Trovão, que, em tempos de distanciamento social para conter a pandemia do coronavírus, mantém atividades de ensino com um “laboratório online”. As limitações impostas pela distância são amenizadas com ações que têm o objetivo de fornecer aos alunos do ensino médio conceitos laboratoriais de química utilizando ferramentas tecnológicas.

“Segundo Daniela Trovão, o aluno vivencia de maneira virtual o ambiente laboratorial com o auxílio de vídeos e softwares de simulação de experimentos. Eles têm como, por exemplo, definir o coeficiente de solubilidade, preparar uma solução e misturar solutos diferentes que reagem entre si agora são experiências compartilhadas virtualmente. Os conhecimentos são testados por meio de questionários. Para a professora, a experiência comprova que, se usada de forma contextualizada, a tecnologia é uma grande aliada no processo de ensino e aprendizagem.

O recurso certamente tem tornado as aulas de Química mais atrativas. “Quando usamos ferramentas diferentes para repassar o conteúdo aos alunos, aumentamos a possibilidade de ter sucesso e de alcançarmos mais rápido os objetivos de aprendizagem. Já fiz várias atividades usando a tecnologia e constatei que a motivação dos estudantes aumenta muito”, diz Daniela Trovão.

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