BCG
O Boston Consulting Group (BCG) lança o estudo A Nova Realidade da Mobilidade no Brasil, que traz um diagnóstico inédito sobre o compartilhamento de viagens urbanas em carros privados no país. Utilizada ao menos uma vez por semana por 55% dos brasileiros das classes A, B e C, essa modalidade de transporte já é, para esse grupo, quase tão popular quanto os veículos particulares – estes, usados por 58%.
Além disso, essa mesma modalidade vem ajudando a quebrar a velha máxima do carro próprio como objeto de desejo: atualmente, 10% desses brasileiros não almejam adquirir um automóvel e 31% dos que não possuem uma carteira de motorista sequer consideram tirar uma.
Nas páginas do estudo, o BCG traça um perfil dos usuários em que os aplicativos de caronas e de serviços de transporte privado têm maior penetração – mulheres e habitantes de grandes cidades. Os atributos mais destacados para a escolha dessa modalidade são, respectivamente: a facilidade para uso e pagamento, possibilidade de beber e não precisar dirigir, despreocupação com estacionamento, divisão dos custos com corridas e autonomia.
Os especialistas do BCG também avaliaram os custos médios de diferentes meios de transporte. Eles concluíram que, para quem roda até 5 mil quilômetros por ano em carros básicos ou 6 mil quilômetros em veículos com opcionais e câmbio automático – o que corresponde a 20% dos entrevistados -, é mais econômico se locomover por meio de transportes privados compartilhados que manter um veículo próprio.
“O compartilhamento de carros no Brasil vem transformando o modelo de ‘posse’ de veículos. Com o aumento da popularidade dessa modalidade de transporte, a população passa a perceber cada vez mais o carro como um serviço, em vez de um bem”, explica Regis Nieto, sócio do BCG e um dos autores do estudo.
Para a produção da pesquisa, o BCG realizou, nos últimos meses de 2018, entrevistas com mais de 1.500 brasileiros das classes A, B e C, incluindo uma representatividade mínima de diferentes faixas etárias, estados e sexo, criando uma amostra que buscou representar fidedignamente essa camada da população brasileira.
Confira abaixo os principais destaques do novo estudo do BCG:
Perfil do usuário
• Atualmente, no Brasil, 55,6% das pessoas das classes A, B e C usam opções de mobilidade compartilhada pelo menos uma vez por semana, percentual aproximado ao de utilização de veículos próprios (58,1%).
• Este percentual aumenta à medida em que aumenta o poder aquisitivo do cidadão, partindo de 51,9% na classe C para 70% na classe A – na qual a mobilidade compartilhada já é a segunda opção de transporte mais relevante, somente atrás do carro próprio.
• Nas cidades grandes (acima de 100 mil habitantes), o nível de penetração dos carros compartilhados chega a 62%, enquanto nas cidades menores é de apenas 37%.
Mais usado entre mulheres
• O uso compartilhado de carros privados é mais popular entre as mulheres, cujo índice de penetração é de 60% – contra 50% dos homens.
• Elas são incentivadas pela maior sensação de segurança quando comparado ao transporte público: 33% das mulheres participantes da pesquisa concordaram totalmente com a afirmação “não me sinto seguro utilizando transporte público”, enquanto, entre os homens, 24% concordaram totalmente com a afirmação.
Mais baratos que carros próprios
• Mais de 65% dos usuários assíduos dos carros compartilhados possuem veículos próprios. Entre os usuários ocasionais, o índice é de 55%.
• Para população que percorre entre 5 e 6 mil quilômetros por ano é mais econômico substituir o carro próprio pelo uso compartilhado. De acordo com o estudo, cerca de 15% a 20% dos brasileiros se encontram nessa situação. Já usuários que rodam até 2 mil quilômetros por ano teriam menos da metade dos gastos se optassem pelos transportes compartilhados.
Sonho questionado
• Ainda que a percepção geral associada à posse do carro seja positiva – 48% dos respondentes relacionaram o veículo próprio à liberdade de poder ir e vir, a qualquer hora e a qualquer lugar -, 20% dos brasileiros consideram que o carro é um problema, principalmente, pelos custos elevados ou pelas inconveniências que ele pode gerar.
• Pouco mais de 30% das pessoas que não possuem uma carteira de motorista sequer consideram tirar uma.
• Entre quem não possui carro, 23% sequer ambicionam comprar um. Isso equivale a pouco mais de 10% do total de respondentes da pesquisa.
Confira a íntegra do estudo em:
http://www.bcg.com/pt-br/perspectives/235881
Em resumo