O Brasil parece cada vez mais com o retrato dos tempos do coronelismo. E as heranças tendem a ser nebulosas. Os atos de apoio ao presidente Bolsonaro no Dia da Independência não foram suficientes para viabilizar um golpe na democracia, como era pretensão dos eleitores desde o início do governo. As mobilizações tiveram peso suficiente para demonstrar que o cenário futuro é de tensão crescente. “Se não ganharmos nas urnas, vamos ganhar na bala”, discursou o deputado estadual Delegado Cavalcante, do Partido Liberal, do Ceará. Nesta sexta-feira, dia 9, no Mato Grosso, mais um apoiador do ex-presidente Lula foi assassinado por um eleitor bolsonarista. Faltando menos de um mês para as eleições, o período será uma síntese dos acontecimentos potenciais dos próximos anos. (Radar do Futuro)
Coleta de informações semanais feita pelo Economista Paulo Roberto Bretas
Economia e Finanças
- Relatório Focus PIB: A mediana das projeções do mercado para o crescimento da economia brasileira em 2022 voltou a subir, de 2,10% para 2,26%, no Relatório Focus, do Banco Central (BC), com estimativas coletadas até o fim da semana passada. (Valor)
- Relatório Focus Selic: Para a taxa básica de juros (Selic), o ponto-médio das estimativas manteve-se em 13,75% no fim do ano, foi de 11,00% para 11,25% no de 2023 e permaneceu em 8,00% em 2024. (Valor)
- Relatório Focus Câmbio: A mediana das estimativas para o dólar no fim deste ano foi mantida em R$ 5,20. (Valor)
- Programa Casa Verde Amarela É Abandonado: O Programa Habitacional do governo Bolsonaro, Casa Verde Amarela, que era a vitrine do governo Bolsonaro (PL) para tentar alcançar o eleitorado da região Nordeste, ficará reduzido em 2023 a 5% do valor previsto neste ano. O governo praticamente aniquilou qualquer previsão de política de habitação para 2023 no Orçamento encaminhado ao Congresso Nacional. (Valor)
- Contas Deficitárias de Minas Gerais: O endividamento de Minas Gerais com a União durante a gestão de Zema passou de R$ 114,3 bilhões para R$ 152,1 bilhões. O orçamento para o próximo ano prevê um déficit da ordem de R$ 11 bilhões, com receitas estimadas em R$ 114,6 bilhões e despesas previstas de R$ 125,5 bilhões. O governador terá que apresentar um planejamento para solucionar a questão do endividamento no Estado. (Valor)
- Cresce a Indústria de Alimentos: Segundo a associação que representa o setor de alimentos, a ABIA, tanto as vendas quanto a produção da indústria de alimentos registraram crescimento no primeiro semestre. As vendas tiveram crescimento real de 3,2%, enquanto a produção avançou 2,6%. O desempenho foi impulsionado pelas exportações e a continuidade da retomada do mercado interno, com destaque para o “food service” (alimentação fora do lar). (Valor)
- Caem os Depósitos na Poupança 1: Os saques em caderneta de poupança superaram os depósitos em R$ 22,015 bilhões em agosto, segundo divulgado pelo Banco Central (BC). Esta é a maior saída líquida da série histórica, iniciada em janeiro de 1995. (Valor)
- Caem os Depósitos na Poupança 2: O saldo total da poupança ficou abaixo de R$ 1 trilhão pela primeira vez desde agosto de 2020, somando R$ 991,812 bilhões no mês. Neste ano, a caderneta só registrou entrada líquida em maio, com ingresso de R$ 3,514 bilhões. (Valor)
- Investimentos Federais Caem ao Menor Patamar em Quatorze Anos: Como ajudar o país a crescer? Com aumento da pressão das despesas obrigatórias e pelo teto de gastos os investimentos federais alcançarão em 2023 o menor nível dos últimos 14 anos. O projeto de Lei Orçamentária Anual (LOA) prevê R$ 22,4 bilhões, valor 50,4% menor do que o autorizado este ano, segundo nota técnica elaborada pelas consultorias da Câmara e do Senado. Precisamos urgentemente de uma Reforma Orçamentária, com possíveis desvinculações de gastos, acompanhada de uma reforma tributária.(Valor)
- O Desastre nas Políticas Públicas das Emendas do Relator 1: O financiamento de políticas públicas por meio de emendas de relator, criticadas por diversos especialistas em contas públicas pelo seu baixo grau de transparência, também vem ganhando força em outras pastas. As emendas são recursos do Orçamento que os parlamentares enviam para as suas respectivas bases eleitorais. (Valor)
- O Desastre nas Políticas Públicas das Emendas do Relator 2: As emendas de relator devem conquistar espaço no orçamento de 2023 do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), um dos principais responsáveis pela condução de políticas públicas nas regiões mais pobres do Brasil. A Lei Orçamentária Anual (LOA) para 2023, ser votada, estabelece em R$ 7,2 bilhões os gastos do MDR. O número representa pequena queda na comparação com a LOA de 2022 (R$ 7,6 bilhões), mas um recuo maior em relação ao Orçamento efetivamente aprovado pelo Congresso para 2022 (R$ 13,1 bilhões). (Valor)
- Recorde na Colheita de Grãos: Segundo um novo Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) divulgado pelo IBGE, a colheita brasileira de grãos alcançou o recorde de 261,7 milhões de toneladas em 2022, 3,3% (8,5 milhões de toneladas) acima de 2021. Soja, milho e arroz são os três principais produtos do levantamento, somados são responsáveis por 91,5% da colheita total calculada e por 87,1% da área colhida. (Valor)
- Destaque na Colheita do Milho: O destaque da temporada foi a recuperação do milho, que em 2021 sofreu com adversidades climáticas. O IBGE informou que, no total houve crescimento de 9,8% na área do cereal (aumento de 7,7% no verão e de 10,5% na safrinha) e que a colheita bateu recorde com 109,9 milhões de toneladas (25,8 milhões no verão e 84,1 milhões na safrinha). (Valor)
- Fluxo de Veículos em Estradas Pedagiadas: E o fluxo de veículos em estradas pedagiadas caiu 0,5% em agosto, quando comparado a julho, na série com ajuste sazonal. O recuo foi composto pela retração do movimento de carros leves (-0,5%) e de pesados (-0,3%). Na comparação com agosto do ano passado, o índice medido pela Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR), juntamente com a Tendências Consultoria Integrada, aponta avanço de 5,4% no fluxo pedagiado, com alta de 6% entre veículos leves e de 3,6% entre pesados. (Valor)
- Casa Verde-Amarela: A Caixa informou que a contratação de financiamento habitacional, por meio do programa Casa Verde e Amarela, foi de R$ 7,2 bilhões em agosto, valor 45,6% maior do que o registrado em igual mês do ano passado. O valor também é 36% superior ao apresentado em julho, destacou a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic). (Valor)
Inflação
- Relatório Focus Inflação: A mediana das projeções dos economistas do mercado para a inflação oficial brasileira de 2022 caiu, de 6,70% para 6,61%. Para 2023, o ponto-médio das expectativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) também recuou, de 5,30% para 5,27%. (Valor)
- Inflação da Construção Civil 1: Segundo o IBGE, a inflação medida pelo Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi) subiu 0,58% em agosto, após alta de 1,48% em julho. (Valor)
- Inflação da Construção Civil 2: Com o resultado, o indicador acumula variação de 13,61% em 12 meses, frente a 14,07% até julho. A alta acumulada de janeiro a agosto de 2022 ficou em 9,74%. (Valor)
- Índice de Variação de Alugueis Residenciais: Segundo dados Fundação Getúlio Vargas o Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (Ivar) registrou alta de 1,76% em agosto, o que representa uma aceleração em relação à taxa mensal de 1,05% registrada no mês anterior. Com o resultado, a taxa acumulada em 12 meses passou de 8,65% em julho para 10,41% em agosto. Belo Horizonte foi a cidade que registrou o maior reajuste em agosto (3,10%). (Valor)
- Valor da Cesta Básica: O valor da cesta básica diminuiu na passagem de julho para agosto em 16 das 17 capitais onde o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) realiza a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos. Entre julho e agosto, as reduções mais expressivas ocorreram em Recife (-3%), Fortaleza (-2,26%), Belo Horizonte (-2,13%) e Brasília (-2,08%). A única alta, de 0,27%, foi registrada em Belém. (Valor)
- Custo de Manutenção de Uma Família: Com base na cesta mais cara, que, em agosto, foi a de São Paulo, o Dieese calculou que o salário-mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 6.298,91, ou 5,20 vezes o mínimo de R$ 1.212,00. Em julho, o valor necessário era de R$ 6.388,55, ou 5,27 vezes o piso mínimo. (Valor)
- Índice de Preços ao Consumidor Semanal: Segundo relatório do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre), o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) voltou a registrar deflação, de 0,10% na chamada primeira quadrissemana de setembro, vindo de uma queda de 0,57% na imediatamente anterior, a do encerramento de agosto, e acumulando alta de 5,01% nos últimos 12 meses. (Valor)
- IGP-DI em Queda: O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), calculado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre), caiu 0,55% em agosto. Em julho a taxa havia sido de -0,38%. Com esse resultado, o índice acumula alta de 6,84% no ano e 8,67% em 12 meses. (Valor)
- Cai IPCA de Agosto: Segundo informações divulgadas pelo IBGE, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) caiu 0,36% em agosto, após recuo de 0,68% um mês antes. É a menor taxa para agosto desde 1998 (-0,51%). O fator de maior influência na queda foi o preço da gasolina. (Valor)
- INPC Recua em Agosto 1: Mais uma boa notícia em relação à inflação no Brasil. Segundo o IBGE, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a variação de preços percebida por famílias com renda entre um e cinco salários mínimos mensais, caiu 0,31% em agosto, depois de ceder 0,60% em julho. (Valor)
- INPC Recua em Agosto 2: No acumulado em 12 meses, o INPC ficou em 8,83%. Até julho, o resultado acumulado em 12 meses tinha sido de 10,12%. De janeiro a agosto de 2022, houve alta de 4,65%. (Valor)
Governo e Ambiente Político
- Sete de Setembro Vira Comício de Bolsonaro: Nem mesmo o bicentenário da Independência do Brasil foi repeitado. Pela primeira vez desde a redemocratização do país, o feriado de 7 de Setembro, e justamente o Bicentenário da Independência, foi usado como palanque político de um candidato à reeleição. Bolsonaro (PL) fez discursos, atacou adversários e pediu votos em Brasília e no Rio de Janeiro. Os demais poderes da República se recusaram a participar do ato. Os presidentes do STF, Luiz Fux, da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), não compareceram nem mandaram representantes ao desfile na capital. Se em seus discursos Bolsonaro evitou atacar diretamente o STF e seus ministros, os cartazes entre o público não deixavam dúvidas quando ao tom golpista, com pedidos de intervenção militar e fechamento do Supremo e do Congresso. (UOL) (Meio)
- Motociata e Discurso de Campanha no Rio de Janeiro: Na cidade do Rio de Janeiro, à tarde, Bolsonaro participou de uma motociata e discursou diante de uma multidão que na Avenida Atlântica, em Copacabana. Além de exaltar seu governo, que, em suas palavras, “acredita em Deus e respeita policiais e militares”, ele atacou Lula, fazendo referência a países como Venezuela, Argentina e Nicarágua. “Todos são amigos do quadrilheiro de nove dedos que disputa a eleição no Brasil”, disse. (g1) (Meio)
- Pedidos de Investigação: As campanhas do ex-presidente Lula da Silva (PT) e do ex-ministro Ciro Gomes (PDT) pediram ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) uma investigação contra Bolsonaro por abuso de poder econômico e político do presidente nos atos de ontem. Segundo os advogados de Lula, Bolsonaro usou o evento cívico-militar, do qual deveria participar estritamente como chefe do Executivo, para fazer um “megacomício” de campanha. (Meio)
- Bruno Carazza (colunista do Valor, mestre em Economia e doutor em Direito): “Ao longo de quatro anos, Bolsonaro se transformou em líder de um movimento conservador sem igual em décadas de nossa história. Os mais de 30% da população que o apoiam incondicionalmente podem não ser suficientes para lhe dar um novo mandato, mas lhe concedem uma força que será difícil dissipar”. (Valor)
- Pesquisa Ipespe Mostra Estabilidade: Pesquisa Ipespe realizada de 30 de agosto a 1º de setembro de 2022 mostra o ex-presidente Lula (PT) liderando a disputa para a sucessão presidencial, com 44% das intenções de voto. Bolsonaro (PL) está em 2º lugar e tem 35%. (Poder 360)
- Pesquisa Ipec Mostra Estabilidade 1: Pesquisa Ipec encomendada pela TV Globo mostra estabilidade dos líderes da corrida presidencial e um discreto avanço do pelotão seguinte, dentro da margem de erro. O ex-presidente Lula (PT) aparece com os mesmos 44% dos dois levantamentos anteriores, enquanto Bolsonaro (PL) recuou de 32% para 31%, dentro da margem de erro de dois pontos percentuais. Ciro Gomes (PDT) foi de 7% para 8%, e Simone Tebet (MDB), de 3% para 4%. Em relação à pesquisa de 14 de agosto, os dois subiram dois pontos, no limite da margem. (g1) (Meio)
- Pesquisa Ipec Mostra Estabilidade 2: Num segundo turno, Lula venceria Bolsonaro por 52% a 36%. Bolsonaro lidera em rejeição: 49% dos entrevistados dizem que não reelegeriam o presidente sob hipótese alguma, dois pontos a mais que na última pesquisa. Já o percentual dos que não admitem votar em Lula se manteve em 36%. (g1) (Meio)
- Comemorações da Independência com Campanha Eleitoral: Vejam que absurdo. As Forças Armadas, que são forças de Estado, participarão do ato de campanha do presidente Bolsonaro (PL), programado para ocorrer no dia 7 de setembro, na orla do Rio de Janeiro. A Marinha organizará uma parada naval, a Força Aérea exibirá a esquadrilha da fumaça e os canhões do Forte de Copacabana farão uma saudação. Aproveitando-se da confusão com o bicentenário da Independência, o ato eleitoral contará com uma exibição de paraquedistas do Exército e da Aeronáutica. Tradicionalmente, os presidentes participam apenas da parada militar em Brasília. Bolsonaro é o primeiro a misturá-lo com uma ação eleitoral. O Ministério Público Federal enviou pedidos aos comandos Militar do Leste, do Primeiro Distrito Naval e do Terceiro Aéreo Regional para que informem que providências tomarão para impedir que a festa se confunda com ação político-partidária. Ainda não houve resposta. (Estadão) (Meio)
- Celso Rocha de Barros: “Ainda não se sabe o quanto o ato de quarta-feira será comício e o quanto será tentativa de golpe: só se sabe que será uma mistura dos dois, e que crimes serão cometidos. Golpe de Estado é proibido, usar as Forças Armadas em comício também. Não é fácil tentar um golpe de Estado e fazer uma campanha eleitoral ao mesmo tempo. Todas as pesquisas mostram que o eleitorado em geral não quer um golpe, quer comida.” (Folha) (Meio)
- Elio Gaspari: “Moro diz que deixou o partido Podemos porque pretendia auditar suas contas e a proposta não andou. Vá lá. O partido rebateu mostrando as notas fiscais que ele apresentou, pedindo reembolso de R$ 45 mil. Listava a compra de roupas, inclusive bermudas, além de uma despesa com alfaiate. Se ele tivesse achado notas fiscais desse tipo no sítio de Atibaia, pobre Lula.” (Globo) (Folha) (Meio)
- Lula Lidera em 14 Estados: Segundo o instituto Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (Ipec), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é líder isolado em intenções de voto para presidente da República em 14 Estados. Além disso, aparece em situação de empate técnico, mas numericamente à frente, em outros três. Candidato à reeleição, o presidente Bolsonaro (PL) encontra-se na dianteira isolada em cinco Estados e no Distrito Federal. E lidera numericamente em mais três Estados onde, conforme as margens de erro, os quadros são de empate técnico. (Valor)
- Moro Ensaia Reaproximação com Bolsonaro: O ex-juiz Sérgio Moro (União Brasil) quer deixar de lado as mágoas com o presidente Bolsonaro (PL), pelo menos até 2 de outubro. Ele está em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto para o Senado no Paraná, se reaproximou de ministros e agora diz publicamente que ele e Bolsonaro têm um inimigo em comum: o ex-presidente Lula (PT). (Valor)
- Bolsonaro Indica Preparar-se para Luta Armada: O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin provocou fúria no Palácio do Planalto ao suspender monocraticamente trechos dos decretos do presidente Jair Bolsonaro (PL) flexibilizando compra, posse e porte de armas de fogo por cidadãos, atendendo a pedidos de uma ação do PT e duas do PSB. Fachin sustenta haver risco de violência política nas eleições deste ano e questiona se o uso indiscriminado de armas de fogo realmente aumenta a segurança. O ministro também restringiu os efeitos de uma portaria conjunta dos ministérios da Justiça e da Defesa aumentando o limite de munição que pode ser comprado. (UOL) (Meio)
- Foi Criada a Bolsopedia: Opositores do presidente Bolsonaro (PL) criaram mais um site para a divulgação de críticas contra o chefe do Executivo. Depois do site com o domínio do sobrenome do presidente, agora é a vez da “Bolsopedia: a enciclopédia do bolsonarismo”. A proposta é registrar o “legado de destruição” do governo Bolsonaro, criando uma “memória” a partir de informações verificáveis da atual gestão, com matérias da imprensa organizadas em tópicos e em ordem cronológica. (Poder 360)
- A Era da Alucinação Política: Candidato à Presidência da República pela 6ª vez, José Maria Eymael (DC), publicou em seu perfil no Twitter uma “premonição” de vitória nas eleições de 2022. Segundo ele, derrotaria o ex-presidente Lula (PT) no 2º turno. (Poder 360)
- Bolsonaro Prefere Atacar Jornalista a Responder Pergunta: Durante sabatina da Jovem Pan News, Jair Bolsonaro (PL) foi novamente questionado sobre a compra de imóveis com dinheiro vivo por ele e seus familiares. O candidato à reeleição atacou a jornalista Amanda Klein, mencionando a posição política do seu marido, e não respondeu sobre a origem do dinheiro em espécie. (Valor)
- Ciro Gomes Vai Fazendo o Jogo dos Coronéis? Para o comando petista, conta Andreia Sadi, Ciro Gomes está fazendo o jogo do bolsonarismo, com ataques cada vez mais fortes a Lula. A estratégia de poupar o antigo aliado visando uma aliança no segundo turno tende a ser descartada, com uma campanha pelo voto útil já no primeiro turno. (g1) (Meio)
Ambiente Social, Emprego e Renda
- Governo Bolsonaro Faz Reduzir o Desenvolvimento Humano: Um relatório da ONU mostra que o Brasil caiu três posições no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). O país estava na 84ª colocação na última lista e aparece agora em 87º lugar entre 191 países analisados pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). O IDH é composto pela expectativa de vida ao nascer, escolaridade e renda. O Brasil fica atrás de 15 nações da América Latina e Caribe, como Chile, Argentina, México e Cuba. (Folha) (Meio)
- A Saúde Vai de Mal a Pior: Segundo dados do Ministério da Saúde, referentes ao primeiro quadrimestre de 2022, apenas 3% dos municípios brasileiros cumpriram a meta para o controle de diabetes, e 5% para monitoramento da hipertensão. Somente 15,8% dos diabéticos fizeram o exame de hemoglobina glicada, pelo menos uma vez no ano, e 22% dos hipertensos aferiram a pressão arterial a cada seis meses. O objetivo era de 50% dos pacientes para cada caso. Má gestão, aumento de demanda e falta de recursos são algumas das causas apontadas para o não cumprimento das metas de saúde. Ao não cumpri-las, os municípios perdem recursos liberados pela pasta, podendo prejudicar ainda mais a oferta dos serviços. (Folha) (Meio)
- Controle da Natalidade: Bolsonaro(PL) sancionou a lei que facilita o acesso à contracepção, permitindo que mulheres façam laqueadura e homens, vasectomia, sem a necessidade de autorização do cônjuge. O texto prevê o prazo máximo de 30 dias para que sejam disponibilizados métodos contraceptivos, e reduz a idade mínima para esterilização voluntária de pessoas com capacidade civil plena, de 25 para 21 anos. A nova legislação, que entra em vigor em seis meses, também permitirá a esterilização cirúrgica em mulher durante o período de parto, observadas as condições médicas. (Metrópoles) (Meio)
- Cresce o Emprego na Indústria de Alimentos: A indústria de alimentos registrou crescimento na força de trabalho. O número de pessoas ocupadas no setor de janeiro a junho de 2022 subiu 1,6% em relação ao mesmo período de 2021. Foram 36,8 mil postos de trabalho a mais. (Valor)
- Cortes de Recursos no Programa Farmácia Popular: Bolsonaro e seu governo cortaram 59% do orçamento destinado ao Farmácia Popular, programa que distribui gratuitamente medicamentos para diabetes, hipertensão e asma para mais de 21 milhões de pessoas. A população indígena também sofreu corte de 59% para pagar atendimentos de saúde. Somente para a distribuição dos remédios, está prevista uma verba de R$ 842 milhões no orçamento enviado ao Congresso, ante os R$ 2,04 bilhões aprovados no ano passado. Em contrapartida, as emendas do orçamento secreto da saúde tiveram um aumento de 22%. (Estadão) (Meio)
- Sociedade da Repressão Ostensiva: Nos atos do 7 de Setembro no Rio, jovens negros a bordo de um ônibus vaiaram e trocaram desaforos com participantes da motociata em apoio a Bolsonaro. Ontem veio a público um vídeo, gravado dez minutos depois, em que PMs do Batalhão de Choque pararam o ônibus e retiraram do veículo somente os jovens e os revistaram e a suas mochilas. O Comando da PM não explicou o motivo da abordagem e porque só os rapazes que vaiaram a motociata foram revistados. (UOL) (Meio)
- Famílias Endividadas no Brasil 1: O número de famílias endividadas atingiu, em agosto, 79% do total de lares no país, informou a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Para esse indicador, a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) considera dívidas a vencer no cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, consignado, empréstimo pessoal, prestação de carro e de casa. (g1)
- Famílias Endividadas no Brasil 2: O cartão de crédito segue como principal modalidade de endividamento, com 85,3% em agosto, mesma proporção de julho, mas 3,5% abaixo do registrado em abril, desde quando vem caindo. (g1)
Ambiente Empresarial e Tecnológico
- Decisão Entregue às Máquinas com Inteligência Artificial: Vejam só esta notícia. A inteligência artificial poderá tomar decisões melhor do que qualquer líder empresarial humano, quando as bases de informações forem suficientemente grandes, afirmou o vencedor do prêmio Nobel de Economia, Daniel Kahneman, em evento da Neoway e B3. “O que vai acontecer quando a ‘IA’ desenvolver um julgamento empresarial melhor do que as pessoas que têm experiência?”, questionou. “Os altos executivos perderão a autoridade”, acrescentou o especialista em economia comportamental. (Valor)
- Ciberataques no Brasil: O Brasil é o quinto maior alvo de ciberataques no mundo, enquanto um estudo da Deloitte destaca que, no país, 41% das companhias já foram vítimas de algum tipo de abordagem digital criminosa. Por conta disso, a urgência para a pauta de cibersecurity já alcançou o ambiente corporativo brasileiro. No país, 83% das organizações preveem um aumento nos gastos nesse setor em 2022. No entanto, mais do que reconhecer o perigo e investir recursos, o desafio passa a ser estabelecer uma cultura ciber-resiliente dentro das organizações. (Meio)
- Venda de Veículos Melhora em Agosto 1: O mês de agosto foi o melhor mês para a indústria automobilística brasileira, tanto em vendas internas como em produção. O restabelecimento, em parte, do suprimento de semicondutores, segundo os dirigentes do setor, ajudou a normalizar o ritmo de produção e reduziu o número de paralisações de fábricas. (Valor)
- Venda de Veículos Melhora em Agosto 2: Em agosto, a média diária de emplacamentos de veículos novos aumentou 15,5% na comparação com julho, com 9,1 mil unidades por dia. Com isso, a venda no mês alcançou 208,6 mil veículos, um crescimento de 20,7% na comparação com agosto de 2021. No acumulado do ano, por outro lado, as vendas ainda registraram queda de 8% em comparação com os primeiros oito meses de 2021, num total de 1,3 milhão de veículos. (Valor)
- Confiança das Micro e Pequenas Empresas Aumenta: O Índice de Confiança das Micro e Pequenas Empresas (IC-MPE) estava abaixo dos 100 pontos, indicando desaceleração do mercado, desde dezembro de 2013. Segundo o Sebrae, impulsionada pelas “bondades” do governo, pela queda na inflação e pela melhora no mercado de trabalho, a confiança das micro e pequenas empresas atingiu 100,6 pontos em agosto. É o melhor resultado desde novembro de 2013, segundo o Sebrae. No entanto, alerta a entidade, deve ser visto com “parcimônia”. (Valor)
Gestão Ambiental e Energia
- Amazônia em Chamas: Vejam que lástima. Nos três primeiros dias de setembro, a Amazônia já registrou 50% dos focos de incêndio que teve no mesmo mês inteiro, em 2021. Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que houve 8.740 pontos de calor até dia 03-09-2022, contra 16.742 em setembro do ano passado. Imagens de satélite mostram que os estados do Amazonas, Pará, Mato Grosso e Rondônia, além de quase todo o Acre, apresentam uma mancha gigante de CO2 na região. Agosto já havia sido o mês com mais queimadas em 12 anos e o pior do governo Bolsonaro, com 33.116 focos de incêndio. A marca também superou os 30,9 mil contabilizados em 2019, quando chamou a atenção de todo o mundo, e gerou uma série de reações por diferentes governos e entidades internacionais. (UOL) (Meio)
- Descarbonização da Indústria do Aço 1: Na opinião deSérgio Leite de Andrade, ex-presidente-executivo da Usiminas e desde maio presidente do conselho de administração da empresa, o tema mais importante dos próximos anos — de agora até 2050, na indústria do aço no Brasil, e mundial, será a descarbonização. (Valor)
- Descarbonização da Indústria do Aço 2: A siderurgia é, mundialmente, o setor industrial com maior índice de emissão de CO2 na atmosfera, representando entre 7% e 9%, percentual admitido pela World Steel Association. Em seguida vêm outras indústrias pesadas: cimento, química, de plásticos, papel e alumínio. Esse grupo, o G-6 industrial, é responsável por dois terços das emissões globais da indústria, conforme entidades internacionais. (Valor)
- Necessidade de Reforço para Proteger a Amazônia: Relatório elaborado por organizações do terceiro setor indica uma série de medidas para o desenvolvimento sustentável e a segurança da Floresta Amazônica. Entre as principais providências estão a valorização dos servidores públicos, para atração e permanência em pontos mais críticos e afastados das capitais, além de investimentos em tecnologias de monitoramento remoto e análise automatizada. O documento ainda sugere que sejam revogadas as normas que limitam a fiscalização ambiental e impedem a responsabilização de infratores. (Estadão) (Meio)
- Aumentam as Queimadas na Amazônia: Este mês de setembro de 2022 já superou a quantidade de queimadas na Amazônia registradas em todo o mês de setembro do ano passado. Até esta quarta-feira, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) contabilizou 18.374 focos de incêndio ante os 16.742 nos 30 dias de setembro de 2021. O mês passado já havia sido o pior mês de agosto para a Amazônia nos últimos 12 anos. (g1) (Valor)
- O Ibama Segue Inoperante: Até o dia 05-09-2022, o Ibama havia executado somente 37% do orçamento autorizado para prevenção e controle de incêndios florestais para este ano, segundo levantamento do Observatório do Clima com dados do Painel do Orçamento Federal. Para os especialistas do observatório, “o Ibama deveria ter atuado com força antes da época da seca para evitar o que está ocorrendo na Amazônia”. (g1) (Meio)
- Desmatamento Mostra a Agropecuária Como Grande Vilã: Um estudo divulgado pela revista Science apontou a agropecuária como responsável direta ou indireta por mais de 90% do desmatamento mundial. De acordo com a análise, as causas de entre 90% e 99% de todo o desmatamento nos trópicos estão relacionadas à agropecuária, porém, uma parcela menor, entre 45% e 65%, resulta na expansão da produção agrícola real nas terras desmatadas. (Carta Capital)
- Crime Ambiental Sem Acordo: Depois do Estado de Minas Gerais ter se retirado das negociações sobre um acordo estimado em R$ 112 bilhões envolvendo as reparações do rompimento da barragem de Fundão, da Samarco, em Mariana (MG), ocorrido em 2015, o caso teve novo desdobramento. Em ofício conjunto encaminhado ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), responsável por mediar essas negociações, um conjunto de entidades federais e dos Estados de Minas Gerais e do Espírito Santo consideraram as tratativas encerradas. E acusaram a Samarco e as donas da mineradora – Vale e BHP Billiton – de formularem uma proposta final que teria inviabilizado o acordo. Passa agora a existir risco de judicialização. (Valor)
Ambiente Internacional
- Nova Constituição Rejeitada no Chile: Eleitores chilenos rejeitaram a nova proposta de Constituição escrita por uma assembleia considerada demasiadamente à esquerda por 62% contra 32%. As pesquisas já apontavam que o novo texto deveria ser derrotado, mas nenhuma sugeria margem tão ampla. A Carta atual ainda data da ditadura do general Augusto Pinochet e uma nova proposta deve ser apresentada. (g1) (Meio)
- Chile Caminha para Nova Constituição: A derrota da Constituição inclusiva chilena, rejeitada em plebiscito no domingo por 61,9% a 38,1%, não significa que o país queira continuar com a Carta Magna imposta em 1980 pelo ditador Pinochet. Segundo pesquisa do Instituto Ipsos, 78% da população deseja uma nova Constituição, com apenas 13% favoráveis à manutenção do texto atual. Para 41%, uma equipe de especialistas deveria redigir a nova Carta, enquanto 26% preferem uma comissão mista de parlamentares e constituintes eleitos. (La Nación)
- Multada por Expor Dados de Crianças: O Instagram foi multado em US$ 402 milhões pela Comissão Irlandesa de Proteção de Dados (DPC) após uma investigação envolvendo o uso das informações pessoais de crianças. A ação, iniciada em 2020, investigava menores de 13 a 17 anos que tinham permissão para operar contas comerciais, o que facilitou a exposição de seus números de telefone, endereços e e-mails. Esta é a segunda maior multa do tipo já aplicada na União Europeia e ocorre quando a rede enfrenta uma forte investigação sobre segurança infantil. No ano passado, a empresa desistiu de lançar uma versão do Instagram para crianças, o Instagram Kids. (UOL) (Meio)
- Banco Central Europeu Eleva Taxa de Juros: O Banco Central Europeu (BCE) elevou sua taxa referencial de juros de zero para 0,75%, informou a autoridade monetária. Novas altas de juros serão necessárias para “reduzir a demanda e evitar o risco de uma alta persistente nas expectativas de inflação”. A última vez que o BCE elevou sua taxa básica em 0,75 ponto percentual foi em 1999. (Valor)
Fontes: Notas Econômicas
Em resumo