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Notas econômicas: 21 a 26 de dezembro de 2020

A atividade econômica brasileira caminha para números fracos nos próximos trimestres por causa do recrudescimento da pandemia, do término das medidas de auxílio e das fortes incertezas que cercam o cenário fiscal

Acontecimentos que marcaram o noticiário político e econômico da semana

Paulo Roberto Bretas
Economista e Conselheiro do Corecon-MG

Conhecendo Economia: A renda fixa é a modalidade de investimento mais voltada para quem tem um perfil mais conservador nas aplicações financeiras. Tem rentabilidade previsível, fixada sobre algum índice financeiro, como a Selic. Assim, o investidor já sabe quanto aquele investimento irá render. É como se fosse um empréstimo feito ao emissor do título e, em troca, o investidor ganha os juros. Poupança, CDB, Tesouro Direto, Títulos de Dívida Imobiliária e Agrária são alguns dos produtos que entram na categoria renda fixa. 

Ambiente econômico

Cenários

Boletim Macro do Ibre 1: A atividade econômica brasileira caminha para números fracos nos próximos trimestres por causa do recrudescimento da pandemia, do término das medidas de auxílio e das fortes incertezas que cercam o cenário fiscal, avalia o Boletim Macro do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre-FGV). (Valor)

Boletim Macro do Ibre 2: Depois de crescer 7,7% no terceiro trimestre sobre o segundo, descontados os efeitos sazonais, o PIB do país deverá aumentar apenas 1,3% sobre o período de julho a setembro. Na comparação com o mesmo período do ano passado, a previsão é de queda de 3,6%, um recuo maior que o apontado pela mediana das estimativas do boletim Focus, do Banco Central, de 2,5%. (Valor)

Boletim Macro do Ibre 3: Ao longo do primeiro semestre de 2021, a atividade deve ter desaceleração significativa e oscilar em torno de zero. Para o ano, a projeção é de um crescimento no PIB de 3,6%, pouco acima dos 3,5% estimados em novembro, uma revisão influenciada pela projeção para 2020, que saiu de queda de 5% para recuo de 4,7%. Boa parte da projeção do crescimento em 2021 é creditada ao chamado carregamento estatístico. (Valor)

Expectativa de Inflação: A expectativa mediana de inflação dos consumidores brasileiros para os próximos 12 meses subiu 0,4 ponto em dezembro, para 5,2%, o maior aumento desde dezembro de 2015 (0,9 ponto), informa a Fundação Getúlio Vargas (FGV) nesta segunda-feira. Em relação ao mesmo mês do ano anterior, a mediana também subiu 0,4 ponto. (Valor)

Indicadores

Desemprego 1: A taxa de desemprego subiu para 14,2% em novembro ante 14,1% em outubro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulgou sua Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Covid-19 (Pnad Covid-19). O país encerrou novembro com um contingente recorde de 14 milhões de desempregados, aumento de 2% frente a outubro (13,8 milhões), e de 38,6% desde maio (10 milhões), quando começou a série da pesquisa. (Valor)

Desemprego 2: A alta na taxa de desemprego e no número de desocupados ocorrem mesmo com o aumento da população de ocupados, que cresceu 0,6% de outubro para novembro e chegou a 84,7 milhões de pessoas. O fenômeno se deve à volta das pessoas para a força de trabalho, ou seja, trabalhadores que estavam fora do mercado e que voltaram, movimento que se deu de forma mais intensa do que a geração de empregos no período. (Valor)Trabalhadores Afastados: Dos 84,7 milhões de pessoas que trabalhavam no Brasil em novembro, 4,4 milhões estavam afastadas de suas atividades, sendo quase a metade, 2,1 milhões, devido ao distanciamento social imposto pela pandemia de covid-19. A proporção de pessoas afastadas pela pandemia no total de pessoas ocupadas, que passou de 2,8% em outubro para 2,5% em novembro. Em maio, este percentual chegou a 18,6%. (Valor)

Queda no Auxílio: Segundo o IBGE o percentual de domicílios brasileiros que receberam algum auxílio do governo caiu pelo quarto mês seguido em novembro para 41%, ante 42,2% em outubro, informou hoje o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. A cobertura dos benefícios atingiu seu pico em julho, quando 44,1% dos lares brasileiros foram contemplados. O IBGE informou, ainda, que o valor médio do benefício foi de R$ 558 por domicílio, ante R$ 694 em outubro. O valor cai continuamente desde agosto, quando chegou ao seu valor máximo de R$ 923. Com relação ao auxílio emergencial, o governo federal anunciou uma redução à metade do valor básico de R$ 600 a partir de outubro e a previsão é de extinção em 2021. (Valor)

Abaixo da Linha da Pobreza: Pesquisa do Instituto Datafolha aponta que 75% dos beneficiários do auxílio emergencial reduziram a compra de alimentos, 65% cortaram despesas com remédios, 57% diminuíram o consumo de água, luz e gás e 55% deixaram de pagar as contas da casa por causa da redução do valor do benefício de R$ 600 para R$ 300. Mais da metade dos beneficiários também reduziu os gastos com transporte (52%) e/ou parou de pagar escola ou faculdade (51%). Cerca de 17 milhões de pessoas viverão abaixo da linha de pobreza a partir de janeiro com o fim do auxílio emergencial decretado por Bolsonaro. (Brasil 247)

Vagas com Carteira Assinada: Pelo quinto mês consecutivo, o país criou vagas de trabalho com carteira assinada. Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério da Economia houve um saldo de 414.556 postos trabalho em novembro. No mesmo período do ano passado, foram criadas 99,2 mil vagas. No acumulado do ano, foi registrado saldo de 227.025 empregos, decorrente de 13.840.653 admissões e de 13.613.628 desligamentos, considerados os ajustes até novembro de 2020. Com isso, o país recupera parte das perdas dos piores meses da pandemia quando mais de 1,5 milhão de empregos foram perdidos. (Valor)

Salário Inicial: Os dados do Caged indicam que, na média do país, o salário médio de admissão em novembro foi de R$ 1.684,35, redução real (descontada a inflação) de 1,38%, ou R$ 23,64.

Trabalho Intermitente e Regime Parcial: Em novembro, houve 20.429 admissões e 9.340 desligamentos na modalidade de trabalho intermitente, com um saldo de 11.089 empregos, envolvendo 6.827 estabelecimentos contratantes. Um total de 222 empregados celebrou mais de um contrato na condição de trabalhador intermitente. Já a jornada em regime de tempo parcial teve saldo de 4.683 postos de trabalho no mês, resultado de 16.645 admissões e 11.962 desligamentos. No período, a movimentação envolveu 11.231 estabelecimentos contratantes e 37 empregados celebraram mais de um contrato em regime de tempo parcial. (Valor)

Importações Brasileiras 1: De janeiro a novembro as importações totais brasileiras ficaram em média 7,6% mais baratas em dólar. O volume desembarcado caiu 7,8%. Os bens “made in China” tiveram queda menor de preço, com recuo de 4,6%, e em volume a redução foi de apenas 0,9%. Já os bens vendidos pelos americanos ao Brasil caíram 7,9% em preços e 15% em quantidade. As importações com origem na União Europeia tiveram recuo de 3,1% nos preços e de 10,9% no volume, sempre de janeiro a novembro deste ano em relação a igual período de 2019. (Valor)

Importações Brasileiras 2: A China fornece atualmente cerca de 22% das importações brasileiras, seguida, em termos de país isolado, pelos Estados Unidos, que têm fatia de 16%. Por blocos, o fornecedor mais importante é a União Europeia, com 17%. Os dados de volume e preço foram levantados no âmbito da pesquisa do Indicador de Comércio Exterior (Icomex), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre/FGV). (Valor)

Intenção de Consumo: A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) subiu 1,2% entre novembro e dezembro para 72,1 pontos, mas ainda recua 25,1% ante dezembro de 2019, informou a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), que calcula o indicador. Embora tenha registrado saldo positivo na margem, com maior patamar desde maio de 2020 (81,7 pontos), foi o pior patamar para meses de dezembro da série histórica do índice, iniciada em 2010, influenciada pela crise econômica causada pela pandemia. (Valor)

Consumo das Famílias: Com a pandemia, o consumo das famílias apresentou o pior cenário para meses de dezembro em dez anos, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O indicador Intenção de Consumo das Famílias (ICF), calculado pela entidade, subiu 1,2% entre novembro e dezembro para 72,1 pontos – mas ainda recua 25,1% ante dezembro de 2019. Embora com saldo positivo na margem, com maior nível desde maio de 2020 (81,7 pontos), foi o pior patamar para meses de dezembro da série histórica do índice, iniciada em 2010, devido à covid-19, de acordo com Catarina Carneiro, economista da CNC. “Somente com vacinação as famílias estarão livres para consumir como quiserem, sem serem pressionadas para fazer reserva de renda para o futuro”, notou a economista. (Valor)

Consumo das Famílias: A tendência de consumo das famílias para os próximos meses é uma incógnita, pois depende de vacina contra covid-19, afirmou a economista da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Houve alta de 1,2% no indicador de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) entre novembro e dezembro para 72,1 pontos. Mesmo com a alta, o índice ainda é 25,1% inferior a dezembro de 2019; e apresentou o pior patamar em pontos, para meses de dezembro, desde início da série do índice em 2010. (Valor)

Concessões do BNDES: A carteira de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para empresas encerrou novembro com queda de 0,1%, em R$ 390,201 bilhões. No ano, a alta é de 2%. Em 12 meses, o recuo soma 1,0%. Na concessão de crédito do BNDES foi registrada alta de 10,1% em novembro, passando para R$ 2,904 bilhões. No ano, a queda é de 14,2%. Em 12 meses, as concessões recuam 7,4 %. (Valor)

Juros de Monopólio no Cartão: A taxa de juros do cartão de crédito rotativo para o chamado cliente regular, que paga o mínimo de 15% da fatura dentro do prazo, variou de 285,7% ao ano em outubro para 292,1% em novembro, de acordo com o Banco Central (BC). Já a taxa do parcelado do cartão saiu de 148,6% para 146,5%. Para o cliente não regular, que não fez nem o pagamento mínimo, a taxa foi de 339,8% no mês passado, contra 339,4% em outubro. (Valor)

Extorsão no Cheque Especial: No cheque especial, a taxa de juros cobrada ficou em 113,6%, vinda de 112,9% em outubro. (Valor)

Papelão Ondulado: As expedições brasileiras de caixas, chapas e acessórios de papelão ondulado devem crescer 7,3% em dezembro, na comparação anual, encerrando 2020 com expansão de 5,4%, de acordo com estimativas da Associação Brasileira de Embalagens em Papel (Empapel), novo nome da Associação Brasileira do Papelão Ondulado (ABPO), que ampliou seu escopo de atuação. O mercado de embalagens de papel e papelão ondulado, importante termômetro do nível de atividade industrial, teve crescimento contínuo desde julho. Em novembro, avançou 4,2% em relação ao mesmo mês de 2019, novo recorde mensal, segundo prévia já divulgada. (Valor)

Inflação

Inflação: Calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), o Índice de Preços ao Produtor Amplo – DI (IPA-DI) subiu 33,89% nos 12 meses encerrados em novembro – uma alta muito mais forte que os 4,31% acumulados pelo IPCA no período. Como, no entanto, os componentes e pesos dos dois indicadores são bastante diferentes, a evolução do índice do atacado não é um antecedente fidedigno da inflação no varejo. (Valor)

Inflação do IPCA-15 (1): O IBGE divulgou que o IPCA-15 registrou alta de 1,06% em dezembro, após avançar 0,81% em novembro. A mediana das projeções de analistas de consultorias e instituições financeiras consultados pelo Valor Data apontava para avanço de 1,14%. No acumulado em 12 meses, o IPCA-15 ficou em 4,23% em dezembro. (Valor)

Inflação do IPCA (2): A prévia da inflação de dezembro para itens de alimentação e bebidas (2,0%) foi influenciada, sobretudo, pela alta de preços das carnes (5,53%), arroz (4,96%) e frutas (3,62%) no mês. Alimentos para consumo no domicílio viram alta de 2,57% nos preços em dezembro ante novembro. Além dos itens já mencionados, os preços da batata-inglesa (17,96%) e do óleo de soja (7,00%) também subiram, embora tenham desacelerado frente ao mês anterior, quando as altas foram de 33,37% e 14,85%, respectivamente. (Valor)

Construção Civil: O governo federal teme que o aumento no preço dos materiais de construção provoque um abandono de obras subsidiadas em programas como o Minha Casa, Minha Vida e o recém lançado Casa Verde Amarela. O ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, disse que está em tratativas com a Caixa Econômica Federal e entidades de habitação em busca de uma saída para o problema. Marinho afirmou que até o fim do ano terão sido contratadas entre 150 mil e 170 mil unidades habitacionais pelo Casa Verde Amarela, programa que passou a vigorar em agosto. Para 2021, a meta é 450 mil imóveis. (Valor)

Finanças

Consequências do Pix 1: O PIX já tem embaralhado o mercado. A tendência é de que o sistema de pagamentos instantâneos do BC concorra inicialmente com os cartões de débito — e, claro, com o papel moeda. Porém mais para frente, pode colocar em xeque o uso de outros meios tradicionais como boleto, TED, DOC e mesmo cartões de crédito. Os bancos, por exemplo, podem perder até 8% de sua receita de taxas com o avanço do PIX. A receita dos operadores das maquininhas de cartões pode diminuir em até 63%. (Meio)

Consequências do Pix 2: Com o avanço do PIX e a meta de implantar o open banking no país em 2021, os apps de finanças pessoais têm se sofisticado. Oferecem, por exemplo, marketplace para avaliar propostas de empréstimos, seguros e cartões e até assistente virtual que dá dicas personalizadas de finanças. (Folha)

Dívida Bruta: O secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, apresentou mais um balanço sobre as ações fiscais relativas à covid-19 e atualizou suas projeções fiscais. Ele disse que, com as atualizações do PIB, a dívida bruta deve fechar este ano em 91% do PIB. No material divulgado, o secretário primeiro apresentou uma estimativa de 93,3% para a relação dívida bruta/PIB, considerando uma queda de 4,5% do PIB para este ano. Mas depois explicou que, com os dados do PIB recentemente divulgados e as revisões de seu valor nominal e dos resultados de anos anteriores, o número oficial é de 91%, com os novos dados do PIB. (Valor)

Dívida Líquida: Com relação à dívida líquida do setor público, que inclui ativos como as reservas internacionais e os empréstimos ao BNDES, a previsão é de fechar este ano em 64,8%, atingindo 73,8% do PIB em 2023. (Valor)

Déficit Primário: O déficit primário do governo central estimado para 2020 é de R$ 831,8 bilhões. Quando se inclui Estados e municípios, a conta vai para R$ 844,2 bilhões, ou 11,7% do PIB. Em relação ao déficit nominal do setor público (que inclui gastos com juros), os dados apontam para 16,5% do PIB no fim do ano. (Valor)

Saldo das Operações de Crédito: O saldo das operações de crédito do sistema financeiro subiu 2% em novembro, para R$ 3,954 trilhões, informou o Banco Central (BC). Como proporção do Produto Interno Bruto (PIB) estimado pelo BC, o estoque de operações foi para 53,1%, frente a 52,4% em outubro. Em novembro de 2019, o saldo era de 46,4%.

Setores

Confiança do Comércio: O Índice de Confiança do Comércio (ICOM) da Fundação Getulio Vargas (FGV) recuou 1,8 ponto em dezembro, passando de 93,5 para 91,7 pontos, registrando a terceira queda consecutiva. Em médias móveis trimestrais, o indicador caiu 2,6 pontos, seguindo a tendência de queda observada no mês anterior.

Produção

Vale Obtém Licenças para Minerar 1: A Vale recebeu no dia 18-12-2020 as licenças necessárias para o início da construção do Projeto Capanema, localizado nos municípios de Santa Bárbara, Ouro Preto e Itabirito, em Minas Gerais. O projeto consiste em investimentos na mina de Capanema para a reativação de instalações e compra de novos equipamentos, implantação de transportador de correia de longa distância e adequações no pátio de estocagem e carregamento de Timbopeba, totalizando US$ 495 milhões. (Valor)

Vale Obtém Licenças para Minerar 2: Com início de produção previsto para o segundo semestre de 2023, o projeto terá capacidade de 18 milhões de toneladas por ano de produção a umidade natural, sem geração de rejeitos. Nos primeiros anos, a expectativa é de adição de 14 milhões de toneladas da capacidade da Vale. (Valor)

Uallace Moreira: “Foram colocadas à venda, conforme acordo com o CADE, por iniciativa e proposição da própria PETROBRAS, nove unidades industriais da Companhia. É a primeira vez, na história do petróleo, que uma empresa, espontaneamente, propõe abrir mão de seus ativos dessa maneira”. “A venda das refinarias contribuirá para redução da vantagem competitiva que a PETROBRAS tem em relação aos seus concorrentes multinacionais, enfraquecendo a Companhia. Ou seja, estamos entregando, deliberadamente, nossa capacidade produtiva para empresas internacionais”. (Blog do Paulo Gala)

Ambiente político

Governo

Pautas Conservadoras a Caminho: Bolsonaro aponta pautas que quer aprovar até 2022 – Na véspera da eleição para os comandos da Câmara e do Senado, o presidente Jair Bolsonaro começa a sinalizar os projetos que gostaria de ver guiados no próximo biênio no Congresso. Os próximos presidentes das duas casas serão responsáveis por definir o que será colocado em votação na segunda e última metade do mandato do chefe do Executivo, o que desperta interesse de olho em uma possível reeleição em 2022. Bolsonaro aposta em temas sensíveis à sua base “raiz”. Projetos como a excludente de ilicitude, a regularização fundiária da Amazônia, a regulamentação da educação domiciliar no Brasil, o voto impresso, mudanças na legislação de improbidade administrativa e a conhecida “agenda aduaneira” foram mencionadas nos últimos dias tanto em conversas com potenciais postulantes, quanto em pronunciamentos públicos. Especialistas afirmam que, com essa agenda, Bolsonaro aposta em manter parte do núcleo duro que o apoiou em 2018, diante de uma possível queda de popularidade nos próximos meses com o fim do auxílio emergencial, em meio a uma economia com alta inflação, renda comprometida e mais de 14 milhões de desempregados. (Resumo dos Jornais, 21-12-2020, Chico Bruno)

Esther Solano: “Há várias razões para entender a fidelidade obstinada de parte do eleitorado bolsonarista mais moderado. A política da negação e da desinformação deixa muitos em um estado de confusão que os impede de identificar a total responsabilidade do ex-capitão neste caos necropolítico. Além disso, o fato de que o peso da culpa seja dividido com governadores e prefeitos também ajuda a tirá-la das costas dele. Responsabilidade dividida é mais leve. Para além das estratégias da desinformação e dos bodes expiatórios, a suposta autenticidade de Bolsonaro continua a ser o fator mais importante para entender a lealdade de sua base, inclusive aquela desiludida. Em nome da autenticidade se desculpa tudo. O jeito violento, bruto, instável, medíocre, incapaz, é reinterpretado como sinceridade. Bolsonaro seria o único político que não faz politicagem, e por isso se “equivoca”, “fala demais”, mas o importante é que ele é autêntico.” (Carta Capital)

Riscos Fiscais da União: Diante das dificuldades em executar suas contragarantias nas operações de crédito de estados e municípios, o Tesouro resolveu incluir esses “ativos” em seu relatório de riscos fiscais. Embora esse risco de certa forma já estivesse mapeado, a sua inclusão no documento elevou em mais de R$ 300 bilhões os riscos de receitas do Tesouro relativos às operações com os entes subnacionais. Contragarantias são instrumentos usados pelo Tesouro para recuperar os recursos que ele utilizou quando foi acionado pelo Estado em alguma situação de inadimplência de crédito no qual foi avalista. Em geral, nos contratos em que a União oferece garantia, a principal “contragarantia” são os fundos de participação de Estados e municípios (FPE/FPM). (Valor)

Arrecadação Federal 1: A arrecadação federal chegou a R$ 140,1 bilhões em novembro, um avanço real de 7,31% sobre igual mês de 2019. Foi o quarto resultado consecutivo acima do registrado no ano passado. No entanto, o desempenho ainda é insuficiente para compensar a queda ocorrida no período mais agudo do isolamento social. No acumulado do ano, o resultado está 7,95% menor do que o observado no mesmo período de 2019. (Valor)

Arrecadação Federal 2:Excluídas as compensações tributárias, as receitas atípicas e o efeito de medidas adotadas devido à pandemia, a arrecadação estaria 4,17% maior, em termos reais, que em novembro de 2019. No acumulado do ano, o crescimento estaria em 2,59%. (Valor)

Evasão Fiscal: A Receita Federal autuou 3.994 empresas, em R$ 259 milhões, por falta de recolhimento do Imposto de Renda retido na fonte (IRRF) referente a 2016. Numa primeira etapa, a grande maioria das empresas corrigiu sua situação, recolhendo um total de R$ 175,1 milhões. As que se mantiveram irregulares foram autuadas. (Valor)

Lavagem de Dinheiro na Igreja: O Ministério Público do Rio de Janeiro identificou uma movimentação atípica de quase R$ 6 bilhões na Igreja Universal do Reino de Deus, da qual Crivella é bispo licenciado, entre maio de 2018 e abril de 2019. Para os promotores, a igreja, liderada por Edir Macedo, tio do prefeito, seria usada para lavar dinheiro do esquema de propinas. (Meio)

Fundeb Sancionado 1: O presidente Jair Bolsonaro sancionou, sem vetos, a lei que criou o Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), tornando-o permanente e aumentando os percentuais de repasse da União a Estados e municípios. O Fundeb é destinado às redes estaduais e municipais de educação, conforme o número de alunos matriculados na educação básica em cada uma delas e representa 63% do investimento público em educação básica. A nova lei prevê a acréscimo gradual da participação da União no Fundeb, chegando a 23% a partir de 2026. Hoje, a complementação está em 10% sobre o valor arrecadado por estados e municípios. (Valor)

Fundeb Sancionado 2: O novo modelo do fundo busca resolver a grande disparidade no financiamento educacional do país. O Brasil investe por aluno menos da metade do investimento per capita feito pelos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). (Valor)

Programa Brasil Mais: O programa Brasil Mais, uma das promessas do governo Bolsonaro para aumentar a produtividade no país, está atendendo 9.334 empresas, informou o Ministério da Economia. Lançado em fevereiro, o programa ficou parado devido à pandemia e foi retomado em outubro, quando a estimativa era atender 7 mil empresas em 2020. O cronograma inicial ficou paralisado devido às medidas de isolamento social e o projeto foi redesenhado para oferecer um formato híbrido, com ações presenciais e virtuais. A nova meta é realizar 120 mil atendimentos até o fim de 2022. (Valor)

Guedes Insatisfeito: Nos últimos meses, Guedes tem demonstrado insatisfação com o andamento de pautas econômicas no Congresso. Segundo ele, medidas anunciadas como as privatizações não foram concluídas devido a negociações no mundo político. Por isso, dia 18-12-2020, ele afirmou que, de agora em diante, não vai prometer mais nada. (Valor)

Investimentos Franceses: A Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD) diz ter cerca de € 500 milhões – mais de R$ 3 bilhões pela taxa de câmbio atual – à disposição do Brasil para novos financiamentos de projetos públicos e privados no país em 2021. Operações com companhias de água e esgoto, que devem iniciar um ciclo de investimentos por causa do novo marco legal do saneamento, e empréstimos a municípios (para obras de mobilidade urbana, aterros sanitários, iluminação pública) estão entre os principais empréstimos em negociação pela agência. Ao contrário de muitas instituições multilaterais, como o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Banco Mundial, financiamentos da AFD para entes subnacionais (Estados e municípios) podem ser feitos sem aval da União. Embora isso possa ter impacto nas taxas praticadas, abre oportunidades de crédito para governos com patamares mais altos de endividamento. (Valor)

Ambiente internacional

Uallace Moreira 1: A Huawei participou da Beijing International Automotive Exhibition 2020,mostrando seu desejo em avançar mais no setor automotivo. É a Mesma estratégia dos Chaebols sul coreanos, empresas altamente diversificadas atuando em setores relacionados e não relacionados. A Huawei deixou claro seu interesse em se inserir na indústria automobilística, setor que está passando por uma revolução tecnológica que verá os carros se tornarem “mais inteligente”. (Blog do Paulo Gala)

Uallace Moreira 2: O governo chinês tem usado de vários instrumentos para fortalecer as empresas estatais no país e, ao mesmo tempo, ter maior controle sobre as empresas privadas. Xi Jiping está instalando mais funcionários do Partido Comunista em empresas privadas, privando parte do crédito e exigindo que os executivos adaptem seus negócios para atingir as metas do Estado. Com essa política, verifica-se que proporção das empresas privadas que possuem Comitês do Partido Comunista na sua estrutura organizacional aumentou de 4% para 48% em 25 anos. As organizações partidárias são mais difundidas nas grandes empresas, presentes em 92,4% das 500 maiores empresas privadas da China, de acordo com o relatório anual “500 maiores” de 2019 da ACFIC. Essa participação na indústria é de 62%. (Blog do Paulo Gala)

Guerra entre Gigantes: A Amazon ainda não aceitou ter perdido para a Microsoft o contrato de US$ 10 bilhões do Pentágono, sede das Forças Armadas dos EUA. A empresa de Jeff Bezos voltou a pedir a suspensão do acordo após ter tido sua primeira solicitação negada no começo do ano. A Amazon perdeu para a Microsoft mesmo sendo considerada a favorita no início da licitação para levar o projeto, chamado de JEDI, que faz parte de uma modernização do sistema militar americano. (Meio)

Estímulos Globais 1: Segundo levantamento do Bank of America (BofA) feito com 97 países, além da União Europeia, do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, a injeção total de estímulos chega a cerca de US$ 25 trilhões, sendo US$ 15,23 trilhões vindos da política fiscal e US$ 9,32 trilhões da política monetária. Em proporção do PIB global, esse montante chega a quase 29%, tendo como base os cálculos do FMI (US$ 83,84 trilhões, dado de 2019). (Valor)

Estímulos Globais 2: Na lista do BofA dos dez maiores volumes de estímulos em proporção do PIB figuram grandes e pequenas economias, que são, pela ordem, Japão, Itália, Alemanha, Cingapura, Reino Unido, Bulgária, Suécia, Polônia e Romênia. Já na análise das dez maiores economias do mundo (pela paridade do poder de compra), o resultado fica assim: Estados Unidos (28,1% do PIB), China (8,2%), Japão (63,7%), Alemanha (54,2%), Índia (16,7%), Reino Unido (41,6%), França (37,5%), Itália (58%), Brasil (11,2%) e Coreia do Sul (14%). Entre os organismos internacionais, o FMI injetou US$ 200 bilhões e o Banco Mundial, US$ 12 bilhões, para combater a crise do coronavírus. (Valor)

Pacote de Auxílio: O Congresso americano aprovou um pacote de US$ 900 bilhões (R$ 4,6 trilhões) para reduzir os efeitos da Covid-19 sobre a economia. O dinheiro será dividido entre famílias vulneráveis, pequenas empresas e fundos para distribuição de vacinas. (Meio)


  • Fontes: Jornal Valor, UOL, Canal Meio Newsletter, FGV, Folha, Carta Capital, Blog do Paulo Gala e Globo

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