quinta-feira, novembro 21, 2024
23 C
Belo Horizonte

Notas econômicas: 10 a 14 de maio de 2021

Destaque das notas econômicas:  foto de portaria da UFRJ com destaque para imagem de mulher olhando celuar
Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Universidades federais sentem o impacto do corte de recursos. Confira nas Notas Econômicas o que foi destaque no noticiário da semana

Coleta de informações semanais feita pelo Economista Paulo Roberto Bretas

Cortes nos Orçamentos das Universidades: Submetidas a um intenso corte de verbas que fez seu orçamento retroceder 17 anos, as universidades federais correm o risco de entrarem em colapso. A UFRJ anunciou nesta quarta-feira já ter em vista uma paralisação parcial, com fechamento de prédios e interrupção de serviços à comunidade, como atendimento a pacientes com Covid-19. A Unifesp também trabalha com a possibilidade para a partir de julho. (Globo) (Meio)

Ambiente econômico

Energia Solar no Brasil 1: Um levantamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) mostra que o Brasil ultrapassou a marca de 600 mil unidades consumidoras com geração própria de energia a partir da fonte solar. A modalidade agora tem mais de 5,5 gigawatts (GW) de potência operacional instalada no país e presença em 5.297 municípios. (Valor)

Energia Solar no Brasil 2: Do total, cerca de 75% das unidades com geração solar própria foram instaladas por consumidores residenciais, seguidos pelos setores de comércio e serviços (cerca de 15%), produtores rurais (7%), indústria (2,3%), poder público (0,4%). Há também usos para serviços públicos (0,03%) e iluminação pública (0,01%). (Valor)
Mais um Superciclo das Commodities: A forte alta das commodities abriu espaço para projeções de superávit recorde de balança comercial brasileira e termos de troca superiores aos de 2011, no auge do que foi chamado de superciclo desses ativos. O cenário de bonança promovido pelo impulso externo pode ampliar de perto de 40% em 2020 para cerca de 45% neste ano a participação das cadeias de commodities no Produto Interno Bruto (PIB), considerando desde extração e produção até exportação e serviços finais. (Meio)

Setores

Piora do Setor Serviços 1: A piora da situação da covid-19, com aumento das restrições para o funcionamento de atividades, afetou o desempenho do setor de serviço em março, que voltou a ficar abaixo do patamar pré-pandemia, afirma o gerente da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), Rodrigo Lobo. Em março, o patamar de produção ficou 2,8% abaixo de fevereiro de 2020. O impacto se deu principalmente entre os serviços de caráter mais presencial, como os prestados às famílias e os de transportes. (Valor)

Piora do Setor Serviços 2: Em março, o volume de serviços recuou 4% frente a fevereiro. O comportamento foi influenciado principalmente pela queda de 27% dos serviços prestados às famílias – a maior desde abril de 2020 (-45,6%) – e de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (-1,9%). (Valor)

Saída para a Crise do Comércio e Serviços: Com restrições ainda vigentes para a abertura de seus negócios devido à pandemia, muitas empresas do comércio e de serviços enfrentam problemas para pagar dívidas e funcionários. Para evitar uma quebradeira em massa num cenário em que limitações de funcionamento deverão continuar a vigorar por mais tempo, no Brasil, especialistas e representantes desses segmentos apontam a necessidade de medidas mais efetivas que facilitem a tomada de crédito e ofereçam alívio temporário para o pagamento de impostos. (Valor)

Comércio e Serviços e o Emprego: São setores que empregam muito e foram fortemente afetados pela crise – o comércio, por exemplo, tinha 15,869 milhões de trabalhadores nos três meses encerrados em fevereiro, segundo números da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua). No primeiro trimestre de 2020, antes do impacto da pandemia, o total mostrava 1,5 milhão de vagas a mais — 17,381 milhões. (Valor)

Abrasel e a Crise: Segundo a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) até março de 2020 existiam 1 milhão de negócios do setor no Brasil inteiro, empregando diretamente 6 milhões de pessoas. Desses, 300 mil fecharam as portas em definitivo e mais de 1,2 milhão de trabalhadores foram demitidos em 2020. Nos primeiros quatro meses de 2021, mais 100 mil empregos foram perdidos e mais 35 mil empresas fecharam as portas. (Valor)

Gestão

Serviço de Compras Amazon: A Amazon lançou dia 11-05-2021 um serviço de compras no exterior para brasileiros. A seção, chamada de “Compras Internacionais”, traz uma série de produtos de outros países com prazo de entrega reduzido. Assinantes da Amazon têm frete gratuito em produtos selecionados. Qualquer pessoa pode pagar a compra por boleto ou em dez parcelas no cartão de crédito. (Tecmundo) (Meio)

Consumidor com Centro do Negócio 1: Colocar o consumidor no centro do modelo de negócios é apontado por 63% dos CEOs como um dos três principais investimentos, segundo pesquisa da PWC. O caminho para adoção de estratégias centradas no consumidor não é simples. Antes de tudo, é necessário entender de fato se a companhia pensa primeiro no cliente, e não no produto ou serviço oferecido. Depois, entender a diferença entre as estratégias. Quando o consumidor está no centro, ele mesmo define suas novas preferências e muda seu comportamento. Do outro modo, ele passa por etapas de consumo que estão no contexto de um produto que a empresa deseja, e não que os clientes desejam. (Meio)

Consumidor com Centro do Negócio 2: Não é que as estratégias de marketing e vendas não devam tentar influenciar o consumidor durante sua jornada. Mas essa influência pode ser mais eficaz quando as experiências estão centradas no cliente e projetadas não como um caminho para a compra, e sim como um caminho para o propósito. Os clientes existentes são 50% mais propensos a experimentar novos produtos de uma marca que conhecem e confiam. (Meio)

Consumidor com Centro do Negócio 3: Quanto mais centrado no cliente você for, mais tempo levará para os concorrentes descobrirem o seu jogo e oferecerem propostas de valor cada vez mais tentadoras. O caminho para o ajuste de estratégias é longo e nem toda transformação é bem-sucedida de imediato. A mudança deve começar pelo segmentos de clientes maiores ou mais valiosos. (Meio)

A capital mundial da moda já se prepara para a vida pós-pandemia: A Semana de Alta-Costura de Paris vai acontecer presencialmente entre os dias 5 e 8 de julho, após o governo francês relaxar as regras de isolamento social. Modelos estarão ao vivo nas passarelas, mas a presença de convidados ainda dependerá das condições da pandemia. Os últimos eventos abertos de moda na capital francesa aconteceram em setembro de 2020. (Folha) (Meio)

Reinventando Processos de Gestão na Saúde: Os sistemas público e privado de saúde precisaram reinventar seus processos de gestão nesses 14 meses de pandemia. O enfrentamento da crise sanitária exigiu repensar modelos de negócios; adaptar o atendimento especializado, com a digitalização de serviços; estabelecer medidas de cooperação técnica entre gestores para adquirir insumos; e encontrar soluções administrativas que permitissem aumentar a oferta de leitos e contratar mais profissionais de saúde. (Valor)

Indicadores

Atividade Industrial 1: A atividade industrial avançou em março e compensou parte das perdas de fevereiro decorrentes da elevação de casos com covid-19 no Brasil, constatou a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Segundo a entidade, o faturamento cresceu 2,2% em março depois de ter recuado 3,6% em fevereiro. Em relação ao terceiro mês de 2020, houve um avanço de 12,7%. (Valor)

Atividade Industrial 2: A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) se manteve em patamar elevado, em 81,1%, com alta de 0,4 ponto percentual em relação a fevereiro e que “consolida um nível persistentemente superior ao pré-crise”, segundo a CNI. Na comparação com março de 2020, a UCI está 4,8 pontos percentuais acima. (Valor)

Atividade Industrial 3: O rendimento médio real também cresceu em março na comparação com fevereiro, 2,1%, e caiu ante março de 2020, 6,5%. (Valor)

Confiança do Consumidor: As dificuldades da economia provocadas pela covid-19 vem afetando muito mais o ânimo dos consumidores do que o das empresas, tendência que se acentuou no início do segundo trimestre. Mesmo tendo recuperado parte das perdas recentes, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) ficou 17,3 pontos abaixo do Índice de Confiança Empresarial (ICE) em abril. Essa é uma das maiores distâncias entre os dois indicadores da série histórica do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre), que começa em setembro de 2005. (Valor)

Cai a Estimativa da Produção de Grãos: Reflexos negativos do atraso do plantio e da colheita de soja sobre a safrinha de milho, semeada fora da janela climática ideal em diversas regiões, levaram a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) a reduzir sua estimativa para a produção total de grãos no país nesta safra 2020/21. A estatal passou a estimar o volume em 271,7 milhões de toneladas, 2,1 milhões a menos que o previsto em abril, mas ainda um novo recorde histórico, 5,7% superior ao alcançado no ciclo 2019/20. (Valor)

Visão Pessimista: Depois de subirem ambos 4,3 pontos no último mês, o ICC e o ICE marcaram 72,5 e 89,8 pontos, respectivamente. Por estarem abaixo da linha divisória dos 100 pontos, os dois índices apontam uma visão pessimista. A medição, no entanto, mostra uma situação mais desconfortável para os consumidores, cuja confiança está em terreno “extremamente baixo”. (Valor)

Finanças

Ata do Copom: O Banco Central discutiu na reunião da semana passada diferentes trajetórias para a retirada de estímulos à economia, mas no fim sinalizou que por ora continua com a estratégia de “normalização parcial”. Com isso, se o cenário não mudar até lá, pretende dar uma pausa no atual ciclo de alta de juros mais para o fim do ano, para manter algum combustível monetário e evitar queda muito forte da inflação em 2022. (Valor)

Ambiente social

Vacinação Lenta: Para os especialistas, o país precisa com urgência ampliar a capacidade dos laboratórios públicos e negociar com mais fornecedores para diminuir a dependência de poucas fontes para a compra de vacinas e insumos. Sem isso, alertam, será impossível acelerar a vacinação. (Folha) (Meio)

Garimpeiros contra Yanomamis: Deu muito errado um ataque de garimpeiros a indígenas na comunidade de Palimiú, no território Yanomami em Roraima. Segundo líderes locais, três garimpeiros morreram e quatro ficaram feridos. Os agressores chegaram em canoas e abriram fogo contra os índios, que revidaram com tiros e flechadas. Pelo lado dos yanomamis, um homem foi ferido de raspão na cabeça. Fontes da Polícia Federal confirmaram as informações. (Globo) (Meio)

Taxa de Inatividade: A taxa de inatividade agrega os brasileiros desempregados e que deixaram de procurar o posto de trabalho. Considerando os dias atuais, as medidas restritivas de isolamento social impostas pela crise sanitária fizeram com que uma parcela maior de jovens, mulheres e negros simplesmente desistissem de procurar emprego. O diagnóstico consta de análise sobre “Desigualdades no mercado de trabalho e pandemia da covid-19” feita pelos pesquisadores Joana Simões Costa, Ana Luiza Neves de Holanda Barbosa e Marcos Hecksher, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). (Valor)

Ambiente político

Orçamento Paralelo e Superfaturamento: Montado no final do ano passado para ampliação do apoio ao governo Bolsonaro no Congresso, um verdadeiro Orçamento paralelo de até R$ 3 bilhões está financiando principalmente a compra superfaturada de equipamentos agrícolas. Com especificações e destino estabelecidos por um grupo de parlamentares, os tratores e retroescavadeiras, entre outros veículos, chegam a custar 259% acima da tabela de referência do próprio governo, segundo o furo de reportagem do jornalista Breno Pires. Entre os beneficiários estão o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o ex-presidente do Senado Davi Alcolumbre (DEM-AP), e a atual ministra da Secretaria de Governo, a deputada Flávia Arruda (PL-DF). Este tipo de verba não deveria ter o destino estabelecido por parlamentares para seus redutos eleitorais e sim pelos ministérios, com critérios técnicos. Escamoteado como foi, também dificulta propositalmente a avaliação pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Nas compras determinadas por parlamentares, os tratores são o item favorito. E mais, das 115 máquinas compradas a um custo de R$ 15 milhões, somente 12 estavam dentro do preço de referência do Ministério do Desenvolvimento Regional, por onde passou a verba. O ministério admite que o destino do dinheiro é determinado pelos congressistas. (Estadão) (Meio)

Pronampe Agora é Permanente 1: O Senado aprovou dia 11-05-2021 projeto que torna o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) uma política permanente de crédito. O texto segue para sanção presidencial. O Pronampe concedeu mais de R$ 37,5 bilhões em empréstimos em 2020, abrangendo mais de 440 mil empreendedores. A linha de crédito concedida no âmbito do Pronampe corresponderá a até 30% da receita bruta anual obtida no ano anterior. (Valor)

Pronampe Agora é Permanente 2: No caso das empresas que tenham menos de um ano de funcionamento, o limite do empréstimo corresponderá a até 50% do seu capital social ou a até 30% de 12 vezes a média da sua receita bruta mensal apurada no período, desde o início de suas atividades – o que for mais vantajoso. (Valor)

Governo

Orçamento secreto: Para liberar verbas do chamado “orçamento secreto” de R$ 3 bilhões no Ministério do Desenvolvimento Regional, o governo criou uma “taxa de fidelidade” para medir o alinhamento de parlamentares com o Planalto. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), por exemplo, é classificado como “A”, a cotação mais alta. O subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado pediu ao Tribunal de Contas da União (TCU) uma investigação sobre o “orçamento paralelo” e seu uso por parlamentares. PSB, PSOL e Novo também entraram com representações no TCU. (Globo) (Meio)

Churrasco de Milionário: O presidente Jair Bolsonaro recebeu amigos e familiares para um churrasco no Palácio da Alvorada no último domingo (9.mai.2021). Entre as carnes oferecidas aos convidados estava uma picanha de boi da raça wagyu, de origem japonesa, vendida a R$ 1.799,99 o quilo. (Poder 360)

Ambiente internacional

Ataque Cibernético: O maior duto de combustíveis dos Estados Unidos sofreu um ataque cibernético, e fornecedores estão preocupados com a possível falta de gasolina e diesel na Costa Leste do país. A Colonial Pipeline, responsável pelo duto, afirmou neste domingo que ainda desenvolvia um plano para restabelecer o fornecimento para os estados, entre os quais Nova York. O ataque ocorre quando a maioria dos americanos estão vacinados, indo ao escritório e planejando viagens. O mercado futuro de gasolina aumentou em até 4,2% durante as negociações eletrônicas do domingo. A ação foi um ransonware, quando hackers invadem redes, criptografam os dados e travam as máquinas até que a vítima pague um resgate. (Bloomberg) (Meio)

Inflação nos EUA: A inflação medida pelos preços ao consumidor nos EUA subiu em abril com a retomada da recuperação econômica, refletindo o aumento da demanda com o abrandamento da pandemia e preços mais altos devido a gargalos de oferta. O Departamento de Trabalho informou que o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) saltou 4,2% em abril em relação ao ano anterior, após marcar alta de 2,6% em março. Esse é o nível mais alto em 12 meses, desde o verão de 2008 no Hemisfério Norte. Contra março, com ajuste sazonal, o CPI subiu 0,8%. O aumento da inflação alimenta preocupações de que o aperto monetário possa ocorrer mais cedo do que se pensava. (Valor)

Crise de abastecimento: Filas de carro se formaram em postos de abastecimento nos Estados Unidos enquanto o principal oleoduto do país não volta à operação normal, cinco dias depois de um ataque hacker o tirar do ar. Preocupados com uma possível escassez, as companhias aéreas dizem que elas mesmas irão trazer combustível de avião para não interromper as operações. (CNN Brasil) (NYT) (Meio)


Notas Econômicas: fontes

Fontes: Jornal Valor, Valor Investe, Tecmundo, Bloomberg, Folha, Estadão, Canal Meio Newsletter, Veja, Poder 360, Carta Capital, CNN Brasil, NYT, Portal G1 e Globo.

Em resumo

Edições anteriores

Notas de Conjuntura: 3 de novembro de 2024

Nas Notas de Conjuntura, destaque para expectativas sobre as...

Um dia no futuro: a neurotecnologia cria boas notícias

Arnoldo, nascido em 2010, com uma doença neurológica debilitante,...

Quatro mitos sobre o futuro da agricultura urbana

Futuro da Alimentação: Quatro Mitos Sobre a Agricultura Vertical...

Notas de Conjuntura: 18 de outubro de 2024

Nas Notas de Conjuntura, destaque para eleições, prioridades de...

Futuro da odontologia: nova abordagem torna os enxertos ósseos melhores

Pesquisadores estão tendo sucesso em seus esforços para construir...
Verified by MonsterInsights