Acontecimentos que marcaram o noticiário político e econômico da semana
Coleta de informações semanais feita pelo Economista Paulo Roberto Bretas
Tristeza por Mais uma Década Perdida: A economia brasileira teve em 2020 o pior desempenho em trinta anos. O Produto Interno Bruto (PIB) encolheu 4,1% na comparação com 2019 (IBGE). Foi o pior resultado desde a queda de 4,37% em 1990, quando Fernando Collor confiscou ativos. O quarto trimestre teve um resultado acima do que esperava o mercado, crescimento de 3,2%, mas analistas avaliam que é só “um respiro” diante do agravamento da crise da Covid-19. Os grupos de serviços e consumo das famílias tiveram quedas recordes de 4,5% e 5,5%, respectivamente. Com o resultado, o país caiu de 9ª para 12ª economia do mundo. Além disso, a década de 2001 a 2020 teve o pior crescimento médio na história da apuração do PIB, 0,3%, abaixo até da “década perdida”, 1981-1990, que teve crescimento médio de 1,6%. (Globo) (Meio)
Queda do PIB per Capita: A forte recessão significou uma queda de 4,8% do Produto Interno Bruto (PIB) per capita brasileiro no ano passado, para R$ 35.172, o pior desempenho desde o início da série histórica do IBGE, iniciada em 1996. Diante da magnitude da perda e da expectativa de crescimento fraco da economia no curto prazo, economistas estimam longo caminho pela frente para recuperar essas perdas. (Valor)
Monica de Bolle: “Há a perspectiva de que vamos sair da pandemia aguda para entrar na pandemia crônica. Ou seja, vamos ter debates sobre atualização de vacinas, fluxo de novas cepas. E haverá a preocupação do surgimento de novos vírus. E aí entra a questão do meio ambiente. Quanto mais a gente entra nos habitats naturais, onde estão os repositórios naturais destes vírus, mais a humanidade fica exposta, de modo geral, ao contato de novos vírus. As atenções, em relação ao Brasil, vão estar cada vez mais voltadas ao desmatamento na Amazônia. Não se trata apenas de uma questão climática, tem a questão pandêmica. Está cheio de repositório viral na Amazônia. O Brasil será visto não apenas como um país que não conseguiu controlar sua pandemia e que atrasou na vacinação, mas como um país que está colocando o resto da Humanidade em risco, se continuar com as atuais políticas ambientais.” (Globo)
Entendendo de Economia
Debêntures: As grandes empresas que procuram repagar um empréstimo ou realizar um investimento podem emitir uma debênture, que é um título de crédito privado negociável, como forma de financiamento. Portanto, as debêntures são valores mobiliários que representam dívidas de médio e longo prazos de Sociedades Anônimas (emissoras). São características das debêntures: a remuneração pode ser em % do CDI, CDI + spread, Índices de preços (ex: IGP-M, IPCA) ou Taxa Prefixada; são negociadas em balcão e registradas na Cetip ou no BovespaFix; podem contar com a isenção de IR e IOF (para pessoa física) no rendimento e no ganho de capital, caso estejam enquadradas como debêntures de infraestrutura (Lei 12.431); liquidez a mercado ou liquidez de acordo com as condições do mercado; produto registrado na CETIP em nome do cliente (CPF/CNPJ). Trata-se de uma modalidade de investimento que não conta com a garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC). (Site da XP Investimentos)
Ambiente econômico
Retomada Difícil da Economia: A volta do “lockdown” em vários Estados e a demora no processo de vacinação jogaram por terra as perspectivas de retomada da atividade econômica no primeiro trimestre do ano, segundo avaliação que está sendo feita no gabinete do ministro Paulo Guedes. Também já se coloca em dúvida o desempenho da economia no segundo trimestre. Medidas de apoio a pessoas e empresas adotadas em 2020, como o Benefício Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda (BEm) e o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), precisarão ser retomadas até que haja uma quantidade de pessoas vacinadas suficiente para criar a imunidade de rebanho. É possível que o retorno à normalidade da atividade econômica só ocorra no segundo semestre de 2021. (Valor)
Indicadores
Queda da Participação de Serviços no PIB: A pandemia de covid-19 fez com que a participação da atividade de serviços no valor adicionado da economia a preços básicos caísse de 73,5% para 72,8% entre 2019 e 2020, no total do Produto Interno Bruto (PIB) do país. O alerta partiu da coordenadora de Contas Nacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Rebeca Palis. Foi a primeira queda de participação de serviços na economia desde 2017. (Valor)
Queda da Participação da Indústria no PIB: A indústria, também afetada pela crise – mas não tanto quanto serviços -, diminuiu de participação, de 21,4% para 20,4% no total do PIB entre 2019 e 2020, a menor fatia para setor industrial na economia brasileira desde 2000. (Valor)
Agropecuária Cresce sua Participação no PIB: No valor adicionado a preços básicos, a participação da agropecuária subiu de 5,1% para 6,8% do PIB entre 2019 e 2020, maior fatia desde 2000. (Valor)
Contribuição do Setor Externo no PIB: Com queda de 1,8% nas exportações e de 10% nas importações em 2020, o setor externo deu contribuição positiva de 1,1 % ao PIB do ano passado, mesmo com a influência negativa de 0,2 % no último trimestre, aponta Livio Ribeiro, pesquisador sênior da área de economia aplicada do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre-FGV). (Valor)
Consumo das Famílias: O consumo das famílias avançou 3,4% no quarto trimestre de 2020, em relação ao terceiro, feitos os ajustes sazonais, informou o IBGE. Em relação ao quarto trimestre do ano anterior, o consumo das famílias recuou 3%. (Valor)
Consumo do Governo: O consumo do governo subiu 1,1% no período entre outubro e dezembro, frente aos três meses imediatamente anteriores, feitos os ajustes sazonais. Em relação a igual período de 2019, houve queda de 4,1% nos gastos da administração pública. No ano, o consumo das famílias caiu 5,5% e o do governo recuou 4,7%. (Valor)
Setores Campeões do PIB 2020: Segundo o IBGE, quatro setores cujas atividades cresceram em 2020 foram: atividade financeira, de seguros, e serviços relacionados (4%); atividades imobiliárias (2,5%); agropecuária (2%) e indústria extrativa (1,3%). (Valor)
Setores em Queda no PIB 2020: As atividades mais afetadas pela pandemia, que tiveram recuos em 2020 ante 2019, foram: informação e comunicação (-0,2%); eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (-0,4%); comércio (-3,1%); indústria da transformação (-4,3%); administração, defesa, saúde, e educação públicas e seguridade social (-4,7%); construção (-7%); transporte, armazenagem e correio (-9,2%) e outras atividades de serviços (-12,1%). (Valor)
Balança Comercial Favorável 1: A balança comercial registrou superávit de US$ 1,152 bilhão em fevereiro, queda de 50,4% em relação ao mesmo período do ano anterior, pela média diária, segundo números divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia. Nos primeiros dois meses do ano, a balança acumulou um saldo positivo de US$ 26,8 milhões, queda de 95,6% sobre o mesmo período de 2020. (Valor)
Balança Comercial Favorável 2: Em sua projeção mais recente, a secretaria estima que a balança comercial registre em 2021 um superávit de US$ 53 bilhões, resultado de US$ 221,1 bilhões em exportações e US$ 168,1 bilhões em importações. A corrente de comércio ficaria em US$ 389,2 bilhões. (Valor)
Índice de Confiança Empresarial: Uma reversão na atual trajetória negativa da confiança empresarial depende de vacinação contra covid-19 mais ágil e abrangente — o que não ocorre no momento. O alerta partiu do Superintendente de Estatísticas do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Aloisio Campelo, ao comentar a queda de 1,8 ponto no Índice de Confiança Empresarial (ICE) entre janeiro e fevereiro, para 91,1 pontos. (Valor)
Indicador de Incertezas em Fevereiro: O começo de vacinação no país contra covid-19 nos primeiros meses de 2021 derrubou o nível de incerteza do mercado com o Brasil em fevereiro – mas o indicador sobre o tema ainda opera em patamar elevado. O alerta partiu da economista Anna Carolina Gouveia, da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Ela fez a observação ao comentar a queda de 9,2 pontos no Indicador de Incerteza da Economia (IIE-Br) de janeiro para fevereiro, para 128,2 pontos, anunciada pela fundação. A queda foi a mais intensa desde setembro de 2020 (-14,5 pontos) e levou o indicador ao menor patamar desde fevereiro daquele ano (115,1 pontos). (Valor)
Índice de Gerentes de Compras 1: A atividade industrial ganhou fôlego em fevereiro, impulsionada por aumento nos novos pedidos e no volume de produção, aponta o Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês), divulgado pela IHS Markit. O PMI da indústria brasileira subiu de 56,5 em janeiro para 58,4 pontos na medição atual. Dados acima de 50 sinalizam expansão dos negócios. (Valor)
Índice de Gerentes de Compras 2: Os fabricantes de bens de capital, cuja atividade tem elevada correlação com os investimentos dentro do Produto Interno Bruto (PIB), foram o segmento com avanço mais forte na produção. Já os produtores de bens de consumo tiveram o desempenho mais fraco no mês. Ainda de acordo com o levantamento, houve “graves pressões” sobre as cadeias de suprimentos, o que resultou em escassez de matérias-primas e um “rápido” aumento dos preços. (Valor)
Movimentação de Cargas: Os portos brasileiros ampliaram sua movimentação em 4,2% em 2020, chegando a um total de 1,151 bilhão de toneladas, segundo a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), que apresenta seu anuário estatístico. A maior parte dos volumes é de granéis sólidos, que respondem por cerca de 60% de toda a carga. O avanço desse segmento no ano passado foi de 1,2%. A carga que mais contribuiu para o aumento geral da movimentação em 2020 foram os granéis líquidos, que avançaram 14,8%, explica o diretor-geral da Antaq, Eduardo Nery. (Valor)Crescimento da Indústria Manufatureira dos EUA: A atividade econômica no setor manufatureiro dos EUA cresceu em fevereiro, com a economia geral alcançando o nono mês consecutivo de crescimento, segundo os dados do Instituto para Gestão da Oferta (ISM, na sigla em inglês). O Índice de Gerente de Compras (PMI, na sigla em inglês) do ISM subiu para 60,8 pontos em fevereiro, de 58,7 em janeiro, superando com firmeza a expectativa de 58,9 pontos de economistas ouvidos pelo “Wall Street Journal”. Leituras acima de 50 indicam expansão do setor, enquanto abaixo de 50 sinalizariam a contração. (Valor)
Setores
Fim do Regime Especial: A extinção do Regime Especial da Indústria Química (Reiq) prejudica a já reduzida competitividade do produto químico nacional e coloca em risco operações locais e entre 60 mil e 80 mil postos de trabalho. Ao mesmo tempo, vai elevar em cerca de 3% o custo final de uma série de produtos químicos e petroquímicos, percentual que, se repassado, vai gerar inflação, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim). (Valor)
Braços Financeiros: Empresas que até então não tinham braços financeiros próprios têm caminhado cada vez mais nessa direção. A tendência é conhecida como embedded finance (finanças embutidas, em livre tradução), segundo Filipe Pires, coordenador dos MBAs em Finanças do Ibmec/RJ. Une as operações financeiras às plataformas de outros segmentos de negócios. Um exemplo é a Starbucks, que já é o sistema de pagamento móvel mais popular dos EUA, com 23,5 milhões de usuários. “Ao ampliar o portfólio de serviços disponíveis em suas plataformas, muitos gestores buscam não só aproveitar o cenário favorável às fintechs em meio às restrições causadas pela pandemia, mas também diluir o risco de sua operação principal, a qual pode estar sendo impactada por esse mesmo cenário”, escreve Pires. (Valor) (Meio)
Locadoras de Veículos: Recorde foi uma palavra frequente nos balanços das principais locadoras de automóveis em 2020. Localiza, Unidas e Movida, as maiores do setor, se recuperaram do impacto inicial da pandemia no segundo trimestre, com o aumento na demanda pela locação de veículos. Consumidores em busca de uma opção mais segura ao transporte coletivo ou que fizeram viagens curtas de lazer, evitando o transporte aéreo, colaboraram para taxas de ocupação acima de 84% no aluguel no fim do ano. (Valor)
Venda de Veículos: As vendas de veículos recuaram neste início de ano. Em fevereiro, foram emplacadas 167,38 mil unidades, uma queda de 16,71% no comparativo com o mesmo período de 2020. Os dados foram divulgados pela Federação Brasileira dos Distribuidores de Veículos Automotores (Fenabrave). No acumulado do ano, de acordo com os dados, os emplacamentos somaram 338,52 mil veículos. Esse volume representou recuo de 14,17% em relação a janeiro e fevereiro de 2020. (Valor)
Queda na Venda de Veículos: A crise e falta de insumos na indústria tiveram reflexo negativo nas vendas internas de veículos em fevereiro. De acordo com dados divulgados pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), o mercado de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus caiu 16,7% em fevereiro para 167,4 mil veículos ante mesmo mês de 2020. (Valor)
Nível de Emprego na Indústria Automobilística: O nível de emprego continua em queda na indústria automobilística nas comparações anuais. As montadoras de veículos fecharam fevereiro com 104,6 mil funcionários, uma queda de 2,4% na comparação com um ano atrás. Mas, na comparação com janeiro, houve acréscimo de vagas, puxada principalmente pela indústria de caminhões. Houve um crescimento de 1,2% no quadro efetivo do setor na comparação com o mês anterior. (Valor)
Licenciamento de Caminhões Aumenta: No que se refere a caminhões, os licenciamentos somaram 7,71 mil unidades em fevereiro e outros 14,98 mil veículos no acumulado. Esses volumes representaram alta de 18,46% e 9,37%, respectivamente. (Valor)
Investimentos Federais em Transportes 1: A Confederação Nacional da Indústria (CNI) verificou que o total de investimentos federais na área de transportes foi de R$ 8,3 bilhões em 2020, valor 4% inferior ao de 2019 e o menor desde 2005. Os dados referem-se ao total de recursos investidos pelo Ministério da Infraestrutura, pela Infraero e pelas sete docas federais, estatais responsáveis pela administração de parte dos portos públicos do país. (Valor)Investimentos Federais em Transportes 2: Os últimos dez anos foram marcados por uma redução progressiva da capacidade de investimento do setor público, reflexo da crise fiscal e econômica que o país ainda enfrenta. Após o pico de investimentos, em 2010, os recursos federais liberados para investimentos no setor de transportes sofreram reduções sistemáticas. Em 2020, o orçamento autorizado para investimentos foi de R$ 9,8 bilhões, valor 68% inferior ao de 2010. (Valor)
Novas Instituições Financeiras: Em 2020, ao menos 40 instituições financeiras iniciaram suas atividades, segundo o Banco Central. O movimento no sistema financeiro é contrário ao observado entre 2013 e 2018, quando houve redução de quase 10% na quantidade de instituições no país. (Folha) (Meio)
PagSeguro: A PagSeguro se tornou a primeira empresa brasileira com capital aberto nos EUA a também ser negociada no Brasil. (Folha) (Meio)
Finanças
Poupança Aumenta: A taxa de poupança da economia brasileira ficou em 15% em 2020, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ao divulgar a evolução do Produto Interno Bruto (PIB). Foi a taxa anual mais forte desde 2016 (16,1%) e pode ter sido impulsionada por menor ritmo de gastos entre famílias mais ricas no país. A taxa de 2020 é um salto expressivo frente à taxa de 12,5% em 2019 — que foi o pior patamar da série histórica do IBGE, iniciada em 2000. (Valor)
Saques na Poupança: Os saques em caderneta de poupança superaram as novas captações em R$ 5,832 bilhões no mês passado, conforme divulgado dia 04-03-2021 pelo Banco Central (BC). Em janeiro, houve saque líquido de R$ 18,153 bilhões, o maior de toda a série histórica, para qualquer mês. No ano passado, a poupança teve captação de R$ 166,309 bilhões, já descontando os recursos retirados. (Valor)
Negociação de BDRs: Em três meses, a negociação de BDRs bateu recorde. De setembro a dezembro de 2020, saltou oito vezes, de 60 mil para 500 mil, a quantidade mensal de negócios na bolsa brasileira com papéis que representam ações de empresas estrangeiras como Amazon, Google, Tesla, etc. A alta não é por menos: em setembro, o BC liberou a compra de BDRs para qualquer investidor – antes disponível apenas aos qualificados com certificação ou mais de R$ 1 milhão. As mais procuradas foram, nessa ordem, as ações da Tesla, Mercado Livre e Apple. (Valor)
Saída de Recursos Estrangeiros: Após três meses seguidos de entrada líquida de capital externo, o mês de fevereiro terminou com fluxo negativo dos investidores estrangeiros devido a uma sequência de saídas nos últimos dias. O saldo líquido no mês de fevereiro ficou negativo em R$ 6,784 bilhões, resultado de R$ 357,002 bilhões em compras e R$ 363,786 bilhões em vendas. No acumulado de 2021, o saldo líquido segue positivo, em R$ 16,772 bilhões, embora tenha caído ante o patamar de R$ 28,118 bilhões antes da sequência de perdas. (Valor)
Dólar em Elevação e Inflação: A contínua alta do dólar, que potencializa a valorização de commodities no mercado externo, originou uma “segunda onda” de aumentos de custos nas empresas que, para economistas, ainda vai chegar ao consumidor. Além do repasse cambial sobre preços livres, outra importante fonte de pressão inflacionária são os combustíveis, diretamente afetados. Neste quadro, projeções acima de 4% para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2021 estão ganhando espaço, e a percepção é que a inflação pode ser ainda maior se não houver alívio do câmbio. A meta para o ano é 3,75%. (Valor)
Queda nas Ações de Empresas de Varejo e Shopping: As ações de empresas de varejo e shopping center caem mais que o Ibovespa e acima do índice Icon, que reúne papéis de empresas do setor de consumo, varejo e construção civil. Cadeias de comércio com operações em shopping centers caem num ritmo maior que a média do varejo. (Valor)
Política Monetária 1: O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, pregou calma e tranquilidade na condução da política monetária, num sinal de que não pretende sancionar o movimento de mercado que precifica um minichoque de juros a partir deste mês. (Valor)
Política Monetária 2: Um número crescente de analistas econômicos prega uma ação mais firme da autoridade monetária para conter a alta da cotação do dólar, em meio a incertezas sobre o ajuste fiscal e a continuidade da agenda liberal no governo Bolsonaro, num ambiente de maior pressão sobre os juros internacionais. (Valor)
Aporte em Fintechs: O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) informou, em comunicado, aporte de R$ 487 milhões em fundo de crédito de fintech com foco em pequenos negócios. Na prática, a instituição fará o aporte por meio de subscrição de cotas do fundo FIDC CashMe-Plural.
Inflação
Inflação dos Mais Pobres: O Índice de Preços ao Consumidor – Classe 1 (IPC-C1) — que mede a variação de preços de produtos e serviços para famílias com renda entre um e 2,5 salários mínimos — apresentou inflação de 0,40% em fevereiro, vindo de 0,15% em janeiro, informou a Fundação Getúlio Vargas (FGV) em relatório. Com esse resultado, o IPC-C1 acumula alta de 6,27% em 12 meses, contra 5,42% do indicador geral no período. (Valor)
Armando C. Pinheiro, Coordenador de Economia Aplicada do Ibre/FGV: Pandemia, populismo, inflação alta e um cenário externo menos favorável do que se imaginava na virada do ano vão complicar o quadro econômico nos próximos meses. Turbulência e incerteza, em um mercado financeiro internacional também volátil, vão ser a norma até que as eleições de 2022 tragam alguma ancoragem às expectativas. (Valor)
Empresas no SOS: O descaso no combate à pandemia de covid-19 cobrou seu preço. Uma escalada de mortes pela doença em meio ao colapso generalizado da infraestrutura hospitalar no país levou a restrições mais duras de circulação. Com isso, empresas dos setores de serviços, comércio e indústria que começavam a pagar dívidas e a recuperar-se de prejuízos temem uma nova onda de fechamento de empresas, demissões e inadimplência. Todos pedem medidas de apoio, como prorrogação de linhas de crédito e suspensão temporária no pagamento de impostos, para enfrentar as consequências e as incertezas provocadas pela segunda onda da pandemia no Brasil. (Valor)
Mulheres e Desigualdades: A presença de crianças pequenas, de até três anos, reduz de forma significativa a participação das mulheres no mercado de trabalho. Em lares com crianças de até três anos, o nível de ocupação das mulheres de 25 a 49 anos era de 54,6% em 2019. No caso de domicílios sem crianças nessa faixa etária, a taxa era de 67,4%. A tendência do nível de ocupação é oposta entre os homens: maior nos lares com filhos pequenos (89,2% em 2019); e menor nos demais (83,4%). A realidade pouco mudou desde 2012: naquele ano, o nível de ocupação era de 53,3% para as mulheres com filhos pequenos e de 65,4% entre as mulheres sem filhos até três anos. (Valor)
Expectativa de Vida 1: O grande número de mortes de idosos durante a pandemia deve ter conduzido a um corte de 2,2 anos na expectativa de vida do brasileiro em 2020. Essa queda, se confirmada, vai gerar desde perda de renda domiciliar, originada de pensão dos idosos, até encarecimento de seguros de vida em grupo, de acordo com especialistas. Ana Amélia Camarano, pesquisadora do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e que estimou a queda na esperança de vida do brasileiro no ano passado – que era de até 76,5 anos em 2019 -, faz outro alerta: o cálculo foi feito com mortes contabilizadas por ela até 2020. Com as mortes por covid deste ano, pode haver um segundo recuo na expectativa de vida. (Valor)
Expectativa de Vida 2: Em menos de um ano a covid-19 matou em torno de 0,43% dos idosos no país, só em 2019. O total de idosos (34 milhões) foi computado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), usando como base dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). (Valor)
Expectativa de Vida 3: O impacto mais imediato, além da perda emocional das famílias, é o desaparecimento de renda de benefícios desses idosos. Cálculos com base nos dados da Pnad Contínua até 2019 indicam que 35% dos 72,6 milhões de domicílios brasileiros tinham pelo menos um habitante com mais de 60 anos e, nesses casos, o idoso contribuía com 70,6% da renda da família. Da renda dos idosos, 62,5% vinham de aposentadorias ou pensões. (Valor)
Expectativa de Vida 4: Ana Amélia calcula que 21,2% dos domicílios brasileiros tinham, no mínimo, 50% da renda dependente dos idosos. A renda mensal per capita desses domicílios era de R$ 1.772,2. Se esses idosos morressem, observou ela, o rendimento médio per capita cairia para R$ 529,2. Ou seja: uma redução de quase 75% que afetaria cerca de 12,1 milhões de pessoas, sendo 2,2 milhões com menos de 15 anos. Ainda de acordo com ela, 18,6% do total de domicílios dependia apenas da renda do idoso. “Podemos dizer que a pandemia não deixa somente órfãos, deixa pobres também”, resumiu ela. (Valor)
Rompimento da Barragem: Após mais de cinco anos do rompimento da barragem da Samarco, na região de Mariana (MG), os moradores atingidos pela lama e destruição não foram totalmente ressarcidos pela Fundação Renova, entidade criada para gerir as ações de reparação do desastre que vitimou 19 pessoas e deixou centenas sem ter onde morar e com o futuro indefinido. No último sábado, 27-02-2021, encerrou-se o prazo estabelecido pela Justiça para que a Renova entregasse os reassentamentos das comunidades de Bento Rodrigues e Paracatu de Baixo, que foram atingidas pelos rejeitos da mineração. Foi a terceira vez que o acordo não foi cumprido. O primeiro é de março de 2019 e o segundo de agosto de 2020. (Carta Capital)
Multas da Vale: O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) pediu à justiça que cobre das empresas Vale, Samarco e BHP uma multa de R$ 1 milhão por dia de atraso na entrega das obras de reassentamento das vítimas do rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), há cinco anos. (Valor)
Ambiente politico
Volta às Aulas Presenciais: Há um conflito em andamento dentro dos governos estaduais. Enquanto secretários de Saúde pedem a suspensão das aulas presenciais para tentar conter o vírus, seus colegas da Educação querem manter as escolas abertas. Rossieli Soares, secretário estadual de Educação de São Paulo diz que a decisão de mandar ou não as crianças para a escola deve ser da família. (Estadão) (Meio)
Unidos pela Vacina: O recrudescimento da pandemia no país e o ritmo lento da vacinação contra a covid-19 têm mobilizado os empresários com o objetivo de ajudar cidades duramente atingidas pela pandemia e de costurar alternativas para acelerar a aprovação de projetos para a compra de imunizantes. Nos bastidores, executivos e industriais ligados ao movimento Unidos pela Vacina atuaram para ajudar a colocar em pé o projeto de lei aprovado pelo Senado para a compra de vacinas, inclusive pelo setor privado. (Valor)
Carta dos Ex-executivos do BNDES: Uma carta assinada por 574 executivos e ex-executivos, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), incluindo dez ex-presidentes da instituição, foi encaminhada dia 01-03-2021 aos congressistas brasileiros. Eles pedem para que não seja revogado da Constituição o parágrafo que estabelece o repasse de recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) para o banco de fomento. (Valor)
Governo
Lucros com a Cloroquina: Empresários apoiadores de Bolsonaro têm lucrado alto com o medicamento, que tem em Bolsonaro o seu maior garoto-propaganda. No ano passado, o comércio do “kit Covid” cresceu surpreendentes 550% e movimentou mais de 500 milhões de reais. Até novembro, o governo federal havia distribuído 5,8 milhões de comprimidos produzidos no laboratório do Exército. Sobram recursos e lucros na aposta no placebo, faltam dinheiro e empenho para garantir vacinas à população. (Carta Capital)
Pesquisa do IPEC: A aprovação do governo de Bolsonaro baixou dos 30%, segundo pesquisa do IPEC, formado por ex-executivos do Ibope. Ele é considerado bom ou ótimo por 28% dos entrevistados, o que representa uma queda de 9 pontos em relação aos 37% que o apoiavam em dezembro. Para 39%, o governo é ruim ou péssimo. A maior base do governo está entre os evangélicos, com aprovação de 38%. (Globo) (Meio)
Renegociação de Dívidas: O governo federal publicou dia 01-03-2021 uma portaria que reabre um programa de renegociação de dívidas lançado no ano passado para mitigar os impactos econômicos da pandemia de Covid-19. O chamado Programa de Retomada Fiscalreúne diferentes ações de regularização de débitos. A portaria, editada pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PFGN), possibilita a negociação dos débitos inscritos em dívida ativa da União até 31 de agosto de 2021 — ou seja, já se antecipa a novas dívidas que deverão ocorrer. Quem já tem acordos de transação com a PFGN poderá solicitar até 30 de setembro a inclusão de outros débitos. (Valor)
Bolsonaro Aumenta Impostos: O presidente Jair Bolsonaro aumentará tributos de carros para deficientes, da indústria química e de instituições financeiras para compensar a isenção de impostos federais sobre o óleo diesel e o gás de cozinha, informou o Palácio do Planalto. (Valor)Auxílio Emergencial do Rio de Janeiro: O governador em exercício do Rio de Janeiro, Claudio Castro (PSC), sancionou dia 02-03-2021 proposta de auxílio emergencial estadual de até R$ 300. A medida visa minimizar impactos negativos da atual crise na economia, originada pela pandemia da covid-19. A previsão é que mais de 200 mil famílias sejam atendidas pelo benefício, de acordo com cálculos do governo estadual fluminense. O governo do Rio detalhou que serão usados recursos do Fundo de Combate à Pobreza e de outros fundos, para pagar o benefício. (Valor)
Petrobras: Com a interferência de Bolsonaro no comando, as ações da estatal derreteram na semana passada. Mas nem todo mundo saiu perdendo. A CVM vai abrir investigação para apurar quem lucrou milhões nas transações com opções de venda de ações da estatal. Segundo a coluna de Malu Gaspar, as negociações foram feitas pouco antes da live em que Bolsonaro anunciou que “alguma coisa” iria acontecer na petroleira. (Globo) (Meio)
Judiciário
Elio Gaspari: “Nas próximas semanas, o ministro Gilmar Mendes levará para a mesa da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal o julgamento da suspeição do ex-juiz Sergio Moro no processo da Lava-Jato. O ministro deu uma pista do que vem por aí ao lembrar que irá além do que chama de ‘questão Lula’: será algo ‘muito maior’. Gilmar tem assessores passando o pente-fino nas mensagens trocadas em Curitiba. Desde junho de 2019, elas têm aparecido de forma explosiva, porém desordenada. Colocadas em ordem cronológica e contextualizadas, revelam a extensão das malfeitorias blindadas pela mística da Operação Lava-Jato.” (Globo) (Folha) (Meio)
Demissões no Itaú: O Itaú Unibanco demitiu funcionários que pediram auxílio emergencial, o que é indevido por se tratar de pessoas empregadas. Os demitidos foram cerca de 50, mas as demissões não foram por justa causa. (Valor)
Ambiente internacional
Pressão Inflacionária e Subida de Juros nos EUA 1: Os mercados globais terminam a semana sob o reflexo da preocupação com o aumento dos rendimentos dos títulos soberanos nos EUA. Na semana passada, as taxas dos Treasuries de dez anos chegaram a bater em 1,61%, com impactos nos mercados de câmbio, ações, commodities e renda fixa internacional. O movimento, catalisado por forte venda dos papéis, reflete o temor de que uma acelerada pressão inflacionária obrigue o Federal Reserve (Fed) a elevar os juros americanos antes do esperado, com efeitos diretos sobre mercados emergentes, como o Brasil. (Valor)Insolvências de Empresas: As insolvências de empresas no mundo, causadas pelos efeitos da pandemia de covid-19, devem resultar, até 2022, em US$ 1 trilhão de crédito que não serão reembolsados, segundo estimativa de economistas do Banco de Compensações Internacionais (BIS), o banco dos bancos centrais. Em avaliação publicada no relatório trimestral sobre a atividade bancária internacional, os economistas do BIS dizem que as falências de companhias estão apenas começando nos países do G7, na China e na Austrália, que foram examinados por eles. A situação na América Latina não foi examinada desta vez. (Valor)
Fluxo para Mercados Emergentes 1: Os ativos de mercados emergentes atraíram US$ 31,2 bilhões em investimentos no mês de fevereiro, afirmou o Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês). Apesar do fluxo, a entidade avalia que “o momento positivo do início de 2021 desacelerou, com impacto particularmente maior sobre as ações”. O fluxo de capital para ações emergentes alcançou US$ 8,4 bilhões. Os títulos de dívida dos países em desenvolvimento, por sua vez, acumularam US$ 22,8 bilhões em alocação no período.
Fluxo para Mercados Emergentes 2: Nos dois primeiros meses de 2021, o montante para o mercado de ações dos emergentes, sem China, alcançou apenas US$ 3 bilhões, com apenas US$ 600 milhões em fevereiro. A maior parte do fluxo de capital foi direcionada ao mercado de dívida, que concentrou US$ 43,2 bilhões em aplicações estrangeiras entre janeiro e fevereiro. (Valor)
Quarto Mais Rico da China: Jack Ma não é mais a pessoa mais rica na China. Com o Alibaba sob pressão dos reguladores, o fundador da big tech caiu para quarto lugar. Após o fundador da big tech criticar o sistema regulatório da China, os reguladores suspenderam o IPO de US$ 37 bilhões do Ant Group e obrigaram a fintech a converter alguns de seus negócios em uma holding financeira para ser regulamentada como as instituições financeiras tradicionais. (Meio)
Ambiente tecnológico
Brasil Atrasado no Carro Autônomo: Enquanto o mundo está numa corrida pelo carro autônomo, o mesmo não acontece por aqui. O Brasil está em último lugar, em relação a 30 países avaliados, no Índice de Prontidão para Veículos Autônomos 2020 da consultoria KPMG. Os desafios para que os veículos autônomos se tornem realidade nas ruas não são apenas de ordem tecnológica. Envolvem também questões éticas, de infraestrutura e de legislação. E o Brasil está atrás em todas. Ainda não está claro, por exemplo, como ocorrerá a implementação da infraestrutura para esses carros. O 5G, tecnologia essencial, ainda não tem previsão – o leilão deve acontecer no final do primeiro semestre deste ano. (Época Negócios)
Mundo em Transformação: O automóvel movido por motor a combustão é uma tecnologia de quase 200 anos que dominou o século 20 e moldou cidades de acordo com sua necessidade. Nos próximos 10 anos, ele deve evoluir para uma máquina totalmente diferente. O mais popular é o carro elétrico. O carro autônomo vai abrir a possibilidade de empresas de tecnologia entrar no gigantesco mercado automobilístico. Correndo — ou voando — por fora, temos o drone de passageiro, a realização do carro voador com quem a humanidade sonha desde os anos 50. Esses veículos já existem de uma forma ou de outra, mas ainda necessitam de um componente importante para deslanchar: o 5G. Uma rede que permite a comunicação em tempo real com um custo de acesso mais barato vai transformar cada carro em um computador/celular sobre rodas e fazer com que ele ande mais rápido e com maior segurança. Será o fim dos engarrafamentos? (Meio)
As notas econômicas têm como fontes: Jornal Valor, Folha, Estadão, Canal Meio Newsletter, Carta Capital, Site Modal Mais, Portal G1, Site da XP Investimentos, Época Negócios e Globo.
Em resumo