Notas de Conjuntura: 3 de novembro de 2024

Nas Notas de Conjuntura, destaque para expectativas sobre as eleições nos Estados Unidos e sobre os rumos do cenário brasileiro

CARLOS PLÁCIDO TEIXEIRA
Jornalista Responsável | Radar do Futuro

ACONTECIMENTOS & TENDÊNCIAS

ACONTECIMENTOS & TENDÊNCIAS

A  abstenção dos eleitores no segundo turno, parecida com a registrada no processo da pandemia de covid-19, mostra a ascensão do desalento com a política como maior força do futuro da política. A descrença teve participação especial, e mais impactante, nas eleições municipais de 2024. Quatro anos antes, a disputa foi marcada por restrições de acesso às urnas.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contabilizou no domingo, dia 27, em todo o país, a ausência de 29,26% do eleitorado. O percentual equivale a 9,9 milhões de eleitores que não compareceram às urnas. Em 2020, durante a pandemia, a quantidade de ausentes no segundo turno foi de 29,53%. Nas eleições presidenciais de 2022, a abstenção no segundo turno foi de 20,57%. 

Os partidos de direita, do “Centrão” até a extrema-direira, foram os grandes vitoriosos das eleições municipais deste ano. O PSD de Gilberto Kassab, por exemplo, viu o número de prefeituras sob seu comando aumentar 36% entre 2020 e 2024. O PL do ex-presidente Jair Bolsonaro cresceu 50%. 

O PT cresceu 36%, mas ficou longe das cifras de 2012, o melhor desempenho do partido em eleições municipais.

E daí

A velha política ganhou de goleada e mostrou uma força preocupante. Analistas e políticos acreditam que a  reeleição foi a variável mais significativa, no processo sustentado pela distribuição farta de recursos por deputados federais. O dinheiro do orçamento secreto ampliou a influência dos donos de currais eleitorais em cidades do interior do País. 

A esquerda perdeu a disputa. Também a qualidade ética da política brasileira foi grande perdedora. 

Apoiadores e analistas políticos revelam pessimismo diante das dificuldades da esquerda, que não vislumbra caminhos para reverter o distanciamento de seus representantes em relação às suas bases, enquanto avançam os movimentos da direita.

TENDÊNCIAS

Novembro tende a ser um mês de agitação crescente As eleições nos Estados Unidos, na terça-feira, dia  5, serão determinantes para a construção de um cenário nunca visto. As pesquisas pré-eleitorais mostram um cenário de empate entre os dois candidatos.

CENÁRIOS

Independente de quem conquistar a vitoria na disputa eleitoral da terça-feira, dia 5, existe uma expectativa de que os Estados Unidos entra em um período de comoção social. É verdade que já se previa a eclosão de uma guerra civil a partir da eleição de Joe Biden. Mas as tensões permanecem.

Na prática pouca coisa muda diante na perspectiva de que, com a vitória de um ou de outro, a tendência de decadência do império permaneça, o que leva a tentativas de transferência para o cenário externo da busca por soluções dos problemas do país.

1 – Vitória de Kamala Harris

Especialistas acreditam fortemente que o republicano Trump não vai reconhecer o resultado. Vai estimular a criação de grandes protestos.

2- Vitória de Donald Trump

Irracionalidade política econômica e social volta a ter força com a presença de trump no cenário no comando dos Estados Unidos. Também sem grandes alternativas de solução para os problemas no mercado interno, ou presidente vai tomar novas iniciativas de perseguição a imigrantes e de ampliação dos poderes dos grupos econômicos dominantes.

MAIS DESTAQUES

Sucessão na Câmara dos Deputados –  Candidato oficial de Arthur Lira (PP-AL) na disputa pela presidência da Câmara, o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) conseguiu fortalecer sua candidatura a partir da composição de um arco de alianças que, até o momento, reúne oito partidos.

Força da especulação –  Aprovado pela direita e rejeitado por parte da esquerda, Fernando Haddad, ministro da Fazenda, sucumbe às pressões especulativas ao divulgar a intenção de realização de cortes de gastos do governo, com apoio da ministra do Planejamento, Simone Tebet. 

• O real volta a ser desvalorizado. Mercado especula com corte de gastos e sucesso nos Estados Unidos

Espanha sob águas – Mais de 200 pessoas morreram e dezenas continuam desaparecidas devido às graves inundações que afetaram a região de Valência, na costa leste de Espanha. Em oito horas, o equivalente a um ano de chuva caiu em algumas áreas, causando grandes inundações que devastaram cidades inteiras. 

• Valência foi a cidade mais atingida, com imagens mostrando veículos empilhados e bairros destruídos.

Massacre israelense: A população no norte de Gaza vive  sob ‘risco iminente de morte’, segundo a Unicef. Bombardeios, fome e doenças ameaçam sobrevivência da população em meio à forte ofensiva israelense.

Movimento dos atores

Direita:
Congresso mantém pressão pela anistia de presos pela tentativa de golpe de 8 de janeiro. 

O governo de São Paulo intensifica o processo de privatização. Escolas públicas serão administradas por empresa gestora de cemitérios. 

Cenário Global

Brasil e mais 186 países repudiam embargo dos Estados Unidos contra Cuba na Organização das Nações Unidas (ONU). Mais uma vez, a medida, necessária para reduzir o aumento das dificuldades do país caribenho, é vetada pelos EUA, acompanhados por Israel, que não sofre qualquer sanção pelo genocídio no Oriente Médio.

O Presidente da Argentina, Javier Milei, demitiu a ministra das Relações Exteriores, Diana Mondino, após ela votar contra o embargo imposto pelos Estados Unidos contra Cuba.

NOTAS DE CONJUNTURA: Fontes de Informações

Observatório do Clima
BBC Brasil
Revista Fórum
Forbes
Correio Sabiá
Brasil 247
GGN
ICL Notícias
Google Notícias
MSN
Al Jazeera
TVT
Poder 360
Rádio França InternacionalCongresso em Foco